You Changed My Life - Katniss e Peeta escrita por Lih


Capítulo 22
Voltando a sorrir


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, obrigada Larissa Broedel pela linda recomendação *-*. Obrigada também às sempre fiéis comentadoras =D Vocês me deixaram muito feliz!
Agora quero explicar uma coisa para vocês: Pessoal, eu sei que estou demorando para postar, mesmo estando no meu prazo de uma semana, mas estou tendo problemas. Não dou conta de fazer um bom capítulo em menos tempo. Se eu conseguisse, postaria um por dia, mas não tem cabimento. Eu já mudei muita coisa que não queria por pressa de postar logo e acabei me arrependendo. É minha primeira fic então estou conhecendo todo esse sistema e como ele funciona.
Continuo nas notas finais para não demorar mais.
Beijos e boa leitura!



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–--(Katniss)---

Há apenas meio centímetro de distancia entre nossos lábios mas por algum motivo tenho medo de quebra-lo. Incerteza talvez. Não conseguiria fazer isso sem tirar esse peso.

–Peeta. Fica comigo?

Os segundos de silêncio me deixam inquieta até sua resposta. Mantenho os olhos fechados. Talvez ajude.

–Sempre -ouço-o sussurrar.

Os músculos do meu corpo relaxam quase instantaneamente. Eu precisava daquilo, somente daquilo para esquecer por pelo menos um instante tudo que havia acontecido.

Meus lábios estão apenas roçando nos seus mas eu quero beija-lo, mostrar que tudo estava se encaixando aos poucos novamente, que junto a ele eu consigo ficar bem. Deslizo minha mão pelo seu braço por cima do smoking , parando em sua nuca. Posso perceber sua respiração tão acelerada quanto a minha e o calor de sua pele, mesmo com a neve caindo sobre o parapeito da janela lá fora. Quando seus lábios tocam completamente os meus, sinto um agito dentro de mim. Um sentimento bom. É como se todas as minhas energias entrassem em equilíbrio completo e isso me estabiliza. É com Peeta que me sinto bem. Mesmo quando nossas línguas entram em contato, o beijo continua calmo mas sinto uma incandescência. Embora seja perceptível que ele está se controlando para manter o rumo tranquilo assim como eu, arranho seu pescoço de leve, emaranhando os dedos em seu cabelo, como sempre fazia.

Solta-lo não seria uma opção se não faltasse-nos ar, então é o que faço. Nada do que havia acabado de acontecer parece real para mim. Eu estou com medo. Medo de que tudo isso seja um sonho, um dos únicos sonhos que me colocariam um sorriso, mas apenas um sonho. Medo de que quando eu abra os olhos veja somente as brancas paredes do quarto vazio e transforme isso em um pesadelo.

–Katniss -sussurra. Raciocino como um pedido.

Eu estava com medo de abrir os olhos, mas quando os abri a primeira coisa que vejo é a mão de Peeta sobre a minha apoiada no chão. Não sei desde quando pois não havia sentido, mas isso me deixou tranquila agora. O problema seria o próximo passo. Por mais que o medo esteja me quebrando, me forço a tomar um pouco de coragem para encara-lo. Afasto minha testa da sua e foco meus olhos nos seus. A luz tênue da lua é forte o suficiente para eu conseguir ver sua íris azul.

–Ainda temos o que resolver -sussurro. Percebo a preocupação que seus olhos tomam. Ele balança a cabeça negando.

–Não. Não quero que se preocupe com mais nada.

–Peeta. -chamo para interrompe-lo. -Por favor.

Ele fixa os olhos nos meus para prestar atenção no que já estou preparada para dizer, mas minha mão está tremendo e ele parece perceber isso quando baixa o olhar. Eu não conseguiria. Não encarando-o.

–As coisas que aconteceram recentemente foram minha culpa.

–Não tudo Katniss. -me interrompe -Eu estava estressado quando fiz o que fiz.

–Mas eu te dei motivos. Eu me esforçava para controlar a raiva mas eu era derrubada muito fácil.

–Eu não vou mais ficar bravo com você. Sabe que eu sentiria o mesmo se estivesse em seu lugar.

–Você já esteve em meu lugar. E eu fiz você passar por coisa muita pior.

Por um lado ele estava certo. Eu sabia que ele sentiria o mesmo então ele me entendia, o que me fazia estar certa por outro ponto. Mas eu não podia comparar nossas situações. Quando Peeta sentia ciúmes de mim com Gale, eu não tinha nada com nenhum dos dois e ele se sentia pior, porque a chance de não me ter era existente. Agora eu estava sendo derrubada por ter ciúmes de quem já estava comigo.

