Yin Yang escrita por Beatrice Ricci


Capítulo 16
Intensidade


Notas iniciais do capítulo

Como sugere o título, o capítulo será um pouco para adultos... Mas não vai pensando que terá hot, se não teria que mudar a faixa etária da fanfic, e não quero isso.
Para aqueles que possam se sentir ofendidos ou sei lá vermelhos pare de ler em alguma parte, e para o pessoal curtem, não sou boa em lemon... Beijinhos nós vemos lá embaixo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/464991/chapter/16

Começa a percorrer o solitário caminho. Aquele vento, muito, suave, vinha-lhe o rosto. As coisas seriam diferentes ali. Inspira profundamente. O céu é incrível visto a partir desse lugar. Caminha lentamente. Quer se deixar levar por esse momento que, à medida que vai em direção à cachoeira, para o passo, certificando que os amigos dormem, depois o retoma.

Próximo a beirado do rio, retira as sandálias, colocando-as no solo logo em seguida e assim sentir as águas banhar o corpo — com as roupas —. Foi breve, um instante em que algo lhe diz para estar dormindo, mas ela não soube como, se toda vez que fechava as pálpebras, os mesmos pesadelos a atormentavam. Prefere estar ali, sentido o liquido relaxar os músculos, como se os problemas sumissem.

Percorre o rio todo, de vez em tempo dando uma risada de criança, fazendo do momento especial. É quando os olhos atentos ao redor, vêem uma abertura entre as rochas embaixo da água, nada em direção, atrevendo-se a entrar; é escuro, pois nem a lua é capaz de iluminar, sua visão torna-se turva, de repente é necessário ar, emerge em um tipo de caverna aberta. O astro natural é a luz do lugar. Sorri por nenhum motivo aparente.

Permanece ali por minutos, refletido sobre os acontecimentos desses dias, pedindo que a missão termine e volte para a casa. Quer ter a mesma rotina, acordar, treinar e combater bandidos, isso é sua vida, contudo seria mesmo igual? Quer dizer, e tudo que aconteceu entre ela e Po? Nada será igual novamente, é com tristeza confirmação de si própria. Odeia ter que acreditar em algo diferente, cujo não seja como planejou, não irá mentir, já teve sonhos de viajar, conhecer o mundo, até em ser dançarina, porém eram sonhos de criança, agora sendo uma mulher adulta deve manter o foco.

Os pensamentos foram sumidos à medida que fecha os olhos, poderia dormir naquele local, tampouco se importaria com alguém entrando na caverna... Abre os olhos bruscamente, as palavras pareceram devolvê-la á realidade, o individuo surge das águas e a parece a sua frente, prepara-se para atacar, mas a voz familiar e a fisionomia, a fez ficar na mesma postura.

Lá está ele, com a respiração ofegante e olhos desatentos a ela. Toma tempo para voltar ao normal, ao fazer vê a figura da felina, o olhar de impaciência e uma pitada de raiva. Antes que ela diga qualquer coisa, o faz primeiro, pergunta sobre a razão de estar nesse lugar, tampouco se preocupa em respondê-lo, afinal o que o mesmo faz ali.

Bruscamente vira-se, não quer mirá-lo, ele sabe que fez mal em vir, contudo vê-la sair e não retornar da cachoeira o preocupou, seguiu, prendeu a respiração o máximo que pode, porque quer o bem dela, pois a ama demais. Atreve-se a aproximar, o risco que corre é imenso, estando a uma distância razoável começa a falar, desculpando por agir de maneira infantil, de estar errado por achar que precisa protegê-la — essa parte nem tanto assim —, de tentar ter a razão...

— Terminou? — pergunta num tom vago, impessoal, que serve para suas mais venenosas frases.
Po, que até o momento tem o semblante calmo, em expectativa, por uns segundos mantém a mesma expressão até que, finalmente, a decepção se desenha em seu rosto.

De novo se fez um pequeno silêncio. O Panda abaixa a vista e depois ambos olham e direção a lua. Como se ela desse a solução aos seus problemas.

— Quero que escute. — Ela não o responde, continua com a mesma fisionomia. — Você sabe, eu a considero a melhor mestra de Kung fu, minha figura de ação favorita e amiga. Porém esses dias eu não sei, mas sinto algo por você, não é só amizade, se fosse realmente, eu não agiria do jeito estranho desde que saímos do vale.

