Yin Yang escrita por Beatrice Ricci


Capítulo 34
Manipulação


Notas iniciais do capítulo

Dois capítulos em um dia, fique a vontade para ler.



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Depois de mais alguns esforços inúteis para conversação, Po convence-se que aquela felina defronte de seu olhar não é Tigresa, conquanto tenha a mesma fisionomia, a maneira de lutar e de entreabrir os lábios, para assim proferir sons de desagrado, sejam os mesmo, seus olhos revelam ao contrário, transparecendo um brilho inesperado de ódio e terror.

Na ocasião que a fúria da amiga fez juízo aos gestos de raiva, ele a solta, a vê posicionar-se novamente, na forma qual sempre faz; concentra-se em encará-la, analisando cada passo ao seu redor, como se ambos fossem dois animais enjaulados, preparando o próximo golpe.

Ela corre a sua direção, cuja velocidade custou o panda a saltar para frente, em uma bola preto e branco, num gesto rápido ele agarra o pulso da guerreira, obrigando-a vira-se, com seus braços imobilizados, aproxima seu rosto a curva do pescoço dela, de seus lábios suplica que ela escute, contudo não conseguindo alterar-lhe em nada o humor, a mesma utiliza de toda a sua força para erguer-lo e girar no ar, assim desvencilhando.

Franzindo os cantos da boca em trejeito de incredulidade, Tigresa, porém mantém a mesma postura ameaçadora, quando ela mostra suas presas, acompanhado de um leve rugido, estremece um arrepio da nuca a ponta do pé, sabe que é a presa e a felina a caçadora.

Breves minutos encaram-se, ambos com os punhos fechados, Tigresa salta na sua direção, ele bloqueia a ação de suas patas segurando-a nos pulsos, e chutando-a no abdômen, ela gira três vezes no ar, antes de aterrissar no solo, a felídea impulsiona a perna direita e salta novamente, desta vez chutando repetidamente no ar, assemelhando com o ataque fúria dos pés, do panda.

O guerreiro obsta agarrando o pé esquerdo dela, fazendo-a rodar no próprio eixo, contudo leva ele um chute na jugular, seguido por um soco acima do peito e outro atrás das costas.

Po recobrou o ar que ia e via dos pulmões, como se queimasse seu interior; percebe a profundidade de seu tormento, num jorro de culpa e covardia.

Afunda nos pensamentos aleatórios, tentando manter o equilíbrio abalado pelo confronto contra Tigresa. Passando a pata na curva do pescoço, sente o rastro das garras da amiga e o sangue, devia para o ombro, o liquido vermelho espalha-se para seu braço; seu estômago dá um no analisando a região. Coma respiração curta e rápida fecha os punhos, visualizando a face séria da felina, uma avalancha de imagens empurrando seus sentimentos.

Aquela não é Tigresa, ainda assim não poderia machuca-la, porém permanecer batalhando desta forma é sandice, pois enquanto lutava com ela, chamejava na sua mente a amiga, cujo sempre conheceu, deixando-o tenso, apenas defendendo-se de seus golpes.

Está cansado de vê-la sendo manipulada, que de longe o atraí em silêncio, já não é à sombra do que fora, mas um vulto de rugosidade.

°°°

Cobertos ambos pela marcas da batalha, as fisionomias cansadas demonstração a quase rendição, parecem eternamente fechados a continuar, a inquietação de seus espíritos lhe trazem sérios receios, caindo em uma espécie de desgasto emocional e físico, no entanto recusam-se a reder-se a fraqueza, mas, ou porque faltam neles à coragem para isso, ou porque aqueles olhos diabólicos das criaturas os convinda lembrar o que está em jogo, diante disso permanecem lutando, afastando todo pensamento de hesitação, procurando golpear e atacar de todas as maneiras possíveis.

Louva-a-deus sente amargurado por não conseguir enfrentá-los diretamente, a impaciência, amiga nos momentos de adrenalina, se faz presente, afigurando-lhe em torno daquele seu modo de ver o mundo lento de mais, gira a capacidade de permanecer calmo, assim concentra-se na luta, aplicando inúmeros ataques, embora não façam efeitos.

