Juntos Por Ela escrita por Little Flower


Capítulo 5
Volta a escola


Notas iniciais do capítulo

CAPÍTULO EDITADO :)



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[Tris]

— Após terminarmos aqui vamos deixa-la na casa da Sra. Brown — digo a Tobias que concorda com a cabeça. A Sra. Brown é uma mulher de 50 anos, confiável e bondosa. A pessoa perfeita para cuidar do bebê. Ela se mudou para nossa vizinhança há muitos anos.

Ele está com Nita em seu colo, usando seu abdômen como apoio. Ela está com os cantos da boca lambuzado de marrom claro, da papinha de frutas, eu rio enquanto limpo. Kyle recomendou que déssemos outras coisas além de leite. Já que ela estava na fase. Tobias está se limitando a falar hoje. Ele parece não estar bem. Porém não me arrisco a perguntar.

Eu ergo meus olhos de tempos em tempos para verificar se sua expressão mudou, mas permanece a mesma. Eu não sei porque isso está me incomodando tanto. Talvez passe daqui alguns minutos...

Suspiro.

O pensamento de que Lynn esteja envolvida em seu humor me irrita um pouco. Não é possível que ele sinta sua falta depois de tudo o que ela disse! Se for, o conceito que tenho de que ele é um idiota prevalece.

Eu estou satisfeita pelo fim deles. Entretanto não posso dizer se esse fim não terá um ' recomeço '. O que suspeito que sim. Eu o odiaria eternamente caso isso acontecesse, resultando em esgotar a sua cota.

Afasto esses pensamentos da cabeça. Estão me perturbando.

Faço besourinhos para Nita arrancando gritinhos da mesma. Isso traz uma sombra de humor a face de Tobias.

— Eu pensei em alguns nomes... — murmura ele de repente. Eu que estava olhando para Nita, o encaro surpresa.

— Mesmo? — eu digo entusiasmada e um pouco aliviada. Com as sobrancelhas arqueadas.

— Arrã.

— Quais? — eu realmente estou interessada em saber.

— Ana. Clara. Sophia. Charlotte... — retoma o fôlego — Então o que você acha?

— São nomes bonitos. — penso um minuto, refletindo sobre cada um deles. — gosto de Ana e Clara.

— Hum. Você gosta de nome composto? — eu aceno com a cabeça. — Ana Clara fica ótimo. Não acha? — conclui, sorri e eu retribuo. Eu que de início não gostava da ideia de trocar, estou animada com o nome.

— Sim. É lindo. — ele vira Nita, que agora se chama Ana Clara, em pé de frente para ele.

— Você gostou do seu novo nome? — sua voz é suave.

Em resposta ela balbucia e dá pulinhos. Inconsciente a pergunta. Ela usa um conjunto verde oliva com detalhes em corações vermelhos.

Paro tudo o que estava fazendo para observá-los.

Eu o vejo com ela, o quanto ele parece estar feliz agora, neste momento enquanto a fita. Ambos imersos ao mundo. Somente numa bolha os dois. Brincam juntos e eu me pego sorrindo.

E eu tenho uma pergunta. O meu sorriso some de repente com o seu surgimento.

E quando a escola acabar? E quando cada um decidir seguir seu rumo? Porque é evidente que Tobias e eu não almejamos cursar a mesma coisa. Sem contar a universidade. Onde e com quem Ana ficará?

Minha mente limitada não havia me dado oportunidade para pensar a respeito direito. Boba! Digo a mim, enraivecida por minha própria estupidez. É algo totalmente sério e relevante ao extremo, agora que estou mais lucida. Eu fui consumida pelo desespero de perde-la. Deus! Exclamo novamente. Aposto que Tobias com seus poucos neurônios não tinha visado esta parte da história também... Devo me acalmar, é desnecessário xingá-lo.

Um terror avassalador esmaga meu coração, me tirando o ar. E uma enxurrada de pensamentos semelhantes aos de antes me atinge, meus olhos ardem com as dúvidas. Eu quero chorar, sinto que estou perto disso.

Levanto-me com um suspiro longo, tentando parecer calma, eu tenho a sensação de que Tobias está me acompanhando com os olhos, o que me incentiva a ser mais cuidadosa em meus atos. Há um nó em minha garganta me impedindo de engolir... ponho o pote da papinha na pia e enxaguo a colher miúda.

Pigarreio.

Não vou mais pensar nisso por enquanto, falo para mim mesma, assim me tranquilizando aos poucos. A coerência voltando.

Viro-me e sorrio.

— Vamos?

[...]

Ainda estou me acostumando com a ideia de ficar longe de Ana cinco horas por dia. Ela é muito importante para mim, demais... É tão natural pensar em seu novo nome, é uma coisa maravilhosa, pois é como se ela deixasse de pertencer a sua origem verdadeira para se tornar nossa.

Nossa. O que será que isso significa?

Encolho os ombros.

Não faço ideia.

