You Changed My Life - Katniss e Peeta escrita por Lih


Capítulo 28
Acostumando, gostando, aprendendo.


Notas iniciais do capítulo

Heeeeey! Vocês devem estar com raiva de mim já! Hehe... E eu estava com raiva das provas! Antes de qualquer outra coisa: VOCÊS SÃO DEMAIS. Duas recomendações *-------* DUAS!
Camilla Morgenstern e Thatah Everllark Muito obrigadaaa! O cap vai para vocês! E muito obrigada às fiéis comentadoras *-*
Sobre o o capítulo: Está sendo narrado pela Katniss mas ela está contando fatos que já aconteceram, então não se assustem com o tempo verbal.

Chega de enrolar e bora ler! Vejo vocês nas notas finais!






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–--(Katniss)---

Já era de se imaginar. Eu mal tinha completado seis meses de gravidez e os presentes já tinham começado a chegar, sendo iniciados pelos de Effie. Quando contei à ela que Peeta e eu estavamos esperando uma menina, sua reação não foi menos do que a esperada por mim . Uma grande felicidade e muitos comentários que me arrancaram sorrisos.

Effie mudou bastante desde nossos primeiros dias livres. Seus cabelos loiros caídos em cascatas nas costas com leves cachos e suas roupas atualmente mais leves, mais simples e quase normais, confirmam isso. Mas algo que acredito que não possa ser modificado e que eu nunca gostaria que fosse é sua personalidade. Esse quesito define cada pessoa, por isso é um dos mais importantes e precisa ser preservado.

Ela sempre está animada e com um grande sorriso parecendo ignorar todos os problemas e mágoas pelos quais passamos, assim como fazia quando realmente estávamos presentes em tudo aquilo. Sua educação e boas maneiras sempre estão presentes, assim como sua pontualidade e sua elegância nunca deixou de existir.

Seu presente chegou em uma sexta-feira a tarde, quase duas semanas depois que eu lhe contei a notícia. Ela disse que foi encomendado da Capital, mas que prontamente foi escolhido por ela. A bolsa de bebê extravagantemente bonita junto com o macacãozinho rosa confirmam isso.

As vezes é inevitável imaginar que Effie deseja ou já desejou esse tipo de coisa. Não especificamente um filho, mas uma vida normal, uma vida feliz e agora está finalmente vivendo esse momento. Confesso que quando descobri que Effie e Haymitch estavam juntos, não pude deixar de sentir uma inquietação, um medo de que aquilo não desse certo, e imaginei porque eles não eram tão próximos antes a ponto de assumirem os sentimentos um pelos outros. Mas acabei percebendo de que nas condições em que vivíamos e no estado em que eles se encontravam, isso realmente não era possível, não como é agora, e espero que eles continuem fazendo tão bem um para o outro quanto fizeram para nós.

Quando Annie veio nos visitar, contei a ela sobre como estava sendo essa nova fase de nossas vidas e ela me ajudou bastante. Me contou vários momentos em que estava feliz na medida do possível, mas também que se sentia deslocada e sozinha às vezes­ , e não precisei de mais nada para entender e lembrar de Finnick. Confesso que fiquei sentida pela Annie. Precisou enfrentar e seguir a vida sem ele, praticamente só havia parte da família e o terapeuta para ajuda-la, mas mesmo assim conseguiu se recuperar. Atualmente ela parece quase cem por cento recuperada aos meus olhos, mas sei que vão ficar cicatrizes, assim como em todos nós.

Annie presenteou-nos com um jogo de lençol bordado para o berço que achei uma graça. Disse que adoraria estar aqui quando Prim nascer mas que depende das folgas do trabalho e pediu para que eu a avisasse quando chegar a hora para que ela venha nos visitar.

Fico animada ao perceber que o trabalho está incluso na vida de todos que estão criando uma rotina e as vezes me vem à cabeça que eu poderia incluir na minha também. Peeta diz que seria desnecessário considerando que ganhamos uma boa quantia da Capital e diz também que a padaria é só um hobbie, mas ainda considero essa possibilidade.

O presente de Johanna demorou um pouco mais, mas foi o que mais mexeu comigo.

Mantemos contato desde sempre, mesmo que sejam poucas as vezes em que nos falamos. E por uma de nossas ligações foi que contei a ela sobre minha gravidez, e prometeu me visitar quando conseguisse escapar tanto de seu trabalho quanto de seu terapeuta.
Terapeuta que eu também ainda não escapei por completo, muito menos Peeta.

