Casos do Acaso escrita por Juffss


Capítulo 5
Dia 04


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu vou responder os reviews do cap. passando ainda hoje, mas mais tarde. Não se desesperem...

Beijoos meus anjos,

Juuh



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/463331/chapter/5

DIA 04

28 de novembro de 2014

Por mais simples que fosse, o café da manhã chamou a atenção do gigante de covinhas. Não havia tanta variedade, mas para que? Panquecas não precisavam de complementos. Nada além de calda de chocolate ou mel. Um prato fácil, rápido de preparar e, sem dúvidas, seu favorito. E aquilo estava completamente cheiroso. E a dona das mãos que a fizeram também.

O inalar do aroma feminino o descontrolou. Era algo meio floral e completamente delicioso. Em outra situação, ele não perderia tempo e a agarraria por trás falando alguma cantada barata ao pé do ouvido. Funcionava com todas. O tempo todo. Mas lembrar que era Rose ali o fazia... Perder a vontade.

Não que ela não tivesse subido no seu medidor de gostosura. Pelo contrário. Ela tinha feito com que ele praticamente explodisse. Se ao menos não fosse tão... Tediante, certinha e chata, ele faria de tudo para conquistá-la. A verdade é que ele sabia que mulheres inteligentes não se satisfaziam de uma só vez, precisava tempo, romance e muito dinheiro gasto. Coisas que ele não estava disposto a investir em um... Relacionamento.

Só essa palavra o fazia arrepiar de repulsa. Um namoro não era algo que ele desejava. Nem em um milhão de anos! Como um homem ou uma mulher podem dormir tanto tempo com a mesma pessoa só? Não lhe admirava os extremos números de traições que se duplicavam a cada dia. E o pior, o que acarretava isso era: rotina. Odiava rotinas.

Mas uma coisa ele não podia negar, estava feliz por ter sua salvação na sua frente. E, depois de tudo, ele teria que agradecê-la, de certa forma, pelo descanso continuo que ele prestigiou naquela noite. Era algo que ele deseja muito, muito mesmo.

Até o fez esquecer da quantidade de faíscas de discórdia que eles soltavam só de se olhar.

Rose terminava de virar mais uma panqueca fazendo Nessie rir da não habilidade culinária da adulta a sua frente. Não que a comida não parecesse boa o bastante, mas a loira era um pouco desajeitada na hora de virar as panquecas.

O riso meigo cortou o ar em direção aos seus ouvidos. Soava doce e sereno. Ela também se divertia com sua falta de dote. Sem percebê-lo na porta ela parecia outra pessoa. Como se a sua presença a muda-se totalmente.

– Eu acho melhor só vira-las na espátula, Ness – disse ao meio do sorriso ajeitando o que tinha sobrado na frigideira.

– Faz de novo, titia – pediu encarecidamente com aqueles olhos de gatos de botas que só uma criança conseguia fazer.

– Só se fizer todo o seu dever. – sorriu Rose a encarando.

– Eu faço, eu juro!

– Juradinho? – a loira estreitou os olhos se curvando em direção a baixinha a sua frente.

– Juradinho com dedinho! – riu a ruiva-loira, Emmett era totalmente desajeitado com cores. A menina esticou seu mindinho esperando que a tia fizesse o mesmo.

– Quero só ver – respondeu entrelaçando os dedos e beijando a mão da pequena – Depois do café vamos ver o que sabe fazer do para-casa.

– Tô com fome – Emmett grunhiu coçando a cabeça e em seguida o nariz.

Rosalie quase pulou quando ouviu a voz máscula atrás de si. Ela enrijeceu o corpo e se arrepiou por inteiro. Era quase um sinal que seus músculos e pele queriam transmitir. Mas não dava para perceber ao certo se era bom ou não. Forçando as mandíbulas uma contra a outra, ela se levantou de forma robótica. Trêmula.

– Isso é raiva de mim?

– Deveria ser – disse ríspida.

– Quanto ódio em seu coraçãozinho.

– Não sou criança para falar assim comigo. Ness... Pega seu caderno, já começaremos a fazer seu para casa.

– Tá bom, titia. – respondeu Nessie acuada.

O gigante esperou que a monstrinha saísse correndo para se virar bravamente para Rose. Ela tentou parecer uma carta branca em frente aos olhos do homem. Não parecia funcionar. Ele a descontrolava.