— É nesse momento que a luz da lua começa a reduzir-se até que desaparece. Aquele lugar converte na escuridão. — A primeira vez que a vi, foi quando o mestre Shifu ficou doente por causa de mi... Alguém, você teve que lutar contra aquele javali enorme... Foi realmente incrível, você deu uma de direita e depois de esquerda e bem no focinho, acabou com ele, claro teve ajuda dos nossos amigos, mas mesmo assim show de bola.

Ela teve um sorriso, devido à empolgação do urso, contudo mantém a mesma postura.

— Depois no dia que fui escolhido o dragão guerreiro, ás vezes ainda penso que Oogway estava errado em me escolher, se não fosse o destino, sei que você seria melhor a esse titulo. — pausa a voz e depois prossegue. — Tentei mudar a mim mesmo naquela época, tentando de alguma forma ser aceito por todos, incluindo você, minha guerreira preferida... Aí venho à luta contra Tai Lung, quando me chamou de mestre, quase enfartei, entretanto mantive a postura, e sabe... Eu me lembro daquele sorriso... — As últimas palavras saíram em um tom baixo, quase confidencial. — Na prisão o abraço... Desculpe-me, eu não queria, mas eu deveria saber quem eu era, falei que você não entendia, mas entende sim, sei que entende... A vida toda parece que você foi feita para estar ao meu lado, me guiar, como sempre guiou os quatros furiosos, por isso, e todos os momentos que vivemos... Quero dizer que eu gosto de você, eu a amo...

Tigresa parece titubear e, enquanto estica seus braços, volta a mirar os olhos de Po. Sim, talvez pudesse confiar nele, nas suas palavras.

Desde aquele instante, um sentimento estranho fez que toda a vida parecesse concentrar naquele olhar. Olhos verdes, como jade.

Ambos mantêm as vistas, a única luz do lugar são o Iris dos dois. Ela aproxima, usando os braços para nadar em curto tempo, ele sente que o coração se detinha, estando a centímetros de sua face, concentra-se, quer ver em seu olhar a verdade, como na prisão de Gongmen.
Não espera que ela o responda da mesma forma, qualquer ação basta.

— O que diria se eu dissesse que não o amo? — indaga.

— A deixaria em paz, sei que não posso fazê-la me amar, mesmo dizendo que a conquistaria. — responde.

Detém um instante e respira profundamente. De repente, passa pela sua cabeça que será melhor deixá-lo sem a resposta. E esse pensamento a fez saber que havia aceitado suas palavras. Em algum lugar dentro de si havia desejado essa confissão. Sabe que sua vida já não seria a mesma, nem o ar que respira voltaria a ser igual à antes. É quando abaixa a vista, buscando algo, sem mesmo saber o quê.

— Eu não posso dizer que o amo. — Certa tristeza vem ao rosto dele. — Mas quero que me corresponda. — Volta-a velo.

— No que? — Confuso, pergunta.

De repente sente os lábios macios dela, apertar aos seus, a ação o fez ficar paralisado, os olhos foram fechando-se vagarosamente a medida, que se sente encorajado a fechar o circulo de amizade. Breves minutos de lábios encostados, apenas isso, nada que fosse tão intenso. O Polegar de Tigresa roçando de vez em quando na bochecha direita do panda, no qual tem uma das patas sobre o ombro dela, coberto por aquela seda dourada. Ela teve um sorriso, ao sentir o desejo do panda de aprofundar o contanto quando moveu os lábios, afasta-se para respirar e volta a capturá-los, dessa vez realizado o seu desejo. Deixa a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe nos pelos, depois de reunida na boca ardente devora-a lentamente, outra vez e outra mais. Os lábios da felina é quente, e se fechasse as narinas e respirasse um pouco mais, para continuar a beijá-la? Tenta por instantes, mas logo sufoca. O jeito é deixar, escuta ela resmungar.