Víbora e Macaco unem seus golpes duplos, acertando alguns deles, mas poucas vezes surge o efeito esperado, diante disso cada um deles segue caminhos opostos, o primata com sua astucia e a serpente com sua inteligência.

Mestre Shifu defronte do olhar frio de Mirume, daquele transbordamento de cólera, principiando a intimidá-lo, girando na suas patas o cajado, acompanhado pelo andar de divertimento, sobre aquele veículo, cujo é empurrado pelos soldados negros. Ele a viu sorrir com desdém, chamando-lhe para um confronto direto, custa-lhe permanecer com a paz interior, é nítido na face, as sobrancelhas franzidas, as orelhas que se mexem de vez em tempo, tudo em sua fisionomia é uma mistura de sentimentos e emoções.

Na ocasião que ela pronuncia palavras quais são calculadas com desprezo, o panda vermelho quis atacá-la, mas seu espírito regulador mantém sua paciência, confrontando-a com o mesmo tom de voz, de seus lábios pintando em cor de vinho, um riso de incredulidade brota-lhe, e ali o grão mestre teve o limite da compostura, todavia antes que posso agir, ela retoma a fala:

— Sabe de todas as contrariedades cujo aconteceram, vossemecê foi um dos grandes fardos, contudo fizera um favor privando minha amada irmãzinha do amor e carinho, se não fosse desta forma... Se tu contasse a verdade... Talvez ela ainda estivesse aqui. — E antes de ser interrompida continua: — No fim de contas, pensava eu, que traria consequências ridículas, atrasando minhas intenções, contudo estava errada.

As orlas da testa do mestre acentuassem, numa expressão de zanga, que ele não procura disfarçar.

A rainha não disse mais nada, e pôs-se a passar, antes de aponta-lhe o cajado, liberado um raio de energia negra, o grão mestre desvia com sucesso e com rapidez avança até ela, surpresa a felídea recua alguns passos, ela bloqueia chutes giratórios deferidos a sua face, tenta atingi-lo, mas o tamanho e agilidade do panda vermelho supera sua capacidade de batalha, um dos golpes acerta sua bochecha.

Ela olha diretamente para o oponente, o bom humor transforma-se em aversão, logo que ele deu a atacá-la novamente, a soberana dá um arranco na direção do mestre com um dos punhos fechados, sem nunca se livrar do cajado, do mesmo modo é golpeada, cambaleia para trás, depós encara-o retomando o equilíbrio, reprime a respiração por breves segundos, refletindo sobre o que fazer.

Um sorriso curto chama atenção do mestre, a rainha com zombaria lhe ordena que olhe para o lado oposto, cautelosamente ele o faz; a certa distância presencia seus alunos lutando contra as criaturas, cansados e feridos pelo combate, seus olhos azuis seguem depois a outro ponto, onde vê o dragão guerreiro e a filha adotiva, a escuridão impossibilita sua visão, seu coração aperta-se, visualizando ambos numa batalha, de repente a culpa, inimiga de momentos como esse, abala seu consciente, vê-la lutar dessa forma, manipulada por Mirume, causa-lhe sofrimento.

— Veja o que tu fizera com ela... — afirma ela, sem registrar sequer por um momento o sarcasmo ou a ironia, naturalmente. Ele ainda permanece imóvel, enquanto a soberana aproxima-se. — A fez um guerreira sem sentimentos, moldada apenas no kung fu. — acrescenta a poucos centímetros do panda vermelho.

Aquela astúcia medida a cada passo, o modo como seu olhar permanece no grão mestre, encruza com a inteligência do mesmo, se antes ela o atacaria, agora recua, recebendo cada golpe, receosa pela a situação que segue, ao posso que este a embosca, deixa ficar martelando alternativas em sua mente, a fitar ao redor de vez em tempo, lembra-se do cetro e do poder que possui com as criaturas, desviando do pequeno punho dele, usa o objeto para empurrá-lo.

