12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 107
Capítulo 106




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Adentra a madrugada cantando a canção e acaba dormindo feliz com ela em seus braços descansando com uma feição sorridente, de paz. Na manhã ao acordarem já arrumam as malas e retornam para Belo Horizonte. Cíntia os recepciona para o café da manhã.

— Vitória! - vê a filha descer com a mãe. Minha vida! - se levanta e pega a filha. Quanta saudade mamãe! - a filha a abraça. Como minha princesa está? - arruma a roupinha dela.
— Hei! - Vitor vai até elas. Oi! - ri quando ela se joga. Saudades do papai também! - a abraça forte. Eu te amo! Você me ama? Fala pro papai... Eu... Te... Amo!
— "Amu..." - mexe no cabelo dele.

Sentam-se para o café e contam a novidade sobre o casamento.

— De novo? De novo toda aquela tensão?
— Mãe! - riem. Dessa vez será mais simples... Vamos renovar nossos votos! - beija Vitor e a filha fica olhando.
— Meu Deus Vitória! Tem tanto ciúmes desse pai...- ri.
— É porque gente eu amo meu pai! - a ajuda comer um pedaço de bolo.

Tomam o café da manhã em harmonia. Logo depois Vitor vai visitar um amigo em BH e Paula vai desarrumar as malas.

— Vão ficar aqui por quanto tempo?
— Não sei... Talvez 3 dias. Vitor quer retornar para Uberlândia antes de viajar. Mãe...
— Sim?
— Não tenho conseguido comer nos últimos dias... Tem me feito mal!
— Será algo no estômago?
— Não sei... O café da manhã bateu...- coloca a mão na barriga. Está embrulhando! - deita-se na cama.
— Calma... Vou pegar um chá que tem aqui. - sai.

Dulce para no meio caminho e retorna ao quarto.

— Paula...
— Oi...
— Suas regras estão corretas?
— Até então sim... Por que?
— Nada... Vou buscar o chá!
— Mãe! - a chama. Você acha que estou grávida? - se senta assustada.
— Não... É só um embrulho! Se acalme...- se retira.

Sol estava em Belo Horizonte as ajudando. Está preparando suco para Vitoria quando Dulce chega.

— Sol, você já ouviu falar que mulher grávida não pode ingerir canela?
— Sim! Falam muito isso...
— Pois é...- pega Camomila no armário.
— Por que?
— Nada! - sorri.

Ela prepara o chá e retorna ao quarto, entregando a Paula.

— Tome! - senta-se na cama com ela.
— Obrigada! - senta e pega o chá. Cheirinho bom! - bebe.
— Camomila!
— E a canela? Não tem? Sempre foi bom com canela! - bebe mais um pouco.
— Paula...
— Sim!? - olha para a mãe.
— Você tem certeza sobre suas regras?
— Não...- se preocupa. Eu não sei! Quero dizer...- coloca o chá ao lado. Com esses medicamentos que eu e Vítor estamos tomando atrasa mesmo. Você está achando que estou grávida?
— Não... Só quero saber.
— Ah...- se entristece. Queria engravidar!
— Ué... Não era você que não queria?
— Mas agora eu quero! Me deu uma saudade de Vitória bebe... De aproveitar mais! - se lembra. E acho que seria importante termos um filho agora! Vitória está muito ciumenta com Vítor... E tem Maria também!
— Entendi! Vocês precisam dar um jeito em Vitória mesmo... Não pode chegar perto do pai dela! Nem você.
— Sim! Me preocupo com Maria... E por falar nela Vítor está angustiado.
— Por que ela não veio?
— Sim! - bebe mais um pouco de chá. Mas ela está aproveitando tudo que não tinha vivido ainda! Ele tem que ter paciência.
— Exatamente! Está passando?
— Está sim mãe! - sorri.
— Paula...
— Que?
— Nada! - se levanta. Vou ver como está Vitoria! - se retira do quarto.

Dulce desconfia da gravidez, mas para não deixá-la apreensiva resolve não contar. Logo descobriram a verdade, então era melhor irem com calma. Paula telefona para Vitor que só atende na terceira tentativa.

