Lostown escrita por Oliver Hoshi


Capítulo 2
Capítulo 2 - Lostown




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Fiquei com muito medo, assustado, em pânico, coloquei minha mão em meu coração e esperei... esperei... mas ele não batia. Não havia pulso, minhas pernas me faziam caminhar automaticamente, meu corpo não correspondia a mais nada, eu só andava e olhava para frente, pensando como vim parar nesse lugar e como cheguei aqui, virei meu rosto para Boris e o olhei nos olhos, enquanto ele sorria dizendo.

 

- Eu sou o capeta prazer qual seu nome?

 

Naquele instante descobri que ele estava mentindo... Uma coisinha rosa, baixa, medrosa e estranha não podia ser tão temida assim. Parei de ficar assustado e fiquei com raiva enquanto o olhava, mas ao mesmo tempo continuávamos a caminhar.

 

- Você não sabe mentir!

- Hã?

- Você não é o tal do capeta...

- Sou sim você não pode provar o contrário

- Posso te bater até cansar e ver se está tudo bem, se não sangrar é porque realmente é...

- Tá, tá, tá...

 

Comecei a rir enquanto o olhava, ele ficou enraivecido mas logo começou a rir comigo em quanto caminhávamos juntos. De repente notei que saímos daquele pântano, olhei para o céu e ainda estava de noite. Nos caminhamos por algumas horas em um deserto com nada por km, até acharmos uma estrada, era feita de pedras grandes, não tinha ao certo uma direção, ela fazia muitas curvas e era bastante longa... Caminhamos por aproximadamente uns 30min e no final dessa estrada, havia luzes, barulhos, gritos e cantoria.

 

- Boris para onde esta me levando?

- Você vai ser o jantar.

- O Que?

- Ta estou brincando... bem vindo a lostown...

 

Portão de Lostown 

 Ele sorriu e olhou para frente, ao chegarmos no portão da cidade, avistei casas ruas, arvores, criaturas...

Não sabia onde estava então não parei de segui-lo um segundo, olhava em volta, a cidade tinha uma aparência antiga... Não destruída. Com caixões encostados em paredes nas ruas, folhas secas no chão, arvores enormes e bem assustadoras, a água da fonte que havia no centro da cidade era verde e viscosa, os seres que habitavam aquele lugar eram um tanto... Diferente posso dizer assim. Havia um monstro com mais ou menos 3 metros de altura, com uma pele grossa e esverdeada, com alguns pelos nas costas, andava sem roupas, tinha um nariz grande e um chifre em sua cabeça, unhas grandes e uma aparência de dar medo, mais seu jeito era bem bobo, ele sorria e vivia com o dedo na boca. Havia um lobo ali... Ele era enorme, não sei qual o tamanho dele ao certo, tinha dois chifres e uma pelagem azul e cinza. Tinha um... um... Hãm... uma coisa! Uma coisa estranha, ele era um pouco grande, sua boca era recheada de dentes, sua língua caia pela sua boca, era bem grande, acima da sua boca ele tinha 4 olhos, no lado esquerdo de seu rosto ele tinha um enorme olho e no lado direito tinha outra boca no lugar de seu olho com mais dentes, braços e tentáculos, tinha uma cor meio marrom. Havia um duende, não consigo descrevê-lo, só consegui ver seus olhos brilhantes e amarelos, seu corpo era feito de sombras. Havia um gato que ficava em cima de um telhado, dês do momento que cheguei ele me observou o tempo todo. Havia varias criaturinhas iguais, eles eram pequenos, escuros, com olhos grandes e amarelos, havia muitos deles, eram como nada, não falavam nem eram agressivos, eram usados para segurar porta, eram usados como bola, como cabide, brinquedo para o animal de estimação, eles eram como nada...

Havia muitas criaturas, esqueletos, zumbis, bruxas, mortos, monstros dormindo em caixões espalhados pela cidade, era uma cidade que eu nunca me imaginaria... Mais eu estava ali.

Olhei para Boris o cutucando de vagar, como se estivesse pedindo proteção, ele me olhou e logo sorriu.

 

- Tudo bem não vão fazer mal a você, aqui todos são amigos... menos a senhora decy.

 

Ele apontou para ela em quanto ela vinha em uma cadeira de rodas, ela era estranha, feia, estranha, velha, estranha, e baixinha, andando com sua cadeira de rodas de longe ela avistou Boris e começou a gritar.

 

- ME DE MINHA DENTADURA!

- ME DE MINHA BOLA SUA VELHA!

