Renesmee

Hoje foi um dia completamente exaustivo, para começar Nahuel me convidou para fazer um piquenique numa clareira próxima a minha casa. Aceitei de bom grado, afinal eu adoro a companhia dele.

Levantei depressa, tomei um banho bem delicioso e desci para tomar alguma coisa.

— Bom dia mãe. — a cumprimentei, enquanto descia as escadas.

— Bom dia Nessie. — ela respondeu fechando o livro que lia, e me seguindo até a cozinha. — Achei que você também estava em La Push.

— Por que achou que eu estaria por lá? — perguntei curiosa, abrindo a geladeira e bebendo um copo de sangue.

— Porque as meninas estavam dando uma festa do pijama na casa da Kim.  — Bella falou gentilmente.

— Oh sim. — falei terminando de tomar o líquido e pronta para sair, mas Bella me puxa pelo braço. — Mãe eu tenho um compromisso e você está me atrasando! — respondi revirando os olhos.

— Nessie, nós precisamos ter uma conversa séria sobre o Jacob...— eu acabo de acordar e ela já vem me encher com assuntos bobos. — Quando você vai contar a verdade para ele?

— Sei lá... Talvez hoje à noite. — respondo impaciente e me esquivando dela para sair, porém ela foi mais rápida e bloqueou minha passagem.

— Espera ai mocinha, porque eu ainda não acabei! — minha mãe falou de uma maneira grossa, me causando um certo espanto. — Você precisa conversar com ele. Já chega de joguinhos com meu amigo. — ela continuou falando.

— Relaxa! Não estou entendendo porque você está assim, afinal você sempre soube do meu envolvimento com Nahuel. — disparei, enquanto ela me encarava de uma maneira rude.

— Nessie... Eu torço pela sua felicidade, mas eu não acho certo você ficar namorando com dois rapazes ao mesmo tempo. Você precisa se decidir. — Bella deu uma pausa. — O Jake não merece isso, e eu não aguento mais mentir para o seu pai. — ela praguejou, essa conversa já estava insuportável.

— Não se preocupe mãezinha. — tentando me desviar dela.  — Hoje mesmo eu colocarei um ponto final nessa história. — respondi de uma maneira calma.

— Já está na hora de isso acontecer, eu não quero mais ficar usando o meu escudo para acobertar você. — Bella respondeu de uma maneira ríspida.

— Eu prometo que de hoje não passa. — lhe dei um beijo molhado na bochecha. — Agora eu estou indo me encontrar com o Nahuel, tchauzinho. — falei de maneira irônica e saindo.

Meu pai e meus tios estavam num concerto de música clássica em Port Angels, isso era muito bom porque assim eu teria mais tempo para ficar com Nahuel.

Combinamos de nos encontrar em uma clareira que não era tão frequentada por Jacob e sua alcatéia, ele já estava me esperando com uma cesta de piquenique.

— Oi meu amor, você demorou! — ele falou me dando um selinho.

— Me desculpe, demorei porque minha mãe queria conversar sobre alguns assuntos. — achei melhor não falar nada do que se tratava a nossa conversa. — Agora vamos aproveitar o momento. — selei nossos lábios com um beijo.

— Não vejo à hora de mostrar para todos que você é minha. — nos sentamos na toalha, enquanto ele abria a enorme cesta que tinha trago.

— Eu também! — Nahuel começou a me servir. — Foi você que preparou tudo isso? — perguntei mordiscando um pedaço de pão.

— Sim... Até porque você merece meu doce. — ele se deitou e colocou a cabeça em meu colo, enquanto eu acariciava seus longos cabelos. — O que sua mãe queria? — indagou ele.

— Nada demais... Só estava querendo saber quando eu irei visitar Charlie. — menti.

— Opa! — Nahuel se levantou rapidamente. — Já ia me esquecendo de abrir o champagne. — ele me entregou uma taça e encheu em seguida, se servindo também. — Vamos fazer um brinde. — propôs levantando sua taça.

