(continuação das notas porque com a Lih tudo buga --', haja paciência!) Então um beijo e vejo vocês nas notas finais!

–--(Peeta)---

A neve já deu lugar à grama verde novamente que trouxe junto todos os benefícios da primavera. O clima já voltou a ser mais quente e favorável, principalmente para o dia de hoje.

Dou duas batidinhas na porta entreaberta do quarto de Prim e escuto sua voz.

–Entra papai!

Empurro a porta e encontro Katniss de joelhos no colchão enquanto penteia o cabelo de nossa filha. Sua barriga de quase três meses já começa a aparecer provando para mim todos os dias que tudo isso é real.

–Parece que alguém está animada para ir para a escola... -comento alcançando-as.

–Quase isso né filha... -Katniss me joga um olhar um tanto preocupado antes de voltar a atenção novamente para os fios escuros de Prim que permaneceu em silêncio.

–Filha...

–Eu sei o que você vai falar, papai.

–Você sabe? -pergunto curioso.

–Sim! Você vai falar que vai ser muito legal e que eu vou me divertir mas eu não quero ir! -afirma cruzando os braços e fazendo uma careta. Até em ser brava ela se parece com Katniss.

–Olha que espertinha! Eu ia mesmo falar isso porque é totalmente verdade. Mas sabe o que mais eu ia falar? -ela desfaz a careta e nega. -Que é importante e você vai gostar, além de não ter nada para você se preocupar. -apesar de me ouvir atentamente e descruzar os braços, seus olhinhos ainda parecem assustados. -Quer nos contar porque não quer ir?

–Estou com medo!

–Medo do que meu amor?

–Não quero ficar sem você e sem a mamãe! -responde vindo direto me abraçar e puxando Katniss também.

É tanto difícil como doloroso ver Prim à beira do choro e não poder acabar com isso simplesmente dizendo "Tudo bem, você não precisa ir". Mas Katniss e eu sabemos o quanto é importante passarmos confiança e tranquilidade à ela mesmo que nós mesmos não estejamos totalmente assim.

–Filha, você não precisa ficar com medo. -Katniss afirma passando a mão em seus cabelos. -Não é tanto tempo assim que você vai ficar longe de nós, e além disso você já passou uma noite inteirinha na casa da vovó!

–Mas eu conheço a vovó!

–Na escola você vai conhecer muitas crianças e vai brincar com todas elas! Vai se divertir tanto que até vai nos esquecer... E quando der o horário certo nós vamos te buscar. -garante ela.

–Vão mesmo?

–Claro que sim!

–Acha que eu vou abandonar minha princesa?! -indago fazendo cócegas em Prim que começa a rir sem parar -Nunca!

–Tudo bem! -responde entre as risadas.

–E aposto que você vai se animar ainda mais quando eu disser que você pode levar seus próprios cupcakes para lanchar na escola..

–Eu posso?!

–Pode.

–Obaaa! -grita correndo para o corredor, suponho que para a cozinha.

–Agora sim ela parece mais animada. -diz Katniss abrindo um sorriso.

–Espero que ela continue assim até chegarmos na escola e ela perceber que vai ser melhor do que pensa.

–É só questão de tempo até ela se acostumar, e nós também. -diz tentando mais convencer a si mesma do que a mim.

–Você está certa. -chego aos seus lábios, beijando-a calmamente. -É apenas questão de tempo.

Ela volta a me beijar e apenas por provocação o interrompe para dizer que precisamos nos aprontar para levar Prim à escola. Acabo esperando quase trinta minutos Katniss decidir o que vestir, saímos de casa mas ainda com tempo.

–Você não vai passar calor? -pergunto quando vejo-a com dois casacos.

–Sinceramente espero que não.

Ela disse que ainda não quer que o Distrito 12 saiba sobre sua segunda gravidez e nem chamar mais atenção do que já chamamos apenas pelo nosso passado, até porque ambos queremos que Prim tenha uma vida normal.

As escolas são umas das mais recentes construções prontas do Distrito uma vez que quando estávamos no início das reconstruções não havia tantas crianças. Mas agora que o 12 cresceu, há mais de uma delas assim como em todos os distritos possibilitando que haja novamente o aprendizado de tudo, principalmente da história de Panem.

Prim não solta nem minha mão nem a de Katniss um segundo até chegarmos perto da escola onde já conseguimos ver outras crianças chegando. Ela aperta minha mão mais forte quando paramos então eu a solto apenas para carregá-la.

–Lembra do que te falamos, tudo bem? -ela assente e eu beijo sua bochecha. Katniss a beija na testa antes de eu voltá-la no chão e continuarmos a andar até a entrada onde já vejo os responsáveis pelas crianças e fico mais tranquilo.

–Espero que dê tudo certo. -Katniss diz vendo-a sumir do nosso campo de visão.

–Vai dar. -digo abraçando-a por trás, encaixando meu rosto na curva de seu pescoço.

–Peeta..

–Sim?

–Faz um bolo para mim quando chegarmos em casa?

–Claro, bolo de que?

–Cereja com nozes e cobertura de caramelo. -responde sem ainda sem tirar os olhos da entrada da escola. Eu a encaro franzidamente. -O que? Não fui eu quem pedi, foi nosso bebê!

