Os Marotos - The Bodyguards escrita por Nina Black


Capítulo 2
Welcome To London


Notas iniciais do capítulo

Oie!!!
Queria agradecer a Lia Everdeen Jackson Potter, Jade Di Ângelo e a St Clair por serem as primeiras a comentar!
Obrigada!! E queria agradecer a Laura Kinney Keller por favoritar a história.
Beijos e aproveitem o segundo capitulo!!
;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/463018/chapter/2

 Se tem uma coisa que eu não gosto, é andar de avião. Detesto essa sensação dele subindo e descendo. Isso sem falar nas turbulências, que são horríveis. Mas, o que mais me irrita em andar de avião, é ter que aguentar uma certa morena reclamando toda hora que o tempo não passa.

— Já chegamos? – Marlene perguntava insistentemente, pela milésima vez naquela mesma hora.

— Ainda não, Lene. Tenha mais um pouco de paciência, por favor. – Dorcas falou, mas não tirando o rosto de uma revista.

Estava eu, Marlene e Dorcas no jato da empresa do meu pai, Charles Evans, esperando a confirmação de pouso no aeroporto de Londres. Para quem não me conhece, prazer, sou Lilian Evans. Filha de Charles e Daisy.

A morena de olhos verdes e que ama reclamar das coisas do meu lado é Marlene Mckinnon. Filha de Viktor e Ariella Mckinnon, os donos de uma das maiores redes de hotelaria do mundo. Mas a marca registrada da família é a criação e procriação das melhores raças de cavalos do mundo. Todos vão procurar saber sobre os cavalos dos McKinnon.

A loira de cabelos lisos e olhos azuis do meu outro lado era Dorcas Meadowes. Filha do prefeito de Londres Stefan Meadowes, sua mãe morreu em um acidente de carro, mas seu pai se casou novamente com uma mulher que ela particularmente detesta: Úrsula (agora) Meadowes. Não parecia estar muito empolgada para voltar, mas eu confesso que ela tinha seus motivos.

— Já chegamos agora, não chegamos? – Marlene perguntou de novo e eu respondi.

— Calma criatura! Já estamos chegando, só mais cinco minutos e já estamos no chão!

Quando tínhamos quinze anos, nossos pais nos mandaram para a “Étiquette école de Mademoiselle Viveca”. Era uma escola só para meninas que ficava em Paris. Estudamos lá por seis anos, praticamente todos os nossos anos escolares foram naquela escola, e um pouco mais ainda. Confesso que estou comemorando por ter de ir embora daquele lugar. Foi muito bom, mas as pessoas não ajudavam nem um pouco. Se tratava de uma escola extremamente rigorosa, e todos os estudantes achavam que eram os donos do mundo.

Agora que estamos voltando para casa, minha mãe quer fazer uma festa com todas as pessoas da alta sociedade da Inglaterra para homenagear a nossa volta. Tudo bem que ela sentiu saudades, mas precisava chamar a Inglaterra inteira para fazer a festa que é daqui a DOIS dias?

Só de pensar nisso eu já fico vermelha de vergonha. Eu definitivamente sempre odiei todo esse tipo de atenção. É horrível. Mas como minha mãe não consegue escutar um não... O jeito é tentar não desapontá-la. A festa também será para as meninas, e, ao contrário de mim, as duas estão bem de acordo com a situação. Dorcas é a filha do prefeito, então desde pequena já está acostumada com toda a atenção, e a Lene... Bem... É a Lene.

— Finalmente! Já era hora! – Marlene festejou depois que o barulho do jato parou, sinalizando que estávamos em terra firme.

— Vamos descer logo! Estou com vontade de ir ao banheiro! – Dorcas saiu apressada, ela detestava ir no banheiro do jatinho. Já ficando por último, peguei minha bolsa e Audrey, minha gatinha de estimação e sai do jato.

— Filha! – Minha mãe gritou assim que me viu entrando no aeroporto. Corri até ela e a abracei.

