Yin Yang escrita por Beatrice Ricci


Capítulo 39
Futuro Incerto




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Uma semana, após a derrota de Mirume, os guerreiros do palácio de jade permanecem no Vale da Sombra, cada um deles prestam seus serviços, liderados pela primeira herdeira na sucessão do trono, Tigresa, qual administra com exatidão os dias quais sucederam a agonia e perdas; tanta maestria supreendera Shifu, que jamais duvidara da capacidade da aluna, contundo administrar um reino é deveras complicado e trabalhoso, sente-se orgulhoso por ela.

O grão mestre sairá silenciosamente de um dos quartos do castelo, durante o tempo que caminha sem rumo pelos corredores aprecia os quadros nas paredes, quando percebe está no jardim, é uma noite calma, sem estrelas ou lua, admira duas estátuas, ao lado de uma fonte, escolpido no marmore branco as figuras do rei e da rainha, ambos abraçados, um sorriso curto e quase imperceptível forma-se nos lábios do panda vermelho, indentifica sentado na beirada Tigresa, ele abeira-se no intuito de conversar, os olhos âmbar da felina conectam aos seus, existe surpresa em sua face alaranjada.

— Mestre Shifu? — pergunta. A pata que deslizava na água agora no colo.

— Posso? — Faz um gesto com a cabeça, para sentar-se, ela acena com a cabeça afirmativamente.

O silêncio paira no ambiente, apenas alguns grilos tocam a própria música, os dois mantém o olhar longe um do outro, há coisas que precisam ser ditas, mas nenhum se atreve a começar, extrair o passado é uma parte dolorosa, aniquilando lembranças nunca esquecidas cujas as ações lancinantes cavam confissões tão pouco previsíveis.

Em êxtase pelos acontecimentos, a guerreira pergunta-lhe o que houve, se algo o incomoda, o mestre balança a cabeça, jamais deixando de sorrir, um gesto simples, dificilmente mostrando por ele, amigável e estranhamente confortante para Tigresa, de modo a fazê-la imitar; poucas vezes próximos, limitados a ser professor e aluna, sem vínculos familiares, um vínculo de respeito e gratidão.

Olhando outra vez para às estatuas, seguindo o olhar da aluna, decide falar, interrompido por ela.

— A várias coisas a ser feitas no vale, muitos feridos, casas a serem recontruidas, mortos a serem enterrados, sinto-me no dever de permanecer aqui. — A tensão no tom de voz é nítido, analisa a fisionomia dos pais, redemoinho de incertezas excruciantes envolve o espírito.

Pensativo ele a observa, o qpao de tecido prata pintando por orquídeas azuis, semelhante a uma das pinturas da rainha, o cinto preto, possuí uma flor de lótus no centro, os botões da mesma cor fazem uma linha vertical, assemelha incrivelmente a mãe, recorda das palavras ditas, tirando esse pensamento da mente, entende prontamente o desejo da aluna.

A mestre gira um pouco o corpo, agarra uma tigela de bolinhos watan, escondidos atrás de si, oferece a ele, que recusa, a vê dar de ombros e levar um a boca.

— É seu desejo ficar? — pergunta. Está curioso e receoso pela resposta.

A felina engole o último pedaço da goluseima, antes de responder.

— Não, mas meu dever. — pausa a fala, olha diretamente para alguns arbustos do jardim, vagalumes dançam por ali. — Sou a primeira na linha do trono, e ainda que quisesse renunciar, Dishi é uma criança, estaria pronto aos vinte um anos. — Deposita a tigela ao lado, aperta os dedos das patas, um ar de duvida espalha-se na face listrada, como se escondesse algo. — Mestre, meu chi real, ele se foi… — Para não ser interrompida continua: — Os únicos que podem herdar a coroa são o que tem o chi real, assim como meu pai, essa energia desapareceu quando derrotei Mirume.

Essa voz de confissão, inesperada, o fez franzir a testa, as linhas de expressões no canto dos olhos ficando a mostra, massageia o queixo reflexivo.

— Faça o que seu coração mandar Tigresa.

— Como tal complicado pode ser seguir meu coração, quando discorda com minha mente? — suspira, fechando as pálpebras brevemente. — Ficarei, cuidaderei de Dishi, e serei rainha.

