Yin Yang escrita por Beatrice Ricci


Capítulo 17
Rainha


Notas iniciais do capítulo

Nesse capitulo, vocês vão conhecer a rainha do Vale da Sombra, possa ser que fique meio confuso a personalidade dela, contudo é necessário entender. — Quem gosta de guepardo? Hehehe eu sei quem, essa foi para o amigo da fanfic que ama esse animal. — Boa leitura.



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Senta-se ao trono, a almofada de cor vermelha, mistura-se com o seu vestido sangue, repousa as costas, sente as pequenas pedras de diamantes na madeira do assento lhe cutucar, não é incomodo, num gesto discreto cruza uma das pernas, nesse curto tempo sua pele é mostrada devido o corte da roupa, cujo se estende até o joelho. Balança o pé distraidamente, o salto preto acompanha o ritmo lento, os lábios rosa entre abre para um longo suspiro, tem a face franzida, e a sobrancelhas juntas, os olhos âmbar rubi desatentos ao redor. Pôs-se a ler um livro à luz das tochas acesas ao redor do salão principal. Não está preparada para dormir, a vestimenta macia sobre as roupas íntima é desconfortante para adormecer. Aperta o lábio inferior, por nenhum motivo, apenas uma mania, conserta o livro imperceptivelmente a posição das patas; as unhas da mesma cor do vestido raspam na capa dura ao fazer.

Agora o livro parece flutuar entre os dedos. Respira penosamente, de boca aberta, o livro nesse momento não é interessante. Volta o rosto para o outro lado. Aperta os olhos que foram se reduzindo, concentrados no vaso branco, com linhas douradas verticais, de tulipas. Estende a pata aviada em direção à planta, contudo para. Cerra os olhos, a fisionomia enrijecida. Fala num tom suave, como se mais alguém a li a escute.

— Concentra-se.

Depois não disse mais nada.

O livro no colo, e as patas entrelaçadas, a postura ereta.

Nenhum rastro de sons penetra realmente no silêncio do lugar, silêncio isolado numa aura espessa, de se cortar com espada.

Levanta do trono, desce os seis degraus a frente, e anda pisando forte, o salto agulha faz ruído ao passear pelo piso, a capa de tecido fino vermelho transparente junto, o queixo erguido, os olhos acesos, as patas juntas.

De repente as enormes portas do salão se abrem. Gira sobre os calcanhares para ver o individuo que a perturba. Levanta o busto, desenhado num corte “v” e mantém o semblante sério.

Dois guardas surgem, um deles está com uma velha cabra, cuja tem a face serena.

Avança em direção a eles, ambos lhe dão passagem para ela estar diretamente com a cabra, feito isso. Esperam quaisquer palavras de sua rainha.

— Veja quem está aqui — começa ela, o olhar inexpressivo na senhora. — Se não é a famosa vidente.

— Se é isso que diz, sou sim. — responde num tom velado, vagando o olhar pela face laranja da felina.

— Ouvi histórias da senhora — diz depois de um breve silêncio.

— Algumas estranhas outras nem tanto, confesso que eu não acreditaria se não fosse meu fascínio pelo sobrenatural. — Percorre andando com a vista em pontos diversos. Um dos guardas teve uma ligeira queda de olhar para os quadris do tigre, cujo balança-se junto com a calda, o amigo ao lado lhe dá um tapa na face, para manter a postura. — Lembro-me bem, Lorde Shen era apenas um principezinho querendo a grandeza, não pude presenciar o seu crescimento, afinal eu era apenas um feto na barriga de minha mãe, na certa ele era uma mente genial. — Volta-se a cabra, o rosto inexpressivo. — Atacar a vila panda para o futuro não concretizar, vós deve entender não é? Pois viu tudo, ou melhor, vê tudo.

— Tem os olhos de sua irmã.

Ela nem abre a boca. Olha fixamente, sem deixar aquela vista fria e distante, assaz embaraçoso e desagradável. Foi o comentário, proferida com tal sinceridade que a fez estremecer.

— Ti sabes, eu lhe trouxe aqui para ver meu futuro, e então faça isso ou quer ir para a masmorra? — O tom em que as palavras haviam sido ditas revela um caráter intrinsecamente mau.

— Se quer mesmo saber o seu futuro, já o tem — começa, aproveitando a pausa da rainha —, você planta seu presente, colhe seu futuro.

— Claro, um futuro cheio de grandeza. — interrompe, com um sorriso quase diabólico.

— Assim pensava Shen, contudo foi morto.

