The A Team escrita por Bellabitch


Capítulo 5
Don't Fuck With My Love


Notas iniciais do capítulo

Olá gatos e gatas do meu coração! I'm so sorry pela demora, mas ocorreram umas merdas aí na minha vida e eu não estava em condições de escrever ou, até mesmo, de sair da cama. Sei que não é desculpa para deixá los esperando então eu peço perdão e preparei um capítulo até grandinho pra vocês pra compensar.
Eu tive 23 reviews no último capítulo e estou muito feliz já que é um número ótimo para os primeiros capítulos. Obrigada leitores, de verdade ♥
Enfim, espero que gostem.



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Ao pensar no ex-namorado a garota se afastou de Jace rapidamente e assim, segundos depois da melhor sensação que teve em meses, estava tendo a pior sensação em meses. A sensação de ter algo arrancado de você. Tudo graças às memórias. Não podia negar. Clary estava muito abalada com tudo aquilo e, então, pôs-se em lágrimas.

– Sinto muito Jace, sinto muito mesmo.

– Não, Clary, está tudo bem... – Jace tentava acalmar a ruiva, mas sem sucesso.

– Não! – ela gritou. – Não está tudo bem. Nada está bem. – ela lamentava, caindo sobre seus joelhos, sentindo o gosto salgado das suas lágrimas, sentindo o cheiro da chuva que caía ao seu redor.

Por alguns segundos, Jace ficou sem reação alguma perante ao estado da menina diante de si. Quem via Clarissa Fray em sua habitual pose de garota dura e fria, inatingível por qualquer sentimento, nunca imaginaria que ela era a mesma garota que estava ali, jogada no asfalto molhado, tão vulnerável e frágil.

– Clary... – Jace chamou quase em sussurro. Ela não levantou o olhar a ele. – Por favor. – pediu em súplica, mas a ruiva continuou em silêncio, fitando o chão.

O Wayland, já frustrado com a situação, foi se aproximando em silêncio e acariciou as costas da menina, com calma, para não assusta-la. Era como se Clarissa fosse um gatinho assustado em um beco escuro e Jace precisasse ter cautela para ganhar sua confiança e poder tira-la dali.

– Jace...

– Estou aqui.

– Me ajuda a levantar.

– Você não está em condições de fazer esforço, Clarissa. Eu vou te levar pra casa e...

– Não tome decisões por mim. – Ela o cortou com um tom autoritário, afastou-se do toque do garoto e se levantou. – Você não vai me levar pra lugar nenhum.

– Deixa de ser cabeça dura, Fray.

– Posso ser cabeça dura, mas a única pessoa que vai me levar daqui sou eu mesma. – A ruiva falou se afastando do menino, apesar dos protestos do mesmo. – Só me deixa em paz, tá legal?

Jace não podia estar mais confuso. Não podia ser a mesma garota. Não podia ser a mesma garota cujo os cabelos estavam roçando no nariz dele alguns segundos atrás.

– Precisa mesmo descartar meus sentimentos dessa forma só pra mostrar que é mais forte? – As palavras simplesmente saíram da boca dele de forma involuntária.

Clarissa parou exatamente onde estava para digerir aquela pergunta.

– O quê? – Ela questionou dando meia-volta para encarar o dono da pergunta mais inquietante que já haviam feito a ela. Mais inquietante até que as perguntas sobre Max Weber nas aulas de Sociologia do senhor Carstairs.

– Exatamente o que você ouviu. Porque se é esse o seu objetivo, esquece, tá? Fugindo dessa forma você só está se mostrando uma covarde. – O loiro cuspia as palavras que acertavam Fray como socos no estômago. – Mas... se isso for pelo Sebastian, se isso for porque ainda não o esqueceu, então me avise porque eu vou te deixar em paz, se for isso que você quiser. – Clary ficou em silêncio enquanto Jace se aproximava e tocava seu rosto com as pontas dos dedos. – É isso o que você quer? Olhe nos meus olhos e diga que ama Sebastian e que eu estou perdendo meu tempo tentando porque, se assim for, eu te deixo ir pra onde quiser e juro que não vou te seguir.

– E por que você faria isso?

