Os Vingadores - Experiência 787 escrita por MMenezes


Capítulo 1
Experimentos




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Já passava das 4 da manhã quando o toque estridente do telefone quebrou o silêncio do pequeno apartamento no Broklyn acordando seu único morador que cochilava no sofá da sala.

— Steve Rogers falando.

— Bom dia, Capitão Rogers. Espero não tê-lo acordado. – Agente Hill se fez ouvir do outro lado da linha.

— Dormi por 70 anos, não acho que algumas horas de sono a menos me farão falta. – Respondeu esfregando os olhos, tentando se manter desperto.

— Temos algo que talvez seja do seu interesse, Barton irá busca-lo em 2 horas. – Hill informou sem rodeios.

— Entendido. – Steve respondeu antes de desligar o telefone e rumar para o banheiro.

Precisava de um bom banho para espantar o sono, logo depois arrumaria uma mochila com algumas mudas de roupa e alguns itens de higiene pessoal. Por hora o mais importante era que finalmente voltaria à ação.

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— Bom dia, capitão. – Natasha cumprimentou assim que Steve e Clint adentraram a sala de Reuniões da SHIELD a bordo do Helicarrier.

— Bom dia. – Respondeu com um aceno de cabeça a todos os presentes, entre eles Tony, Bruce e a Agente Hill que retribuíram ao cumprimento.

— Capitão, é bom tê-lo a bordo novamente. – Fury o saldou com um aperto de mão.

— Igualmente, Senhor. – Steve respondeu antes de sentar-se.

— Então, o que será dessa vez? - Tony perguntou entediado. – Aliens saindo pela culatra, aberrações destruindo grandes cidades ou deuses malditos querendo levar uma surra do verdão?

— Não acho que o episodio de Nova York irá se repetir tão cedo, Senhor Stark. Temos um novo problema, algo quase familiar a alguns de vocês. – Fury falou deixando seu olhar cair sobre Steve. – Há algum tempo a SHIELD vem investigando um laboratório secreto no Brasil. Nada realmente grave, apenas suspeitas de experiências com raios VMR...

— Raios VMR? - Bruce repetiu confuso. – Nunca ouvi a respeito.

— É a sigla brasileira para raios Vita Molecularmente Recriados.

— Pensei que os raios Vita não pudessem ser recriados.

— Era o que pensávamos, capitão Rogers. – Fury falou entregando a cada um uma pasta com fotos de um laboratório no meio da mata fechada, seguidas de fotos do mesmo laboratório totalmente destruído e outro documento classificado como TOP SECRET descrevendo o que seria chamado de Projeto EVA. – Há alguns anos o Dr. David Tomas foi matéria da mais importante revista cientifica do país, nela constavam estudos sobre o que ele dizia ser a solução para os altos índices de mortalidade por doenças.

— E qual era a solução? - Tony perguntou retesando o corpo com súbito interesse.

— Criar seres humanos geneticamente modificados, imunes aos maus que assolam seres humanos comuns. O laboratório secreto presente nas fotos financiou a pesquisa reunindo um grupo com os melhores cientistas brasileiros, entre eles Erick Mendes, Suzana Fernandes e o próprio David Tomas. Em menos de um ano conseguiram desenvolver um embrião geneticamente modificado ao qual chamaram de Experiência 787, todo seu desenvolvimento se deu de forma artificial até ser concebida uma criança imunologicamente mais resistente. Com o sucesso do experimento deram inicio então ao Projeto EVA. Durante o que deveria ser sua infância a Experiência 787 passou por treinamentos, aperfeiçoamentos e intervenções genéticas desenvolvendo dezessete anos em apenas cinco. O projeto de David Tomas estava finalizado, eles tinham criado com sucesso um ser humano cuja imunidade era mais forte do que em qualquer outro humano.

— Deixe-me adivinhar – Tony falou, a cabeça mergulhada nos documentos que Fury os tinha entregado. – Isso não era o suficiente para Erick Mendes e Suzana Fernandes.

— Exato Senhor Stark. Erick Mendes queria mais do que seres humanos ultra saudáveis, sua ambição era criar uma raça de Super Seres Humanos que pudessem nos substituir, e baseado nas façanhas do Dr. Abraham Erskine criou uma imitação quase perfeita dos raios Vita chamada de raios VMR.

— E utilizou isso na Experiência 787 – Steve completou, seus olhos voltados para as fotos em sua pasta.

— Os resultados foram tão bons quanto os notados no Senhor Rogers, a Experiência 787 tornou-se ainda mais forte e ágil, seu raciocínio e reflexos tornaram-se mais rápidos assim como seu aprendizado.

— E então, por um ataque de fúria a Experiência decidiu destruiu o laboratório – Tony concluiu analisando as fotos do laboratório destruído.

