Dançando Sobre o Gelo escrita por Lyria


Capítulo 9
Capítulo 9




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/462642/chapter/9

“Como assim não podemos passar?” questionou Anna, indignada.

“Sinto muito, princesa.” respondeu o Duque de Weselton, em seu típico tom pomposo “Mas foi o próprio príncipe Hans que proibiu a passagem de qualquer um.”

Os guardas que o acompanhavam concordaram com a cabeça ao mesmo tempo, quase como se tivessem ensaiado. Era preciso passar por eles para ter acesso à escada de gelo criada por Elsa, e pelo que podiam ver, não havia outro caminho além daquele.

“Mas eu sou a noiva do Hans!” insistiu a ruiva “E mais do que isso, sou a irmã da Rainha que ele veio procurar. Eu tenho o direito de ir até eles!”

“O príncipe disse claramente que era para impedirmos a passagem de ‘qualquer um’.” repetiu o Duque, com um sorrisinho desagradável “E, infelizmente, isso incluiu sua própria noiva.”

Anna precisou se controlar para não arrancar a peruca daquele velhote com suas próprias mãos. E em que Hans estava pensando quando ordenou aquilo? Que direito ele tinha de impedi-la de ver sua própria irmã? Se Elsa precisava de alguém naquele momento, era dela, e não de alguém que ela mal conhecia!

A ruiva estava prestes a abrir caminho à força, mas antes que pudesse, Kristoff a segurou fortemente pelos ombros, afastando-a dali.

“Certo, já entendemos.” disse o loiro, forçando um sorriso para os guardas enquanto se distanciava, voltando para onde haviam deixado o trenó “Então, vamos voltar para o castelo e esperar, está bem?”

“O que você está fazendo?!” Anna questionou, quase que aos berros “Eu não vou voltar para lugar nenhum! Eu preciso ver a minha irmã!”

“Eu sei, eu sei...” murmurou Kristoff discretamente, forçando a menor a se sentar sobre o trenó “Nós vamos pensar em algo.”

Anna acabou por se sentar sobre o trenó, cruzando os braços e inflando as bochechas de forma contrariada. Kristoff se sentou ao lado dela, correndo brevemente seus olhos castanhos pelo cenário ao redor, tentando pensar em algo que pudessem fazer.

E logo ele encontrou exatamente o que queria: pouco acima de onde estavam, havia uma protuberância na montanha, a qual se inclinava para cima, como uma rampa apontada diretamente para aquela construção de gelo que tinham como objetivo.

“Ei, Anna...” ele a chamou.

“O que foi?” perguntou ela, ainda mal-humorada.

“O que acha de fazer uma loucura?”

Ao ouvir aquilo, ela olhou para o maior, e ao seguir o olhar deste, pareceu entender seu plano. Um sorriso se formou em seu rosto: se ela não fosse comprometida, teria dado um abraço em Kristoff ali mesmo.

“Está brincando?” ela respondeu, subitamente animada “Loucuras são o que eu faço de melhor.”

Eles sorriram um para o outro, e então, Kristoff recuou com o trenó por alguns metros, dando a entender que haviam desistido. Porém, ao invés de voltar por onde vieram, ele guiou o veículo em direção àquela inclinação no solo.

“Contamos com você, Sven.” ele disse ao seu velho amigo – a rena.

No momento seguinte, eles estavam avançando rapidamente, ganhando cada vez mais velocidade, até que, finalmente, deixaram o solo.

“Segure-se!” Kristoff gritou para Anna, que obedeceu prontamente.

E então, eles voaram, passando acima das cabeças do Duque e seus guardas, que os observaram, embasbacados. Aquilo, porém, não durou muito tempo, e logo eles começaram a perder altitude, e pelo que tudo indicava, não alcançariam o outro lado: cairiam sobre aquela escada de gelo.

“Vá, Sven!”

Rapidamente, Kristoff agarrou Anna pela cintura, jogando-a sobre as costas de Sven, soltando seu amigo do trenó logo em seguida. Sven obedeceu sem pensar duas vezes, pulando junto com a garota, pousando com segurança na borda do penhasco. Ao se dar conta do ocorrido, Anna olhou para trás, podendo ver o exato momento em que o trenó caiu sobre a escada, partindo-a em vários pedaços.

