12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 118
Capítulo 118




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Senta-se no sofá da sala de entrada e pega um livro para ler. Se dispersa no tempo esquecendo que Vitor chegaria a qualquer momento. Escuta um barulho na porta e se recorda do fato, levanta-se e observa tentarem abrir, mas não consegue. Seu celular começa a tocar e é ele na chamada. Fecha a revista e vai abrir a porta.

— Já abri! - fala para ele que está de costas tentando falar com ela pelo celular.
— Esqueci a chave certa! - guarda o celular e pega as malas entrando na casa.
— Uhum...- aguarda ele entrar.
— Tudo bem? - a encara.
— Tudo certo! - fecha a porta.
— Paula...
— O que? - cruza os braços o olhando.
— Vamos conversar...
— Vamos! - segue para o quarto.

Vitor vai atrás dela e se depara com Vitória dormindo em sua cama. Se aproxima da filha e a beija.

— Não acorde ela! - diz enquanto abre a varanda.
— Não vou...- vai até ela.

Paula senta-se em uma cadeira e ele em outra.

— Não sei ao certo o que você leu...
— O que te falei...
— Você acredita que eu bateria na bunda de uma mulher? Eu bato na sua? Assim, do nada? - ela não responde. Pulinha não pensei que oferecer um charuto de presente a alguém que me pediu isso ou dançar com alguém no camarim que me disse ser o sonho ver isso acontecer fosse te irritar tanto. Eu amo você, você é minha esposa, não tenho olhos e nem interesse para qualquer outra mulher. Tudo que aconteceu foi uma coisa muito natural, não sei se viu os vídeos, mas se ver, verá!
— Elas publicam como se eu fosse uma besta.
— Problema delas! - senta-se ao lado dela. Porque só terão aquilo lá e nada mais. Eu sou seu e deixo isso claro por onde vou!
— Não quero que isso aconteça mais! Seja natural e faça o que achar que deve, mas preste atenção aos limites. Por favor!
— Tudo bem...- segura a mão dela. Me beija agora... Que estou com saudades!

Paula beija a bochecha dele e se levanta, entrando novamente no quarto. Ele respira fundo e segue para o banheiro depois de fechar a varanda. Toma um banho e quando sai ela está deitada na cama.

— Vou me deitar no quarto ao lado... Para que vocês durmam mais confortáveis! - pega seu travesseiro.
— Tudo bem...- o observa sair.
— Boa noite! - fecha a porta.

Ela se deita ao lado da filha, mas não consegue dormir. Do mesmo jeito encontra-se Vitor no quarto de hóspedes até que se levanta e abre a janela, sentando para observar o céu. O celular apita e ele vai ver o que é.

WHATS ON

— Vitor?
— Oi Leo! - responde. O que houve? Já está tarde.
— Estava no estúdio, estou indo agora para casa...
— Hum... O que houve?
— Nada! Só estava lendo uma matéria sobre você.
— Até você Leo? Até parece...
— É sobre a foto que você postou da Paula! Pesquise aí!
— Não! Não vou pesquisar nada, não me interessa isso.
— Então tá bom... Se não te interessa ficarem falando que sua esposa está nua, ok.
— Nua? Onde Paula está nua?
— Na sua foto!
— Paula não está nua na minha foto! Vai dormir... Boa noite!

WHATS OFF

— Cada uma! - joga o celular na cama e volta para a janela.

Paula levanta-se, veste o robe e sai do quarto. Para em frente ao quarto que ele está e pensa se deveria bater...

— Paula? - chama.
— Oi...- sussurra indo até a prima.
— O que estava fazendo na frente da porta feito uma múmia?
— Nada...- a leva para a cozinha.
— Vitor chegou?
— Uhum!
— Ah...- entende. Porque não entrou no quarto?
— Entrar para que?
— Para conversarem...
— Já conversamos!
— Então para namorarem!
— Ah pronto! - encara ela. Agora eu vi mesmo!
— Deixa de besteira!
— Não estou com besteira...
— Está sim! Já contou para ele?
— Sobre?
— A viagem...
— Não Cíntia! Ainda não... Vou contar amanhã talvez.
— Conte logo Paula, você não vai aqui do lado...
— Eu sei! Vou contar. - bebe uma água.
— Está tudo bem? - a observa.
— Não gosto de brigar com ele...
— Eu sei... Por isso te digo para não deixar de aproveitar quando ele está aqui. Tudo se ajeita e vocês se amam...
— É...
— Vou voltar a dormir!