— Ele só queria aquilo que foi renegado! Nem tentes dizer ao contrário! — A vista de um modo sinistro, com os olhos carregados de ódio, a menos que os seus músculos faciais sejam tão perversos que se recusem, a ter o semblante sereno. — Tu és apenas uma velha que não entende. — Para além do que é dado suporta, desvia o olhar. Começa a sentir-se irritada e impaciente. A atmosfera carregada pesa na sua alma, neutralizando por completo o conforto e a tranquilidade, a qual a rodeia. — Deverás irritante.

— Majestade — chama, com todo respeito, outro guarda que acabara de entrar pela entrada principal. —, peço-lhe que perdoe pelo incomodo, mas dissera que era para avisar se tivéssemos noticias sobre sua irmã.

Está ali a dois passos do felino, um tigre de porte alto e músculo, apesar da armadura lhe cobrir é notável a beleza.

— Continue. — ordena.

— Ela está a caminho do antigo vale da luz, junto com o dragão guerreiro e outros mestres. — pausa a voz e continua. — Há uma senhora, cuja tem uma informação interessante para a senhorita, contudo quer moedas de ouro.

— Dê o quanto necessário, espero por informações mais precisas.

— Eu lhe obedeço vossa majestade. — Inclina-se em forma de respeito, para deixá-la em seguida.

— O dragão guerreiro... — comenta, voltando-se para o trono. — O guerreiro preto e branco, cujo derrotou Lorde Shen... Interessante... — Senta-se novamente, com um sorriso sarcástico. — Leve-a para o calabouço junto com o outro. — Olha de soslaio, para os dois guardas felinos, (um tigre e um guepardo). Mas logo desvia atenção, pode-se à procura de qualquer coisa que a distraísse.

— Sim vossa majestade. — respondem em uníssono.

Estando sozinha novamente, continua a falar em voz alta, enquanto o dedo indicador brinca com o anel da pata esquerda.

— Um panda... Adoraria conhecê-lo.

Mirume, esse é o novo da formosa rainha. Olhos vermelhos âmbar, como o por do sol, numa tarde. Corpo esbelto, trabalhando em curvas minuciosas, destacando o busto. Pele tão sedosa, assemelhando a melhor seda da China. As maiorias de suas vestes são provocantes, chamativas, muito para alguém da realeza.

É errado dizer que a beleza dela seja a única, contudo os que rendem os seus pés a vista única, pois a carne é fraca, se admira por atributos físicos, cujo não medem o caráter, pode-se concluir que seja um defeito.

Desde pequena foi mimada com as maiores riquezas, conforto e carinho, entretanto a mente engana o coração, às vezes é possível perceber a razão daquele que bate freneticamente dentro de si, porém o outro, o que fazer ter ideias, nos trás conhecimento, é ambicioso, egocêntrico, não pode simplesmente confiar naquele que apenas faz pulsar. Definir a alteza, como fria não é precipitado, afinal ela é, mas existe ainda a pitada de consideração, na qual matar os que ameaçam seu trono seja o ultimo recurso.

Pôs-se de pé, e saí do salão.

Anda com passos lentos, pelos corredores luxuosos, alguns quadros a sua vista, para em uma das portas e gira a maçaneta de ouro maciço, e por fim está dentro, fecha-a por trás, vaga o olhar ao enorme quarto, a poucos metros de distância uma cama. À medida que sua mente ia divagando, ela sente que afasta dos problemas e fecha os olhos. De repente há um silêncio de morte. Abre devagar um dos olhos, esperando acordar de um sonho. Em vez disso uma tigresa fêmea a está encarando com sorriso no rosto. Ela nem tanta explicar. Seu gesto é simples, para explicações tolas.

Em vez disso aponta para a porta do banheiro.

— Vais e prepare meu banho.

A felina aparentando cinquenta anos de idade, toma lugar a sua frente. Mirume corre à quarto, para ir em direção da cama.

— Os animais têm medo da incerteza, do futuro — começa com convicção. —, essa ideologia de grandeza é um esforço inútil de criar um sentimento de certeza e de amor onde nada disso existe. — termina com um sorriso curto.

— Isto foi uma indireta querida Lía? — Conserva o que caracterizava na adolescência e que tão útil se revela ao ajudá-la a reprimir manifestações de sentimentos. — Como podes dizer que tenho incerteza? Nem tente mandar outro desses disparates para cima mim. — ordena com ênfase.

Ri, de fato, com a teimosia dela, mas é quando vê a rainha passar junto à janela, repara no sorriso malicioso que aflora em seus lábios. Não se mexe, a um pensamento que sugere que a alteza está a se encontrar com alguém.

— Deverias ter cuidado — comenta. —, encontros com espécies diferentes podem lhe dar barriga.