Dr. Aurelius mantem suas ligações para as consultas regulares, porém bem menos frequentes. Ele insiste em ser necessário para saber como anda nossos pesadelos e os flashbacks de Peeta, detalhes que provavelmente serão eternas cicatrizes e nunca nos deixarão em paz. Mas até gosto de suas consultas. Aurelius se esforça para entender cada detalhe de nossos problemas e faz o máximo para nos ajudar. Admiro como uma pessoa que sofreu tanto psicologicamente consiga ainda ajudar os outros que sofreram da mesma maneira. Eu o admiro.

Quando abri a caixa em forma retangular, senti um cheiro familiar. Cheiro de pinho, de floresta, do embrulho com gravetinhos de pinheiro que a entreguei quando estávamos dividindo morfina na Capital, nos tempos de guerra. Cheira como em casa como ela mesma disse, do Distrito 7. Ao inspirar, as lembranças vieram a tona, mas lembranças boas, e quando vi do que se tratava, minhas emoções se misturaram. Primrose entalhado no mediano retângulo de madeira, do mesmo modo que a prímula que seguia o objeto decorativo. Junto havia um bilhete.

Parabéns, queridos amantes desafortunados do 12. Estou muito feliz por perceber que vocês estão construindo uma vida normal, são um exemplo de superação e coragem, mas a amizade de vocês faz falta. Fiquem com uma pequena lembrança.
E Katniss, sua desmiolada, cuidem um do outro. Isso serve para os dois.
–Johanna.

Por um momento a tristeza me dominou, me fazendo lembrar que tudo podia estar diferente. Diferente com Prim aqui. Mas depois me recompus e me lembrei que aquilo era um significado de felicidade, e que a intenção de Johanna nunca foi me entristecer ou relembrar-me das más lembranças, pelo contrário. Foi um presente lindo e personalizado. No momento eu já soube exatamente onde posicionaria o belo quadro decorado com o nome de nossa filha. Minha e de Peeta.

Na metade do meu sétimo mês chegamos a conclusão de que era hora de pensarmos no quarto de Prim, então foi o que fizemos. Peeta estava super animado assim como eu, então começamos por cuidar da pintura do quarto destinado a ser dela. Tentei ajudar da melhor forma possível, mas considerando meu estado físico, todos diziam que era extremamente importante descansar e não fazer muito esforço, o que significou não poder ajudar em nada da parte prática. Essa questão me irritou bastante porque não suporto ficar parada, e isso não só me afeta em situações novas como essa mas também em rotinas antigas que deixei de fazer.

Floresta. Caça. Ar puro.

Todos os dias que eu sentia o cheiro da grama molhada do quintal de casa, ou de madeira quando eu insistia em me aproximar do presente de Johanna, minha vontade de ir para a floresta que já era existente, se alastrava. E isso ainda acontece. A caça passou a ser um hobbie desde que fui classificada uma das vitoriosas da 74º dos Jogos Vorazes, pois a partir daquilo eu recebi mais do que o necessário para me manter, e sempre que eu deixava de pratica-la, percebia a falta que me fazia. Assim como a floresta.

–Kat? Anjo? -Peeta aparece se sentando ao meu lado na cama e desviando meus pensamentos.

–Hum?

–Desculpa atrapalhar seus pensamentos, de novo, mas só vim avisar que começaremos a montar os móveis. -diz em tom calmo. Só percebo que estou sorrindo quando Peeta desvia o olhar dos meus olhos para meus lábios também sorrindo.

–Você nunca atrapalha, meu amor. -sussurro a ultima parte em seu ouvido antes de ele se virar e selar seus lábios nos meus.

–Mas se eu atrapalhasse, você falaria? -pergunta.

–Você nunca atrapalhou, nunca vai atrapalhar...

–Mas se eu... -continua insistindo em tom de provocação, repetindo o mesmo ato que me lembro de ter feito quando se tratava do nome de nossa filha. Não posso deixar de rir mentalmente.

–Não adianta insistir Peeta, não atrapalharia. Eu estava pensando em coisas boas. -ele não diz nada, apenas me fita com seus lábios abertos em um sorriso. -Que foi?

–Nada. -responde suavemente sem desfazer o sorriso. -Agora eu quem estava pensando coisas boas...

–Huum... Quer me contar?

–Estava pensando em como é bom ver você assim, sorrindo, bem, feliz. Esse sorriso quase não sai do seu rosto. -instantaneamente me vem à mente os pesadelos que ainda me visitam de vez em quando. -Você tem estado mais serena, assim como quando dorme tranquilamente.