— Então é uma despedida.

— Sim… — Não foi uma pergunta, mas ela entendeu como uma.

Esta ultima parte da frase tem um efeito melancólico nos dois mestres. Olham-se um para o outro com a expressão seria. Shifu, cuja as palavras lhe escapam da mente, abre a boca algumas vezes; felizmente Tigresa compreende, ele jamais foi bom em se despedir, pôs-se a sair de sua presença, gira nos calcanhares, dando-lhe as costas.

— Tigresa.

Volta-se a ele, abaixa a mirada, pois a altura dele não colabora, pacientemente espera quaisquer palavras, ao mesmo tempo que o silêncio torna-se incomodo.

— Tudo que posso desejar é boa sorte. — Considera o quão suave o tom da conversa está. — Tenho orgulho de lhe chamar de filha.

Diante dessa confissão, a guerreira permanece muda, uma pontada de felicidade atinge-lhe de imediato, resiste a sorrir, embora seu semblante demostre o contrário, tem a intenção de abraça-lo, contudo é interrompida por um dos guardas do castelo, qual assegura a segurança do local, ela brevemente morde o canto do lábio inferior, chateada.

— Desculpe-me princesa, pensei que fosse um criminoso. — O leão guarda a espada no cinto da cintura, curva-se de forma respeitosa em uma reverência.

Constrangida pelo apelido, acena com a cabeça.

— Boa sorte Tigresa. — deseja o mestre, deixando-a, fazendo o mesmo trajeto.

A figura dele some na escuridão do jardim, finalmente ela sorri, esquecendo do felino ao lado, estando novamente a vê-lo fala:

— Seu nome?

— Comandante.

— Continue a patrulha.

Após uma reverência fez menção de sair, Tigresa vagamente acena com a cabeça autorizado a saída, ela prossegue em seguida para o quarto, durante esse tempo reflete sobre a conversa com Shifu, a sensação de alívio preenche o medo anterior, subitamente a imagem de Po lhe vem a mente, os dois haviam tido uma conversa antes dela ir para o jardim, a tristeza na face do dragão guerreiro causa um redemoinho desagradável no estômago, aperta os punhos fortemente, jamais deixaria o palácio de jade, mas esse motivo maior, ser rainha, consumia sua integridade.

Gira a maçaneta da porta e entra em seus aposentos, a barra do vestido ficando brevemente presa, encara a cama e a mobília sisuda, deita-se no colchão de costas, mira o teto, outra vez a fisionomia de Po em seus pensamentos, suspira irritada, o colar yin yang os uniu de forma atroz, a maioria de suas ações manipuladas por este objeto, sente-se usada.

Ela estava andando pelo castelo, não conseguia dormir, seus passos lentos e precisos, o qpao prata arratando no piso, uma de suas orelhas capta um som, para de andar e olha para trás, não vê ninguém, ainda assim considera estar sendo seguida, esconde-se atrás de uma enorme pilastra de sustenção, assemelha a uma fera pronta para capturar sua presa, o vulto do desconhecido abeira-se, Tigresa pega a adaga escondida por baixo do vestido chinês, salta imobiliza-o contra o chão, mantém pressionado a lamina no pescoço do indivíduo qual geme de dor, o mesmo chama o nome da felina, essa franze o semblante confuso, reconhece o tom de voz.

— Po? — questiona.

— Sou eu… — responde com dificuldade, tossindo duas vezes.

A guerreira suspira, revira o olhar, incrédula, agarra sua pata o ajudando a levantar.

— Vejo que a Tigresa sempre está preparada. — comenta sorrindo, leva os dedos na garganta massageado o local.

Ingnora o comentário, guarda a adaga por baixo do qpao, trazendo o olhar atento do amigo.

— Por que me seguia? — questiona, cruzando os braços rente ao peito.

— Não estava lhe seguindo, observava, é totalmente diferente.

— Hum.

— Você sempre tem essa coisa aí? — indica para as vestes.

— Ultimamente estou usando mais frequentemente, nunca se sabe.

— Em atingir seu melhor amigo? — pergunta em zombaria.

— Não foi minha intenção.

— Sem ressentimentos.

Sorriram.

