A Arma Escarlate - O Muiraquitã. escrita por NahHinanaru


Capítulo 4
Capitulo 4 - Férias, problemas de família.


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, tem gente que não entendeu ainda, o Índio nao narra com sotaque, ele só fala com sotaque.

Segunda coisa, me desculpem a demora, tava de castigo.

Terceira, esse é o capitulo mais seco, mas é dificil por piadas na familia OuroPreto, convivam com isso.

Quarta, a mãe do Índio já perdeu todo o sotaque por conta de falar com muitas pessoas diferentes.

hauahuahauhauhauah

Agradeço principalmente ao Leo que fez outra montagem pra fanfic ^^ Thanks.

E a Steph tbm. Efim é isso. Boa Leitura.



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Em casa.

Eu realmente não sei se eu gosto de férias, ou não. Acho que por estar acostumado com toda movimentação da Korkovado, ás vezes fica quieto demais aqui em casa, no entanto é exatamente essa calmaria que me agrada.

Algumas vezes nessa semana acompanhei minha mãe no serviço dela, não por muito tempo, não posso atrapalhá-la, e os outros dias que preferir não sair de casa, fiquei lendo livros sobre leis azêmolas e seus conflitos com as leis bruxas.

Estava deitado na minha cama lendo meu livro e comparando ele à constituição azêmola, quando escutei alguém batendo a minha porta.

Me levantei, fui até a porta, e abri-a:

–Oi filho. – então vi minha mãe. Sorri e abracei-a. Eu sentia falta dela, sempre tão ocupada, quase nunca a via por aqui, provavelmente era algo importante.

–Oi Mãe, bem? – perguntei olhando minha mãe, sempre achei ela muito sofisticada, o tipo de mulher linha dura.

–Sim. – disse ela em um misto de seriedade e carinho com o papel que estava em mãos. – olha só que acabei de receber.

Ela então me entregou uma carta, peguei ainda sorrindo e li.

Era uma carta simples, com uma caligrafia bonita, que vinha de minha avó, nela vinha mais de um parágrafo dela reclamava que nunca mais tínhamos ido vê-la, e as duas ultimas frases, ela nos convidando para passar Natal e Ano Novo na casa dela em Minas Gerais.

Fazia bastante tempo mesmo que não via meus avós. E suas historias malucas pra assustar as crianças da família.

Quando terminei de ler minha mãe me perguntou:

–O que você acha? Devemos ir?

–Não tá muito ocupada? – perguntei preocupado com o trabalho dela.

–Posso girar pra casa de sua avó a tempo do jantar, estou perguntando por sua causa. – me explicou ela sorrindo calma, eu havia me esquecido como eu amava o sorriso dela. – Nos momentos que não vou estar por perto. Provavelmente você deve querer ficar sozinho.

Então entendi onde ela estava querendo chegar, ela queria ir mas sabia que talvez eu preferiria ficar sozinho.

–Claro que podemos ir. – respondi por fim.

Ela então saiu pela porta e me olhou de novo antes de ir embora e disse:

–Havia me esquecido de como você cresceu.

Eu realmente fiquei feliz ao notar o olhar dela, mesmo as raras vezes que nos falávamos, continuássemos com diálogos curtos, para mim, aquele sorriso raro e sincero dela me deixava calmo, me fazia sentir saudades de algo que eu não tinha dela. Tempo.

–-------------

Em Minas Gerais.

Algo que eu e minha mãe temos em comum, a pontualidade.

Tanto éramos rigorosos com nossos horários que chegamos até antes do esperado na casa de meus avós em Minas Gerais na semana seguinte.

Entramos pela porta, minha vó estava lá, sentada na poltrona da sala ouvindo musicas antigas, sobre amores e poções do amor. Meu avô provavelmente estava em seu escritório revivendo alguma guerra bruxa que ele provavelmente deve ter vivenciado, mas que não sabemos exatamente qual é. Por que na mesma guerra ela perdeu parte da sua memória.

Uma prima de segundo grau da minha mãe também estava lá, ela, o marido dela e o filho, exatamente o tipo de pessoas que o Viny não suportaria.

O filho deles estudava na escola do centro-oeste, o conheci durante meu intercambio, e devo admitir, ficar acompanhado dele o tempo todo em que estive na escola de Brasília, até me fez sentir uma mínima saudades da Nádia. Pelo menos ela tinha senso de humor.

Primeira coisa que fiz ao chegar lá foi guardar minhas coisas, a casa dos meus avós era grande, ninguém teve a necessidade de dividir quartos, o que era ótimo levando em consideração que se a situação fosse outra eu teria de dividir quarto de novo com ele, o Aloísio.

Estava terminando de colocar minha ultima camisa no guarda roupa, quando ouvi alguém batendo a porta, percebi que era uma serviçal da minha avó.

–Sinhô OuroPreto o chá da tarde está pra ser servido.

