You Changed My Life - Katniss e Peeta escrita por Lih


Capítulo 17
Trying to move on


Notas iniciais do capítulo

Fiquei mais feliz com os comentários dessa vez e decidi adiantar o capítulo até porque muita gente ficou agoniada. Espero que continuem assim comentando mas não agoniada haha =D
Nada a comentar desse capítulo, apenas leiam e não me matem, obrigada, boa leitura.



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–--(Katniss)---

Eu não sei o por que, mas sinto mais ódio de mim por ter levantado da cama do que dele. Eu sei que estou sendo idiota, mas o que eu posso fazer? Encontrei os dois fechados em uma dispensa, sorrindo sabe-se la por que e o que fizeram. O que Peeta espera de mim? Que eu seja totalmente resistente a tudo isso? Desde que Rosy apareceu na padaria pela primeira vez até hoje, eu sempre tentei me comportar normalmente até minha paciência acabar.

Quando ouço Peeta se aproximando atrás de mim apresso o passo até estar correndo. A última coisa que eu gostaria agora era vê-lo ou que ele me visse. Na frente da porta de casa ele me alcança me segurando pela mão. -Me larga -grito puxando meu braço.

–Katniss! -quando entramos em casa ele consegue me segurar por inteiro.

–Sai daqui Peeta!

–Me escuta Katniss!

–Eu não quero saber mais nada, o que eu vi já é o suficiente! -subo para o quarto e ele sobre atrás de mim.

–O que você acha que sabe...

–O que eu sei e que você me deixou sozinha em casa para ir se encontrar com a Rosy! Isso você não pode negar porque eu vi! -grito com toda a voz que me resta.

Meu coração estava quase saindo pela boca, minha respiração estava cumula. Meus olhos ameaçaram a derrubar lágrimas mas forcei a não derruba-las.

–Eu não queria acordar você! Eu fui falar... -o interrompo.

–Não quero saber!

–Ah tudo bem, depois não venha dizer coisas que só existem em sua cabeça. Esse ciúmes está passando dos limites. -sua voz se eleva também -Eu já cansei, Você não confia em mim!

–Me deixa em paz.

Vários segundos se passam até que ele se volta para mim.

–Devemos dar um tempo. –ele diz.

Tento assimilar cada uma de suas palavras separadamente para entende-las.

Devemos.dar.um.tempo

–Um tempo. -repito baixinho, sem intenção.

Sem consciência e tempo pra pensar, subo as escadas mais do que correndo. Chego a ouvir um suspiro de Peeta enquanto pondero no corredor. Quando ouço passos, forço meu cérebro a ser ágil e entro no quarto de ''visitas'', trancando a porta.

Devemos dar um tempo

O que?

As palavras ecoam em minha cabeça. Depois do que eu acabara de ver, o que eu mais quero era Peeta longe. Não quero suas explicações, não quero ouvir sua voz nem vê-lo. Quero ficar sozinha. Na minha cabeça se passavam os piores motivos que explicariam tanto sua ação quanto suas últimas palavras.

–Katniss... -ouço sua voz abafada pela porta e sua palma da mão dando de encontro com ela.

Minha respiração estava acelerada e senti a cabeça doer e a visão embaçar. Uma tontura invade-me.

–Vai embora! -faço um esforço e grito.

Se Peeta queria um tempo não era eu quem o impediria então me largo na cama me forçando a não ouvir nenhum ruído pelos próximos minutos.

–--(Peeta)---

Pego a maçaneta da porta e a viro lentamente. Trancada. Encho os pulmões puxando o ar fortemente pela boca e o soltando a caminho do nosso quarto. Hesitante, paro em frente ao guarda-roupa para arrumar minhas coisas.

Eu não tenho certeza de que quero fazer isso, pelo menos não assim. Uma separação. Não sei e nem ouso imaginar o que vai vir depois, minha cabeça está muito quente para isso, meus pensamentos embaralhados, minha raiva fluente. Eu perdi Katniss para o ciúmes, perdi sua confiança.

Abrindo a última porta e pegando uma mochila, sinto meus olhos arderem com lágrimas. Desço as escadas com duas mochilas cheias e percebo Thor parado aos meus pés. Quando o vejo me lembro que não havia pensando nele, porém ele teria que ficar. Tecnicamente ele pertence à Katniss.

–Desculpa Thor. -sussurro mesmo sabendo que ele não entenderia. Pego minhas chaves da padaria e rumo para lá.

Quando chego, tento não me importar com os pares de olhos que devem estar me observando e se perguntando o que havia acontecido. Muitos poderiam deduzir ou ter uma ideia se juntassem os fatos.

Passo por todos tentando não pisar duro indo direto pra dispensa. Aquele era o último lugar que eu queria estar depois do que aconteceu mas era o único lugar que eu poderia ficar sozinho para pensar.