– Porque, Clarissa Fray, – Ele disse com um pequeno sorriso formando-se no canto da boca. – eu faria qualquer coisa pela sua felicidade, mesmo que isso custe a minha.

Clary estava perplexa demais com todos os últimos acontecimentos. Era demais pra ela digerir em tão pouco tempo.

– Você não deveria sacrificar tanto por tão pouco. – Ela disse segurando com carinho a mão de Jace e a afastando de seu rosto. – Escute, Jace, não vou deixar você apostar suas fichas numa causa perdida.

Jonathan não disse nada. Colou sua testa a de Clarissa e passou um dos braços por baixo das pernas da mesma, assim a segurando no colo após um impulso inicial.

– Eu não vou desistir de você, – Ele disse antes de dar início a caminhada de volta pra casa. – mesmo que já tenha desistido de si.

+++

Os raios de luz que escapavam pelas frestas da persiana da cozinha atingiam Jonathan diretamente no rosto e o impediam de dar breves cochilos entre as tarefas executadas.

Já era de manhã e ele estava exausto. Na noite anterior, após trazer Clary para casa, ajuda-la a tirar a roupa molhada, vesti-la e coloca-la para dormir, Jace só teve disposição para secar-se, se arrastar até seu quarto e capotar na cama.

Ele fitou o relógio pela terceira vez no último minuto, mas só agora realmente prestou atenção no horário e começou a reclamar em voz alta:

– Ah, que maravilha! São sete horas da manhã e eu tenho uma hora e meia para acordar Clary e os cachaceiros da Isabelle e do Alexander, fazer o café de toda essa cambada, tomar banho, arrumar meu material, passar no posto pra encher o tanque da caminhonete e ainda chegar a tempo no colégio.

– Bem, uma cachaceira já está presente. – Izzy apareceu na porta da cozinha com os longos cabelos negros bagunçados e o rosto inchado de sono. – Ai que dor de cabeça.

– Lhe apresento a ressaca, Isabelle Lightwood.

– Já tínhamos sido apresentadas. Obrigada, Jonathan. – respondeu a garota. – Então, como foi com a Clary?

– Nós... – Jace começou, mas logo deixou a frase morrer.

– Vocês... – Isabelle disse o incentivando a prosseguir.

– Nós nos beijamos, Izzy, se é isso o que quer saber.

– Isso! Isso é sensacional! Agora vocês podem namorar, e casar, e terem dois filhos chamados Diovana e Max, e adotarem um cachorro chamado Sven, e depois...

– Acho que ela ainda ama o Sebastian, Isabelle. – Ele disse interrompendo os planos da morena.

– Por que acha isso? – Ela perguntou espantada e desapontada.

– Porque depois que nos beijamos, depois que eu revelei todos os meus sentimentos por ela, ela surtou. Começou a chorar e tentou fugir.

– Estamos falando de uma garota que toma remédios para bipolaridade, você sabe disso.

– Não, não é isso. Ela só... Está com medo de ser magoada novamente. – Jace explicou. – Sebastian a destruiu.

– Eu... – A Lightwood estremeceu com as recordações da época mais sombria de Clary. – Me lembro de tudo como se fosse ontem.

Flashback on (POV Isabelle)

São quase duas da manhã e Alec ainda não conseguiu terminar a maldita garrafa de tequila que havia pedido assim que havíamos chegado no Hob's.

– Vamos logo com isso, Alexander! Quero ir pra casa. – reclamava com meu irmão enquanto lutava com o meu desejo de pedir o meu nono copo de vodka.

– Agora vai. – ele anunciou antes de virar o recipiente e beber os últimos goles da garrafa. – Terminei.

– Nossa, parabéns. Conseguiu terminar uma garrafa de tequila em menos de quatro horas. É um recorde para o engomadinho Lightwood. – Eu o parabenizei sarcástica e recebi uma língua em troca. – Vamos.

Eu e meu irmão saímos do bar logo e fomos surpreendidos pelo clima frio da madrugada de Nova Iorque. Os ventos congelantes do inverno batiam na minha pele branca e quente, graças ao álcool em minhas veias, me causando arrepios.