–Obrigado. Já vou. – respondi.

Quando cheguei na sala de jantar, foi então que vi minha mãe atolada de papeis em mãos, batalhando para tomar um café azemola, e equilibrar uma pasta na cadeira do lado, então entendi que esse era o preço que ela estava pagando por tentar nos agradar. Eu sabia que logo ela teria de voltar para Brasília, quando ela terminou de ler o ultimo papel que estava parado em frente ao seu rosto por mágica, ela apontou a varinha para toda a papelada que sumiu e sorriu ao perceber que eu era o terceiro a chegar a mesa. Perdemos somente para vovó.

Logo meus tios de segundo grau chegaram, era obvio que era um casamento sem futuro, eles nem se olhavam no rosto, até mesmo para pessoas menos calorosas como eu, eles eram um casal realmente frio.

Meu avô logo chegou me perguntando sobre a escola e meus estudos. Respondi o básico.

–Tá tudo bem.

Minha mãe sorriu e voltou para sua tortilha de abóbora, quando ela nos informou:

–Terei de ir ver como estão as coisas em Brasília, volto ainda essa madrugada.

–Mas ocê acabou de chegar! – reclamou minha avó.

–E logo estarei de volta. – sorriu minha mãe carinhosa, tentando convencer minha avó que estava tudo bem.

–E Aloísio? – perguntou minha avó para meus tios.

–Saindo com aquela garota que ele conheceu no inicio das férias. – respondeu a mãe dele com cara de nojo.

–Ele arrumou uma namorada? – perguntei cético. Se ele conseguia qualquer outro conseguiria.

–Sim, uma fiasco. – respondeu agora o pai dele, completando. – educamos bem o rapaz pra ele se engraçar com uma fracassada.

Achei a semelhança entre os pais de Aloísio, ambos eram podres de preconceito.

–Não diga isso, a família dela é bem conceituada, ocê sabe muito bem. – respondeu meu avô.

–Ah claro. Que conceito é esse onde poucos da família nascem mágicos? – disse minha tia.

–A conversa está ótima, mas eu tenho que ir. – disse minha mãe levantando-se cortando o assunto, os outros olharam torto para ela, mas será que só eu via o sacrifício que minha mãe estava fazendo em estar ali?

Ela não deu muita importância aos olhares, quando absolutamente do nada, ouvimos um grito alto de vozes vindo do lado de fora da casa.

Quando notamos que toda essa movimentação vinha parte do jardim e do portão.

Me levantei sacando minha varinha, minha mãe e meus avós fizeram o mesmo, saímos todos correndo para o jardim da casa.

Os Gramulli de Jardim, eram como cachorros guardiões de Jardim, com cara de ratos, corriam pelo portão puxando as barras das caças de alguém que gritava apavorado, logo notei que era meu primo Aloísio, o ser que estava sendo empurrado contra o portão fechado, e também que haviam muitas daquelas criaturinhas de jardim penduradas nas roupas do homem que ameaçava meu primo, com uma varinha apontada para a cara dele, o cara chutou algumas Gramulli que tentavam roer seus joelhos.

Os olhos do homem barbudo eram sedentos por sangue, e a cada palavra de ódio que eram cuspidas na cara de Aloísio, podia ver sua varinha brilhando em um azul intenso, e algo pendurado em seu pescoço brilhar forte o mesmo azul da varinha, as palavras de morte que ele proferia eram impossíveis de serem escutadas, pois os animais de jardim urravam para ele ao mesmo tempo. Levantei minha varinha. pronto para afastar o homem de cima dele, mas um jato vermelho atrás de mim vindo da varinha da minha mãe o acertou primeiro, fazendo-o cair.

Ela apoiou a mão em meu ombro e disse:

–Nada de feitiços fora da escola.

Concordei com a cabeça e fui junto a minha avó para abrir o portão.

Colocamos um Aloísio em choque para dentro quando o agressor se sentou e disse:

–Ocê acha que pode escapar ileso só porque é de família superiô? – disse o velho com o R arrastado.

–Acho que sim velho. – disse uma voz feminina da esquina da rua. Olhei para direção no qual ela vinha andando, era uma moça vestida com um capuz negro. – Eu realmente não agüento mais isso!

Ela então andou mais depressa e acertou o nariz do velho bruxo com um soco no nariz.

Ele a empurrou fazendo ela se enroscar numa parede cheia de plantas.

–Desgraçado. – ela empunhou uma varinha estranhamente familiar, e gritou: - Oxé!

O velho então caiu no chão desmaiado, por ter caído de mal jeito e batido a cabeça na quina da calçada.

–Ótimo, mereço. – disse a garota tentando levantar o velho. – Aff... – Bufou ela em meio aos esforços.

Então ouvimos passos mais atrás dela.

–Ocê matô ele? – Gritou o homem para ela.