De olhos cerrados entre abre os lábios e cola ferozmente ao orifício de onde traz os sentimentos, um beijo avassalador. Nada para trás ou para frente, nem sabe o que faz, sofre um tremor que não se via de fora e que inicia bem dentro dele e toma-lhe o corpo todo aquecendo pelo rosto. Atônito, percebe que uma parte de seu corpo, antes relaxada, está agora com uma tensão agressiva, coloca as patas na cintura dela e a puxa com força para si, os braços da mestra vão ao seu pescoço, suas línguas encontram-se, instintivamente um gemido curto é proferido de ambos, de coração batendo fundo, sentindo o mundo transformar, num equilíbrio frágil.

Termina o beijo bruscamente, as respirações ofegantes misturam-se, usa a pata para afastar o tecido do pescoço da amada, permanece com os fechados, o instinto animal dentro de si falando mais alto do que a razão. Toca a pele da curva com um beijo, Tigresa suspira; um arrepio por toda espia a faz querer mais, adivinhado seus pensamentos distribui beijos nesse lugar, morde de leve, quase sem toca-lhe, é animador escutar os sons proferidos de sua boca, encharcando todo o seu interior. Nem nota como chegou perto das rochas, ele a empurra contra a pequena parede rochosa e resolve deliberadamente lamber o seu pescoço, o que está fazendo? Por acaso está louco? Não. É o desejo do momento.

Com o ato do panda, atreve-se a rodeá-lo pela cintura com as pernas, os únicos ruídos são as respirações dos dois e as águas balançando-se, pensa em que momento perdeu a razão, está tão embriagada pelas caricias dele, cujo não cessam em nenhum segundo, que escureceu a mente, mas não o impede, o jeito de tocar e beijar é único, como se a quisesse ter apenas esse momento. Quis pensar em outra coisa e esquecer o dilema de deixá-lo continuar, simplesmente não tem o que fazer.

A cabeça é levada para trás, os beijos são sentidos nessa parte agora, perde a conta de quantas vezes suspirou, as garras ficam nos braços negros, escuta-o gemer de dor, seu hálito faz cócegas, nota quando ele exala profundamente, passando a ponta do nariz de cima abaixo, sentido seu cheiro. Desta vez é Tigresa que inicia o beijo, da mesma forma, cujo Po fez, agressivo, suas costas apertam-se mais a parede, sua calda enrola cintura dele como resposta, as mãos do guerreiro querem segura-la, inteiramente, lembrar o cheiro e a textura dos lábios, abraça implorando o calor de seu corpo, então, as patas procuram afogar-se em tudo que está ao seu alcance, acariciando-a, mimando-a lentamente com profundidade, os movimentos, quase vergonhosos, vivos naquele instante.

— Po... — murmura, ao sentir o intimo ser tocado. — Pare. — ordena. Apesar de não querer é preciso.
Ele não para, continua. Deposita o queixo no ombro dela, abraça com mais firmeza. O cérebro não pensa, é o desejo.

— Detenha-se. — pede novamente, com segurança no tom de voz.

Resmunga como se suplicasse por continuar.

— Tigresa...

— Você sabe que é errado...

Sim sabe, mas o corpo asseia, é uma droga, cujo traz vontade e abstinência.

O silêncio se faz presente. O guerreiro preto e branco abre os olhos e vê bem junto de sua face duas pupilas vermelhas fitando-o. E afirma então que havia tocando-a mais do que realmente precisava, o sentimento de culpa é notória, contrariando o de arrependimento, jamais teria esse, ao tê-la a seus braços, sentido cada toque e sussurro. Não é mais aquele panda ingênuo, — talvez certas vezes — cujo não sabia da onde via os filhotes, acreditando na ideia de nascerem de ovos.

Toca-lhe a bochecha com o dorso da pata, a felina cerra os olhos e os abre ao termino do carinho.

— Já disse que você é quente? — pergunta, fazendo-a sorrir de leve. Um sorriso que o derrete por inteiro.

— Sim.

— E que é inflamável?

— Também.

— Você é linda. — comenta, causando um olhar confuso dela. Em nenhum momento suas patas deixam sua cintura.

— Por que isso agora? — questiona risonha. As pernas ainda cruzadas um pouco acima de seu estomago.

— Tem olhos lindos.

— Pare com isso.

— E diga os lábios... — ri. Certo rubor escondido por a pelagem a cobre. — O que faremos agora?