Mirume vira-se e olha diretamente a felina, não aparente a idade que tem, poucos diriam que se trata de uma fêmea de idade.

— O que faço de minha vida não lhe diz respeito. — Fixa o olhar nos dela, azuis marinhos. — Tu deverias estar a preparar meu banho, então andas.

Então, sem dizer mais nenhuma palavra, senta-se na cama, pega um livro sob o travesseiro e o leva a face.

O ar impassível com que Lía recebe a ordem é sem duvida exasperante, uma vez que havia sido dada com toda a sinceridade, por isso, não comenta nada, em vez disso vai para o banheiro a fim de preparar o banho.

Depois de minutos, Mirume e Lía tiveram uma breve troca de palavras, durante qual a soberana manteve-se inexpressiva, para depois entrar na banheira de madeira retangular, deixando a água quente relaxar seus músculos.

Teve a sensação de que acabara de entrar num sono profundo, sem sonhos. Fica quieta. Estranhamente, o silêncio não é desconfortável assim. Respirando fundo e soltando o ar lentamente, acalma-se. Decide que está farta de sentir incerteza, apesar de negar, e continua a se banhar, tentando parecer mais confiante do que se sentia.

Terminado o banho, se veste, com a camisola que a criada deixara sobre a cama, uma camisola de seda simples, de cor bege a altura do joelho. Vestida fica a frente do espelho e usando uma escova, ajeita os pêlos dos braços, pernas e rosto. Teve um breve momento a essa parte do corpo, sem maquiagem é irreconhecível.

Balança a cabeça, como se o gesto a livre de tais pensamentos.

Saí do cômodo, certificando que não há ninguém nos corredores, com o passo macio caminha passando por vários quartos e salas, até chegar a seu destino, uma pequena cela, com apenas uma janela e uma cama. Aproxima-se das barras de ferro enferrujadas, aperta os olhos a fim de ver melhor o individuo cujo está com o olhar ao teto.

— Novamente aqui rainha? Pensei que estivera com outro.
Ela não o responde, espera tê-lo aos olhos para começar a balbuciar.

— Tu pensa que sou uma vadia a deitar-me com vários em uma noite? — pergunta com convicção. Estava prestes a encontrar outro, mas resolveu estar com esse.

O leopardo das neves sorri. Mas assim que a felina desvia o olhar, sua fisionomia fica séria. Recosta a testa nas grandes, relaxa os músculos. E boceja.

— Tem um jeito estranho de tratar prisioneiros... — Ela volta-se a ele, tem o semblante inexpressivo. — Contudo gosto disso... — Beijou-lhe a pata numa profunda reverência e ousadia.

A soberana inclina-se. Fala num tom muito suave, mas os lábios se apertavam comprimindo as palavras e os olhos têm aquela expressão de sedução, cujo qualquer homem conhece. Estremece quando a pata dela pousa no seu ombro. Sente-se o perfume de jasmim. De assalto a agarra passando os braços entre as barras de ferro, a sua cintura. Endurece as pontas dos dedos, quer cravar as garras abaixo da cintura, contudo prefere beijá-la no queixo e orelha, mordicando-os de vez em quando.

— Tu és apenas como qualquer outro. — murmura. Suas patas vão a um dos bolsos da vestimenta a procura da chave.

— Sei disso — a responde, sem deixar de mimá-la. —, entendo que tenha gostos estranhos...

— Do que falas? — Contém um suspiro.

— Anda boatos por aí, que vossa majestade gosta de relações com espécies diferentes...

— Tu és a prova não é?

Ele segura uma risada, quase sínica, e não falou mais, pois o que precisava ser dito aconteceu nas ações de ambos, quando a rainha abriu a cela, e fez daquele felino, mais um a provar seu doce encanto.
                                                   ***

Sob a luz do luar, um jovem guepardo, de aparência simples, caminha nas ruas do vale, nenhum ruído é escutado, é de noite, a maioria estão em suas casas. Sua capa azul escuro arrasta pelo chão à medida que anda, seu rosto está coberto pela enorme capuz que faz parte do acessório, carrega consigo uma espada, presa ao cinto da calça negra, invisível a vista de qualquer um, devido o manto da capa cobri-lo, em uma das patas uma adaga.

Os olhos azuis misturam-se com o breu, o semblante triste é nítido.
Continua a sua jornada, está pressentindo algo, cuja lua lhe avisou. É preciso ser rápido, encontrar a quem procura, antes que seja tarde. Mas quem? Apenas o universo sabe.


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Notas finais do capítulo

O que acharam da rainha? E do misterioso guepardo? Palpites?
Beijos.