Eles se despedem e Paula prepara um suco de uva gelado. Coloca em um copo e vai até o quarto de hóspedes. Volta pensar se deve, mas no fim acaba batendo na porta. Vitor estranha alguém bater aquela hora, vai abrir e a encontra parada com o copo de suco na mão.

— Oi...
— Oi!
— Posso entrar?
— A casa é sua... - se afasta e ela entra fechando a porta em seguida. Não consegue dormir?
— Não... E você? - dá o copo para ele.
— Estou no pique ainda...- bebe o suco. Até eu conseguir me desligar completamente e descansar demora um pouco!
— Sei! - vai até a janela. Pensei que hoje iria chover! - olha o céu.
— O tempo estava fechado aqui? - coloca o copo no criado mudo da cama.
— Um pouco... Mas não choveu! - sente ele se aproximar.
— Entendi! - coloca as mãos sobre a cintura dela.
— Vitor...- fecha os olhos respirando fundo.
— Eu amo você...- beija seu pescoço.
— Eu sei!
— Não...- abre o robe dela. Diz que me ama também, que me desculpa por ter te chateado...- joga a peça na poltrona do lado.
— As coisas não são assim! - coloca as mãos na janela.
— Mas a verdade é essa! É nisso que você tem que acreditar! - coloca as mãos debaixo da camisola dela.
— Não existe só uma...- engole seco quando ele puxa sua roupa íntima. Não existe só uma verdade! - fecha os olhos.
— Não existe só uma opinião! Mas verdade é somente uma sim...- se abaixa retirando a calcinha dela. Vitória já mamou? - se levanta.
— Ela não vai acordar...
— Hum...- coloca as mãos novamente debaixo da camisola.
— Para com isso! - se contorce.
— Você não veio aqui ver se eu estava dormindo! Você sabia que eu não estava...- a toca.
— Você é muito convencido Vitor! - segura a mão dele. Já disse que as coisas não assim...- vira-se para ele.
— Paula...- a encara.
— Eu não...- o observa. Eu não quero que tudo termine desse jeito!
— Tudo bem...- respira fundo e se senta na poltrona. Toma! - estende o robe e a calcinha para ela. Me desculpe se forcei a barra, você sabe que não gosto disso! Pode ir dormir, amanhã conversamos melhor.
— Tá...- pega e segue para a porta.

Ela queria ficar. Queria que ele continuasse. Queria que a noite só estivesse começando. Mas não queria que ele entendesse que isso concertasse tudo, que apagasse o que a chateou. Abre a porta e sai...

— Boa noite...- fecha a porta.

Vitor se recompõe, respira fundo e se encosta na poltrona encarando o teto. Paula vai para a sala, senta-se no sofá e pensa em tudo. Retorna ao quarto em que ele está.

— O que foi? - se assusta quando ela abre a porta.
— Ás vezes não sei se me sinto besta por me entregar para você e demonstrar o quanto sou fraca ou se sou besta por pensar assim!
— Paula... Você não tem que se sentir...
— Cala boca! - retira a camisola. Se você falar demais eu vou me arrepender de ter voltado aqui!

Vitor se levanta e vai até ela, a pega no colo e leva até a cama. Dividem sussurros, gemidos, carícias, cansaço, disposição. Dividem a respiração ofegante, o coração acelerado até serem interrompidos por alguém abrindo a porta. Paula sai do colo de Vitor assustada e puxa o cobertor até que vê dois coqueirinhos se aproximando da cama.

— Vitória...- acende o abajur.
— "Mamãe..." - vai até a lateral da Paula tentando subir.
— Você esqueceu a porta aberta...
— Não lembrei! - coloca a filha na cama.
— Não coloca debaixo da coberta! - Vitor segura a coberta.
— A gente tem que tomar cuidado... Já está ficando perigoso! - riem.
— Já falei o que deve ser feito, né!?
— Mas eu ia dormir sozinha... Não vi problema em colocar ela lá e eu tinha brigado com ela, ela estava toda dengosa...- arruma o cabelo da filha.
— Tira essas coisas, dá impressão que dói a cabecinha dela!
— Não dói, não...- termina de prender. O que você quer, amor? - ela de aconchega no colo da mãe. Vamos mimir, né...
— "Toti, papai..." - olha para Vitor.
— Vitória você já comeu tanto!
— Vou lá fazer...

Vitor se veste e vai para a cozinha preparar a mamadeira da filha. Retorna para o quarto e entrega nas mãos dela.