Eu estou sentindo sua falta. Foi extremamente assustador para mim deixa-la por mais que confie em nossa adorável vizinha. Especialmente agora que o Sr. Turner, professor de biologia está explicando sobre o tema: células reprodutivas. E minha mente vaga. Sobre minha menina.

Eu rio fracamente.

Garotas normais da minha idade, estariam preocupadas com coisas banais, como cabelo, maquiagem, roupas de marca estilo Gucci, e garotos. Os pensamentos fúteis inalteráveis de sempre... Ou os nerds, preocupados com as avaliações. E não bebês, leite e papinha.

Entretanto eu nunca fui classificada como uma pessoa comum. Meus pais sempre me disseram que eu era única. Que eu era muito inteligente. Eles também me fazem falta. Porém não tem previsão de quando eu poderei vê-los. Há dias que não nos falamos.

Reflito como eu ' amadureci ' de um dia para o outro, literalmente. Eu sinto um pouco de orgulho de mim mesma. Eu sorrio enquanto folheio o livro cumprido de biologia a procura da página que ele acabou de proferir. Eu não sei como consigo prestar atenção. E capturar a indicação dele.

Christina está há dois assentos longe. Eu estranho, já que é costume ela sentar ao meu lado. E ainda não me cumprimentou. Talvez ela ainda esteja brava por eu ter vindo com Tobias e não com ela e Will como tínhamos combinado. Estou me referindo a Christina. O drama em pessoa. Apesar de ser uma pessoa bastante ' realista '. Eu prefiro pensar nela como ' bipolar '. Ela detesta essa expressão.

Tobias está ao final da fileira à minha direita, de braços cruzados, encarando fixamente sua frente e absorvendo cada palavra pronunciada pelo professor. Sem se dar ao trabalho de ver no livro. Deixando-me intrigada. Depois de alguns segundos ele me flagra olhando-o por sobre o ombro e dá uma piscadela ao mesmo tempo em que os seus lábios se esticam num sorriso divertido.

Eu dou língua. E nós dois rimos.

Madura, jura? Minha mente ironiza.

Quando volto minha atenção a aula o professor está a minha frente. Opa. Ele está me olhando por debaixo de seus óculos redondos. Ergo meus olhos para encará-lo.

— Srta. Prior? Algo que queira compartilhar conosco?

Droga!

Pigarreio.

— Hum. Não Sr. Turner. Desculpe. — eu digo e sorrio amarelo.

Ele assente e volta para seu antigo posto. Ouço algumas risadinhas de diversos pontos da sala. Rolo os olhos.

Não me arrisco a olhar para Tobias de novo.

[...]

Após o habitual ataque dramático por parte de Christina sobre a carona. A mesma conta a novidade aos nossos amigos sobre Ana. Eu tinha em mente que ela faria exatamente isso, mas não fico chateada. Estamos no refeitório em nossa mesa de sempre. Todos com sua bandeja em frente a seu respectivo dono.

Uriah. Marlene. E Al se entreolham.

— Um bebê? Jura Tris? — Uriah.

— Eu desejo vê-la! — Marlene pede com os olhos brilhantes.

— Eu acho uma atitude admirável. — Albert.

Eles aceitam de primeira. De qualquer forma não afetaria nada em minha decisão se não tivessem concordado, só que seria mais difícil prosseguir sem eles e é muito mais fácil com seu apoio.

— Como é o nome dela? — pergunta Uri com um braço ao redor dos ombros de Marlene. Este é um dos problemas de nosso grupo de amigos, todos namoram. Mas no início éramos todos amigos, o que não mudou. Eu sei que no fundo eles torciam por Al e eu. Mas não existe nada além do amor fraternal que sinto por ele.

Meus olhos se iluminam ao pensar em minha menina. Mas Christina diz antes que eu possa abrir a boca.

— Ni... — eu a interrompo.

— Na verdade é Ana Clara, agora. — eu a olho e ela faz uma carranca.

— Porque você não me contou?

— Porque você não deu chance... — rolo os olhos.

Chris bufa.

Por impulso viro meu rosto por sobre o ombro e tenho a visão da mesa onde Tobias costuma sentar com seus amigos populares há 6 metros. Estão quase todos lá. Peter. Zeke. Max. Eric. Shauna, namorada de Zeke. Eles dois são os que menos detesto. São suportáveis. Até porque ele é irmão de Uriah. Falta apenas as duas irritantes. Lynn e Molly. Tobias está lá também. E posso ver o clima tenso que se estala sobre os seis. Talvez ele esteja abordando o mesmo assunto que eu. Ana Clara.

Bom.

Ninguém parece estar zangado e nenhum levanta da mesa. Então deve estar tudo bem.

Suspiro e volto para os meus amigos. O tempo em que vejo Lynn e Molly sendo seguidas por garotas com o uniforme igual e sentarem numa mesa oposta aos seus amigos. Ela sentava com eles somente por causa de Tobias. Eu noto agora. Mas ela não deixa de ser importante na classe social da escola. Ela é líder de torcida. Grande coisa! Rolo os olhos discretamente.