Apesar de toda a turbulência no interior da mestre estar tomada pela decisão, sua personalidade continuava como antes, de forma inalterável, a princípio pensou que devido as ações do colar yin yang se transformaria em alguém mais sombria ou até mesmo mais amorosa, mas a própria essência reguladora do bem e do mal a mantém intacta.

Andando alguns passos, o guerreiro a acompanha, brevemente calados, o silêncio confortante, milhões de pensamentos em suas mentes, ele vislumbra a sua roupa, ela percebe, tampouco esperava um olhar tão intenso, decide perguntar-lhe, panda desvia atenção envergonhado, a felina deixa transparecer o sorriso, a cauda balança levemente no chão.

— Estava querendo comer algo, me acompanha? — pergunta ele, passando a pata na curva do pescoço sem jeito.

A perna machucuda ainda causa-lhe dor, por isso para, não há indício no semblante, ela olha diretamente para ele, certa ideia vem á mente.

— Depende, consegue fazer bolinhos watan? — indaga. Recorda-se quando filhote, adorava comer essa goluseima.

— Claro que sei.

— Ótimo.

Estando ambos na sala de jantar, após Po preparar os bolinhos, com ajuda de Tigresa, conversam sobre os últimos acontecimentos, a morte de Mirume e Daisuki, os feridos, o relacionamento de Louva-a-deus e Rosetta, durante este tempo, o dragão guerreiro não deixou de encarar o corte na bochecha esquerda da mestre, quando o silêncio instalou-se, permanceram apenas comendo.

Os cotovelos apoiados sobre a enorme mesa de marfim, enquanto distraidamente usa os palitinhos de madeira para girar os bolinhos, ela mantém o olhar concentrado ali, de modo a pensar, por breve relance vê o amigo saborear a comida, sorri ligeiramente, o ato passo despercido por ele, qual têm as pupilas na tigela de barro, a sua distância razoável, a frente de si, permite observa-lo, a mesa de mais cinco metros de altura, dificulta qualquer contato físico, feita para banquetes, suspira.

— Irei ficar. — ela diz de repente. Ajeita a postura, colocando as patas sobre o colo.

Estremece diante da voz dela, já sentira, remotamente, a sensação de despedida, mas, considera ter escutado errado.

— O quê? — larga os hashi.

— Serei Rainha. — diz. Ergue-se da cadeira, olhando-o.

Ela espera, mas o amigo não fala mais nada, decide retirar-se, o vê levartar do assento rapidamente, pedindo para esperar.

— Por quanto tempo?

— Vinte um anos.

— Vinte um anos? — comenta perplexo. A angustia em seu peito aumenta gradualmente, aperta fortemente os punhos e a mandíbula.

— É meu dever Po.

Os lábios do mestre preto e branco repuxam num esgar de raiva, seus olhos de cor verde observam qualquer outro ponto, que não seja a face da felina, de repente a pata dela está em sua bochecha, obrigando-o a elevar o rosto, o sorriso singelo impede de permancer naquele estado, então a abraça, um abraço quente e contraído, ambos ficam deste modo por alguns minutos, enquanto refletem.

No momento qual encaram-se, ela massageia com o polegar os seus ombros e faz um movimento, inclinando-se, o urso espera um beijo, em vez disso, a mestre coloca a testa na sua, ambos fecharam as pálpebras, ele prendeu a respiração e soltou o ar calmamente.

— Você é incrível — a voz dele encontra os tímpanos dela, de modo a sair amável e gentil — , não só como guerreira, líder, amiga, mas em tudo, seu espírito é algo invejável, eu deveria saber disso, quando lhe vi a primeira vez, lutando sozinha contra aquele javali.

— Fico grata pelos elogios dragão guerreiro, digo que você é mais do que incrível — Ela pausou a fala e riu — , é show de bola.

Ele riu, erguendo o olhar ao dela, deixando o contato tão íntimo, e antes que pudesse responder, foi interrompido.

— Seu pai e nossos amigos sempre estaram com você.

— Eles não você.

Houve um instante de silêncio. Po devencilha das patas da felina, a olhava com a expressão melancólica, sem esconder, aliás, que lhe não seria agradável vê-la ficar.