— Oi, mãe! - Eu a respondi sufocada, com ela claramente me enforcando. Mas não iria reclamar, fiquei tanto tempo sem vê-la, e agora voltei para ficar.

— Fiquei com tanta saudade! Eles te machucaram? Fizeram alguma coisa com você? – Ele perguntou procurando algum possível hematoma no meu corpo, e não pude deixar de rir. 

— Não mãe, eles foram bem cuidadosos comigo e com as meninas. – Falei o que ela queria ouvir. Logo em seguida, ela abraçou Marlene e Dorcas. As duas iriam esperar seus motoristas a buscarem. Fiquei feliz por minha mãe ter vindo me buscar pessoalmente.

— Que bom! Onde estão suas sardas? – Ela olhou preocupada. Daisy ainda acha que tenho dez anos de idade.

— Mãe! Isso se chama maquiagem! Aprendi a usar em Paris... – E apontei para meu rosto, se não estivesse com ela, estaria vermelha de vergonha. – Onde está Petúnia? – Ela era minha irmã por parte de pai.

— Está em casa com o namorado. – Minha mãe revirou os olhos. Petúnia Evans era minha meia irmã mais velha, filha do meu pai com uma modelo dinamarquesa. Ela é cinco anos mais velha que eu, o que a faz ficar com 26. Nunca tivemos um tratamento de irmandade, muito pelo contrário, ela só falava comigo quando precisava, e quando não, fingia que eu não existia. Dorcas e Marlene são muito mais minhas irmãs do que Petúnia. Irônico, não?

 - Aquela morsa... Quero dizer, com o Valter?

 - Não diga isso do namorado da sua irmã... - Ela cruzou seus braços nos meus. - Vamos, seu pai está te esperando lá em casa. Mas, antes, quero que veja as novas reformas da nossa loja! Ficou tudo lindo, Lily!

 - Mas as meninas... - Eu disse me virando para as duas enquanto minha mãe me puxava.

 - Pode ir, Lily! - Marlene disse animada. - Tenho que procurar onde está o motorista do meu pai.

 - Eu já vou indo também. - Dorcas disse olhando uma mensagem no celular dela.

 - Tudo bem então! Vejo vocês mais tarde! - Eu acenei em despedida, e minha mãe fez o mesmo.

(...)

— Ficou tudo muito bonito depois da reforma. – Falei olhando para as colunas brancas que ela colocou no canto da loja que tinha detalhes em ouro. Minha mãe era ótima quando o assunto era esbanjar! Tudo estava surpreendentemente impecável.

 - Você viu só? E esse sofá eu comprei direto de Paris! - Ela apontou para um sofá de veludo vermelho. Eu confesso, achei ele horrível, mas não iria falar isso para ela de jeito nenhum. Minha mãe estava empolgada demais com isso tudo.

 - Maravilhoso. - Eu disse apenas.

 Depois de ter mostrado a loja inteira para mim, estávamos sentadas no balcão do caixa tomando um café, quando uma de suas funcionárias se aproximou de onde estávamos.

— Senhora? – Ela a chamou. – Sinto muito em interromper, mas alguns fornecedores estão no telefone e querem falar com a senhora.

— Claro! Olha que cabeça a minha! - Minha mãe disse se levantando e beijando minha testa. - Querida, me desculpe, mas eu havia marcado uma reunião com nossos fornecedores para esta tarde, e me esqueci completamente. Se importa de eu ter que ir agora? - Eu acenei negativamente com a cabeça, indicando que não haveria problema algum. - Certo... Chamem o James para acompanhar minha filha até a saída! – Ela falou já subindo as escadas que dava para seu escritório particular.

— Mãe, não precisa! Eu sei o que é uma porta! – Falei rindo e me levantei, dando alguns passos para trás. No entanto, não tinha visto que alguém estava atrás de mim, e acabei trombando com a pessoa, cambaleei para trás, mas antes que pudesse cair, ele me segurou.

 Parabéns, Lilian. Pelo visto não ensinaram coordenação e equilíbrio para você nas aulas de etiqueta.