— Nós voltaremos para o acampamento e não diremos nada do que aconteceu aqui. — Se dispunha a sair, mas é impedida por ele. — Po para de brincadeiras...

— Ficamos mais um pouco.

— E faremos o que nas águas? Na certa: um resfriado ganharemos.

— Eu tenho uma ideia. — Aproxima os lábios ao dela, contudo o dedo indicador da mestra o faz parar.

— Foi um simples beijo que começou tudo.

— O beijo foi começado por você.

— Eu sei disso... Se me beijar não vou conseguir parar panda atrevido.
                                                  ***

Tigresa, depois de deitar no chão daquele lugar e de lançar uma tranquila vista para o panda a seu lado, cerra os olhos e assim adormecer aos braços de Morfeu, porém contrariando-a, o panda a beija nos lábios, fazendo abri-los.

É um privilegio estar próxima a ela, de onde pode, por exemplo, reparar na minimiza de seus lábios e nas duas esferas âmbar, nas quais tem um brilho especial; visualizá-la com simpatia, e, um pouco ruborizado, pois a guerreira o aceitou como seu, o único, a ter há poucos minutos algo tão intimo e de certa forma constrangedor.

As patas estão na cintura fina da felina, as faces a poucos centímetros, sendo possível sentir o hálito das respirações batendo-os na boca, tendo a sensação de cócegas. O corpo é pequeno, nunca pensou, na maneira que ela o faz sentir tão grande, abre a boca e sente o ar fresco inundá-lo. Faz um pouco de frio, mas não importar-se, ou precisamente a camada de gordura e os pêlos grossos, são como uma manta protetora, a vê bocejar de vez em quando, um gesto simples, porém gracioso a ele, poucas vezes a presenciou fazer isso, massageia a boceja da amada lentamente com o polegar, mantendo os olhos bem abertos, ama vê-la.

— Você é linda... — comenta baixinho, ela escuta, pois sorri. — Corajosa e inteligente.

— Tenho defeitos. — Foi a vez dela de falar, em forma de sussurro.

— Todos têm, é isso que faz ser quem somos.

Ela concorda levemente com a cabeça.

— Qual sua cor favorita? — pergunta de repente, causando-a um olhar curioso.

— Gosto de vermelho e amarelo.

— Sempre soube que tinha uma cor... Duas cores favoritas. — ri frouxamente, ela também o faz. — Poderíamos dar um nome, seria tipo: “vermerelo” ou algo como: “amarelho” — a ultima palavra saí com um biquinho.

— Acho melhor não.

— É, tem razão... Oh e se eu que lhe chamar com um apelido?

— Qual apelido?

— Sei lá, um que soe bem... Pensei em vários, talvez gatinha...

— Nem pense me chamar de gatinha. — interrompe, com a fisionomia um pouco séria.

Gata?

— Quer levar um soco não quer? — o ameaça. O urso tem um rosto incrédulo.

— Mas você não é uma gata?

— Sou um tigre, isso é bem diferente.

— Tudo bem então, vou lhe chamar apenas de Tigresa e de Ti.

— Melhor assim.

Fez o silêncio.

Tigresa vira-se de costas para ter o seu calor, usa dos seus braços gordinhos como travesseiro, e o outro como cobertor, apesar de não admitir, tem frio, e suas roupas molhadas não a favorecem. Sente ele aperta-se contra si, a ação lhe traz outro sorriso, está tentando lhe aquecer.

Breve minutos, o sono não lhe vem, sabe que ela está acordada, devido a calda mexer-se de vez em quando, só quer esperá-la adormecer primeiro, ter a certeza que está aquecida e bem. De repente uma energia envolve ambos, é relaxante, mas nenhum dos dois está ciente, é o breu do lugar que impede de perceber.

— Ti... — cochicha.

— O quê? — responde meio sonolenta.

Você é meu Yin — espera sua fala, não obtém. — e Eu sou seu Yang.

Você é meu Yang — começa ela, deixa escapar um leve bocejo. — e sou seu Yin.

Ambos têm um sorriso, e assim adormecem. Desta vez não estão aos braços de Morfeu e sim um ao outro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então palmas para mim ou o Tocantis inteiro?
Demorei um pouco a escrever esse, mas saiu, deixe os comentários se quiserem beijos.