 

Quando ela escutou o que ele disse ficou com raiva e começou a vir em nossa direção com sua cadeira de rodas, Boris logo pegou em minha mão e foi me puxando para o centro da cidade onde avia uma concentração de criaturas. Chegando lá encostamos-nos à fonte e ficamos parados ali, aproveitei para descansar... Boris fez o mesmo, logo todos foram até próximo a mim e ficaram a minha volta me olhando o tempo todo, logo Boris levantou-se e ficou ao meu lado, pegou em minha calça e foi escalando meu corpo até meu ombro, sorrio em quanto dizia.

 

- MAIS UM!!

 

A população começou a falar aos montes e logo ele gritou novamente.

 

- VAMOS A FESTA!!

 

Todos concordarão, mais continuavam a me olhar e a pegar em minhas roupas, perguntando o que era isso o que era aquilo, puxando minha blusa, alisando meu cabelo, eu era a nova novidade da cidade, depois de um tempo todos se afastarão e começarão a rir e conversar, cada um com seu grupo. Uma banda apareceu no alto da cidade, e começou a tocar, eram bem caipiras, logo a festa começou, eu era o convidado especial de todos. Depois de muita festa, não comi e nem bebi nada, pois as comidas e bebidas tinham uma cara não tão boa, tinha olhos, línguas, minhocas, e coisas do tipo, eram os aperitivos que tinham ali... Procurei Boris por um tempo e logo que o achei segurei em seu braço e pedi para conversar com ele, ele aceitou e então caminhamos pela cidade em quanto conversávamos, pelo caminho havia criaturas dormindo no chão, em caixões, pendurados, correndo e etc.

 

- O que quer?

- Me explique que lugar fantástico é esse e onde estou!

 

Ele concordou e começou a dizer...

 

- Lostown... É uma cidade, todos que vem para cá, são bem vindos aqui, como você e os de mais.

- Mais como cheguei aqui?

- Vou ter que te contar dês de o começo.

- Estou ouvindo.

 

Ruas

O vento era frio e a rua que passava pela cidade era enorme, em quanto caminhávamos, comecei a alisar meus braços para não ficar com frio.

 

- Bom... este lugar é antigo, muito antigo, acho que ele começou antes da terra ser feita. Esse lugar tem um tempo. Ele fica existindo por 100 anos... quando o prazo chega próximo ao seu fim, a pessoa que manda aqui precisa de mais anos de vida para colocar em lostown, então ele rouba a vida de uma pessoa da terra... Não qualquer pessoa. Sempre alguém novo... Um bebê então seria ótimo... você deve ter uma idade baixa...

- Tenho 15 anos.

- Então...  As vezes acontece de pessoas maiores de 10 anos serem trazidas para cá, mais normalmente são bebês.

- Minha irmãzinha é uma bebê, tem 4 meses.

- Então... de 100 em 100 anos a pessoa que manda aqui vai até a terra e rouba a espequitativa de vida de uma criança, quanto mais nova melhor. Mais é difícil conseguir uma criança... até ela completar 10 anos cada criança tem seu protetor, o ser destinado a defender ela até ela completar uma década. Seja la quem for que comanda este lugar, não deve ter conseguido pegar a alma de sua irmã e como você estava por perto ele pegou você, ele só faz isso uma vez a cada 100 anos. Isso da mais tempo a este lugar... também á os pesadelos, são criaturas que sugam  seus sonhos e os dão para o dono daqui, dando força a ele e deixando-o belo por anos.

Pesadelo

Com o tempo vivendo aqui você acaba virando uma dessas criaturas que você viu por ai, as vezes não se modifica muito as vezes sim.

- Você já foi humano?

- Sim... já.

- Nossa!

 

Ele riu sem jeito.

 

- São águas passadas, faz muito tempo já...

- Como sabe de tudo isso?

- Os três exilados...

- Quem são esses?

- Foram as três criaturas que desafiaram o senhor deste lugar e perderão, foram banidos para longe daqui, eu sei onde ficam todos, já os vi de longe.

- Eles lutaram com o senhor daqui?

- Não lutaram contra a legião treze, são os guardas que protegem o senhor deste lugar... Eles conseguiram matar três, mais mesmo assim foram derrotados...

- Então eram 16 criaturas?

- Não. É que eles não sabem contar mesmo...

 

Rimos por um tempo e logo voltamos a conversar.

 

- Eles diziam que se derrotássemos o senhor deste lugar, tudo acabaria e voltaríamos para a terra... Não sei como eles chegaram a essa conclusão mais é isso que eles afirmam.

- Então porque ninguém tenta?

- Medo.

- Eu que não vou ficar aqui pro resto da minha vida!

- O que quer fazer?

- Quero que me leve a esses exilados ai...

 

Boris ficou surpreso, mais logo viu que eu estava serio e decidido me ajudar, esticou seu braço para mim, me agachei e apertei sua patinha em quanto o olhava.

 

- Tudo bem. Vamos ver si isso da certo mesmo.

 

Rimos e rimos por um bom tempo.

 


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