— Mais cuidado! – A pessoa falou e eu ri sem graça. Assim que me recompus, virei-me e vi que se tratava de um rapaz alto, de cabelos morenos e espetados, que usava um óculos de armação escura.

— Obrigada. – Disse me recuperando do susto.

— Você é...? - Ele perguntou meu nome, mas antes que ele pudesse responder, a mesma funcionária de antes gritou para ele.

— James! A Sra. Evans pediu para que a leve até o carro!

— Não precisa... – Falei, mas ele fez questão de me levar até a porta.

 Bom, se ele insiste tanto.

— Você é James...? – Perguntei enquanto caminhávamos para a saída.

— Sou James Potter.

— Potter... Ah, você que está ajudando minha mãe nos preparativos para a festa dela, não é? – Perguntei, já me lembrando do que minha mãe disse a respeito disso em uma de nossas últimas ligações antes de eu embarcar para Londres. Ela também falou que ele era bonito, e nisso nós duas podemos concordar... Mas vamos deixar isso quieto por enquanto.

— Como você sabe? – Ele perguntou curioso com a situação.

— Ela me contou, ué. – Será que ele não sabe que sou sua filha? Será que eu mudei tanto assim para não se parecer com a Lily antiga?

— Então vocês são amigas? - Ele perguntou enquanto paramos na calçada da loja da minha mãe.

 Pelos céus. Ele realmente não sabe quem eu sou.

— Na verdade ela é minha... – Antes que eu pudesse terminar a frase, o motorista, que estava na nossa frente, buzinou para mim e falou que meu pai estava me chamando. – Tenho que ir... Obrigada pela gentileza. – Sai rapidamente e nem esperei a resposta dele.

POV Marlene:

— Podemos ir para o haras ao invés de ir para minha casa, Stuart? – Perguntei para o motorista, enquanto já estávamos na metade do caminho para casa.

— Claro. Mas vai demorar um pouco, senhorita. – Ele respondeu sorridente. O local ficava na área rural de Londres.

 Estava super ansiosa para voltar ao meu querido haras de tal forma que a viagem poderia durar dias, mas me acalmava em saber que aquele seria meu destino final. Desde pequena fui criada ali, e tinha muitas saudades dos cavalos, afinal, uma McKinnon nunca nega suas origens.

— Não tem problema algum... – Falei remexendo na minha bolsa procurando meu celular, e, em seguida, coloquei a primeira música da minha playlist no volume mais alto que eu conseguia no meu aparelho.

(...)

— Chegamos Srta. Mckinnon. - Stuart, nosso bom e velho motorista disse ao estacionar o carro. - Não se esqueça de passar protetor solar. Ontem estava chovendo, mas parece que o Sol resolveu dar as caras hoje. – Ele disse me entregando o protetor. Eu tinha muita facilidade para me bronzear, mas mesmo assim aceitei de bom grado o que ele estava me dando.

— Obrigada, Stuart! Manda um beijo pro seu filho! – Sai correndo apenas com a minha bolsa e entrei no haras.

Estava tudo tão idêntico ao que eu me lembrava... Desde os jardins que se perdiam de vista, até os estábulos de madeira recém pintada. Os campos de equitação e hipismo pareciam ter sido reformados há pouco tempo, mas tudo tinha sua beleza. Ah, como eu sentia falta desse lugar. 

 Cumprimentei os funcionários mais velhos, que me conheciam desde pequena, e continuei a andar pelo local. Entrei em um dos estábulos e vi os cavalos.

 Sempre foram as criaturas mais belas que eu já vi. Me aproximei da baia de um negro, e ele veio até mim, buscando atenção, e curioso para saber quem eu era e o que estava fazendo ali com ele.

 - Oi rapaz... - Eu disse acariciando sua cabeça. - É bom estar de volta, por mais que você não me conheça... - Cochichei para ele, que me encarou com aqueles olhos negros.