“Kristoff!” ela gritou, fazendo menção de correr até o trenó, por mais que fosse possível alcançá-lo a tempo.

Porém, ela não precisava ter se preocupado: aproveitando o impacto, Kristoff, pulou do veículo, conseguindo agarrar a borda do abismo a tempo. Anna foi até ele, e rapidamente, o ajudou a subir. Os dois olharam para baixo, vendo o trenó e o que restara da escada desaparecerem de vista. Simultaneamente, ambos suspiraram aliviados, e então, olharam um para o outro.

E, por alguns segundos, nenhum deles soube exatamente o que dizer. Percebendo aquilo, Anna desviou o olhar.

“Me desculpe, o seu trenó...” começou a dizer ela.

“É... o meu trenó...” concordou Kristoff, parecendo ligeiramente desanimado; mas, logo em seguida, ele pousou sua mão sobre o ombro de Anna “Mas o que importa é que nós estamos vivos.”

Anna acabou por sorrir ao ouvir aquilo, e Kristoff retribuiu. Eles olharam para trás, para aquele abrigo de gelo, onde certamente estava quem procuravam.

Porém, algo ali os preocupou: de lá de dentro, era possível ouvir o som de vozes altas, e estranhos estrondos irreconhecíveis.

“O que está acontecendo?” perguntou Kristoff, em meio à surpresa e a confusão.

“Eu não sei...” respondeu Anna “Mas algo está errado... Vamos!”

Dizendo isso, a garota se levantou, correndo para onde sabia que sua irmã se encontrava, sendo seguida por Kristoff instantes depois.

~*~

Jack ainda investia contra Hans vez após outra, e aos poucos, o príncipe começou a dar sinais de cansaço.

“Por que eu não consigo te derrotar, Elsa...?” perguntou o ruivo, em meio à sua respiração ofegante “Por que nada dá certo pra mim?”

“Porque você não sabe fazer nada certo, seu principezinho arrogante.” respondeu Jack “Você mesmo causou tudo isso a si próprio.”

“Eu... Eu vou acabar com você!”

O ruivo tentou mais uma vez avançar contra Elsa, mas foi impedido por uma grande e afiada lança de gelo que surgiu diante de seu peito, a menos de cinco centímetros de distância, a qual ele encarou com uma expressão aterrorizada.

“E-espere, Elsa...” ele balbuciou “Você não está pensando em... Me matar... Está...?”

Jack apenas fitou o maior em silêncio: para ele, Hans merecia pagar por seus crimes, e precisava ser contido antes que pudesse fazer mal a qualquer outra pessoa – se ele tivesse qualquer chance, tudo aquilo se repetiria.

“Jack...”

Ele ouviu a voz de Elsa ao seu lado, ao mesmo tempo em que a mão da loira pousava sobre aquela arma de gelo, ao lado da sua, algo que o surpreendeu em mais de uma maneira.

“Elsa...” ele disse, em tom baixo “Você... Você está...?”

“Eu ainda não consigo te ver.” ela respondeu, e sua voz era uma mescla de tristeza e alívio “Mas posso ouvir sua voz...”

Aquilo já era o suficiente para ambos.

“Jack, deixe-o...” prosseguiu a loira “Ele já está derrotado.”

“Mas ele tentou te matar!” lembrou-lhe o garoto.

“Eu sei...” ela prosseguiu “Mas eu não quero que você faça algo como isso... Você não é um monstro como ele, Jack... Nós dois somos melhores que isso.”

Jack baixou os olhos. Elsa tinha razão, e agora que a raiva se dissipava, ele podia enxergar isso: matar Hans daquela maneira não valia a pena – isso o tornaria alguém igual ao príncipe, e tal coisa era o que ele menos queria.

“Sim...” ele concordou “Nós somos...”

Jack não baixou a lança, mas distanciou-a um pouco do ruivo.

“Obrigado, Elsa” ele murmurou.

Elsa sorriu, aliviada. Aos poucos, ela estava começando a ver os contornos pálidos de seu amigo novamente. Agora que sabia que ele estava ao seu lado, ela se sentia revigorada e muito mais confiante: decidiu que voltaria à Arendelle, e enfrentaria as consequências de ter aqueles poderes... Também falaria com Anna, e lhe explicaria tudo.