— As fotos foram tiradas há três dias. Logo após o laboratório ser atacado por um grupo russo que planejavam roubar o Projeto EVA. Os corpos de Erick Mendes e Suzana Fernandes foram encontrados nos destroços. A principio acreditávamos que David Tomas estava foragido, mas temos informações de que ele na verdade foi sequestrado pelo grupo russo sendo o único que pode recriar o projeto.

— Ok, então um grupo russo até então desconhecido sequestrou o único cara que pode criar uma raça de super seres humanos – Tony concluiu agora da forma certa. – E o que houve com a Experiência 787?

— Conseguimos captura-la quando tentava fugir pela mata.

— A coisa está aqui? - Tony perguntou surpreso.

— Sim, a experiência 787 ficará sob nossa proteção até obtermos mais informações sobre o grupo russo e seus objetivos. – Fury falou e continuou agora dando as instruções. – Por isso os chamei até aqui, preciso que protejam a Experiência 787, resgatem o Dr. Tomas e salvem o mundo mais uma vez.

— Nada mau para uma quinta-feira, não é? – Tony falou fazendo graça.

— Agente Romaoff quero que descubra mais sobre esse grupo russo, você e Barton partem hoje a noite para a Rússia, use toda sua influência para obter as informações necessárias. Stark, Rogers e Hill vocês farão turnos de 8 horas para escoltar e supervisionar a Experiência 787 e Dr. Banner quero que examine o experimento, preciso de dados e informações sobre suas características físicas e comportamentais assim como uma lista de suas habilidades.

— Espero que não destrua o laboratório desta vez. – Natasha falou fazendo-o rir.

Aos poucos a sala foi esvaziando. Steve se prontificou a fazer o primeiro turno, mas logo a agente Hill o convenceu a descansar para então assumir o segundo turno 8 horas mais tarde.

Já em seu quarto, um ambiente 3x4 com apenas uma cama de solteiro, um armário e uma mesa com duas cadeiras, Steve desfez sua mochila, organizou as roupas no armário e guardou seus produtos de higiene pessoal no pequeno banheiro ligado ao quarto.

As nove em ponto foi se deitar, seu turno começaria logo depois do almoço por volta das quatro da tarde. Teria seis horas para descansar e gostaria muito de fazê-lo, mas assim que relaxou, sua mente foi tomada novamente pela lembrança de Peggy Carter. Podia quase ouvir sua voz, ver seu sorriso, seus olhos determinados. Por Deus, como sentia falta dela.

Tentou dormir a todo custo, mas desistiu pouco depois trocando seu descanso por algumas horas de treino. Cinco horas depois Steve estava ofegante, suado e estirado sobre o tatame do centro de treinamento, ao seu lado jaziam dois sacos de areia aos quais havia esmurrado até que rompessem.

Consciente do horário voltou até seu quarto para tomar um banho rápido e trocar de roupa. Quarenta minutos depois foi até o refeitório em busca de algo para comer, e por fim encontrou a agente Hill exatamente no horário combinado em frente à porta do quarto onde a Experiência 787 estava sendo mantida.

— Ela não saiu do quarto desde a hora em que eu cheguei. – Hill informou. – Bruce estará esperando por ela a partir das seis horas para fazer alguns exames. E não se esqueça, se acontecer qualquer emergência a bordo ela será a primeira a ser evacuada, entendido?

— Entendido. – Steve confirmou tomando seu posto.

Durante há primeira hora Steve andou de um lado para o outro em frente à porta, sempre atento aos barulhos no interior do quarto que se resumiam aos estalos da cama e o som de páginas sendo viradas a cada três minutos. Tentou a todo custo não imaginar como era a Experiência 787, mas era impossível não especular entre um monstrengo de cor berrante e um rapaz forte e bem apessoado. O simples fato da criatura não ter um nome já o intrigava.

Às seis horas em ponto bateu na porta do quarto avisando que o Dr. Banner os esperava para realizar alguns exames, não houve resposta de imediato, mas pouco depois a porta foi destrancada e finalmente Steve pode conhecer a Experiência 787.

Ao contrario do que sua mente criativa havia imaginado, não havia pele de cor berrante ou corpo deformado por músculos, mas sim um corpo esbelto e de cor levemente pálida que se tornava um pouco mais rosada próximo às maças do rosto. No lugar da iris vermelha que sua imaginação criara, havia belos olhos castanhos. E por fim, ao invés da enorme criatura monstruosa de olhar raivoso e feição tenebrosa que vinha assolando sua mente pelas ultimas horas, havia uma garota de aproximadamente 18 anos e quase 1,70 de altura que o encarava de forma ingênua esperando por alguma reação do rapaz.