— Por que não me atende?
— Calma! Atendi agora...
— Onde está?
— Não falei que viria visitar um amigo?
— Hum...
— Que foi?
— Nada! Faz tempo que você saiu de casa...
— Faz duas horas...
— Faz tempo!
— Tudo bem Paula! Está acontecendo algo?
— Sim...
— O que houve?
— Quero dizer, não! - pensa. É que estou mal do estômago de novo!
— Comeu?
— Sim! Mas passei mal...
— Beba algum chá... Algum medicamento!
— Já fiz isso!
— Então tem que esperar, Pulinha...
— É...
— Onde está Vitória!?
— Com Cíntia... Não sei onde foram.
— Vou desligar porque meu amigo está chegando! Nos falamos depois... Te amo, muito!
— Tá...- triste. Tchau! - desliga. Boboca! - coloca o celular do lado.
— Quem é boboca? - Cíntia entra com Vitória.
— Vitor!
— Por que?
— Eu falei que não estava bem para ver se ele vinha embora... Nunca! Falou que precisava desligar que o amigo dele estava chegando.
— E o que você tem?
— Dor no estômago!
— Paula... Quer que eu pegue alguns remédios?
— Não! Já bebi chá...- mostra a caneca.
— Camomila e canela!? - sorri.
— Só camomila! Mamãe não colocou canela.
— Não? - se preocupa.
— Não... Por que?
— Hum...- pensa. Nada! Vivi está estranha com você.
— Você também percebeu? Não sei o que é... Só quer ir com o pai, Cíntia!
— Você fez algo?
— Não... Mas ela não se aproxima de mim.
— Deve ser por causa do Vitor!
— Deve ser... Filha...- a chama, mas Vitoria sai do quarto. Está vendo?
— Deve ser pelo pai mesmo! Calma...
— Espero que seja! - desce da cama.
— Como foi os dias na Serra? - sorri.
— Intensos! - riem. De muito amor... Ás vezes tenho vontade de passar dias e dias e dias só abraçada de Vitor!
— Não posso imaginar isso porque né...
— É melhor! - ri.
— O que vai fazer? - observa ela colocar os chinelos.
— Vou atras de Vitória! Morro de medo dela nessa escada...- sai do quarto.

Encontram Vitória já na sala com Dulce brincando de pular no sofá. Sentam-se juntas e conversam sobre todo tipo de coisas até Vitor aparecer.

— Oi amor! - vai até ele feliz e o abraça.
— Oi! - sorri. Melhorou?
— Aham! - caminham até a sala. Olha quem chegou filha! - riem ao ver a alegria de Vitória.
— Pensei que iria almoçar com seu amigo...- sentam-se.
— Não! Só fui cumprimentá-lo.
— Entendi!
— Oi! - pega a filha no colo. Pula aqui filha...- segura a mão dela para ela pular no sofá. Vitória! - a bebe faz birra porque quer pular no chão. Não faz isso que você se machuca!
— Filha...- Paula tenta falar com ela mas ela grita. Vitória, o que é isso? - se levanta até ela. Para com isso! - a segura. Vitória! - a bebê a morde. Já chega! - a segura no colo e bate levemente na boca dela. Parou com isso! Já chega mocinha... Chega de gritos! - ela começa chorar. Sua teimosa! Não estamos falando que não é para pular ali? - sai para cozinha com ela.
— Ela está ficando terrível! - respira fundo. Muito teimosa.
— Não quer mais ir com a Paula!
— Percebi! Nem vou lá para não me irritar... Não gosto que Paula bata nela, mas também não é certo ela agir assim!
— Exatamente! Deixa Paula corrigir...
— Olha os gritos...- escutam a bebê.
— Eu vou ser obrigado a ir! - se levanta e sai atrás delas.
— Briga em 3,2,1...
— Vira essa boca para lá! Deixa eles...

Vitor se aproxima e vê Paula tentando acalmar Vitória, mas ela é irredutível e grita principalmente quando vê o pai.

— Vitória...- ele se abaixa. Não! - ele segura ela quando ela tenta vir para o colo dele. Papai não está gostando disso! Pare de gritar filha...- passa a mão no rosto dela. Calma... Calminha Vivi! Papai e mamãe estão aqui! Não precisa fazer escândalo. Para que isso minha filha?
— Olha para mamãe...- a vira para si. O que você está fazendo é muito feio! Vamos ficar tristes...- acaricia os cabelos dela. Não pode morder a mamãe, nem gritar assim...

A bebê pede água e Paula deixa Vitor pegá-la no colo. Dão água a ela que se deita no colo do pai.