Largo as duas mochilas em um canto do chão antes da porta bater e meus olhos planarem por toda a dispensa. Não sei dizer como exatamente aconteceu mas quando vejo, estou de joelhos no chão com uma cadeira quebrada em minha frente. A porta se abre em uma fresta e vejo Rosy e Tony parecendo tão assustados quanto eu. Encosto as costas na parede apoiando a cabeça nas mãos tentando diminuir a respiração.

–Você está bem? -Rosy pergunta ajoelhada ao meu lado. Hesito quando ela pega minha mão até eu perceber que havia um corte ali. Voltando a olhar para a cadeira penso como as pessoas devem estar assustadas la fora.

–Preciso ligar para uma pessoa. -digo quase tentando me levantar. Percebo minha voz um pouco rouca.

–Espera ai! -diz Tony saindo da dispensa.

Rosy se levanta e em poucos segundos volta com algo nas mãos que decifro por ser uma compressa úmida.

–Você a ama muito, não é? -pergunta pressionando o pano em minha mão. Sinto ferver quando a água entra em contato com o corte.

–Muito. -é o que consigo dizer -Acho que ela queria que eu fosse embora tanto quanto eu acho que precisamos de um tempo, ela não quis me ouvir. Eu nunca vou deixar de ama-la.

–Você sabe porque ela é assim não é? -pergunta. Eu somente a encaro. -Porque ela também te ama. Só vocês sabem o que o outro passou para chegar onde estão... Saiba que mesmo ela me odiando para o resto da vida e mesmo que nossa amizade tenha que ser interrompida por causa disso, eu vou estar torcendo por vocês.

–Você é a única que arranca um sorriso de mim nessa situação -digo em meio um sorriso. -Não quero perder sua amizade por isso. Nem por nada. Não quero ter que escolher entre você e ela.

Meus olhos focam na luz da janela e vejo o a sombra de Rosy balançando a cabeça negativamente. Tony volta com o telefone do balcão ligado pela extensão.

–Obrigado Tony. -consigo dar um leve sorriso.

Pego o telefone e disco um dos poucos números que eu havia gravado apesar de quase nunca usar.

–Panem Capital, secretária da Presidente Paylor, Bom dia.

–Bom dia. Eu gostaria de falar com a Presidente Paylor, por favor.

–No momento ela está em uma reunião. Quer deixar recado?

–Sim por favor. Se possível diga a ela para retornar hoje para Peeta Mellark neste número.

–Sr. Mellark? -a moça pergunta parecendo surpresa.

–Sim?

–É você mesmo? Um minuto, vou chamar a Presidente Paylor e..

–Não é necessário, posso esperar ela retornar.

–Bom, tudo bem. Tenha um bom dia Sr. Mellark.

–Obrigado, você também. -que o seu seja melhor que o meu.

Incrível como depois de mais de um ano as pessoas ainda davam algum tipo de tratamento especial para Katniss e eu.

–Está mais tranquilo? -pergunta Tony. Balanço a cabeça em um mais ou menos -Vem, vamos te animar.

Passamos a tarde inteira na padaria. Eu, Rosy, Tony e Henry, meu funcionário de meio período que chegou na hora do almoço. Eles não eram funcionários, eram mais do que amigos para mim e realmente conseguiram animar um pouco meu dia. Almoçamos lá e passamos a tarde inteira na cozinha fazendo algumas coisas para a padaria e outra para nós além de atender os clientes e fingir que tudo estava normal.

Já passa das seis quando ouço o telefone tocar e Henry atende. Ele troca algumas palavras com alguém da outra linha e logo me passa.

–Boa tarde Peeta. Você me ligou hoje de manhã? -é Paylor falando.

–Boa tarde Presidente Paylor.

–Oh não. Me chame comente de Paylor, por favor.

–Bom, tudo bem, Paylor. Você pode me dizer se.... minha antiga casa na Vila dos Vitoriosos está disponível?

–Sim está... Mas Peeta, você e Katniss não...

–Estamos tendo problemas...

–Acho que você não quer falar sobre isso, tudo bem. A chave está na casa do prefeito, posso avisa-lo de que você irá passar lá.

–Sim por favor. Muito obrigado Presi.. Muito obrigado Paylor, de verdade.

–Não tem de que Peeta. Espero que de tudo certo ai.

–Obrigado.

Desligo o telefone e entrego de volta a Henry.

–Bom, eu vou pegar a chave da minha nova casa. Vejo vocês amanhã?

–Não fica mal Peeta, vai dar tudo certo. -diz Rosy me abraçando.

Me despeço deles e sigo para passar pegar a chave na casa do prefeito (que era novo desde que o 12 foi reconstruído) e com minhas duas mochilas sigo para casa.