Conseguinte bate-lhe contra o veiculo, num fio de energia negra corre em varias direções, as criaturas antes ocupadas em atacar, avançam até a majestade, dantes a mesma ordena que todos sigam a entrada do reino, os seres a obedecem, depois ela arranca o colar do yin do pescoço, olha diretamente nos olhos azuis de Shifu, em seguida joga-lhe a certa altura, no mesmo momento com o cetro envia um raio negro a ele, um baque de luminosidade expande ao vale, iluminando por breves segundos a escuridão, cada animal, cada criatura, tem atenção de onde surgiu o clarão.

Minutos de silêncio interrompido por um berro estrondoso, tamanha é o som produzido que derrubara inúmeras árvores, alguns animais colocam as patas aos tímpanos, como se esse gesto impedisse de sagra-lhe os ouvidos, o breu não os ajudam a enxergar o responsável, mas quando varias esferas vermelhas, assemelhando-se a chamas, surgem do nada encarando-os, descobrem uma enorme criatura, apreensivos permanecem imóveis.

— Que coisa é essa? — sussurra Macaco, para o amigo verde em seu ombro.

— É enorme, feio e assustador... — cochicha Víbora, ao lado do primata

— Se ficamos quietos talvez ele vá embora... — afirma Louva-a-deus, pelo canto da boca.

Com o termino da fala do inseto, um tigre grita desesperadamente, os braços ao alto chacoalhando-se dão ênfase ao desespero.

— Agora ferrou tudo. — acrescenta o inseto.

De repente o pânico atinge novamente cada um dos aldeões, a criatura de pele negra, coberta de escamas, atrapalha-se para erguer-se em quatro patas, sua enorme cauda pontiaguda chicoteia no ar, outrora a ajudá-lo equilibram-se, seus inúmeros olhos cor de fogo desviam em varias direções, notam-se os três chifres na forma de lanças, os dedos compridos com unhas afiadas, a língua partida em duas e se não bastasse à monstruosidade, presas e dentes saem de sua boca.

Mestre Shifu, a quem nada parece impressionar, sente-se surpreso e amedrontado por aquela besta. É a primeira vez que se acha assim, em comunicação com seu próprio medo, sua alma tem com espanto deste fato o mesmo impacto de ver sua única filha atacar Po.

Ainda no solo barrento, sente a terra tremer a cada passo que a criatura dá, pôs-se a levantar-se, mas uma dor lancinante onde Mirume havia atingindo-o com o cetro faz presente, quis gritar, todavia a boca se torna subitamente seca, aperta por instinto as patas na lama, agarrando grande quantidade, ergue a vista novamente, desta vez de longe percebe a fisionomia da rainha, jubilar-se em meio à escuridão, raiva e ódio transforma seu semblante, sendo substituindo depois pela dor.

Prestes a cair ali mesmo, um par de asas o segura pelo ombro, com a respiração descompassada, levanta o olhar ao aluno, o silêncio equivale ao questionamento, a ave sorri levemente, embora sua face esteja com a preocupação notável, respondendo-o:

— Não poderia ficar apenas cuidando dos feridos, sabendo que o Senhor e ou outros estão aqui.

Apoiando-se no aluno, com dificuldade o grão mestre levanta-se, agradece deixando a ajuda de lado, atreve-se a caminhar, novamente a dor lhe atinge, antes que posso cair, Garça o segura, de soslaio ele percebe aproximação dos outros alunos, desvencilha-se do agarre da aviaria, pega das patas de Macaco o cajado, cujo mestre Oogway lhe deu em vida, para assim servir de apoio, visualiza os semblantes de receio de cada um deles, estaria disposto a fazer de tudo para impedir o mal, com inalterável confiança em seus esforços.

— Mestre o que faremos? — pergunta Garça.

— Já viu o tamanho daquela coisa? — indaga Louva-a-deus, fazendo um gesto de grandiosidade com as pinças. — É enorme, feio e enorme. Já falei que é enorme? — acrescenta.

— Todos nós percebemos Louva-a-deus. — Articula Víbora, erguendo a cabeça a altura do inseto, qual está no ombro esquerdo de Macaco.

— Só estou dizendo que deter algo tão grande é quase impossível.

— Diz por experiência própria?

— Sim... Quer dizer não, você entendeu.

— Espera, onde está Po? — questiona o primata, a qualquer um que responda.


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Notas finais do capítulo

Obrigada



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