— Vou fazer ela dormir! - se retira para o outro andar.
— Isso é normal Sol?
— Sim... E vocês fizeram o certo. Precisam ir controlando as birras, os nervosos para ela não ficar mimada.
— Sim! Isso que penso também... Mas ela está muito teimosa!
— É normal, não se preocupe.
— E aí? - Dulce e Cíntia chegam.
— Vitor levou ela para dormir!
— Ele disse na sala que não ia se intrometer!
— Mas não se intrometeu! Conversou com ela também... Foi bom! Acredito que ele tenha compreendido que precisamos trabalhar juntos na criação dela e não ele tirando minha autoridade.
— Sim!

Ajudam Sol preparar o almoço enquanto conversam sobre tudo e todo mundo. Dias depois Nilmar chega com a namorada para almoçarem e Paula sobe para chamar Vitor.

— Vi!? - abre a porta do quarto e vê Vitória na cama dormindo. Vitor? - sussurra.

Escuta o chuveiro ligado e vai até o banheiro.

— Amor...
— Oi! - enxágua o rosto ao vê-la.
— O almoço está pronto!
— Vou terminar e irei...
— Vivi deu trabalho para dormir?
— Não! Mal subi as escadas ela já estava dormindo.
— E o que está fazendo esse tempo todo?
— Lendo algumas coisas... Por que?
— Nada! - senta-se na bancada observando ele terminar. Vi que fará um show em São Paulo...
— Sim!
— Posso ir?
— Melhor não!
— Por que? - fica triste.
— Porque você está se desgastando demais!
— Mas Vitor... A Tati vai, sua mãe vai!
— Elas não vão também! É melhor você não ir...
— Não entendo você...

Ao descer da bancada acaba escorregando no chinelo e caindo.

— Paula! - abre a vidraça do banheiro e pega a toalha. Está maluca?
— Aiai! - coloca a mão no quadril.
— Se machucou? - abaixa para vê-la.
— Não sei... Puts, tá doendo!
— Vem! - pega ela no colo e leva até a cama. Espera aí! - retorna ao banheiro e enrola a toalha no quadril. Por que aqui não tem roupão!? - retorna ao quarto.
— Na gaveta!
— Enfim...- senta- se com ela. Está tudo bem?
— Está doendo muito! - fecha os olhos.
— Onde está doendo?
— No quadril! - coloca a mão.
— Deve ter sido o impacto! - passa a mão. Vou me trocar, já volto aqui.

Vitor se troca no antigo closet dela e desce para perguntar a Dulce sobre algum remédio para aliviar a dor.

— Como assim caiu? - se levanta correndo.
— Ela escorregou...- estranha. Ué...- a acompanha. Dulce, foi só um escorregão! - sobem as escadas.
— Paula! - entra no quarto.
— Oi!
— Vamos ao hospital!
— Mãe! - a encara. Só escorreguei no chinelo...
— Mas vai que ocorreu algo! Vamos...
— Não, está tudo bem!
— Paula! Ande logo...
— Mãe, não vou ao hospital porque levei um tombo!
— Deixe de ser teimosa! Vamos agora...- pega o celular e fala com um médico.

Vitor respira fundo e sai do quarto. Paula se arruma e vão até a clínica que Dulce agendou. Ao chegarem são recebidos por um médico conhecido que avalia a Paula e constata que não houve nenhuma fratura, nem um tipo de ferimento ou perigo.

— Eu te falei! - sorri olhando para ela.
— Anderson... E se ela estiver grávida? - nesse momento Paula a observa.
— Eu saberia se estivesse grávida!
— Sério!? Você esteve das outras e não sabia.
— Mãe!
— Deixe ele falar! - olham para o médico.
— Está tudo bem com Paula, Dulce!
— Ótimo! Se é assim, vamos embora...

Retornam para antiga cobertura de Paula e ela não responde a mãe durante todo o caminho. Vitor estranha as duas, mas resolve não se intrometer. Cíntia os recebe já com Vitória acordada que vai para o colo do pai.

— Paula, não vai comer? - observa a esposa subir as escadas.
— Não!
— O que houve Dulce?
— Não sei! - vai para a cozinha.
— Segure aqui Cíntia... Vou saber o que acontece! - entrega a filha e segue Paula.

No quarto ela se deite e ele se aproxima.

