O Sangue do Olimpo escrita por Belona


Capítulo 34
Frank




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Ah, Valdez...

Frank impeliu um pedaço do exército a virar um lestrigão e a dizimar aqueles que cercavam Leo. Eles obedeceram, e entre golpes, Frank viu que ele estava com a costela quebrada e um corte feio no braço.

O filho de Marte sentiu uma pontada de desespero. Não podiam perder Leo, mas ele já estava se levantando e recomeçando a lutar.

Frank viu que ele próprio já estava bem acabado. Restava pelo menos uma centena de monstros inimigos a serem mortos, uma quantidade bem pequena comparada àquela que começara.

Ele continuou a lutar, trincando os dentes cada vez que sentia dor. Ele gritava ordens para o exército, compelindo-os a ficar de pé e reagir. Muitos deles tinham sido mortos, também. No entanto, estavam em vantagem, o que era bom.

O último monstro inimigo que restou foi um telquine, que Frank matou com uma flechada na garganta.

Ele observou ao redor.

Encédalo, Porfírion, Efialtes, Hipólito, Polibotes e Alcioneu estavam em pé, arfantes, feridos, vertendo icor dourado, o sangue imortal. Mas pareciam inteiros, com força total, como se para eles, a guerra mal tivesse começado.

Annabeth tinha sangue na cara inteira, como se ela estivesse saindo para uma noite de Halloween. Hazel estava perto dele, tremendo, com os olhos escuros. Leo estava abraçando a si mesmo, Jason fitava o nada e Percy se apoiava na espada. Piper tinha os braços cruzados.

Todos eles estavam com sangue aparente, hematomas e cortes. Mas todos eles tinham expressões assassinas e derrotadas nos olhos.

– Acabou. – Porfírion chacoalhou a cabeça, como se por um momento estivesse sentindo pena dos semideuses.

– Não, meu velho. Está apenas começando.

Todos pararam para olhar o dono da voz.

Zeus entrava no salão tempestuosamente, seguido de Hades, Poseidon, Atena, Afrodite, Deméter, Hefesto, Dionísio, Hermes, Apolo, Ártemis, Hera e Ares.

Ao mesmo tempo, eles eram Júpiter, Plutão, Netuno, Vênus, Ceres, Vulcano, Baco, Mercúrio, Febo, Diana, Juno e Marte. Apenas Atena não parecia ter nenhum pouco de romano, mas sua aura letal não deixava isso como um defeito.

O melhor de tudo era que eles estavam na sua altura habitual de cinco metros, o tamanho dos gigantes, e vinham usando trajes de guerra. Para uma satisfação e orgulho de seus filhos, as armaduras de todos os deuses eram feitas de bronze sob uma camada de couro, encantadas com a magia de Hazel, fabricadas na ilha de Ogígia.

– Você. – Porfírion arreganhou os dentes. – Não basta seu filho inútil, vai querer brigar comigo, também.

Apolo revirou os olhos, como se aquilo fosse meio óbvio. O que, no fundo, era mesmo.

Júpiter o encarou, exatamente como Jason fazia quando ficava perplexo demais para falar.

– Não o chame de inútil. Ele fez mais do que você em toda a sua miserável vida. – Zeus rebateu e olhou para Jason.

Instantaneamente Jason cresceu absurdamente rápido, ficando com cinco metros, como seu pai, igualando os gigantes. Zeus olhou para os outros semideuses, e todos eles cresceram do mesmo modo.

Frank arregalou os olhos quando viu sua nova forma, mas de uma certa forma, era muito legal. Agora que estava do mesmo tamanho que os imortais, eles pareciam menos assustadores. Sua ira voltou a crescer, e a dor no corpo não pareceu ter tanta importância. Quando olhou para seu pai, ele assentiu e deu um sorriso sádico.

O garoto voltou a examinar os imortais.

Os gigantes, agora, na presença dos deuses, usavam as armaduras. Eles eram extremamente parecidos um com os outros, e o mais estranho era que tinham uma similaridade e ao mesmo tempo um reflexo dos deuses, seus oponentes.

Os deuses estavam em uma estranha formação. Nenhum deles usava elmo (exceto Hades), mas todos usavam armaduras e roupas de batalha. Zeus tinha seu raio-mestre apoiado no ombro, e Frank viu como realmente ele e Jason eram parecidos. Poseidon, então, nem se falava. O cara era um Percy mais velho. Se Frank o olhasse rapidamente, veria seu amigo, não um deus. Atena tinha os cabelos longos, cor de chocolate, porém tinha os olhos cinzentos de Annabeth e aquela expressão de inteligência grande. Plutão estava tão imóvel e tão apagado que Frank quase podia julgá-lo por uma estátua. Hefesto, ao contrário das inúmeras imagens e retratos, agora tinha uma aparência decente, sem nada deformado. Afrodite estava linda, e quando passou o olhar por ela, Frank quase babou. Logicamente, ela era a deusa do amor, era natural que ele sentisse alguma atração. Quando a examinou mais devagar, ela pareceu terrivelmente com Hazel. Apolo e Ártemis estavam próximos um do outro, como se estivessem acostumados a lutar lado a lado. Deméter estava próxima de Hades, e Marte estava no meio de todos eles, numa espécie de centro de força.

– Diz uma lenda... – Deméter começou.

– Uma profecia... – Apolo olhou para Frank e sorriu.

– Que quando os deuses e seus filhos se juntam, é batata. – Hefesto colocou as mãos na cintura, e Ares bufou.

– Diz uma profecia que é necessário um deus e um semideus para matar um gigante. – Zeus continuou. – Chegou a hora de descobrir se é verdade.

Ele ergueu seu raio com a mão direita e disparou uma descarga que quase partiu o céu no meio, como se aquilo fosse possível. Imediatamente, o maior trovão que Frank já escutara em sua vida inteira soou, e ele resistiu ao impulso de tampar os ouvidos.

E a Batalha Final começou.

De novo.


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