You Changed My Life - Katniss e Peeta escrita por Lih


Capítulo 20
The Expected


Notas iniciais do capítulo

Como vocês quer ler logo, só pesso desculpas pela demora e agradeço muito pelas maravilhosas recomendações da Luuh Mason e da patipavao. Vejo vocês nas notas finais e boa leitura =)



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Os últimos dois dias foram extremamente mais difíceis do que os outros. Apesar de todo apoio que recebi, tanto de minha mãe quanto de Gale, Haymitch e Effie, até de Thor, não foi fácil não pensar na gravidez. Até porque é impossível esquecer uma coisa dessas e que faz eu me lembrar de Peeta tanto quanto quando olho para Thor.

Estou remexendo o guarda-roupa procurando algo que pertence a Peeta. Talvez esperasse encontrar seu caderno ou talvez um desenho solto. Talvez não. Minha cabeça se prende nas memórias passadas desde que a revolução acabou. Peeta passando as noites comigo por causa de meus pesadelos. Nós nos reaproximando. Começamos a namorar e depois de um tempo houve o pedido. Nossa primeira noite e como estávamos bem. O dia em que nos casamos. Todas as pequenas brigas e grandes demonstrações de amor seguidas. Nossa última noite e a discussão que tivemos que trouxe a situação a esse ponto. É como se eu estivesse tendo um flashback que é interrompido por batidas na porta.

–Katniss? -chama minha mãe -O aerodeslizador...

–Já estou indo -digo interrompendo-a.

Effie provavelmente já estava lá embaixo conversando com minha mãe. Ela e Haymitch tem me visitado quase todos os dias desde que souberam dos ocorridos e pelas palavras que eu consegui ouvir quando conversavam com minha mãe, eles visitaram Peeta também, o que me deixava tanto curiosa e talvez em expectativa. Pelo que eu entendera, Haymitch acompanharia Peeta em outro aerodeslizador e nos encontraria no jantar e eu fiz, tanto Effie como Haymitch, prometerem que não contariam nada para Peeta.

Pego minha bolsa branca de brilho que não levaria nada de importante mas que minha equipe de preparação insistiu que eu usasse para combinar com meu vestido azul claro. Eles vieram hoje de manhã e tive que aceitar que eles me arrumassem para o jantar da Capital porque minha mãe disse que eu não estava em condições de me arrumar sozinha. O pior é que era verdade. Eu não queria ir, mas se fosse preciso ir para poupar os outros de descobrirem o que estava acontecendo, era o que eu iria fazer. Precisei de um vestido que não me apertasse muito. As dores em meu corpo eram frequentes, principalmente em meus seios, mas eu sabia que eram sintomas da gravidez.

Me olho uma última vez no espelho antes de descer e seguir com Effie para o aerodeslizador. O caminho inteiro foi puro silêncio e não demorou muito para pousarmos, o que me fez gelar de medo e ansiedade. Descemos e adentramos a mansão de Paylor. As vezes eu recebia um olhar de preocupação de Effie, o que deixava eu mesma preocupada. Eu não queria estragar o jantar de ninguém. Nem seu vestido violeta nem suas jóias disfarçariam aquele olhar.

–Ei, não se preocupe, eu estou bem -digo forçando um sorriso.

Sua resposta também é um pequeno sorriso enquanto adentramos o último corredor. A primeira pessoa que vejo quando chegamos na sala de jantar é Haymitch, que parecia tão preocupado quanto Effie, e de verdade. Ele nos cumprimenta e me pergunta se estou bem, mas bem mesmo. Assegurei-o de que não havia problemas comigo enquanto entravamos no salão. Percorro toda a extensão da mesa com o olhar percebendo o comportamento de cada um e quando meus olhos chegam em Peeta eu paro. Ele está vestindo um smoking e conversando com Johanna. Devo estar com um sorriso muito estranho pelo jeito que Effie me observa. Mas o que importa é que ele está ali.