— É um nome muito bonito, Tris. — assente Mar.

Eu sorrio.

— Obrigada, Mar. — eu digo.

— Ainda permaneço com o conceito de que eles são loucos! — Christina solta e suga o suco de morango da caixinha pelo canudo.

— De fato. — concorda Uriah. — Eu estou surpreso com isso tudo. Mas todos desta mesa sabem que nossa querida Tris não volta em nenhuma decisão certo? — todos concordam com um aceno breve de cabeça.

Eu rio.

— Mas vocês precisam conhece-la! O bebê mais fofo do mundo! — diz Christina com um olhar leve e doce.

— Podemos ir depois da escola o que vocês acham? — Al sugere.

— Oh, claro! — Marlene se manifesta prontamente e olha para Urih.

— Fechado. Estaremos em sua casa as seis Tris.

— Muito bem.

Passados alguns minutos conversamos sobre amenidades como em todos os dias. E notamos a ausência de Will.

— Onde está Will, Chris? — pergunta Al por nós.

Christina termina de mastigar um pedaço de pizza de calabresa e responde.

— Ele teve um probleminha e teve que ir para a casa. — diz ela.

— Oh, espero que não seja nada grave.

Uma menina de cabelos encaracolados e óculos redondos médios nos entrega um jornal, o da escola. Um conjunto de fofocas, casos verdadeiros ou não.

Tobias está constantemente nele. Sua face estampada nas páginas principais. Por conta dos jogos também, que estão aproximando. E algumas que posou ao lado de Lynn enquanto namoravam.

Não gosto dessas fotos.

Suspiro.

[...]

O sinal toca e eu ando apressadamente para colocar meus livros em meu armário. Encontrando Christina, estou ansiosa para reencontrar Ana...

— Calminha Tris.

Eu rio.

— Você vai comigo e com o Al? — ela teve que arrumar outra carona para ir para casa.

— Não eu vou ver com o Tobias... — eu digo fechando a porta do armário e me virando para ela.

Ela arqueia uma sobrancelha.

— Não pense bobagem Christina! — finjo estar brava.

— Eu não disse nada, minha adorável amiga Tris! — levanta as mãos em forma de rendição.

— Como se eu não soubesse hein?

— Eu tenho a breve impressão que esse bebê vai unir vocês dois. — diz sonhadora com os olhos brilhantes.

— O que é isso agora, Christina? Que besteira! — meneio a cabeça e começo a andar sozinha. Irritada pelo seu comentário. Eu o odeio.

— Uma intuição apenas. Não precisa ficar nervosinha. — ela se desculpa caminhando atrás de mim.

Eu grunhi.

— Fique com raiva se quiser, mas eu ainda os verei juntos e você vai esquecer esse ódio mortal do bonitão. — ela suspira no final.

Balanço a cabeça. Sem paciência para rebater.

Caminhamos juntas até o estacionamento. Nos despedimos, eu com uma carranca e ela anda em direção onde Al está, ele acena para mim que retribuo. Procuro Tobias com os olhos entre os diversos alunos espalhados pelo lugar.

Alguns minutos se passam e eu cruzo os braços. Eu devia ter falado com ele antes.

Tenho um vislumbre de alguém que estava com a mesma camisa preta de Tobias passar para de trás de um jipe. Aperto os olhos. Não consigo ver direito.

A curiosidade é mais forte e me leva até a figura, que não está só. Ambos comprimidos contra a lateral de uma van verde estilo exército camuflada pelo jipe. Ambos com os lábios unidos e ela com a mão entre os fios claros do cabelo dele.

Perco o ar quando noto quem são. Eu os conheço muito bem. Não. Não pode ser! Eu os vi terminar! Eu quero estapeá-lo com toda a minha força. Mas porquê? Eu não sou nada. Será que aquilo tudo que vi foi uma cena ridícula planejada? Mas para que fingir?

Eu o odiarei eternamente. Meu sangue ferve, eu quero gritar para que eles se separem e acabar com aquela palhaçada. Dizer que o que ela jogou em sua cara foi razão suficiente para não querê-la mais!

Mas tenho outra ideia.

Eu me viro sem me importar se fiz barulho ou não e alcanço Christina e Al, que por alguma razão não tinham partido ainda. Com uma raiva crescente em meu peito. Meus olhos queimam, não consigo identificar o que estou sentindo além da raiva, mas há algo mais. Eu pensei que ele estava mudando. Que havia se dado conta do erro que foi aturar aquela garota durante todo esse tempo... Christina me analisa, se certificando se está tudo bem. Eu minto. Espero que tenham acreditado.

Entro no carro de Al e vou no banco de trás. Com meus olhos ainda queimando... Argh!

Ele é um idiota.


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Notas finais do capítulo

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