POV Caroline

Para a minha sorte, a porta do quarto da Meredith não estava trancada. Não bati, apenas entrei e a vi em frente a um enorme espelhos, com um vestido curto balonê azul com cristais na parte do tronco e estava terminando de fazer uma frança em seus longos cabelos loiros. Fechei a porta e ela me viu através do espelho.

–Quem é você? -Ela nem de longe parecia o ser mortífero de que tanto falavam, eu via uma menina vaidosa e feliz por esta em sua festa de 15 anos.

–Sou Caroline, e...sou amiga do seu pai. -Juntei minhas duas mãos em frente ao corpo, eu estava nervosa e ela sorriu.

–Amiga? Não sabia que Klaus tinha amigos, fora o Marcel é claro...-Ela se aproximou de mim, ela era menor do que eu, realmente parecia uma adolescente, mas eu tinha que me lembrar que ela só tinha 10 anos. Ela pegou algo parecido com papel e depois colocou sobre o fogo da vela, ele queimou mas depois uma fumaça saiu dele como um incenso. Ela então o balançou no ar.

–O que é isso? -Perguntei curiosa.

–Sálvia queimada, para ninguém nos escutar. -Ela sorriu.

–Por que o chama de Klaus? -Perguntei e ela deu os ombros.

–Não é o nome dele?

–Você sabe o que eu quis dizer. -Falei e ela me olhou e depois respirou fundo sorrindo.

–Olha...eu sei que você não veio aqui para me perguntar o por que que chamo ele pelo nome, e acredite, tenho meus motivos. -Ela falou cruzando os braços e suspirei.

–Ta legal...-Murmurei. -Seu pai se preocupa com você, ele te ama mais que a própria vida, se você for contar as coisas que ele abriu mão, coisas que ele deixou para trás para poder ficar com você, os números são incontáveis! O que esta fazendo com ele dói mais do que uma adaga no peito, ver a própria filha se rebelar contra ele foi uma coisa que ele nunca esperaria...

–Tudo tem uma primeira vez. -Ela falou como se fosse a coisa mais normal do mundo.

–Mas nem tudo precisa. -Me aproximei dela uns dois passos. -Olha pra você, você é linda, é rica, essa mansão de gelo é o seu refugio, mas se não quisermos ser atormentados pelo passado, devemos resolve-los no presente para podermos viver o futuro. Eu sei...como é se sentir presa, eu sei como é querer fazer um monte de coisas e não poder por ter certos limites te cercando, mas com o tempo essas barreiras vão ficando mais fracas até podermos quebra-las de uma vez. Meredith, sua família te ama e quer você de volta, eles se preocupam com você tanto quanto um ao outro, faça isso, se não pelo seu pai, então faça pela sua família.

Ela me olhou seria por um tempo e depois soltou uma risada, pegando a taça de vinho que tinha em seu quarto.

–Você não sabe de nada, eu tenho certeza que o que você sabe é o quão bom Klaus é na cama ou em qualquer lugar. Você não sabe como é ser filha mas se sentir uma prisioneira dentro de sua própria casa, você não sabe o que é pedir ajuda aos seus tios vivos e eles te negarem, você não sabe o que é carregar esse sobrenome...-Ela deu um gole no vinho e eu suspirei. -Resumindo, você, não, sabe, de, nada. Eu não sou idiota, você esta aqui por que ele mandou, para tentar me amolecer e voltar pra casa, mas isso não vai acontecer...o que esta feito, esta feito!

Ela quase gritou na minha casa, agora eu estava vendo o outro lado dela, o lado negro como diz Elijah.

–Como assim o que esta feito, esta feito? -Perguntei.

Ela levantou a cabeça e sorriu, depois se virou para mim me fitando como se fosse soltar fogo pelos olhos.

–Klaus vai morrer...hoje. -Fiquei pasma com a frieza de sua voz ao falar aquilo, ainda mais do próprio pai. -Ele matou minhas amigas, eu quero vingança. Por isso trouxe Finn, Kol e Mikael de volta, eles são as pessoas que vão me ajudar nisso. Klaus se acha muito esperto, mas eu sou mais, quando sai de casa eu trouxe 3 estacas de carvalho branco... -Ela falou.

–Uma pro Klaus, uma pra Rebekah e outra pro Elijah... -Comentei.

–Bingo! Se Klaus morrer, esses dois serão uma pedra no meu sapato, o mais inteligente seria eu me livrar de todos de uma só vez. -Ela deu outro gole no vinho e colocou a taça na comoda.