Passamos por todos na mesa para cumprimenta-los e foi um pouco estranho quando cheguei perto de Peeta e mal nos olhamos. Acho que recebemos alguns olhares confusos mas ninguém teve coragem de perguntar. Me sento ao lado de Effie que está ao lado de Haymitch e do meu outro lado está Beetee.

Tento não olhar para Peeta enquanto o tempo passa mas quando percebo, meus olhos passam rápida e involuntariamente por ele me incomoda eu não conseguir controlar.

Um movimento na porta de entrada chama minha atenção e vejo Annie entrando com o pequeno John, que já não estava mais tão pequeno. Sinto uma sensação estranha quando penso que daqui um tempo eu vou ter meu filho e não sei a situação em que vou estar. Fico observando Jonh e seus traços idênticos ao pai. As vezes eu o achava mais parecido com Finnick, as vezes uma boa mistura dos dois. Annie cumprimenta todos, inclusive eu, e se senta do outro lado da mesa onde também estava Peeta. Eu sabia o quanto Peeta gostava de crianças e tentei não me surpreender quando eles estavam se envolvendo tão bem. Veio em minha cabeça se nosso filho seria tão parecido com ele quanto John é com Finnick. Intercalo involuntariamente meu olhar entre eles e quando percebo, já não consigo mais permanecer ali.

–Eu já volto -sussurro a Effie e me levanto antes de poder ver sua reação.

Eu não queria deixa-la preocupada e também não queria que ninguém viesse atrás de mim. Tive uma sorte grande de não ter nenhum tipo de segurança enquanto eu vagava pelo corredor buscando um banheiro. Eu já tinha uma lágrima na bochecha quando ouço passos então entro na próxima porta que aparece na minha frente. Com a porta fechada eu não ouvia mais nada vindo do corredor e minha mente conseguiu processar melhor.

Enquanto meus olhos pesquisavam o lugar, raciocinei que teria que me explicar mais tarde e isso seria um pequeno problema. Minha respiração acelerada, meu coração batendo duas vezes mais forte e meu rosto já encharcado. Mesmo com a visão embaçada consigo perceber que estou em um tipo de biblioteca não muito grande. Pela pouca luz da lua que entra pela janela consigo ver altas estantes cheias de livros dividindo espaço com outros móveis.

Eu já estou no chão com a cabeça entre os joelhos tentando parar com o choro quando ouço o barulho da porta. Meu coração dispara e meu corpo inteiro congela assim que meus olhos focam em quem está ali. Peeta. Ele vem rapidamente em minha direção e temo começar a tremer.

–O que você.. está fazendo aqui? -pergunto meio enroscada.

–Você não saiu bem da sala de jantar. Queria saber o que aconteceu -ele diz e sei que está olhando para mim mas me recuso a encara-lo -Não gosto de ver você assim.

Ele se senta ao meu lado e mão já está tremendo só de sentir sua presença, o que já é demais porque estamos ambos encostados na parede e seu braço está a um centímetro do meu. Eu consegui sentir seu cheiro. O cheiro que ficou em todas as roupas de cama. O cheiro que eu sentia quando o abraçava. O cheiro que eu adorava, que deixou saudades.

–Parece que você não pensou nisso quando foi embora! -as palavras escapam antes que eu perceba o efeito delas. Eu não queria brigar nem dizer o que disse, eu o queria de volta. Mas a situação me deixou muito irritada.

–Você tem razão -ele finalmente diz. Suas palavras me surpreendem e isso me faz esquecer de todos os princípios. Meus olhos focam nele apesar dos seus focarem no chão. -Eu achei que nós conseguiríamos pensar se estivéssemos afastados mas eu estava errado -ele diz.

Mesmo com a pouca iluminação da luz da lua eu consegui perceber sua expressão. Ele estava triste e me senti muito mal por faze-lo se sentir assim. Imagino que ele está esperando uma reação minha, uma resposta por causa do silêncio mas não sei por onde começar.

–Eu preferiria que... que tivéssemos tido uma discussão em vez de você ir embora -por fim consigo dizer -Senti sua falta.