Já estávamos a menos de um quarteirão de casa quando Alec, que já estava tendo certa dificuldade em manter o equilíbrio fazia alguns metros, tropeçou em algo, abandonado no meio da calçada, e caiu para dentro de um beco.

– Ai, que terrível.

– Eu sei, Iz. Mas eu estou bem. – Meu irmão disse entre alguns gemidos de dor.

– Não, não você. Essa bota – falei me referindo ao objeto no qual ele tropeçou. – é tão linda e está aqui, descartada no meio da rua... E, ainda por cima, é do meu tamanho! – ressaltei após checar.

– Obrigada pela consideração, irmãzinha.

– Se ao menos eu achasse a outra banda. – Ignorei o sarcasmo de Alec. – Talvez esteja aí dentro. – falei adentrando a escuridão do beco.

– Isabelle! – Meu irmão protestou, mas eu não o dei ouvidos e continuei a adentrar o espaço entre os edifícios. – Não entre aí, é perigoso!

– Ele está certo. – ouvi uma voz feminina, porém aparentemente cansada, alertar-me.

– E como sabe disso? – perguntei a voz.

– Sei disso porque sou filha deste lugar. – Uma mulher sentada no chão, um pouco mais à frente, contou.

– Como assim?

Silêncio. Eu fui me aproximando cada vez mais da misteriosa figura até me sentar ao seu lado e ela me olhar com aqueles olhos verdes com profundas olheiras abaixo deles. Logo percebi que não se tratava de uma mulher, mas sim de uma garota. Da minha idade até, talvez um pouco mais nova. As roupas dela estavam rasgadas e sujas, a maquiagem estava toda borrada e ela usava o outro par da bota que encontrei. Tinha cabelos ruivos, mas escuros, seus olhos eram verdes vivos e ela tinha sardas quase imperceptíveis nas bochechas. Ela estava com um garrafa vazia de whisky entre as pernas e fumava um cigarro suspeito, provavelmente de maconha, enquanto fitava o nada.

– Ei – chamei sua atenção e ela voltou a me encarar. – Você está bem?

– Ninguém nunca mais me fez essa pergunta. – Ela confessou me encarando, espantada por eu ter feito. Seus olhos começaram a lacrimejar e ela caiu no choro. Jogou o cigarro no muro a nossa frente e se lançou no meu colo. – Não, não estou bem faz tempo.

– Quer me contar o que aconteceu? – perguntei alisando os cabelos ondulados da garota enquanto ela molhava a barra da minha saia com suas lágrimas.

– É uma história longa e triste.

– Eu gosto de histórias e temos tempo. – disse dando um leve sorriso ao ver Alec se juntar a nós pelo canto do olho.

Ela respirou fundo, mas permaneceu deitada em meu colo. Ela me lançou um olhar de "Tem certeza disso?" e eu dei um pequeno sorriso, incentivando-a a começar.

Então, ela começou. Eu e Alec ficamos ali, ouvindo atentamente a trágica história da ruiva e eu pude ver no que o amor pode transformar a vida de alguém. Nem todas as histórias têm finais felizes ou príncipes e castelos. Essa tinha um criminoso, drogas e álcool, ilusões, abandono, tristeza... Meu coração apertava mais a cada palavra que ela dizia. Como um ser tão pequeno podia guardar tanta mágoa e aguentar sozinha tanta dor? Ela dizia que aquele era seu fim e que já estava conformada com ele. Eu não a conhecia, mas sabia e acreditava fielmente que ela não merecia aquilo. Não. Esse não podia ser o final dela.

Esse não era o final dela.

Quando ela terminou a história o silêncio ficou presente no beco por apenas alguns segundos, até Alec quebrá-lo.

– Qual o seu nome, menina?

– Clarissa. Clarissa Fray. – Ela respondeu entre algumas fungadas de choro. – Podem me chamar de Clary, se preferirem. – Ela se levantou e voltou seu olhar pra mim. Um olhar tão triste naqueles olhos verdes tão lindos. Olhos que provavelmente já foram tão cheios de vida um dia.