— Pulinha...- deita-se com ela. O que houve?
— Nada...
— Você ficou chateada com algo! Fui eu?
— Não...
— Então diz!
— Você acha que uma mulher pode não saber que está grávida?
— Que pergunta é essa? - ri a aconchegando perto dele.
— Vitor...- o abraça. Existe essa obrigação da mulher sentir quando está grávida...
— Não, não! Gravidez não deve vir carregada dessa obrigação... Nenhuma mulher é igual a outra e nenhuma deve se sentir obrigada a sentir tudo como a outra. Você é única! - beija a cabeça dela. Mas porque isso? - a afasta para vê-la.
— Vitor...- respira fundo. Mamãe desconfia que eu esteja grávida! - olha para ele.
— Você!? - sorri. Mas... Meu Deus! É sério?
— Eu não sei! - riem. Fico me sentindo mal por não sentir se realmente estou ou não!
— Pulinha, isso não tem nada ver! Por que não fazemos o exame?
— Eu não sei...
— Paula! Vamos fazer o exame...
— Agora? - pensa.
— Compramos em uma farmácia! - se levanta.
— Vitor, não se anima tanto! E se eu não estiver? - faz o mesmo.
— A gente tem que descobrir! Vem...

Vão a uma farmácia sem avisar ninguém no apartamento. Vitor desce ansioso para comprar o teste de gravidez e ao retornar ao carro Paula ri.

— Três?
— Para termos certeza! - riem. Mas mesmo assim é melhor fazer o exame de laboratório!
— Sim...

No caminho demonstram o nervosismo. Ter mais um filho estava nos planos deles, mas era sempre uma novidade que eles não conseguiam segurar a aflição. Ao chegarem na cobertura Cíntia os questiona para onde foram, eles a chama para subir e entram no quarto.

— Aguardem! - entra no banheiro.
— O que está havendo?
— Dulce desconfia que Paula esteja grávida! Fomos comprar testes para ver...- acaricia a filha que está em seu colo.
— E você fala isso com essa normalidade? Meu Deus! - corre para porta do banheiro. Paula! Anda...
— Calma! - riem.
— Espera aí que já saio! Não é fácil fazer xixi assim...
— Abre a torneira Pulinha, faz algo!
— CALMA!

Alguns minutos depois ela sai com o resultado em mãos. Cíntia e Vitor se aproximam dela ansiosos e a questiona. Paula entrega os resultados e se senta na cama.

— Não deu! - diz triste.
— Espera! - observa os testes. Que cor é essa Vitor?
— Eu...- pega a caixa para ver. Não sei! Não tem nada sobre essa cor aqui! - lê.
— Gente! Não deu... Não estou grávida! - pega a Vitória e saem do quarto.
— Não pensei que ela ficaria triste...
— Ela quer muito isso, Vitor!
— Vou falar com ela... Toma! - entrega os testes na mão de Cíntia e sai. Pulinha! - corre até ela. Espera aí...

Se aproxima dela a abraçando. A acaricia até que ela entenda que está tudo bem.

— Vai chegar o momento! - sorri. Viveremos isso novamente em algum novo momento! Confie...
— Eu confio! Está tudo bem para você?
— Claro que está Paula! Estou tranquilo...
— Oi! - olha para filha apontando pra foto do cachorro. Sim, meu amor... É o Flokinho! - ri.
— E essa aqui filha? - aponta.
— "Mama" - olha para mãe.
— Isso! - riem.
— Tudo bem!? - Cíntia chega.
— Sim! - sorri. Vamos almoçar antes que mais alguma coisa ocorra e a gente não consiga! - riem.

Se dirigem até a cozinha e sentam-se á mesa com todos. Vitor demonstra um carinho sem igual para com a esposa, a deixando em paz.

— Nem chama! - Nilmar chega com a namorada.
— Pensei que haviam saído novamente... Como vai? - cumprimenta a nora. Sente...
— Muito bem, obrigada! - Nilmar puxa a cadeira para ela sentar. Amor, Vitor é meu cunhado... Você não o viu ontem!
— Olá! - sorri para Vítor que a cumprimenta balançando a cabeça apenas.
— Vitor...- senta.
— Sim, Nilmar?
— Natália é filha de um antigo piloto seu...
— É? Ah...- pensa. É... Filha do Pedro!
— Sim...- sorri novamente.
— Que mundo pequeno...- diz Paula.
— Sim, amor! Pequeno...