Minha vontade é de dar um grito por eu ter sido tão idiota mas os motivos para eu não fazer isso são vários.

–Foi diferente. Não precisa pensar nisso agora -ele diz.

Me assusto quando a mão de Peeta levanta ao mesmo tempo que a minha e toca meu rosto. Passo os dedos embaixo de meus olhos e só vendo a cor que minha mão fica, me lembro da maquiagem. Seu dedo acaricia minha bochecha e quando sinto-o se aproximar, fecho os olhos. Ele pressiona os lábios em minha testa uma vez e uma pequena energia brota em mim quando os sinto em minha própria boca, mesmo que seja por um segundo.

Quando ele se afasta, sinto uma pontada no peito. Mesmo sabendo que seu afastamento inocente não significa nada de mais, passo meus braços envolta de seu pescoço em um abraço. Seus braços. Seu cheiro. O conforto que sinto quando enterro a cabeça em seu pescoço. Achei que Peeta estava calmo até ouvir e sentir suas batidas aceleradas.

–Me desculpa. Desculpa pelo meu comportamento, por minha falta de confiança em mim mesma, pelas brigas a toa, pela minha raiva. Eu confio muito em você, sempre confiei.

–Não fique preocupada com isso. Você precisa me desculpar por não te dar a atenção devida.

Tenho que me segurar para não derrubar as lágrimas que pressionam meus olhos. Haymitch tinha razão quando disse que eu não merecia e nem irei merecer Peeta. Sempre isso passava pela minha cabeça quando nos acertamos depois de uma briga, como está passando agora. Era, é, e sempre vai ser difícil admitir que é verdade.

Mantenho-me abraçada a ele o máximo que posso. O calor de sua pele, de seus lábios, da sua respiração. Tudo fez falta e é reconfortante sentir tudo isso de novo.

Ficamos ali um tempo, como se quiséssemos acabar com a saudade e me sinto tranquila até perceber ele se afastar.

–Temos que ir -ele sussurra -Vão dar nossa falta. Está quase se levantando quando pega minha mão.

Bem com seu toque, sinto como se tudo retornasse ao normal, a não ser por algo que me incomoda. Contar a Peeta sobre minha gravidez, mas quero um jeito bom para fazer isso. Ele me ajuda a ficar de pé e quando estou em sua frente, me atinge o que teríamos que fazer.

–Eu não vou saber como reagir na frente dos outros agora -digo a verdade. Seus lábios se transformam em um sorrisinho compreensivo.

–Eu explico tudo a eles -responde entrelaçando a mão na minha.

Também sorrio, um sorriso de pura gratidão. Enquanto andamos biblioteca afora, passo as costas das mãos embaixo dos olhos tentando limpar os prováveis vestígios de maquiagem. Aparentemente estamos voltando pelo mesmo caminho que fiz para chegar até aqui, mas não me lembro muito bem. Quando viramos o corredor, vejo Haymitch e Effie conversando entre a porta do salão principal de jantar. Assim que somos vistos, eles andam apressadamente até nós.

De repente me vejo em meio a muitas perguntas, o que me atordoa um pouco. Mesmo confusa, tento responder todas o melhor possível. Só quando eles me abraçam uma última vez depois de dizer que o jantar já havia sido encerrado, percebo que Peeta não estava mais do meu lado. Olho para trás e o vejo conversando com uma moça de cabelos escuros presos em um rabo de cavalo, vestida com um conjunto preto. Pela aparência de suas roupas, é uma funcionaria de Paylor.

Peeta me vê e faz um gesto para que eu me aproxime então é o que faço.

–Boa noite Sra. Mellark. Meu nome é Medly, estou à disposição em relação a hospedagem de vocês essa noite -dz a moça, parecendo simpática.

–Passar a noite aqui? -pergunto. -Eu não sabia disso. Talvez minha mãe tenha esquecido de avisar.

Talvez não, penso. Ela pode ter dito várias e várias vezes mas eu não assimilava metade de suas palavras, e não podia contar a Peeta que era porque eu estava em certa depressão por descobrir minha gravidez não estando com ele.

–Fique tranquila. Temos o que você precisa. Mandarei entregar no quarto de vocês.

–Oh, obrigada -respondo com um sorriso simpático. Ela se encaminha para o fim do corredor e desaparece em uma das portas.

–Podemos voltar de trem se quiser, o que significa passar a noite nos trilhos -diz Peeta se virando para mim.

–Por mim tudo bem ficarmos aqui -respondo. Ele da um meio sorriso e entrelaço minha mão na sua enquanto me guia para nossa suíte.

