A Arma Escarlate - O Muiraquitã. escrita por NahHinanaru


Capítulo 15
Então é assim que nos sentimos quando estamos em casa?




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—Narração Nádia -

Já se faziam três meses que tudo aquilo tinha acontecido, eu e Virgílio quase não nos falávamos, mas sempre trocávamos olhares pelos corredores desde então.

Devo admitir que houve uma vez, para ser mais exata, semana passada, que nos esbarramos entre as estantes da biblioteca, e aquilo incendiou nossos corpos, e nos atracamos como se um não vivesse sem os lábios do outro, quase fomos pegos por Hugo e Viny que estavam à procura do meu curuminzinho. Ele saiu de lá todo desgrenhado sem falar nada, e eu fiquei ali parada olhando para o nada imóvel.

Quando durante a aula de alquimia uma voz me tirou dos meus devaneios:

—Nádia preciso falar com você depois da aula. - Sussurrou ele confidente pra mim, nesse momento senti meu rosto esquentar. Certeza que eu estava completamente vermelha.

*Que Isso Nádia, para de loucura. Muito provavelmente ele só quer te pedir um favor. Ou era outra bronca rotineira*

—Ei, Índio, sobre o que que vamos conversar? - Perguntei finalmente a ele quando senti que minha poção estava quase pronta.

—Shiiiu! Não aqui, não agora. -reclamou ele - Aff garota se controla! 

Rapidamente voltei a ficar ereta em minha banqueta.

Estava quaaaase acabando, somente mais um ingrediente e.... pronto.

Estavam todos saindo da sala da sala. Eu esperava ele na porta da sala. Ele saiu junto com Capí que sorria para ele, Viny gargalhava do mesmo enquanto Índio estava aborrecido com o amigo e ouvi Caimana reclamando com o namorado:

—Deixa o Índio em paz Viny, eu tô muito orgulhosa dele e...

—Tá, mas pra que esse enrolo todo?

—Ao contrário de você algumas pessoas levam isso a sério. - pude ouvir Virgílio repreendendo-o.

—Oi. - disse enquanto eles passavam pela porta da sala.

Pude ver o rosto de Virgílio ficando pálido, nem sabia que indígenas podiam ficar nesse tom de pele. Meio acinzentado.

—Vamos indo. - disse Capí gentil empurrando Viny pelos ombros, enquanto o loiro jogava beijinhos pro ar.

Caimana sorriu para o amigo. Eu já não estava entendendo nada. Se suspeitava que era algo comigo? Sim, mas não tinha nem coragem de me iludir com tal pensamento.

Ele então esperou em silêncio do meu lado até não haver mais ninguém, pegou minha mão e me puxou para uma passagem logo ali.

—Onde estamos indo?

—Para de falar menina! - Ele me repreendeu.

Quando vi a claridade no lugar logo reconheci que estávamos diante do Cristo redentor. Vi meu Índio fazendo o sinal da Cruz assim que pisou ali.

Ele estava fazendo uma careta, acho que por que ele não ia rezar agora estando ali.

Eu olhava maravilhada pra paisagem nublada.

—Do jeito que pixie gosta. - ele sussurrou no meu ouvido. Eu sorri tímida.

Pude então ver um pouco das nuvens abrindo-se, mostrando um pouco daquela paisagem, evidenciando o pão de açúcar lá longe pequenininho.

—Ai meu deus isso é muito alto! - Exclamei medrosa.

—Você não reclama disso indo pra aula de alquimia. - Ele riu.

—Eu subo antes pra ninguém ver eu reclamando. - Quando revelei isso ele riu.

Então segurei a mão dele.

Ele me virou e me abraçou. Eu senti meu rosto queimando de vergonha, olhei pra cima pude ver ele olhando pro nada com o rosto vermelho.

—Eu... - ele começou a falar mas se calou.

Apertei mais ainda meu rosto sobre o tórax dele.

—Eu... - ele começou de novo.

—Você? - Perguntei.

—Você quer ser minha namorada?

—Você está me perguntando ou me pedindo? Porque se isso for uma pergunta ela não tem lógica já que todo mundo sabe que sim e...

Ele me interrompeu, soltando uma das mãos da minha cintura, levantou meu rosto delicadamente, encostou os lábios nos meus e me beijou, podia sentir ele me espremendo contra o corpo dele com a uma mão eu podia sentir um carinho envolvente na minha nuca.

Quando nós separamos ambos ofegantes ele disse:

—Até pra falar um "sim" você fala demais. - ele reclamou fingindo uma careta de aborrecido completamente vermelho de vergonha,  enfiou a mão no bolso agora com um sorriso constrangido brigando com uma seriedade do rosto dele. Eu queria rir queria beija-lo de novo, mas estava sem jeito, completamente desarmada com um sorriso de orelha a orelha.

Ele retirou um par de alianças de compromisso prateadas colocou um no meu dedo e me entregou a outra e eu repeti o gesto. Ele então me abraçou e me deu um beijo na testa. Eu resolvi sentar ali mesmo no chão. Ele me acompanhou.

Ficamos então ali por algumas horas de mãos dadas em silêncio, ignorando laços de protegido ou protetores, simplesmente sentindo a calmaria do momento, parecia que faziam anos que toda aquela confusão envolvendo mundos paralelos, muiraquitãs, assassinos e Virgílios Sexys da guarda aconteceram.

Finalmente estávamos aonde deveríamos estar.


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Notas finais do capítulo

E assim eu concluo.



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