— A nossa felicidade. — fizemos um brinde. — Que possamos ser muito felizes juntos e que nada e muito menos ninguém atrapalhe nossa relação. — terminamos de beber, Nahuel fez questão de guardar as taças. Enquanto ele mexia na cesta eu deitei um pouco na toalha.

— Será que sua prima vai ficar muito triste quando souber que estamos juntos? — estava tudo bem até Nahuel falar nessa garota.

— Provavelmente... Eu sei que ela gosta de você. — ele pegou um cacho de uvas e começou a colocar na minha boca.

— Também quem não iria morrer de amores por mim. Para falar a verdade quando eu me olho no espelho paro e penso: “Você é um cara de sorte, além de rico, lindo... Tem uma eternidade ainda pela frente”. — quando ele disse isso trocamos outro beijo, só que dessa vez mais ardente.

Enquanto estávamos nos beijamos comecei a sentir um cheiro bem conhecido, Nahuel também percebeu que estávamos sendo vigiados e mesmo assim não parou o beijo, eu tentei me afastar, porém ele continuou a me beijar.

— Atrapalho o casal? — Jacob apareceu cuspindo fogo.

— Ja.Jake... — respondi aflita me soltando de Nahuel. — O que você está fazendo aqui? — perguntei completamente nervosa.

Eles começaram a se provocar e logo deram início a uma briga eu tentei separa-lós, mas ambos eram mais fortes que eu. Nahuel dava socos em Jake que tinha se transformado e ele tentava abocanhar seus membros inferiores.

Eles praticamente estavam se matando, Nahuel atirou Jake em uma árvore o fazendo cair por alguns segundos. Logo Seth também entrou na luta e começou a trocar golpes com meu namorado,Jacob apareceu novamente e começou a girar o corpo de Nahuel lhe arrancando uma das pernas.

Aquilo foi demais para mim! Quem ele pensa que é para ferir meu namorado daquela maneira? Isso só me fez ficar ainda mais com raiva dele.

— Arghh!!! — o coitadinho gritou, de repente minha família aparece com caras bem confusas.

— Alice teve uma visão bem embaçada de vocês praticamente se matando. — meu pai respondeu.

Jacob ficou imóvel num canto, com cara de cachorro que caiu do caminhão da mudança.

Meus pais se aproximaram dele com olhares tristes, aproveitei para ver como ele estava. O pobrezinho gritava de dor, enquanto meu avô e tio Jasper faziam torniquete nele.

— Vô... Meu namorado vai ficar bem? — perguntei tristonha, acariciando a face dele.

— Vai sim! — meu avô me lançou um sorrisinho. — Ele precisara ficar de repouso. — Iremos fazer um torniquete nele. — tio Jasper pegou um pedaço de madeira e a perna para realizar a “operação”.

—Eu vou ficar aqui com ele. — o abracei de uma maneira terna e protetora.

Meus pais estavam tendo uma conversa com o Jacob (que já estava em sua forma humana), falando de uma maneira como se estivessem se desculpando por algo. Que raiva que eu estava sentindo daquele idiota, se acontecesse algo grave com Nahuel eu iria acabar com ele ali mesmo.

Minha mãe me chamou num canto e simplesmente queria que eu me desculpasse com o índio, ele me encarava de maneira triste. Tentei conversar educadamente, mas como sempre teve um comportamento completamente estúpido, eu já estava cansada daquilo tudo então resolvi jogar as verdades na cara do cachorro.

— Eu nunca gostei de você! — quando eu comecei meu desabafo, meus pais tentaram me impedir. — Só aceitei o namoro porque minha mãe disse que seria uma forma dela se redimir com você do passado, quem eu amo de verdade se chama NAHUEL. — dei ênfase ao nome dele. — De você só consigo sentir pena e por favor não me procure mais. — todos ficaram boquiabertos com a minha confissão, enquanto Jacob fugiu como um desesperado.

Meus pais vieram com aqueles sermões de sempre, porém eu não estava nem ai para eles. De agora em diante iria viver minha vida do jeito que eu sempre quis, sem ninguém para atrapalhar.