– Nós vamos te tirar daqui, Clary. – falei levantando-me do chão. Bati na minha calça para tirar o excesso de sujeira e estendi minha mão pra ela. – Vamos cuidar de você.

Clarissa me olhou chocada. Ela não estava acreditando que alguém estava realmente disposto a ajudá-la.

– E por que vão fazer isso? – Ela perguntou ainda surpresa pela minha atitude.

– Porque – Alec tomou a fala. – esse não é o seu fim. Ainda vai ter o seu final feliz.

– E por que acham isso?

– Porque todas as princesas tem finais felizes, Clary.

Clarissa sorriu e pude, pela primeira vez, ver seu sorriso. Devo admitir, era um lindo sorriso.

Flashback off

Jace ouviu toda a história em silêncio. Ele tinha quase certeza que vira uma lágrima escorrer pelo rosto de Izzy enquanto ela descrevia o estado de Clary quando ela e o irmão a acharam no beco.

O som dos envelopes sendo despejados através da janelinha de correspondência da porta chamou a atenção de Isabelle, que aproveitou a deixa para fugir da cozinha.

– Vou buscar a correspondência. Talvez papai tenha mandado notícias. – gritou já do corredo. Não aguentava mais o menino a lançando aquele olhar de pena. Odiava quando a olhavam daquele jeito. Ela não era digna de pena. Na verdade, ninguém era.

Os pés descalços de Isabelle sobre o chão frio de mármore traçavam o caminho até a porta da rua, onde estavam as cartas e contas recém-chegadas. Ela se abaixou para recolher os papéis e deu uma rápida conferida em cada um dos envelopes. Conta de luz. Conta do telefone de Izzy. Cupom de desconto numa cafeteria do Brooklyn. Conta do cartão crédito, também de Izzy. E algumas outras.

Ao alcançar a cozinha, ela percebeu que esta estava vazia agora. No silêncio da casa pode ouvir som de água caindo ao longe e deduziu que Jace tinha ido tomar banho, mas ela notou que o loiro havia deixado o café pronto para os demais moradores da casa. Izzy pegou uma caneca e despejou a bebida quente no recipiente, acrescentou um pouco de leite, mexeu com uma canela em pau, e deu um pequeno gole.

A garota se dirigiu para a sala e acendeu a lareira. Ela sentou-se defronte ao fogo, posicionou a caneca na mesinha de centro e deixou o resto da correspondência de lado, enquanto se concentrava em um único envelope em especial.

Um envelope branco, simples, endereçado a Clarissa Fairchild Morgenstern Fray.

Carta para Clary? Isabelle pensou que deveria ser de Jocelyn. Afinal, fazia algumas semanas que a mãe da ruiva não dava notícias.

Mas ao virar a carta para checar o remetente, este não era a senhora Fray.

“Sebastian Verlac”

Um frio percorreu a espinha de Izzy e as mãos dela enfraqueceram, deixando a carta escorregar por entre seus dedos. Por alguns segundos, o mundo girou e tudo escureceu. Ela agradeceu mentalmente por estar sentada. A morena piscou uma, duas, três vezes para estabilizar sua visão. Isabelle se levantou de súbito e passou a mão pelos cabelos negros e embaraçados, frustrada, tentando organizar os pensamentos.

Clary não podia receber aquela carta. Seja o que for que esteja escrito nela, a garota sabia o quanto aquelas palavras poderiam afetar a amiga. A Lightwood não tinha dúvidas. Clary não ia receber aquela carta.

Isabelle chutou a carta até a lareira e, quando o papel atingiu a madeira, ela observou o envelope ser envolvido pelas chamas e queimar as mentiras de Verlac.

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Notas finais do capítulo

Me digam povo, acham que a Izzy tomou a decisão certa? Apesar de ter sido com a melhor das intenções, a de proteger a amiga, acham que ela agiu bem? Deixem reviews para uma autora feliz que já está escrevendo o próximo capítulo, por favor!
Criei uma planilha para poderem acompanhar o andamento das minhas fics, ok? Aqui esta o link: https://docs.google.com/spreadsheets/d/tLkEAW1TWtWX5a1MeNdZObQ/edit?pli=1#gid=878810121
See u soon, pretty ones ♥



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