Sinto que os comentários me fazem avermelhar mas sinto mais ainda o pesar das palavras, mesmo sendo sem intenção. Me vem a cabeça se Peeta não pensa o mesmo que eu venho pensando a quase oito meses. Que eu estou calma e feliz, pelo menos em boa parte do tempo, diferente do que posso ou pude ser considerada a minha vida inteira. As pessoas podem estar estranhando isso mas eu nem tanto. Não posso dizer que tenho estado totalmente calma. Sempre que penso o quão irritada fiquei quando não tinha roupas que me servissem mais, ou quando eu acordava de um pesadelo aos berros e não conseguia desacelerar meu coração, não conseguia afastar o medo que vinha junto com a tamanha realidade que aquilo parecia demonstrar, me lembro de que a calma não está sempre presente. Mas sentir um ser vivo crescendo e se mexendo dentro de mim, por mais que seja uma estranheza que nunca esperei, é tão reconfortante que me traz essa paz. Traz minha felicidade, minha esperança.

–Eu acho que amadureci um pouco com a situação. -digo em resposta.

Tenho evitado contar à Peeta o quanto o medo ainda me atormenta, quanta angústia que ainda mora em mim. Não quero preocupa-lo mais do que meus pesadelos já o preocupam. Não quero que ele chegue à beira de uma crise por ouvir minhas palavras. Não quero que mais nada de ruim aconteça.

–Tenho certeza que sim. -diz deixando um beijo em minha testa. -E não é só desde agora. É desde sempre. -ele beija minha barriga e sinto-a mexer. Os olhos de Peeta brilham tanto quando da primeira vez em que ele a sentiu e trocamos um sorriso.

–Meu amor, papai quer te ver logo. -suas palavras sussurradas soam calmas com um toque de ansiedade.

–Nós queremos. -Peeta sorri para mim. -Sabe... Me impressiono com sua calma. Você nunca se estressa comigo, não se irrita facilmente, vive alegre, não se irrita facilmente.. Eu sou totalmente o oposto, e você é exatamente como seu pai. -completo um pouco receosa. Não tenho certeza de que posso tocar nesse assunto assim, mas minha tensão se dissipa quando ele abre um sorriso.

–Sempre me disseram isso, e eu fico muito feliz. Eu amava meu pai. Ele sempre foi uma pessoa boa, sempre ajudou as pessoas quando conseguia e sempre teve paciência comigo. Me ensinou tudo que eu sei.

A medida que suas palavras entram em minha mente imagino todas elas acontecendo. Peeta devia ser muito próximo do pai, ainda mais sendo o caçula de três irmãos. Mas os pensamentos também me fazem lembrar de sua mãe e de como ela era totalmente o oposto deles. Tento desviar as imagens dela batendo em Peeta, isso se não batia nos outros também.

–Não há dúvidas nisso. -digo e procuro sua mão, entrelaçando seus dedos nos meus. -E tenho certeza também de que um dia, vai ensinar tudo para nossa filha. -tento conter as lágrimas.

–Você também vai ensinar tudo que sabe. -ele diz próximo aos meus lábios, me puxando para os seus em um beijo calmo e carinhoso. -Vamos lá ver o quarto? Você vai gostar.

Assinto abrindo um sorriso. Peeta se levanta e me leva pela mão até a porta do quarto. Não precisamos nem chegar à metade do corredor para eu perceber a bagunça que está o corredor. Caixas de papelão espalhadas pelo chão em meio aos plásticos e embrulhos, sem contar o fluxo de pessoas que entram e saem do quarto com mais caixas e ferramentas. Alguns são os funcionários de Peeta, outros desconheço. Thor passeia entre o emaranhado de plásticos animadamente. Vem aos meus pensamentos como vai ser dividir a atenção entre ele e Prim, mas é assim que funciona uma família. Todos unidos.
Quando chegamos à porta, começo a observar os detalhes atentamente. O antigo quarto de Prim foi totalmente reformado e decorado. As paredes foram pintadas em um tom lilás, contrasteando com o piso branco, assim como serão os móveis. Peeta vai fazer uma pintura especial em uma das paredes, mas ainda não me revelou o que vai ser, porém, tenho certeza de que será algo muito bonito.

As imagens dos próximos dias vão surgindo em meus pensamentos e sinto um sentimento fluir pelo meu corpo. Um sentimento que demorou a voltar. Esperança.


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Notas finais do capítulo

Um brinde ao mel haha.
Katniss vai conseguir ser uma boa mãe, vocês não acham?
Para quem estava esperando a pintura: Só nó próximo!
Galerinha, não respondi os comentários ainda por falta de tempo, queria muito conseguir responder antes, mas vou responder já já.
É isso tchucos! Comentem (fantasminhas, please. Vamos ver se os comentários "fixos" baterão a meta atual), favoritem! (adoro!), recomendem =D e sejam felizes!
Beijão :3 até!
PS: Agora parece que minha vida vai ficar mais tranquila, vou ver se consigo adiantar os capítulos!