Estalando o pescoço para os dois lados, ele andou alguns passos em direção a mulher. Ela recuou batendo com tudo na bancada de mármore recém-colocada. Ele sentiu seu corpo reclamar quando se sentou na banqueta do balcão. Havia dormido de mal jeito.

– Porque está recuando?

– Porque você é um idiota – respondeu quase grunhindo.

– Sabe o que dizem das raivosas?

– Não me interessa!

– Que são selvagens – ele ignorou a relutância da loira de estar ao seu lado.

– Então procura sua garota selvagem, porque já aviso que de mim você não terá nada.

– Não estou interessado em você.

Com certeza absoluta, mesmo se ele estivesse interessado, mentiria. Quem gostaria de receber um fora desses sem poder revidar? Quem faz o papel de cachorrinho abandonado que o dono maltrata? Ninguém, a menos que seja um tolo apaixonado. E o homem de covinhas estava bem, mais bem, longe disso.

Sempre estaria!

– Emmett, vai dar a comida para a Nessie, nós já estamos atrasados! – ela disse o tirando de devaneios.

– Para...?

– Natação... Vai ficar me encarando ou vai fazer o que mandei? E você não a ajudou com o dever... Isabella vai te matar!

– Ela não me disse nada de para-casas – se defendeu.

– Não precisava dizer nada! Você nunca foi na escola? Nasceu em outro universo?

– Não começa!

– Aposto que ontem não a levou pro ballet!

– Levou não titia – Nessie, que tinha acabado de voltar para a cozinha, o entregou. Pelo menos ela ao menos sabia o que era entregar alguém.

– Irresponsável! – Falou olhando a pequenininha que abraçava seu caderno escolar.

– Agora você é a miss perfeição que não esquece nada?

– Sou! Porque eu sei cuidar de crianças. – ela fez uma pausa e o encarou - Eu não estou vendo você alimentar a Ness.

Aquela mulher não parecia a Rose de dois segundos atrás. A mulher encolhida que parecia amedrontada. Parecia que o tempo que ele ficou perdido em pensamentos serviu para que ela se recuperasse e voltasse outra mulher.

– Estou com fome titio.

– Não a ajude! - ele pediu a sobrinha enquanto preparava seu prato.

– Não entendi - a menininha respondeu se sentando. Emm deu uma colherada para ela e enquanto mastigava a comida ela olhou o tio – Me explica.

– Não fale de boca cheia linda, não é coisa de uma menininha perfeita como você fazer.

– Desculpa

– Claro meu amor, só não pode repetir. – ela sorriu encarando os olhos chocolates da pequena. Rose amava aquelas crianças, era um fato.

– Brigada!

– De nada... McCarty, teremos de comprar comida em breve!

– Por que não faz sozinha?

– Por que? Eu fiquei com medo do taxista me levar para o meio do nada e... Vender meus órgãos.

– Você tem um piano de igreja, titia? Você trouxe?

– Ah... Não meu amor, a titia só toca piano normal, ela não tem um órgão...

– Mas... - a menina a encarou confusa. Afinal de contas, para ela, Rosalie tinha acabado de falar que o taxista queria ficar com seu órgão, mas Ness achou melhor não tocar naquele assunto por enquanto.

– Às vezes acho que essa menina tem uns 8 anos - Emm resmungou.

– Mentalmente ela tem.

– Titia posso fazer compras com você e o titio?

– Que tal fazer uma coisa melhor do que isso? – Rosalie sorriu fazendo graça para os gêmeos na intenção de fazê-los abrir a boca e comer a papinha de frutas em sua mão. – Você me ajuda a fazer o cardápio da semana, e se precisar de algo você e o titio vão comprar.

A menina só faltou sair pulando pela casa. Emmett gargalhou vendo a felicidade da sobrinha. Deixá-la feliz foi fácil. Bem, parecia que pra Rosalie as coisas saiam de uma forma fácil. Ele se sentiu agradecido por ela ter chegado.

– Eu posso palpitar no que quero comer? – ele perguntou ainda rindo.

– É o seu cartão que vai pagar as compras? Então não. Você vai me levar, empurrar o carrinho, carregar as sacolas, e, é claro, me trazer de volta. Entendeu sua função?

– Claro, Cruela.

– Pode me chamar do que quiser, não sou bebê pra ficar me trocando com você. – Seus olhos brilharam gloriosos decidida a parar a briga ali.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!