— Pensei que você fosse maior. – Steve sussurrou inconscientemente, ainda perplexo, no que a jovem apenas franziu a testa parecendo confusa. – Quero dizer... Sou o Capitão Steve Rogers, fui designado para escolta-la.

— Sei quem você é – Ela respondeu, encarando-o com curiosidade. –  Abraham Erskine o escolheu para participar da experiência com o soro e os raios Vita em 1940.

Steve baixou os olhos, visivelmente constrangido. Passara tanto tempo imaginando como era a Experiência que chegou a se esquecer de que também havia sido uma experiência.

— A propósito – Continuou a garota fazendo-o erguer os olhos novamente. – Também pensei que fosse maior.

O sorriso torto que Steve deixou escapar pareceu ser o suficiente para quebra o gelo entre os dois. Caminharam em silêncio pelos corredores do Helicarrier até o laboratório usado por Bruce e o encontraram praticamente vidrado em frente ao computador.

— Dr. Banner. – Steve chamou anunciando sua chegada. – A... Experiência está pronta para os exames.

— Ah sim. – Bruce falou dirigindo-se de pressa até a porta, mas parando de supetão ao notar a jovem de longos cabelos castanhos avermelhados e rosto angelical que passeava os olhos pelo laboratório com visível desagrado.

— Algo errado Doutor? - Steve perguntou notando a surpresa de Bruce.

— Tem certeza de que está com a experiência certa? - Banner perguntou ainda surpreso.

— Absoluta certeza. – Steve falou guiando a jovem para dentro da sala. – Este é Bruce Banner, ele vai fazer alguns exames pra descobrir um pouco mais sobre as suas habilidades.

Bruce indicou a maca para que a garota se sentasse e começou a preparar o material para recolher o sangue da jovem.

— Isso pode doer um pouco. – Ele alertou limpando o local de onde tiraria o sangue.

— Não é a dor que me incomoda. – A jovem respondeu fechando os olhos e virando o rosto para o lado oposto a agulha que agora furava seu braço.

Bruce coletou o sangue da jovem fazendo uma rápida analise nas amostras que conseguira, depois comparou seu próprio sangue e o de Steve com os resultados que obteve e ficou impressionado com os índices que eles atingiam.

— Incrível. O Dr. Tomas realmente fez um ótimo trabalho. – Bruce falou, o rosto praticamente enfiado na tela do computador. – Seu corpo é completamente inóspito a vírus e bactérias, mas me pergunto qual o efeito de uma droga ou veneno no seu sistema sanguíneo...

— Espero que não esteja pensando em injetar veneno em mim. – Ela falou com frieza. – Já fizeram isso antes, o veneno não me mata, mas ainda assim causa dor até que eu consiga expeli-lo.

— Dr. Mendes gostava de fazer teste - Continuou a garota, o olhar perdido nas lembranças do seu passado. – Por mais que o Dr. Tomas tentasse impedi-lo, ele sempre arrumava uma forma de manipular as decisões tomadas pelo financiador do projeto.

— Esse cara era um monstro. – Steve falou parecendo indignado. – Sem ofensa Dr. Banner.

— Não, você está certo Capitão, alguém que age de tal forma é pior do que um monstro, é um ser desprezível.

Depois de mais alguns testes e exames Steve e a Experiência foram dispensados. Deixaram a sala em silêncio caminhando até o quarto da jovem.

— Então você veio do Brasil. – Steve começou tentando puxar assunto. – Parece ser um lugar legal.

— Se for como eu imagino realmente é um lugar muito legal. – A jovem respondeu de cabeça baixa. – Nunca vi mais do que umas poucas arvores.

— Talvez quando tudo isso acabar...

— Não faça isso. – Ela interrompeu rindo com tristeza. – Não me de falsas esperanças, Capitão. Eu sou uma cobaia, fui criada para ser estudada, analisada, examinada e minha única missão é agregar conhecimento a raça humana. Não tente me animar ou me dar esperanças de que algo vai mudar. Eu convivi cinco anos agarrada a elas, agarrada ao sonho de conhecer o mundo, e olha onde estou agora.

Steve pensou em responder, mas não tinha palavras para isto. Chegando ao seu destino, a jovem entrou no quarto despedindo-se formalmente ao fechar a porta atrás de si, mas Steve permaneceu quieto, parado do lado de fora, guardando a porta que não foi aberta nem mesmo para o jantar.

Seu turno acabou exatamente a meia noite, sendo substituído por um Tony sonolento e irritadiço.

— Cuide bem dela. – Ele pediu antes de deixar seu posto.

— Dela? - Tony perguntou confuso, ainda coçando os olhos de sono.

— Você vai ver. – Steve falou dando um pequeno sorriso ao imaginar a surpresa de Tony ao conhecer a jovem.


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Notas finais do capítulo

Primeira fanfic dos Vingadores. Espero que gostem!Beijos da Miia.



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