— Vamos dormir aqui?
— Não...
— Vamos para o quarto, vou só esperar ela mamar...
— Ta bem...- senta-se ao lado delas.

Esperam Vitória mamar. A bebê dorme e Vitor leva ela até o quarto dela enquanto Paula se veste e vai para o quarto do casal e ele chega em seguida.

— Cobriu ela? - coloca os travesseiros dele na cama.
— Cobri, ajustei o ar em 23 com abas voltadas para cima e acendi a vela perto da porta...
— Parabéns! - sorri. Aprendeu! - deita-se.
— Sim! - faz o mesmo. Vem aqui! - a puxa para perto de si.
— Preciso te contar uma coisa...- deita-se sobre o peito dele.
— Diz...
— Terei que fazer uma viagem semana que vem! Tudo surgiu hoje...
— Para onde?
— Vou para Milão! - olha para ele.
— Milão? Itália? - se espanta. Como assim? Do nada?
— Não... É que surgiu um convite para gravar uma canção e um clipe com um cantor...
— Que cantor? - a interrompe.
— Thiago Arancam...
— E fizeram esse convite assim... Do dia para noite?
— Sim!
— Não sei! - a afasta.
— Vitor!
— Não se faz um convite assim de uma hora para outra! Desde quando sabia disso e não me falou?
— Vitor eu estou te falando a verdade! Surgiu hoje a tarde e eu aceitei.
— Sem falar comigo?
— Eu não tenho que falar com você sobre essas oportunidades... Não vou deixar de fazer o que gosto. E estou falando com você agora!
— Mas se eu não achasse uma boa ideia...
— Ata! - se afasta mais ainda dele. Como se eu dependesse disso!
— Paula eu sou estou dizendo que...
— Olha só...- aponta o dedo para ele. Minha carreira foi construída por mim mesma com muito suor, não dependo de você, não dependo de ninguém para dizer o que devo fazer! Toda vez é a mesma coisa... Poxa! - se chateia. Você sempre olhando torto a cada vez que preciso viajar a trabalho! Sou mãe mas não sou dona de casa, não... Não vou ficar aqui bancando de Bela, recatada e do lar!
— Ok! - se cobre e apaga a luz.
— Você é um insensível! - continua. Parece que não sabe ficar feliz por mim! As coisas precisam ser só do seu jeito, da sua forma, eu e Vitória temos que viver sobre o controle do senhor Vitor Chaves Zapalá Fernandes Pimentel!

Vitor tosse ironicamente e continua de olhos fechados enquanto ela fala ainda por um tempo. Respira fundo para não desencadear uma briga até que ela resolve parar, mas sai do quarto, não dormindo com ele.
Na manhã seguinte Cíntia encontra Paula na poltrona do quarto de Vitória.

— Ué...- se aproxima. Hei, acorda! - mexe nela. Paula!?
— Oi! - abre os olhos.
— Por que está dormindo aí?
— Nada...

Ela se esperta e pede para Cíntia arrumar Vitória enquanto ela vai para seu quarto se arrumar. Ao entrar vê Vitor despojado na cama, segue para o banheiro e se arruma. Minutos depois ele entra.

— Não sabe bater na porta? - o olha.
— Para entrar no meu banheiro?
— No nosso banheiro!

Terminam de se organizar em silêncio. Ele arruma a cama e vai para a cozinha tomar café.

— Bom dia! - sorri.
— Acordou cedo!
— Sim... Dormi bem!

Paula chega em seguida reclamando de dor no pescoço.

— Ué! - olha para eles. Um acorda bem e outro com dor? Que cama maluca é essa!?
— Paula não dormiu na cama! - pega um pedaço de bolo. Dormi sozinho! - sorri.
— Dormiu onde Paulinha? - traz um remédio para ela.
— Na poltrona do quarto da Vitória! - encara Vitor.

Ele a olha e continua comendo como se não tivesse feito absolutamente nada.

— Você é muito cara de pau, né!? - não aguenta e o provoca.
— Não! Não sou cara de pau.
— É sim! Cara de pau sem noção.
— Paula...- limpa a boca.
— Custa muito para você ficar feliz por mim!
— Não diga o que não sabe! - fala seriamente com ela.
— O que não sei? Essa sua cena toda não é de quem se importa, pelo contrário...
— Não vou te responder, não vamos brigar!
— Para de me magoar e dizer que não vai me responder! Você faz as coisas e não pensa nem um pouco no quanto me atingem...
— Tudo bem! Me desculpa...- olha para ela. Pode viajar...
— Não é pode viajar! EU VOU VIAJAR... E iria de qualquer forma.
— Se acalme! Não precisa se exaltar...
— Cala boca Vitor! A sua voz está me irritando.
— Bom dia para você também! - se levanta e sai da cozinha.