Ana Cris

Eu e as meninas acordamos no outro dia bem tarde, a gente queria muito ir à praia, mas ai Sam ligou mais cedo para Amanda falando que o mar estava bem agitado e que era melhor ficarmos em casa mesmo.

Levantamos arrumamos tudo e fomos tomar café, ainda tínhamos que ajudar Leah a se preparar para encontrar o seu imprinting.

Ela no começo disse que tinha desistido de tudo e que ontem não estava com seu juízo normal e que isso era ridículo, depois de várias tentativas conseguimos convence lá a cortar o cabelo e passar maquiagem, Amanda acertou o corte do cabelo dela e fez as sobrancelhas, Claire fez as unhas, Yumi a maquiagem, eu e Kim fomos na casa dela procurar alguma roupa descolada para que ela arrasasse com o boy. Reviramos o guarda roupa dela e só achávamos roupas rasgadas e bermudas desgastadas. Até que Sue apareceu falando que tinha a roupa ideal para ela.

— Bom... Meninas eu acho que tenho a solução. — Sue foi ao quarto dela e voltou com um conjunto jeans e uma bota preta de salto fino.

O look realmente era lindo!

— Uau! É perfeito. — eu e Kim falamos ao mesmo tempo.

— Essa roupa era minha. — Sue falou nos entregando o cabide e a caixa com o sapato.

— Sempre com bom gosto né, dona Sue. — Kim elogiou.

— Se você diz... — ela respondeu um pouco envergonhada.

— Muito obrigada Sue, agora temos que ir. — nos despedimos dela e voamos para casa da Kim novamente.

No quarto Leah estava praticamente pronta, a mudança tinha realçando ainda mais a beleza dela. Entregamos a roupa para e logo ela já estava pronta para encontrar o Kyle.

— Arrasamos!!! — Yumi gritou.

— Kyle vai morrer de amores por ti. — Amanda falou.

Leah se aproximou da penteadeira de Kim e começou a se analisar no espelho.

— Nossa! — respondeu maravilhada. — Essa sou eu mesma?! — ela estava bem surpresa.

— Claro que é você! Essa mulher linda refletida no espelho. — falei tocando seu ombro.

— Obrigada meninas. — Leah falou puxando todas nós para um abraço coletivo.

— Agora está na hora de você ir. — Claire falou se desvencilhando do abraço sendo seguida por nós.

Acompanhamos Leah até a porta que saiu a mil em sua moto, quando íamos entrar para dentro demos de cara com Seth com o rosto machucado.

— Seth o que ouve com você? — Amanda correu para perto do namorado.

— Vocês não ficaram sabendo? — ele pergunta como se fosse algo óbvio. — Eu e o Jake saímos na briga com aquele híbrido.

— Como assim cara? — resolvi perguntar.

— Eu e o Jake demos o maior flagra do híbrido com a sua prima. — agora que a confusão não vai acabar.

— É serio isso? — Claire perguntou.

— Sim, ele nós bateu... Mais a gente quase estraçalhou aquele verme. — Seth falou se vangloriando. — Jake viu ele e sua prima no maior amasso naquela clareira entre a reserva e sua casa.

— OMG! — foi a única coisa que eu consegui falar, quer dizer então que as minhas desconfianças estavam certas.

— Ana, sua família está toda lá. — Seth falou.

— Seth vamos para sua casa, fazer um curativo em você. — Amanda falou o puxando pela mão. — Relaxa, eu estou bem o híbrido que está precisando de ajuda. — ele falou debochadamente.

— Seth cadê o Jacob? — perguntei um pouco aflita, nessa hora minha mente só estava nele.

— Ele está lá no penhasco. — ele falou saindo sendo seguido pelas meninas.

— Ana você não vem? — Yumi perguntou.

— Eu tenho que fazer uma coisa antes. — pelo meu tom de voz provavelmente as meninas já estavam sabendo o que eu iria fazer.

— O penhasco fica um pouco à frente da minha casa. — Claire piscou para mim.

(...)

Não demorou muito e logo cheguei, Jacob estava de costas para mim sentado na ponta do penhasco e estava cabisbaixo. Quando eu cheguei, ele se virou para me encarar.