Quando entro e encontro o lugar vazio, sinto um aperto no peito. A noite seria tão ruim para mim quanto para Katniss.

–--(Katniss)---

Boa noite, Anjo. Eu te amo, nunca se esqueça disso

Suas palavras da noite anterior pareciam vazias agora. Abro os olhos. Minha visão turva e embaçada demora um pouco para voltar ao normal. Com a cabeça latejando e a pele do rosto quente, não demoro muito para me lembrar o porquê de eu ter me jogado no quarto de visitas. Peeta foi embora. Levanto da cama com um pouco de dificuldade, um formigamento estável em meu braço direito. Não sinto a chave quanto a toco então uso a outra mão e abro a porta. Thor acelera suas patinhas e chega correndo a mim, como se quisesse me alertar da desgraça que eu já sabia que havia acontecido, mas que ainda não parecia real.

Em pequenos passos Thor me segue até o outro quarto quando entro observando o quanto tudo parecia normal, porém quieto. Olho para o relógio em cima da cômoda. "13:37". Não sei como consegui dormir quase quatro horas.

Estou prestes a abrir uma das portas do guarda-roupa quando noto meu pulso direito. A pulseira. Naquele momento era como se uma corrente elétrica estivesse percorrendo cada vaso sanguíneo meu. Sinto uma lágrima esquentar minha bochecha quando desvio o olhar do pingente de coração para a pérola. Outra imagem brilha em minha mente. Salto o olhar para minha mão esquerda e em meu dedo anelar está minha aliança. Nossa aliança. Mais uma lágrima esquenta minha bochecha e eu já estava com raiva de mim mesma. Abro as portas do guarda-roupa uma por uma e só encontro uma parte das coisas de Peeta. Corro para o banheiro e não vejo mais nada que o pertencia lá. Quando vejo meu reflexo no espelho, estava pior do que eu esperava. Tanto meus olhos quanto meu rosto estava vermelho e eu parecia inchada. Minha trança estava quase desfeita por inteiro e meu cabelo embaraçado. Deitada na cama parecia que meu olfato estava cinco vezes mais aguçado. Eu sentia o cheiro dele por todos os lados.

Nunca pensei que seria tão ciumenta. Talvez um pouco mas com Peeta parecia diferente. Eu não estava acreditando que deixei isso chegar a esse ponto, que deixei isso acontecer. O garoto do pão se cansou de mim. Eu o perdi.

Quando levanto as mãos para limpar o rosto de novo, a pulseira e a aliança me fazem lembrar que ele não está mais lá e que eu teria que me conformar um dia. Tiro-as e guardo na última gaveta que por estar vazia não seria e nem poderia ser aberta com frequência.

Meu nome é Katniss Everdeen. Eu tenho 23 anos de idade. Voltei a conviver com Peeta. Ele e eu nos casamos. Já se passou mais de 1 ano. Eu sinto ciúmes de Peeta. Eu o amo. Peeta se cansou de mim. Ele se foi.

Isso não ajuda a mais. Thor salta da cama com o grito que eu dou. Acaricio atrás de suas orelhas criando uma pequena felicidade por ele estar aqui comigo. Decido descer para tentar beber ou comer alguma coisa. Tudo quieto. Abro a geladeira e encho um copo que cai sobre meu estômago vazio que pedia que eu comesse algo, ao contrário de minha boca que rejeitava qualquer coisa. Tento colocar um pedaço de torrada com geleia mas depois de engolir fico enjoada. Passo o resto da tarde pensando em alguma distração mas nada serve. Tudo que eu faço está ligado a Peeta.

Quando a noite cai, tento comer uma bolacha mas acabo cuspindo. Decido subir para tomar um banho que seria o mais longo da minha vida.

Estou prestes a deitar na cama quando sinto seu cheiro de novo e aquilo me faz ficar com raiva. Raiva de mim, raiva dele.

Arranco toda a roupa de cama e troco tudo porém de nada adianta. Com os olhos derramando lágrimas de novo, vou para o quarto de visitas para tentar dormir e desejando não ter nenhum tipo de pesadelo. Se acontecesse, eu não tinha dúvida de que seria vinte vezes pior do que o normal.


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Notas finais do capítulo

Bom, como vocês viram, cada um contou como estava reagindo com o acontecido.
Ah, e como vocês viram, tem uma ideia da tia Su na história, que é quando Katniss resume sobre ela, que começa com ''Meu nome é...''. Que fique bem claro que a tia Suzanne que fez isso em A Esperança e eu só usei a ideia para a fic com o que estava acontecendo.
Leitores fantasmas, apareçam pelo menos uma vez na vida :(
Espero que vocês comentem, deixem suas opiniões e façam o que mais tiverem vontade.
Beijos, até :* :*