O Sangue do Olimpo escrita por Belona


Capítulo 33
Leo




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Leo não sabia que era capaz de fazer o que ele fez naquela guerra.

Hiperíon foi o primeiro que veio para ele, e Leo quase se surpreendeu. Até ver que ele era um titã, não um gigante, e isso quase o fez ficar para baixo, se derrotar um titã não fosse tão difícil quanto.

O titã gritou insultos, mas Leo estava focado em mil e uma coisas ao mesmo tempo para se deixar levar por isso. Porém ele aproveitou a raiva. Sempre imaginara-se inflando com a ira, como Jason fazia, botando medo em todo mundo, e em todas as vezes ele quase caíra na gargalhada.

Sua vontade era de gargalhar naquele momento. Suas pernas tinham virado geleia, e ele mal sabia como conseguia se manter em pé.

Não posso ficar parado. Se parar, vou fracassar.

Além de todas as questões filosóficas e teorias por trás dessa frase, no fundo era a verdade. Havia monstros de todos os tipos, por todos os lados, e os gigantes estavam tocando terror.

Leo conseguia diferenciar o exército amigo do inimigo pelas armaduras. Elas não tinham nada de especial, mas os monstros que vinham decepar sua cabeça não usavam nada.

Os gigantes não usavam trajes de batalha. Se Leo fosse um imortal perigoso, mais antigo que os deuses, não se importaria em colocar uma, também.

Ele não conseguia ver os outros seis. Sabia que eles estavam ali, em algum lugar, mas todos que estavam ao seu redor eram monstros. Sem tempo para pensar, ele se incendiava e incendiava todos ao seu redor. Leo nunca gostara de usar espada, mas tinha uma simples, para o caso de emergências. O que ele brandia era um cutelo pequeno (que era de bronze celestial), que decepava monstros com a mesma facilidade.

A cana tinha ajudado, logicamente. Ele podia se mover com incrível velocidade, e perceber tudo antes mesmo de entrar no seu campo de visão.

Uma hora vou cansar.

Era pessimismo, ele sabia, mas não podia evitar pensar nisso enquanto lutava. Esperava que a qualquer momento seus braços fraquejassem e se transformassem em chumbo, que caísse de exaustão.

Graças aos deuses, não aconteceu.

Só que enquanto de esquivava e brandia, uma dracaena atingiu sua mão com a parte chata de sua lança. Ele observou o cutelo escorregar de seus dedos e deslizar para longe dele. Ele praguejou, mas conseguiu matar a mulher-cobra. Só que com essa distração, outros monstros conseguiram feri-lo, e Leo perdeu o controle. Não morreu, nem nada, mas agora os inimigos revidavam e o acertavam, e ele não conseguia se desviar de todos.

Fazia duas horas que estavam na batalha, e nenhum sinal dos deuses.

Esse é o ritual. Para deter Gaia, vocês precisam lutar.

Era uma voz na sua cabeça Talvez fosse um deus. Seu pai, quem sabe. Ou, provavelmente, fosse seu subconsciente chegando a uma conclusão.

Lutar estava difícil. Leo começava a se cansar, como esperara, e seus cortes estavam ficando feios. Seus braços tinham uma casca seca de sangue, e ele suspeitava que fosse o dele. A armadura estava riscada, mas intacta. Suas pernas estavam ficando duras, difíceis de mover com agilidade. Seus pés tinham bolhas e assavam dentro das botas.

Um lestrigão o acertou no peito, e Leo voou vários metros para trás. Nesse curto momento em que não podia fazer nada, viu os gigantes.

Encédalo avançava para Annabeth, que estava bastante ocupada tentando se desvencilhar dos monstros. Na verdade, ela estava apanhando, porque uma quantidade considerável a estava encurralando. Havia uma fonte sangrenta que escorria por sua têmpora, mas ela ainda lutava e tinha no olhar algo que dizia que não iria morrer tão cedo.

Jason lutava contra Porfírion. Leo se recordava de que ele não tinha uma boa história com Júpiter, e, eventualmente, não gostava nem um pouco de seus filhos. Jason tinha raios faiscantes ao seu redor, e pulava e brandia o gládio com destreza. Leo descobriu naquela hora que os trovões medonhos que escutara por todo aquele tempo era ele quem causava.

Hazel avançava contra Hipólito, e Alcioneu avançava contra ela. Os monstros não a importunavam tanto, talvez porque temessem os gigantes tanto quanto os semideuses. Ela estava dando conta, mas parecia meio fatigada. No entanto, nuvens negras saíam de suas mãos, confundindo um gigante enquanto ela atacava o outro, e vice-versa. Surpreendentemente, os imortais estavam mais cansados do que ela. Até que Alcioneu deu uma pirueta desajeitada e bateu nela, e ela foi jogada para o outro lado, como Leo.

Leo não conseguiu ver o que estava acontecendo com Percy, Frank e Piper, porque ele aterrissou no chão com um baque surdo, derrapando até parar. Sentiu uma de suas costelas terrivelmente doloridas. E pior, sentiu e viu os inimigos cercando-o.


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