Vitor come incomodado com algo que não havia conversado com Paula ainda e a chegada de Nilmar só o fez se recordar. Ao terminarem ele a chama para subirem para o quarto. Ajuda-a banhar a filha e a faz dormir. Paula desce para buscar sorvete para si e retorna ao quarto sentando no sofá com Ele

— Quer sorvete, Vi? - oferece.
— Não... Obrigada! Pulinha...- se ajeita. Precisamos conversar uma coisa...
— Não gostei do tom da sua voz! - o encara.
— É... Mas precisamos conversar isso logo!
— O que é? - coloca o sorvete de lado.
— É sobre a namorada do seu irmão!
— O que tem Natália? Você já sabia que o pai dela era seu piloto?
— Já sim! E conheço Natália há alguns anos...
— Como assim? Pelo pai dela?
— Também!
— Não entendo...

Ele a observa e pensa em tudo que precisa dizer, mas teme.

— Vitor? - o observa perdido.
— Hum?
— Conta de uma vez!
— Eu e Natália já saímos juntos! - se levanta do sofá.
— Pera aí! - se levanta. Como é que é? Você teve um caso com minha cunhada?
— Não foi bem um caso...- lembra.
— Não importa! - vai para cima e dá um tapa no braço dele. Qual mulher você não saiu? Hein!? - o belisca.
— Uai, Paula! - se encolhe. Que isso?
— Afff! - respira fundo. Não estou acreditando... Você foi para cama com ela, Vitor? - o encara novamente.
— Pulinha...
— Foi? - o belisca novamente. Responde logo!
— Aí Paula! - se afasta dela.
— RESPONDE!
— Olha Vitória...- vai até a filha.
— Vem aqui...- o puxa pelo braço e joga sentado no sofá. Não vou perguntar de novo!
— Nã...
— Foi! - o interrompe. Você está mentindo!
— Não estou!
— Está mentindo sim! Eu te conheço...
— Pau...
— VOCÊ ESTÁ MENTINDO!
— Ok, ok! Estou... É que não lembro!
— Não importa ! - bate nele. Você viu ela nua! Ela viu você... Aí que raiva!
— Pulinha isso tem muito tempo! E foi tão rápido... Eu nem lembrava!
— Vitor, me poupe! Meu Deus... Não poderemos ir a lugar nenhum que você já vai ter saído com alguma mulher!
— Você já está exagerando! - tenta se levantar, mas ela o empurra novamente.
— Fica sentado! - o adverte. Preciso pensar no que vou fazer...- respira.
— Nada! Não tem nada para ser feito...
— Cala boca!
— O que?
— É o que você ouviu! Sabe o que é agora encarar minha cunhada e saber que ela transou com meu marido? Não importa se antes de mim ou não.
— A gente já existia...
— VOCÊ ME TRAIU? - joga uma almofada nele.
— Não! Não, claro que não! Amor, senta aqui... Deixa eu te falar toda história.
— Não me chama de amor! - aponta o dedo para ele. Sai daqui antes que eu quebre esse vaso em você! - aponta para o vaso.
— Paula! Paula pare de drama...
— DE QUE?
— Paula... Não me faça perder a paciência.
— SAI!
— JÁ CHEGA! - a segura pelo braço. Pare de gritar se não quer que eu grite com você... - a encara seriamente. Você tem que me ouvir! Senta ali agora...- a solta e ela se senta. Isso aconteceu em 2009! - recolhe as almofadas que ela jogou nele. Nos conhecemos pelo pai dela, peguei o número dela, saímos algumas vezes e eu não lembro se a gente transou! Eu bebia... Não sei como acabava as coisas.
— Ela gostava de você?
— Eu não sei! Nunca gostei dela e ela sabia.
— Como você conseguia dizer a uma mulher que só queria transar com ela?
— Eu nunca disse isso! Só dizia que não amaria e que jamais poderia criar expectativa.
— É a mesma coisa!
Não! Seria cafajeste da minha parte iludir as mulheres... Mas eu não fazia isso.
— Homem não pensa no que diz!
— Que seja! Mas ela não significa nada para mim... Só te disse isso para não acabarmos brigando quando você descobrisse. Você me pediu no seu aniversário para não brigarmos... Estou fazendo minha parte.
— Nilmar precisa saber!
— Não, amor... Deixa eles!
— E se ela estiver com ele só para se aproximar de você?
— Não sou também o último biscoito do pacote! - ri. Pare com isso... Ela está com ele por ele! Não por mim. Não pense besteiras...
— Ele precisa saber!
— Não vamos contar! Ela quem vai. Não sabia que era ela... E talvez ela pensou que não nos bateríamos por aqui. Ela vai contar a ele agora que a gente se viu.
— Conhece tanto ela assim? - se levanta.
— Paula...- a segura. Pare com isso! - se aproxima dela. Estou te contando para não existir segredo nenhum entre a gente e não para você pirar com uma coisa sem importância para mim!
— Era bom?
— O que?
— Sair com ela, dormir com ela! Não existe segredos entre a gente, não é!? Então diga...
— Não era bom... Porque eu nem lembro! Só sei que era ela. E eu achava que o nome dela era Natali e não Natália. Devo ter chamado ela o tempo todo errado!
— Sei! - se solta dele.
— Onde vai, Pulinha?
— Depois eu volto, olhe Vitória! - sai do quarto.