Tigresa já se preparava para sair de sua presença, depois de lançar um olhar inexpressivo, quando, agarra a tigela de bolinhos e lhe dá as costas, se ouviu passos na sala, ao mesmo tempo que atravessara uma das portas, não ficara para saber quem era.

Ainda deitada de bruços na cama, absorvia esta curta lembrança, percebe então a fisionomia de Dishi, senta-se, o encara confusa.

— Posso dormir aqui? — indaga. Aperta os dedos sem jeito, envergonhado. — Não consigo dormir. — acrescenta, desvia o semblante.

— Claro. — responde, faz um gesto na beirada do colchão.

— Obrigado. — agradece.

Observa-o subir na cama com dificuldade, esgueirar-se por baixo dos lençóis de seda, mantendo uma distância razoável, as patinhas entrelaçam sobre o colo, a mirada encontra a sua, devido as íris azuis iguais a de Daisuki, o remorso atingi o seu peito, diante disso, suspira.

— Desculpe por…

— Ela não era minha mãe. — interrompe, franzindo a testa irritado. — Ju era, foi ela que cuidou de mim.

— Sei o que está passando, por isso vou estar aqui com você…

— Todos qual amo vão embora, não será surpresa se você for também. — Deita-se de costas, longe da vista da tia, uma lágrima solitária contorna a bochecha e caí no travesseiro. — Boa noite. — completa.

Tigresa percebera em suas palavras certa tristeza oculta.

— Boa noite. — diz, deitando-se.

***

Na manhã seguinte, um navio está acorado no cais do porto, de modo a levar os mestres de volta para casa, enquanto esperam as últimas ordens do capitão, despedem-se de Tigresa, embora aponderada de tristeza imensa, é incapaz de demostrar, lágrimas jamais caíriam ali naquele instante, certamente as guardaria no próprio anseio, ainda assim seus amigos a conhecia, ela sofria em silencio.

— Irmã vou sentir muita sua falta. — afirma Víbora. A serpente desliza pelo corpo da felina até enrolar-se em seu pescoço, dando-lhe um beijo na bochecha, deixando-a logo após. — Não esqueça de escrever. — acrescenta, a voz embargada por infelicidade, o sorriso genuíno de amizade, a considera como uma irmã mais velha.

Acena afirmativamente, sorrindo, o olhar desvia para Garça e Macaco, o primata abraca fortemente sua cintura, lhe causa incomodo.

— Quem vai gritar com a gente agora? — indaga Macaco, mantendo o aperto.

— É ótimo ver que sou lembranda por isso. — ironiza ela, olhando para a ave.

— Ele está brincando, é o jeito de dizer que te amamos. — Coloca a asa no ombro dela, seu bico amarelo contorcendo em um sorriso, e antes de ser interrompido continua: — Você foi responsável por juntar nós quatro, lembra? Médico, comediante, faxineiro e dançarina, aquela lista realizou nossos sonhos.

Houve um breve silêncio, uma expressão de grande surpresa no rosto de Tigresa, encara a mirada dos amigos, sorri ligeiramente, além dos laços sanguíneos, aqueles que a amam são sua verdadeira família, Louva-a-deus pula em seu ombro, concordando com a fala do amigo, olha para longe dali, Song e Yoichi estão discutindo sobre algo qual ela não compreende, percebe então aproximação do grão mestre, seus amigos abrem passagem, de olhos calmos e melancólicos ele inclinar-se respeitosamente em uma reverência, a punho fechado na palma da pata, ela imita a ação.

— Desejo-lhe boa sorte Tigresa. — As linhas da idade acentuadas pelo sorriso simples.

— Obrigada mestre.

Outrora a qualquer um dizer algo, o panda vermelho caminha para a rampa do navio, os mestres dão o último abraço nela e o segue, tal como Yoichi e Song, ambos despedem-se brevemente, repara a chegada de Po e Li Shan, a boca da guerreira torna-se seca, engole a própria saliva, de repente os braços do panda adulto a envolvem em um agarre poderoso, a respiração é fisgada por esse gesto afetuoso, está surpreendida e atordida, seus pés não tocam mais o solo.