–Relaxa, meu amor. -respondo não contendo um sorriso. -Eu faço seu bolo.

Uma das vantagens de ser o dono da padaria é poder fazer seu próprio horário e, apesar de eu amar o que faço e não gostar de deixar meus funcionários sobrecarregados, decidi tirar esse dia de folga para levar Prim à escola no seu primeiro dia.

À caminho de casa passamos comprar os ingredientes para o bolo. Os desejos de Katniss andam bem mais estranhos se comparados à primeira gravidez, isso porque ainda estamos no começo. Seus enjôos também estão sendo mais frequentes, o que me deixa preocupado mesmo que a Dra. Emilly yenha dito que é completamente normal.

Quando chegamos, vamos direto para a cozinha. Katniss realmente me ajuda com o bolo e assim ambos nos distraímos em vez de nos preocupar com Prim.

Perto das três da tarde o bolo fica pronto e Katniss com sua impaciência acaba comendo o primeiro pedaço quando ainsa está morno. Ficamos mais um tempinho na cozinha, Katniss tentando fazer uma fornada de pães de queijo e eu apenas observando e rindo da sua frustração em não conseguir acertar na medida da farinha. Desisti de tentar ajudá-la já na primeira vez em que ela foi teimosa e disse que não queria ajuda pois queria conseguir sozinha. Quando o relógio marca 17:10, saímos para buscar Prim.

No instante em que chegamos na escola e a vejo saindo com um sorriso no rosto, toda a minha preocupação se esvai. Seus olhinhos brilham quando nos vê e ela vem correndo para pular em meus braços, então eu a carrego.

–Oi meu amor! Como foi? -Katniss pergunta antes de beijar sua bochecha.

–Muito legal mamãe! Fizemos tanta coisa!

–Viu? Falamos que você ia gostar... -digo também beijando-a, então ela começa a contar todas as suas experiências de hoje enquanto seguimos caminho para casa.

–--

Um grito desesperado soa abafado em minha cabeça que me faz despertar imediatamente quando percebo o quão real é.

Katniss está encolhida em seu lado da cama com as mãos cobrindo o rosto. Meu instinto me levaria a acalentá-la se eu não soubesse que poderia assustá-la, então me contenho em apenas chamar seu nome. Quando minha voz resgatar sua mente do pesadelo, suas mãos deixam seu rosto para tocarem o colchão mas seus olhos se mantém fechados.

–Eles estão voltando Peeta. -sussurra antes que eu possa fazer algo. -Os pesadelos.

Logo que seus olhos se abrem revelando lágrimas prestes a transbordarem eu a abraço. Ela se prende à mim com uma força impressionante enquanto afunda a cabeça em meu peito deixando as lágrimas escorrerem junto à soluços entrecortados.

–Mamãe?

Prim aparece na porta do quarto com carinha de sono, segurando seu ursinho de pelúcia e vem até nós.

–Desculpa meu amor, eu te acordei. -Katniss diz enxugando as lágrimas das bochechas.

–Você ta bem mamãe? Porque você ta chorando?

–Estou sim, não foi nada filha, não se preocupe. Quer que fiquemos com você no seu quarto até você voltar a dormir? -Prim assente então eu as acompanho até o quarto.

Não demora muito para Prim cair no sono novamente, mas mesmo quando isso acontece nós permanecemos mais alguns minutos a observando. Katniss pareceu mais calma quando a viu adormecer apesar de eu perceber pelos seus olhos que sua mente estava distante.

Deixamos o quarto de nossa filha e voltamos para o nosso em completo silêncio, Katniss parecendo absorta de mais em seus pensamentos. Me deito novamente mas Katniss apenas se senta na beirada da cama.

–Não faz sentido Peeta. -diz virando-se para me encarar.

–O que não faz sentido?

–Os pesadelos. Eles pararam de ser frequentes faz tempo e agora... agora voltam de uma vez!

–Acho melhor marcarmos uma consulta com o Dr. Aurelius. -sugiro e ela faz uma careta. -Sei que você não gosta dele e muito menos da ideia de voltar a se consultar com um médico de cabeça, um psiquiatra, mas ele pode te ajudar. Talvez ele tenha uma explicação lógica e possa te receitar algum calmante que não afete a gravidez.

–Você tem razão e isso precisa acabar. -concorda entre um suspiro. -Eu não aguento mais. Quero parar de interromper suas noites de sono e agora as de Prim também!

–Não se preocupe com isso, tudo bem? -beijo-a entre os cabelos quando se deita. -Ligaremos para ele amanhã.

Ela se encaixa em meus braços parecendo mais tranquila e deixando ser tomada pelo sono, então faço o mesmo.

Bom gente, é isso!
Quero agradecer a todos vocês e a todos os reviews do capítulo anterior, nunca tive tantos! Vocês são uns amores e os melhores ♥
Quero avisar também para aqueles que leem "Meu Psicólogo Particular" que já já vou responder os reviews e se eu conseguir terminar o cap eu posto ainda hoje, e vocês também estão mais do que de parabéns! Um beijo para todos e até ♥