O Sangue do Olimpo escrita por Belona


Capítulo 20
Frank




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Frank estalou os dedos e abriu os braços. Concentrou-se e soltou um rugido de leão, ainda em sua forma humana. Os monstros tremeram, mas ficaram em seus lugares.

O pretor ia matando com as mãos, com o arco, com as flechas ou transformando-se em animais. Sua nova rotina era essa. Matar legiões o dia todo, todos os dias.

Inacreditavelmente ele havia ficado mais forte. Não estava exageradamente bombado, mas era grande, musculoso e intimidador. Tinha ficado bonito e aterrorizante, quando furioso. (Hazel aproves).

Marte o havia avisado dos planos, e Frank tentava todo dia, e todo dia avançava mais um pouco. O segredo da guerra é se enfrentar todos os dias. O pai tinha dito.

Frank se concentrou e a metade direita da legião se transformou em leão. Ele tencionou as costas, e uma parcela se transformou em dragão.

Três se transformaram em moscas.

Frank soltou o ar e eles voltaram a ser monstros.

Eram todos uniformes, uma massa homogênea. O plano era tentar transformá-los, como Frank fazia com si mesmo. Marte, no começo, havia abençoado a legião, mas era muito fácil. Agora os monstros eram apenas eles mesmos, e era Frank quem tinha que resolver a treta.

Muitas vezes ele ficava suado, estressado e acabado. Queria que aquela tortura terminasse, mas Marte garantiu que ele só sairia dali quando conseguisse. Frank dissera que, se dependesse dele, a missão teria ido por água abaixo, já que não tinha tempo. O pai apenas rira e dissera que outra pessoa estava cuidando dessa parte.

Frank havia sido capturado, sim, mas acontecera algo naquele vórtice que o trouxera de uma forma diferente. O deus admitira ter ajudado, mas Frank ainda estava preso. Um grande salão sem portas nem janelas não era um exato campo de guerra apropriado para treinos. No entanto, era tudo o que ele tinha.

O semideus poderia sair dali, porém não o fazia porque ainda não tinha chego o momento certo.

Ele exterminou os monstros, e dali duas horas todos eles apareceram de novo. E o trabalho recomeçou.

– Frank, vamos fazer uma coisa. – Marte chegou pisando duro. – Assim você nunca vai conseguir.

Frank ficou quieto e o observou.

– Feche os olhos.

Frank obedeceu.

– Em que você mais gosta de se transformar?

– Dragão. – Ele respondeu sem pensar.

– Boa escolha. Agora, imagine-se transformando em dragão. Não! Não se transforme. Veja você mesmo fazendo isso. Imagine esse salão, cheio de monstros, a sua legião. Veja-os se transformando em dragão.

Frank nunca fora muito bom em pensar demais. Mas ele tentou.

– Isso... Consigo ver. – A voz de Marte era rude, como a voz de um deus da guerra deveria ser. – Frank, concentre-se nessa imagem, pare de tentar ver o rosto da Hazel.

Um rubor subiu para o rosto do garoto, mas ele ignorou.

– Concentre-se. Não esqueça essa imagem. Frank, existe uma coisa chamada “febre da guerra”. Qualquer guerreiro bom sente. Você a sentiu quando eu lhe dei minha bênção, na Croácia. Recorde essa sensação. A sensação da morte, da fúria, de saber fazer tudo invencivelmente. De saber exatamente o movimento certo, a hora certa e o jeito certo.

Frank se recordou. Um formigamento surgiu na base de suas costas e suas mãos começaram a tremer.

– É bom, não é? – Mesmo de olhos fechados ele sabia que Marte sorria. – Você fez tudo aquilo porque teve a necessidade. Porque queria. Porque teve um motivo. Você tinha Hazel para salvar, Nico também. Aquilo era fundamental para a missão. E você lutou, Frank. E como lutou. Há uma hora em que todas as pessoas têm que dizer chega. Elas se esgotam. E quando isso acontece com semideuses, é perigoso. Com um filho do deus da guerra, é mortal.

Frank abriu os olhos, a respiração acelerada. Ele viu a metade que havia imaginado transformada em dragão.

– Eu... Eu consegui? – Ele perguntou, mas perguntou para o nada. Seu pai já não estava mais ali.

Frank deu uma gargalhada para o nada. Ia ser difícil, mas agora ele já sabia como começar. Fez do mesmo modo com os outros monstros, e levou tempo, exigiu força e concentração. Em seu aprendizado em comando, ele fazia as transformações, comandava e lutava.

A parte da liderança dos exércitos estava pronta, junto com seu líder. Restava o exército e a guerra.


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