Paula para no corredor e pensa no que vai fazer. Olha para porta do quarto do irmão é escuta a televisão ligada. Resolve ir até lá e abre a porta sem pedir permissão, encontrando os dois se acariciando no sofá.

— Oi! - sorri.
— Paula! - se assusta, arrumando-se.
— Quero falar com Natália!
— Comigo? - teme.
— Sim! Um papo de cunhadas...- mente.
— Vai Nat! Paula não morde.
— Não mesmo!
— Eu vou...- se levanta. Já volto, amor!

Assim que ela sai caminham até a cobertura e Paula indica para que ela se sente. Percebe que Natália já sabe do que se trata e não consegue olhar na cara dela.

— Natália...
— Ele já te falou?
— Já!
— Eu não sei como contar ao seu irmão! Tenho medo dele terminar comigo por saber que eu nunca contei isso a ele.
— Você dormiu com Vitor?
— Duas vezes! Mas foi dormir mesmo... Ele é porre! - percebe o que disse. Ah, desculpa!
— Você transou com meu marido duas vezes?
— Não! - olha para ela preocupada. Nem chegou a tanto... A gente só saiu três vezes. Dormimos no mesmo local, mas nem chegou a acontecer mesmo, mesmo. - Paula encara ela. A gente não chegou aos finalmente... Desculpa! É vergonhoso dizer isso. Mas eu não sinto nada pelo teu marido! De verdade. Só saímos para beber... Ele nunca me iludiu, sempre deixou claro. E...
— O que? - se senta na frente dela.
— Paula, ele sempre deixou claro que amava uma outra mulher.
— Hum...
— Não estou mentindo! Eu te juro. Ele falou que te amava! Esse foi um dos motivos para gente não transar, não tinha nem clima depois que ele começou a falar disso.
— Então... Você não viu meu marido nu?
— Só de cueca! Foi o máximo.
— Ele falou que me amava?
— É... Você estava ficando conhecida, ele falou sobre ser a mulher que cantava pássaro de fogo... Eu não te conhecia! Nem sabia que vocês se conheciam há tanto tempo assim.
— É...- se levanta. Conte ao Nilmar Natália!
— E se ele me deixar? Realmente gosto muito do teu irmão.
— Eu só sei que você precisa dizer a ele! Se você demorar, eu direi... E será pior!
— Eu vou contar Paula! - se levanta.
— Ótimo! Ah... Vitor não te viu nua né?
— De roupão, o máximo que ele me viu. Me dispensou antes que eu tirasse! E foi bom ele ter feito isso.
— Natália, espero que você esteja dizendo a verdade. Vitor não mente para mim!
— Eu estou! Sair com seu marido foi um erro na época. Eu fazia isso porque estava carente também e ele era Victor Chaves, não vou mentir. Mas só quem ama ele mesmo para suportar!
— É... Pode ir!
— Paula, se o seu irmão me deixar...
— Eu converso com ele!
— Obrigada! - sorri. Sei que isso ter ocorrido vai abalar nossa relação, mas você é uma pessoa muito bonita de alma.
— Está tudo bem Natália! Estou casada com Vitor, não tem o que abalar.
— Sim! Eu... Vou indo!
— Vai...

Ela se retira e Paula espera um tempo até fazer o mesmo. Vitor está lendo uma revista quando ela entra no quarto. Ele a observa se aproximar e se encolhe, os beliscões ainda doíam.

— Se Nilmar te procurar, diga a verdade!
— Você foi falar com Natália? - fecha a revista.
— Você não lembra mesmo o que ocorreu?
— Vagamente e eu já te falei o que lembro.


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Notas finais do capítulo

Desculpem a sempre! E tem muita coisa para acontecer ainda hahaha



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