 - Ele parece gostar de você. - Escutei uma voz atrás de mim e me virei rapidamente, assustada. Um cara, mais ou menos da minha idade, me encarava curioso e com um sorriso nos lábios. - Geralmente as moças que vem aqui ficam com receio de entrar na área das baias, e os cavalos percebem isso. Mas ele gostou de você. - O rapaz se aproximou.

 Ele tinha a pele bronzeada pelo Sol, os cabelos negros presos em um coque frouxo e pequeno atrás da cabeça, e ele estava suado. Olhei para suas vestes, e ele trabalhava ali. Era um rapaz mais novo que os outros, então não devia me conhecer de vista.

 - Não imaginava que as moças pudessem não gostar de vir nesse lugar. - Eu comentei olhando para o cavalo, que não parecia nem um pouco assustado com a presença do rapaz. Ele devia ser o tratador, ou coisa do tipo.

 - Pois é. - Ele acariciou o cavalo. - Fazer o que, não sabem o que estão perdendo. 

 Ah, mas elas não sabem mesmo o que estão perdendo...

 Marlene, chega desses pensamentos, por favor!

 - Realmente. As vezes é até melhor para os cavalos... Eles são tão belos, merecem, pelo menos, alguém que goste deles para cavalgá-los.

 - Justo. - Ele sorriu de canto, e tirou alguns fios de cabelo grudados em sua testa. Seus olhos eram de um azul cinzento escuro. - Mas enfim, posso lhe ajudar com alguma coisa?

— Claro, pode selar um cavalo para mim? – Perguntei e ele afirmou.

— E qual seria?

— Pode ser esse. - Eu disse apontando para o cavalo negro na minha frente.

 

 - Tudo bem. - Ele disse abrindo a baia do cavalo e o tirando de lá. Caminhamos até a parte aberta, onde ele amarrou o animal e pegou uma das celas disponíveis. - Assumo que tem a autorização dos McKinnon para estar aqui, certo?

 Inocente.

 - Claro. - Eu disse sorrindo falsamente, mas acho que ele deve ter comprado. - Conheço Viktor McKinnon como a palma da minha mão.

 - Está bem. - Ele disse sorrindo. - Não sei porquê perguntei isso, já que não passaria da portaria se não fosse. São bem restritos em relação a isso. Não é qualquer um que pode entrar aqui. - Eu acompanhava seus movimentos enquanto ele selava o cavalo para mim.

 - É mesmo? - Perguntei, tentando prolongar o assunto. - Parecem ser mesmo. Mas e você, qual seu nome?

 - Pode me chamar de Sirius. - Ele sorriu para mim.

 Calma, Lene. Não se precipite, ele não está dando em cima de você. Mas por que eu acho que está, só por esse sorriso que ele deu?

 - Sirius... E você trabalha só aqui no haras?

 - Bom, em teoria sim. - Ele disse desamarrando o cavalo e o entregando na minha mão. - Mas eu costumo ajudar minha mãe em buffets e coisas do tipo nas horas vagas.

 - Parece bem ocupado. - Eu disse sorrindo.

 - Até os próximos dois dias sim. - Ele gargalhou.

 - Por que? - Eu gostava de fazer perguntas, principalmente para homens bonitos. Fazer o que, é um chame meu.

 - Vou ajudar a servir na festa de boas vindas que a família Evans está organizando. - Ele comentou. Parecia estar gostando de falar comigo, caso não, já teria se despedido há tempo. - Parece que a filha dela voltou de Paris, e ela quer comemorar.

 Ah, é mesmo?

 A ironia do destino batendo na minha porta.

 - Eu também estarei lá. - Respondi sorridente. - Sou uma das amigas de Lilian. - Claro que não vou contar que acabei de voltar de Paris.

 - Que ótimo. Então acho que nos veremos lá. - Ele sorriu sedutoramente. Certo, agora sim ele estava tentando flertar comigo.

 - Veremos. - Eu montei com facilidade no cavalo. - Até mais. - E saí cavalgando rapidamente haras abaixo, o deixando ali, sem muita reação pela minha saída repentina. 

 Era bom estar de volta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram?? Comentem!!
Até o próximo!!