Quando entramos, não evito reparar no local. As roupas de cama todas brancas assim como as paredes e móveis em tons claros de madeira. Tudo limpo e arrumado. Mesmo assim, cogito a possibilidade de que esse quarto já servira para coisas ruins.

–Anjo. -a voz de Peeta desvia meus pensamentos. Encontro seus olhos e despejo um sorriso. Eu estava no mesmo quarto que Peeta.

–Pode falar -digo.

–Eu esqueci de perguntar.. Você quer dormir comigo essa noite?

Ele parece sério e isso me assusta. Eu estava resoluta a passar a noite com ele, mas suas palavras me conturbaram.

–Claro que quero. Porque diria o contrário?

Ele balança a cabeça em negativa antes de quaisquer palavras.

–Só não quero que se sinta obrigada a nada.

Nosso tom baixo de conversa cria um clima tenso. Me contenho para não abraça-lo e beija-lo agora e me sento na cama controlando a ansiedade.

–Está tudo bem entre nós? -pergunto.

Esperar sua resposta me planta um medo. É inevitável não imaginar que Peeta é quem não queira dormir comigo mas me seguro para não agir precipitadamente estragar tudo.

–Por mim sim -sussurra.

Seus lábios formam um sorriso doce que permite meu corpo relaxar. Troco minha posição para conseguir me aproximar mais, deixando meus braços envolta de seu pescoço.

–Eu não quero mais brigar com você -sussurro.

–Não vamos mais brigar desse jeito. Prometo.

O silêncio que completa suas palavras permite que eu ouça nossas respirações. Aproveito cada toque seu quando sinto seus lábios nos meus enquanto sua mão em minha cintura me puxa para mais perto quando percebo uma aprofundação. Quase involuntariamente desabotoo seu smoking, seguindo para a camisa social. Eu quero isso tanto quanto ele, mas agora me parece estranho tirar a roupa. Não sei se tem mais haver com ter permanecido um tempo sem ser vista por ele assim ou com a gravidez que ainda é um segredo, mas me parece estranho.

Acabo com os botões e volto para seus lábios mas somos interrompidos por batidas na porta.

–Deixa que eu vejo -sussurro. Levanto-me e empurro meus saltos pro canto do quarto antes de abrir a porta. A morena do rabo de cabalo aparece em minha frente, segurando algo que presumo ser roupas dobradas.

–Aqui está, Sra. Mellark.

–Obrigada.

Encosto a porta e coloco as roupas em cima da cama enquanto Peeta também as observa. Desdobro uma delas e aparentemente é uma blusa branca de mangas cumpridas. Pego outra peça, uma calça de moletom cinza. Percebo que Peeta está me observando com um sorriso enquanto levanta.

–Vou escovar os dentes -diz me dando um beijo antes de ir para o banheiro.

Não vejo problema nessas roupas mas eu precisava de outra coisa. Abro a mochila de Peeta e encontro ali uma camiseta sua de mangas longas. Eu sei que ele iria usa-la, mas a vontade de vesti-la por um instante passa a ser maior. Visto-a e me completo com a calça que a assistente trouxe. Junto há uma escova de dentes e a pego, esperando Peeta no quarto.

Quando aparece na porta, ele sorri.

–Sim, você pode ficar com ela -sussurra enquanto me beija de leve.

–Mas e você? Está frio. -pergunto a caminho do banheiro.

–Dormirei sem, não tem problema.

Ouço uma pequena risada sua enquanto escovo os dentes e não evito rir também. Quando volto, Peeta já está deitado me esperando.

Me deito ao seu lado, puxando os cobertores até nós.

–Boa noite Anjo.

–Boa noite.

Ele me beija na testa uma vez, depois passa para minha boca. Me ajeito em seus braços tentando controlar minha respiração enquanto encosto a cabeça em seu peito. Ele parecia mais tranquilo agora e isso faz eu me sentir bem.

Tento adormecer mas só o que consigo é pensar. Pensar em como Peeta sofreu por minha causa, o quanto eu me arrependi por faze-lo sofrer. Em cada palavra dita por ele hoje, em cada passo a frente que demos. Em como contaria para ele uma notícia que o surpreenderia e o deixaria feliz. Pensar em tudo.


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Notas finais do capítulo

Como eu dizia: Não consigo escrever às pressas. Pra vocês terem uma ideia, eu queria recomeçar a fic e fazer uma primeira reaproximação deles muito mais bem feita mas não foi possível. Mas é isso aí.
Gostaram? Opiniões, críticas, dicas e sugestões sempre bem-vindas assim como comentários e recomendações.
Um beijo :* =D !