A cada inspirada que eu tento dar, meu nariz ficava mais trancado por conta das lágrimas que ainda escorriam por minha bochecha. Eu senti meu corpo todo tenso com o silêncio que permanecia até que um arrepio me percorre quando sinto seus lábios pressionados em meu braço em um beijo. Estão quentes e me fazem lembrar de toda a saudade que senti e sinto deles em meu corpo e especialmente em meus próprios lábios.

–Eu não queria ser assim. -sussurro de olhos fechados, deixando que a sensação de seus lábios em minha pele permaneça.

–Eu não te culpo. Eu só quero te entender.

Seus olhos se fixam nos meus enquanto uma de suas mãos limpava meu rosto.

–Você e seu ciúmes. São os pesadelos ou os pensamentos? O que eu ou o que as pessoas ao me redor fazem que te chateia? Eu não demonstro mais que te amo?

Sem respostas. Apenas balanço a cabeça em negativa, como se nada daquilo fizesse sentido. Mas eu sabia que fazia. Quanto mais eu tento engolir o choro mais eu falho então decido manter os olhos focados em sua aliança da mão esquerda que estava apoiada em meu braço, o que fazia eu me sentir melhor.

–Tudo bem -ele diz. -Você não precisa falar nada, pelo menos não agora...

O silêncio permanece apenas o tempo de Peeta voltar a se sentar como antes até eu conseguir coragem para falar.

–É um pouco de tudo -sussurro. Meus olhos encontram os seus cheios de preocupação apesar de se fixarem no chão e percebo que acabei de dizer, em parte, o chateou. -Menos da última.

Ele volta o olhar para mim mas essa é sua única reação. Ficamos em silêncio. Um silêncio que me desconforta pelo fato de ainda querer falar tanta coisa e não conseguir.

–Eu não quero que você sinta tanto ciúmes. Não só por mim, mas por você também, Anjo.

Anjo. O apelido que ele me dera a um tempo atrás. Não sei quanto tempo faz que ele não me chamava assim mas percebo que fez falta.

–Eu queria poder esquecer tudo. Esquecer e recomeçar. Mas não tem como esquecer antes de resolver.

–Nós não temos mais nada para resolver -diz como resposta.

Quando suas palavras fazem efeito em mim juntamente de seus olhos azuis fixados nos meus, meu estômago gela. Minha cabeça processa isso como um fim. Talvez suas palavras possam ter duplo sentido. Talvez não. Eu estava com medo de qual sentido teria porque minha cabeça não conseguia associar todas as suas palavras anteriores com as últimas ditas.

De cabeça baixa quase tendo uma lágrima escorrendo pelo meu rosto, vejo sua mão se aproximar e meu coração acelera. A ponta de seus dedos tocam meu cabelo, depois meu rosto fazendo com que eu sinta um arrepio. Involuntariamente busco seus olhos que olham nos meus com uma expressão que não identifico muito bem. Parece uma mistura de preocupação com ternura. Talvez uma expressão tão confusa quanto a minha. Eu estava com medo de me aproximar de Peeta, de ser rejeitada, mas quando ele se aproxima eu me esqueço disso.

–Eu não quero te ver triste, não quero te ver sofrer. -sussurra bem perto de mim -E quando digo que não quero ver é mesmo se você esteja sozinha. Não quero que fique triste de nenhum jeito.

Há apenas meio centímetro de distancia entre nossos lábios mas por algum motivo tenho medo de quebra-lo. Incerteza talvez. Não conseguiria fazer isso sem tirar esse o peso

–Peeta. Fica comigo?


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Notas finais do capítulo

Heeey! Bom, pra quem pensou que Gale iria estragar tudo, só foi um susto haha. Estou pensando em fazer uma versão do Peeta contando essa parte também e ai continuaria um pouco com ele e se vocês quiserem eu faço e posto ele mais rápido.. Espero que tenham gostado desse pedacinho de reconciliação porque tem mais ;)
Ps: Me desculpem qualquer erro, estou postando pelo celular.
Ps2: Obrigada mesmo pelas recomendações e por todos os comentários. Vocês me deixaram feliz e tenho certeza que me deixarão muito mais se continuarem!