–Cala sua boca ou eu mato é você! Esse desgraçado que não sabe cair! – disse ela puxando, o homem do chão, com ajuda agora.

O homem que ajudava carregar o velho olhou para Aloísio e disse:

–Ele tá mió do que devia.

Então a garota olhou em minha direção e quando nossos olhares se cruzaram eu finalmente identifiquei de quem era a voz e a varinha, aqueles olhos verdes eram inconfundíveis. Aparentemente ela também me reconheceu, pois puxou o braço do velho desmaiado com brutalidade, para irem embora dali logo.

–Espera! – exclamei quando a ficha caiu, e eu assimilei que era mesmo ela.

–Virgílio! – disse minha avó me chamando, fui obrigado a voltar.

–Quem era ela? – perguntou minha mãe em particular pra mim quando entramos.

–Acho que era uma amiga. – respondi no mesmo tom de segredo que ela.

–E você? O que aconteceu? – disse minha mãe indo até Aloísio, que estava enrolado aos abraços e cuidados dos pais.

A que a cara de coitadinho que ele estava fazendo até aquele momento se desfez em pânico.

–Eu acho que estou passando mal... – começou ele a lançar uma desculpa qualquer.

Logo notei a reação evasiva dele e disse:

–Quem era aquele homem?

Para o meu espanto quem respondeu foi minha avó:

–Ele era Salvadô da Silva.

–Quem? – minha mãe agora perguntou, parecendo conhecer o nome.

–O pai de Marine. – respondeu Aloísio cabisbaixo.

–O pai da fiasco? – gritou minha tia.

–E porque ele queria te matar? Por acaso descobriu o namoro de vocês? – perguntou minha mãe séria.

– Isso também. – respondeu ele se afastando a uma distancia segura de seus pais e concluindo: - também descobriu que eu engravidei ela.

– O que?! – o espanto foi geral, mas eu apenas ri e ironizei:

–Meus parabéns, ela deve ser tão burra quanto ocê.

Ele me olhou zangado, no entanto a situação dele estava péssima demais para descontar qualquer coisa pra cima de mim.

Viu então o olhar de raiva dos pais e disse tentando se justificar:

–Fiquem calmos! Eu já disse que não vou assumir o filho.

Sabe, eu fiquei com vontade de rir da burrice dele, olhei para os pais dele, e pro meu espanto eles pareciam aliviados, minha avó olhou preocupada com algo, trocando um olhar secreto com meu avô, já minha mãe batalhava internamente entre sua razão e emoção.

Por fim minha mãe decidiu o que ela iria fazer, deixando escapar um pouco do sotaque quase instinto dela:

–Ocê não vai fazer isso!

–Filha... – começou minha avó tentar acalmar minha mãe – eu sei que não é certo, mas esse homem Salvador, é muito perigoso, você sabe muito bem quem é ele e o que ele pensa de nós.

–Eu sei, que esse homem matou vários homens naquela época, mas não podemos deixar Aloísio abandonar a garota sozinha! – disse minha mãe.

Matou vários homens perigoso? Eu ri.

–Perigoso? Como ele pode ser perigoso se até mesmo a Nádia derrubou ele! – comentei irônico, quando notei que todos olharam para mim.

–Você conhece a prima esquisita da Marine? – perguntou Aloísio.

Esquisita? Tive vontade de rir, finalmente alguém que concordava comigo! O que era uma boa noticia. A má noticia é que quem achava isso era logo Aloísio, o cara mais imbecil do universo.

–Resolvido, Virgilio querido, você tem permissão para feitiços se for atacado, você irá acompanhar seu primo até a casa da moça e ele noivará dela. Se eu chegar e descobrir que vocês não foram, terão os dois que se entender comigo. – disse minha mãe por fim, me obrigando a ir com um cara que eu detesto, encontrar a garota mais irresponsável do universo.

–Por que eu? – perguntei inconformado.

–Porque aparentemente você é bem intimo, da prima da tal Marine.

Eu queria dizer que não ia, queria ir pro meu quarto e ler tranquilamente, mas então percebi que minha mãe estava atrasada para suas obrigações. Além do mais, eu fiquei realmente curioso a respeito do bom humor inabalável da Nádia que eu estava acostumado.

–Tudo bem, eu vou.

Me ajeitei para ir com Aloísio encontrar Nádia, ou melhor, para forçá-lo a reconhecer seu próprio filho.

Só havia uma pergunta que estava em minha cabeça o caminho todo.

O que Nádia estava fazendo aqui em Minas?


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Notas finais do capítulo

Desculpa os erros, e a falta de graça no capitulo, o próximo é narrado pela Nádia.
Iai? Pq será que ela está tão brava? O que ela acha do final do Cap 3.
E como é a vida dela de vdd?
E o que diabos a paulista maluca foi fazer em BH?

Até o capitulo 5 galera.



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