— Oi Jacob. — cumprimentei meio sem graça.

— Olá. — ele falou se levantando e indo a parte que eu estava, quando ele estava se aproximando senti um leve arrepio no corpo. — Eu queria conversar com você. — ele falou lançando um sorriso tristonho.

— Sobre o que?? — perguntei curiosa, dando um largo sorriso.

— Sobre Nessie. — assim que ele disse isso, meu sorriso se murchou. — Na verdade quero que você me ajude a reconquista- lá.

Era só o que me faltava agora, depois de tudo que aconteceu ele ainda querer voltar com ela.

— Não estou entendendo! — me fiz de desentendida.

Ele me olhou fundo nos olhos, fazendo meu coração disparar.

— Eu quero que você me ajude a me comportar a mesa, controlar o ciúme... E ser o cara ideal que ela tanto merece. — esse cara só pode ter batido com cabeça ou está com problemas psicológicos, porque depois disso tudo ainda ficar mendigando amor daquela garota.

É óbvio que eu não vou ajudar, Jake deve estar doente só pode!

— Então... — respirei bem fundo. — Eu ajudarei com o maior prazer se a pessoa em questão não fosse minha prima Renesmee. — ele ficou me olhando de uma maneira intrigada.

— O que?? Pensei que você torcia pela felicidade dela. — ele disparou. — Ana, ela é meu imprinting, nós temos que ficar juntos. — ele continuou com aquela historinha.

— Mano a garota te trai e você ainda quer voltar para ela. — eu já estava nervosa com tudo aquilo. — Ela te leva num restaurante caro sabendo que você não é acostumado com isso, fica mandando em você como se fosse sua mãe. E o pior te expõe dessa maneira ridícula. — falei bem alto e de uma maneira hostil.

— Você tem ideia do que é sofrer um IMPRINTING??? — ele já estava tremendo, pois bem se você quer bancar o palhaço, pode trazer o circo completo.

 —NÃO ME INTERESSA O QUE SIGNIFA ISSO— respondi a altura. — Mais eu acho que ter uma auto-estima vale muito mais que uma lenda antiga, que fica dizendo como você deve agir. — eita, acho que falei de mais, o cara estava tremendo muito.  — Aposto que o criador dessa lenda iria quebra-lá quando visse o que tudo isso lhe causou, você ser obrigado a amar uma pessoa sem ao menos ter a chance de escolher quem quer amar.

Ele ficou me encarando por alguns minutos, provavelmente digerindo tudo aquilo que eu disse. Já não estava tremendo como antes, parece que a raiva estava passando.

— Olha... Desculpe por eu ter agido como um idiota agora. — ele falou bem calmamente.

— Eu entendo, também queria me desculpar pelas coisas que eu disse. Quando eu me estresso acabo falando coisas sem pensar.  — resolvi cortar aquela torta de climão. — E se uma outra garota estivesse afim de você? — o que deu em mim para perguntar isso.

— Como assim? — ele pergunta surpreso.

— Tipo... Se uma menina estivesse gostando de você. — começou a pagação de mico.  — O que você faria? — nossos rostos estavam próximos um do outro.

— Eu acho que ninguém gosta de mim...Não desse jeito que você falou. — nossos olhares tinham se encontrado, então resolvi falar.

— Talvez a pessoa... — antes que eu pudesse falar somos surpreendidos por Sam Uley que acabou cortando todo o clima na hora.

— Olá Jacob, precisamos conversar ter uma conversa séria com o conselho. — Sam falou de um modo autoritário. — Oi moça tudo bem? — ele estendeu a mão pra mim.

— Tudo sim. — trocamos um rápido aperto de mão.

— Tudo bem. — ele seguiu o cara. — Ana a gente se vê por ai... — Jacob respondeu acenando para mim.

Essa foi por pouco, se o Sam não tivesse aparecido eu teria me declarado para ele. Agora com que cara que eu vou encará-lo de novo, acho melhor eu pegar as minhas coisas, despedir das meninas e ir embora para minha casa.