Lostown escrita por Oliver Hoshi


Capítulo 4
Capítulo 4 - Coração




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Começamos a afundar rapidamente... A água era muito escura e fria de mais... Olhei para o lado e vi Boris afundando junto a mim. Ele gritava e gritava em baixo da água. Mas só saiam bolhas e bolhas de sua boca. Era estranho, mas meu ar não tinha acabado... Eu ainda estava bem e tranqüilo. Não senti nem uma falta de ar... Depois de um tempo afundando, lentamente paramos de afundar. Ficando no meio do nada. Olhei para cima e vi a superfície bem longe... olhei para baixo e não vi o chão...

Ficamos ali sem conseguir nos movimentar. Boris estava apavorado... Olhei novamente para cima e vi o exilado nos olhando com o cabelo caído em seu rosto. Ele estava novamente na superfície, olhando para baixo, nos encarando... Ele me dava bastante medo. Depois de um tempo ali sem fazer nada, senti a água me dar um pequeno impulso, fazendo o mesmo com Boris. Esse tal impulso que nos empurrou começou a nos rodar. A água a nossa volta estava se mexendo de vagar e com força. Dava para sentir algo ali nos rodando... Pouco a pouco algo começou a surgir da escuridão... Pouco a pouco a criatura foi se formando diante de nossos olhos... Seu corpo era enorme e sua cabeça era maior ainda... Eu e Boris nos viramos e tentamos nadar para longe... Mas não tinha como estávamos presos ali. Não dava para se mexer... Viramos lentamente. Assim que me virei avistei aquela serpente gigante nos olhando... Fiquei a olhando, sem nem uma reação... Boris começou a nadar em círculos em volta de mim. Não dava para sair dali só dava para nadar em círculos mesmo... Era uma coisa inútil então eu nem tentei fazer. A serpente nos encarou por bastante tempo... O tempo suficiente para que Boris cansasse... Assim que Boris parou de nadar ela começou a falar.

 Sophran

- Olá.

- AHHHHH!!

-AAHHHH!!

 

Começamos a nadar em círculos desesperadamente em quanto ela seguia cada movimento nosso com seu olhar.

 

- Podem parar, por favor?

 

Aos poucos fui parando e fiquei a olhando... Boris fez o mesmo.

 

- O que vocês querem?

- Q-Quem é você?

- Sou o terceiro exilado... Sophran. E vocês quem são?

- Eu sou Dean e esse é o Boris.

- Olá Dean; Olá Boris. O que querem aqui?

- Na verdade sou eu que quero falar com você Sophran... O Boris me disse que você sabe sair deste mundo.

- Sair? ... Não eu não sei sair.

- C-Como assim?

- Eu sei parar o que esta acontecendo.

- O que está acontecendo!?

- É a Beatrice... É tudo culpa dela.

- Como assim explique eu não entendo!!

- Beatrice... É a dona deste mundo... A cada 100 anos ela...

- Eu já sei essa parte, agente vem parar aqui e daqui ninguém sai e é isso e bla bla...

- Correto. Dizem haver uma saída deste mundo... Mas ainda não a achei... O que eu sei é que Beatrice matara cada um de vocês com o tempo.

- Mas já estamos mortos...

- Mas suas almas ainda não foram consumidas por ela... Ela tem este mundo como um cativeiro para todos nos... Quando ela precisar de mais tempo para este mundo ela matara quem precisar para conseguir isso...

- Tem como saber quanto tempo ela precisa para este mundo?

- Sim, sim... Á um relógio que marca quanto tempo falta para este mundo acabar. Ele foi escondido... Não posso encontralo...

- Por que?

- Estou preso aqui nesse lugar... Sou um exilado. Meu corpo fica la em cima na superfície sem rumo e nem inteligência suficiente para seguir em frente, e eu fico aqui em baixo escondido do mundo... Eu sou a alma de meu corpo... Eu vejo o que meu corpo vê, para mim ele é só um objeto agora...

- Então foi você que nos afundou?

- Sim... Fui eu que fiz isso... Vocês precisam sair deste lugar.

- Do lago?

- Não deste lugar todo... De Lostown... Antes que sejam mortos.

- Mas eu cheguei a pouco tempo, não sei nem onde ir.

- Eu te guiarei... Preciso de meu coração para sair desse tormento terrível...

- E onde está seu coração?

- Está no leste. Em Darkas Vale.

- Como sabe disso?