— Você é igual a sua mãe — comenta ele, soltando-a. — , a ternura dela lhe caí bem, os mesmos olhos, de um âmbar vermelho brilhante, viviam contraídos numa bondade e coragem permanente, como os de uma… Eu não sei o que comparar, mas é igualzinho. — O riso é nostálgico, recordando da bela rainha, da personalidade cativante, o espírito sempre pronto para fazer o bem. — Certamente você tem a força e a liderança do seu pai.

— Nunca serei como eles. — responde. A pata direita coça a esquerda, sem jeito.

— É melhor que eles. Espero que possamos conversar depois de mostrar para meu filho o vilarejo Panda, tem tantas coisas que preciso lhe contar, como naquela vez que a Rainha fez um baile e convidou todos os pandas, fizemos a maior bagunça.

— Pai, é melhor irmos. — interrompe o filho, estando ao lado direito do mais velho.

— Oh certo, vamos, eu vou na frente. — Ao chegar na rampa, sobe com dificuldade. — Isso não é escadas, mas tem o mesmo efeito. — completa, trazendo risos para os dois guerreiros.

Po observa com o coração apertado; há em Tigresa algo impossível e indecifrável, uma aura de bondade e honra. Se ao menos pudesse ficar, ter uma chance, mas o dragão guerreiro tem responsabilidades, de modo a proteger e zelar por todos, assemelha a ela, futura rainha, ambos não escolheram ser o que são, foram destinados.

— Então é adeus dragão guerreiro.

A fala dela lhe tira dos seus pensamentos.

— Prefiro como um "até logo".

Ela estende a pata, por breve instante ele hesita, todavia a cumprimenta, olha por cima do ombro da felina os amigos no navio, olhos curiosos observadores, conquanto gostaria de beija-la a circunstância é diferente, nesse caso transmite pelo aperto das patas, contrariando sua ação a mestre o puxa para um abraço, surpreendendo-o.

— Garça você não vai fazer aquela cara de novo? — ironiza Louva-a-deus, sobre o chapéu de palha do amigo.

— Que cara? — indaga irritado.

— Do que vocês estão falando? — perguntas Rosetta, voando até o ombro do Macaco, sua voz angelical soa igual a uma melodia.

— Não é nada importante, docinho. — responde sorrindo.

— Por favor, sem apelidos, já tomei minha cota de açúcar hoje. — intefere Yoichi.

— Diferente de você tenho que ser amável, ela minha namorada, não espero que entenda. — diz sarcasticamente.

— Eu vou acabar com esse grilo. — ameaça, dirigi-se a ele, mas Song o impede.

— Na verdade é um louva-a-deus, o próprio nome já fala. — argumenta Macaco.

— Qual a mente genial dos seus pais colocou o nome da própria espécie que você é. — gargalha, ofendendo-o.

— Ei, isso foi ofensivo. — intromete-se Víbora.

— Deixa, eu mato. — fala o inseto verde, pulando até o felino, tenta deferir um chute lateral, mas o primata lhe pega pelas anteninhas. — Me solta!

— O que… Está…Havendo…? — interronga Li Shan, a respiração ofegante, após subir a enorme rampa.

— Acostuma-se. — Dá de ombros mestre Shifu, passando pelo panda.

Desatentos a confusão, os dois continuam abraçados, o calor confortante exprime carinho, quanto mais apertado, mas alívio propõe.

— Uma das várias coisas que gosto em você, é seu cheiro, tem aroma de flores. — De olhos fechados, o focinho sobre a camada de tecido, sente o perfume familiar.

Ele só queria tornar a despedida mais fácil. Retira os braços das costas e olha diretamente nos olhos dela, permanece ali, guardando mais uma vez o olhar penetrante igual de um por do sol, os lábios curvam-se em um sorriso, escuta os gritos no navio, a deixa para ir, coloca um pé na rampa, brevemente fecha as pálpebras e respira profundamente, os punhos fechados fortemente indicam a profundidade da angústia.

Quando a embarcação começa a sair, Tigresa vilumbra o dragão guerreiro, ele acena, fazendo-a imitar a ação, em seguida seus amigos fazem o mesmo.

— Obrigada todos vocês. — sussurra, de repente uma lágrima contorna sua bochecha, havia prometido não chorar, quebrara a promessa.


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