Diva os observa em silêncio, não se intrometendo na discussão. Vitor passa por Dulce sem cumprimenta-la, pega a chave do carro e sai de casa.

— O que houve? - ela chega na cozinha estranhando tudo.
— Por que?
— Vitor passou por mim nervoso, pegou as chaves do carro...- Paula se levanta nesse momento. Paula, onde vai? - vai atrás.

Ela corre para a garagem e o vê funcionando o carro. Vai até ele.

— Você não vai sair! - abre a porta.
— Ficou maluca?
— Você não vai sair! Nós vamos conversar...
— Paula, me deixa sair... Não estou bem, me obrigar a ficar não vai adiantar!
— Mas um motivo para mim não te deixar sair! Pare de fugir, Vitor... Desce do carro.
— Para você ficar dizendo sem saber do que fala? Como pode insinuar que não fico feliz por você? - desce do carro.
— Você me irrita com seu ciúmes! Conversamos tanto e mesmo assim você continua...
— Paula...
— Chega!
— CARAMBA!
— Não grita!
— Você não me deixa falar... Poxa! - volta para a casa.
— Vamos para o quarto...- ela o segue.

Entram e caminham diretamente para o quarto sem falar com ninguém. Vitor entra, se senta na poltrona e ela entra em seguida fechando a porta.

— Não é a primeira vez que te digo que preciso viajar a trabalho e você faz escândalo... Para que isso? Primeiro, não viajarei sozinha. Segundo, você não confia em mim? Para que ter ciúmes se sabe que não vou me envolver com ninguém?
— Paula, não é essa questão! Eu temo por você, pelo que você pode passar no meio disso tudo. Assédio, buchicho, eu sou seu marido... Não penso em você como cantora em si, mas como minha esposa! Eu fico imensamente feliz que sua carreira deslanche, que você tenha cada vez mais parcerias...
— Fala logo que você está com ciúmes!
— Também! - admite. Também estou...
— Vitor...- vai até ele, segurando sua mão. Olha para mim...- se olham. Não importa para onde eu vá, o que eu faça, realmente sou sua esposa e jamais esqueceria disso.
— Não digo por você...
— Eu sei! Sei que você diz por eles... Mas são pessoas respeitosas que não me mandariam para tão longe para tratar com desdém ou com abuso! Sabem que sou casada.
— Não seria infeliz por suas conquistas! Não pense isso vindo de mim...
— Eu falo por falar! - senta-se na cama. Você sabe!
— Sei, mas me chateia...
— Desculpa! Mas eu também fico muito magoada quando você age dessa forma tão grosseira. Por favor amor, eu vou para Milão! - volta para perto dele, sentando em seu colo. Eu vou gravar com um cantor importante, isso significa muito para mim!
— Eu sei! - acaricia o rosto dela. Eu sei que significa e não quero atrapalhar sua vida...
— Vitor, você não atrapalha minha vida, deixe disso! Você é minha vida, você me ajuda muito, mas gostaria que começasse a agir da mesma forma quando se tratasse das minhas viagens a trabalho.
— Tudo bem... Mas... E Vitória? - a olha.
— É...- pensa. Por isso vou precisar que me ajude! Não sei se a levo, se a deixo com sua mãe. Lá está frio, não quero que ela sofra no frio, mas ficarei uns 5 dias por lá...
— Hum... A leve! Mesmo que esteja frio, ela pode se esquentar. Mas vocês ficarem tanto tempo longe faz mal a ela...
— Obrigada! - beija-o. Eu te amo! Não fica com essa cara...
— Não queria ficar longe! - a abraça.
— Não fui ainda, podemos aproveitar! - ri. O que quer fazer hoje? Eu precisava ir ao shopping comprar algumas roupas para Vitória já que ela vai.
— Pode ir! Vou trabalhar agora de tarde, só nos veremos à noite...
— Vou preparar nosso jantar e deixar Vitória com minha!
— Como quiser...- sorri.
— Vem! - se levanta do colo dele. Vamos terminar de tomar café e acalmar todo mundo que está assustado! - riem.

Continua...


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