–Você esta louca, são sua família! -Aumentei a minha voz.

–Não são minha família desde o momento em que pisaram nessa maldita cidade, tudo estava perfeito até eles chegarem e depois que eles vieram minha vida virou de cabeça pra baixo! -Ela também aumentou o tom da voz. -Eu quero minha vida de volta, mas pra isso eu preciso de todos eles mortos, e depois me livrarei dos outros. -Ela falou apagando a sálvia e se virando pra mim.

–Nem os que você trouxe para te ajudar, você vai poupar? Você é louca, insana, uma menininha mimada que sempre teve tudo o que quis e na hora que quis!

–Fale como quiser, suas palavras não me afetam. -Ela brincou com as unhas e depois sorriu. -Agora se me der licença, tem uma festa me aguardando, se não daqui a pouco Mikael vem ver por que estou demorando.

Ela saiu do quarto e eu fiquei ali parada, pensando em tudo o que ela havia me dito e se eu falasse para o Klaus, era provável ele não acreditar em mim. Ai e agora?

POV Meredith

Sai pelo corredor dos quartos e me deparei com Damon na minha frente. Suspirei emburrada, esse pessoal nunca cansa de se foder não?

–Pelo visto esta feliz hoje. -Ele falou e eu sorri.

–Por que não estaria? É dia de festa e comemoração, temos que ficar felizes. -Cruzei os braços.

–Ou sera que é por outra coisa? -Cerrei meus olhos para ele, ele não poderia ter escutado minha conversa com Caroline, eu queimei sálvia para podermos ter privacidade e ninguém nos escutar.

–O que você quer dizer com isso? -Perguntei e logo senti uma tontura na minha cabeça, coloquei a mão direita do lado da orelha e o fitei.

–Que talvez a bruxa, lobisomem, vampira não seja mais tão forte assim. -Ele sorriu sarcástico e eu cerrei os dentes, levantei a minha mão pronta para joga-lo contra um daqueles cristais pontiagudos do corredor...mas, nada aconteceu...

–O que? -Olhei a minha mão e depois a levantei de novo e nada aconteceu! Nada! -Meus poderes...o que...o que aconteceu com meus poderes? -Perguntei e senti a tontura na cabeça de novo e cambaleei até a parede me segurando.

–Funcionou...-Ouvi a voz de Davina, logo todos aquele malditos estavam do lado do Damon me olhando.

–O QUE VOCÊS FIZERAM?! -Gritei e Damon sorriu dando os ombros, rosnei de ódio.

–Nada de mais...-Ele falou e depois me fitou. -É só um castigo por toda a sujeira que você causou. -Ele continuou falando e logo Elijah e Rebekah apareceram na frente deles me fitando.

–Meredith...-Elijah começou a falar mas eu logo o cortei.

–FIQUEM LONGE! -Gritei e respirei fundo, eu deveria me manter calma mas aquela tontura estava me deixando sem ação.

–Agora chega. -Tremi dos pés a cabeça ao ouvir a voz do meu pai por trás de mim. Me virei para ele e dei um goto a seco. -Acabou Meredith, você vai voltar comigo agora mesmo e eu não quero ouvir nenhuma discussão, o joguinho acabou e eu venci. E já vou logo adiantando mocinha, você vai ficar de castigo até segunda ordem, e não adianta olhar pra titio ou titia, pois eles não vão te livrar dessa. -Ele deu um passo até mim mas eu dei um passo para trás.

–Nossa, papai Klaus agora esta sabendo colocar moral na monstrinha. -Damon debochou e eu cerrei os dentes.

Eu poderia ter perdido meus poderes de bruxa, mas eu ainda tinha os poderes de vampira. Corri na velocidade vampiresca até o final do corredor, mas Klaus foi mais rápido e antes de dobrar para a direita, ele me pegou, me segurando pelos braços. Eu quis chorar alto, espernear, bate o pé até ele quebrar, minha raiva era evidente para todos ali.

–Meredith...você esta quente... -Quando ele falou isso, senti a tontura novamente, mas dessa vez mais forte e meu corpo amoleceu. Eu ia cair no chão mais Klaus me segurou nos braços como um bebê. -Mas oque é isso? Vocês a envenenaram! -Ele quase gritou indo na velocidade vampiresca até Davina e a bruxa negra.

–Não Klaus, isso é efeito colateral da poção, ela ficou fraca por causa dela. -Ouvi a voz de Davina e de repente tudo ficou escuro e silencioso.