- É meu coração. Eu o sinto... Nossa conversa termina aqui. Vá atrás de meu coração e o traga a mim.

- O que acontece quando eu lhe der seu coração?

- Ele me juntara novamente. Meu corpo e minha alma ficaram unidos... E então, não serei mais um exilado.

- Entendido Sophran.

- Conto com vocês Dean e Boris... Levarei-lhes até seus destinos. Espero que de tudo certo...

 

Assim que ele terminou de falar, senti meu corpo subir com muita rapidez. Indo em direção a superfície... Boris tinha ficado calado o tempo todo... Acho que estava com medo. O impulso era muito forte, subíamos muito rápido pela água. Nos aproximando da superfície bem rápido. Assim que chegamos a superfície nossos corpos não pararam de subir! Fomos lançados pelos céus, subindo o tempo todo e subindo. Derrepente ouvi Boris resmungando em quanto subíamos.

 

- Não pega minha comida!

- QUE!?

- Hã? Onde estamos?

- VOCÊ TAVA DORMINDO ESSE TEMPO TODO!?

- Só cochilei... Algum problema?

- OLHA EM VOLTA!

 

Assim que ele olhou, ficou muito assustado... Ficamos de olhos arregalados em quanto subíamos, sem dar um pio... Assim que chegamos ao maximo que podíamos, começamos a descer... Boris gritou alto e eu gritei logo em seguida... Abraçamos-nos fortemente. Gritando feito loucos em quanto descíamos... Quanto mais perto do chão... Maior o grito era... Assim que ficamos um milímetro do chão, algo nos segurou e nos colocou ali sentados... Ficamos ali descansando, com a respiração ofegante. Deitei-me no chão... Descansamos por um bom tempo... Depois de um tempo me levantei, ajeitando minha roupa toda molhada. Olhando para Boris, comecei a sorrir em quanto o olhava.

 

- Você ouviu um grito de uma menina lá em cima?

- Não... Você ouviu?

- Sim, sim... Ela parecia estar do meu lado!

- Caramba que leg... Pêra ae... Seu idiota!

- Você grita igual a uma mulher!

- Impossível! Eu sou feroz!

- É sua cor fashion é bem feroz! Hahahaha...

- Não tem graça eu tenho chifres cara você nem isso têm!

- Mas nem pontudos eles são... HAHAHAHAHAHA!

- Não tem graça!

 

Em quanto me divertia com Boris, comecei a caminhar... Boris fez o mesmo e ficou caminhando ao meu lado, bem encabulado... Depois de um tempo caminhando avistamos uma vila um pouco a frente... Caminhamos até ela chegando bem pertinho dela... Era uma vila com casas antigas, bem destruídas... Parecia uma cidade... as ruas eram cinzas, com lenhas espalhadas pelo lugar... Era um local abandonado... As casas eram feitas de madeira bem antiga... era um cenário bem sinistro, com muita neblina... Tinha uma estrada reta passando pela cidade toda... indo até o final dela. Onde era o leste... Derrepente de uma casa saiu um homem... Era um camponês... Com uma foice na mão. Ele caminhou pela varanda da casa, passou pelos degraus e virou em nossa direção... Deu alguns passos em nossa direção, fazendo eu e Boris recuarmos um pouco para traz... Ele levantou a foice bem no alto e a encravou em seu próprio pescoço! A foice atravessou seu pescoço, saia sangue pela boca dele e muito sangue pelo próprio ferimento. Pouco a pouco ele foi puxando a foice para o lado, cortando mais e mais seu próprio pescoço... Ajoelhou-se e morreu... Ficamos olhando para ele morto no chão... Nossa aquilo foi terrível, foi uma imagem inesquecível...

Havia um corvo ali em cima do telhado de uma das casas... Ele saltou do telhado e planou até o corpo do cadáver... Pousou em cima dele e começou a bicar o corpo dele... Depois de alguns segundos ele nos olhou, ficou nos encarando por um tempo e derrepente começou a berrar... Fazendo um barulho muito alto. Fiquei muito assustado com aquilo... O corvo não parou por um segundo. Assim que olhei para a cidade novamente, havia varias pessoas. Crianças, homens e mulheres... Todos se matando... Esfaqueados, queimados, enforcados, estrangulados, todos... O grito do corvo chamou a atenção deles... Todos olharam para nos e ficaram um tempo nos encarando, Começamos a caminhar lentamente para traz... Com medo tropecei sem querer...

Homem

Nesse momento todos se mexeram para cima de nos...

 


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