Em breve, tudo voltaria ao normal.

Hans observou a loira com uma expressão confusa: aos olhos dele, a garota estava falando com o vazio. Ele não ousou dizer qualquer palavra, com medo de que aquela arma fosse usada contra ele, mas internamente, sua mente desesperada tentava pensar em uma forma de fugir dali.

E, infelizmente, ele logo teve a sua chance.

“Elsa, pare!”

Tanto Elsa quanto Jack voltaram seus olhos para a entrada daquele abrigo, vendo que Anna estava ali, com uma expressão urgente em seu rosto. Era compreensível: para ela, a cena retratava sua irmã com uma lança de gelo na mão, apontada para seu noivo, que fora até ali para ajudá-la. Não havia como ela saber a verdade.

“Anna, saia daqui!” gritou Elsa “Não chegue perto dele!”

“Calma, Elsa... Ele está aqui para te ajudar!” respondeu a ruiva.

“Não, ele tentou me matar!” retorquiu a loira “E ia fazer o mesmo com você depois que se casassem!”

“O que...?”

Anna arregalou os olhos ao ouvir aquilo: sua irmã não parecia estar mentindo.

“Ele só queria o trono, desde o início!”completou Elsa, desejando que aquilo fosse o suficiente para que sua irmã acreditasse no que dizia.

Anna recuou um passo, parecendo perdida em meio àquelas palavras. Não, aquilo devia ser um engano, o Hans que ela conhecia não faria aquilo... O Hans que ela pensava que conhecia...

“Hans...” ela murmurou, voltando seus olhos para o ruivo, como se esperasse uma explicação por parte dele.

Mas o príncipe não estava disposto a desperdiçar uma chance como aquela. Com um rápido movimento de sua espada, ele conseguiu arrancar a lança das mãos de Jack e Elsa, e então correu em direção à Anna, que era a única coisa entre ele e a saída – a sua salvação.

“Anna!”

Kristoff, que estava a alguns metros de distância, fez menção de correr até a ruiva, mas nunca o faria a tempo. Jack criou novos projéteis de gelo, lançando-os contra Hans, mas tomado pela adrenalina, o príncipe mal conseguia sentir dor.

Naquela noite, Hans teria matado Anna sem pensar duas vezes, se Elsa não tivesse pressentido o perigo que sua irmã corria momentos antes dos demais. Pouco antes de aquela lâmina perfurar o peito da ruiva, Elsa se colocou à sua frente, tomando o golpe em seu lugar.

Tudo pareceu congelar ao redor deles: por alguns instantes, não ouve qualquer som ou palavra, qualquer movimento ou reação – até mesmo Hans permaneceu paralisado ali, naquele mesmo lugar.

Elsa cerrou os dentes, levando suas duas mãos àquela lâmina, levantando seu rosto para que pudesse olhar nos olhos daquele detestável homem.

“Não toque na minha irmã.” ela disse pausadamente.

E então, cristais de gelo começaram a subir rapidamente pela espada. Amedrontado, Hans fez menção de largar a arma, mas antes que pudesse, o gelo tomou seu braço, espalhando-se rapidamente por seu tronco e suas costas, e depois para as pernas, e por último, para o rosto, que foi congelado em uma expressão de puro terror, que revelava o quão covarde ele realmente era.

Sem forças, Elsa pendeu para trás, sendo aparada por Anna, que se sentou no chão, o corpo da irmã mais velha sobre seu colo.

“Elsa!”

Rapidamente, ela levou suas mãos àquele ferimento, surpreendendo-se ao ver que, no lugar de sangue, filetes de gelo começavam a se espalhar rapidamente pelo corpo da mais velha.

“Anna...” disse a loira, com voz fraca, levando sua mão ao rosto da outra com certa dificuldade “Você veio... por mim...?”

Anna fechou os olhos com força, tentando conter as lágrimas. Os filetes de gelo já haviam tomado grande parte do corpo da mais velha, e agora se espalhavam por seus braços.

“É claro que sim, Elsa...” disse a mais nova, segurando a mão da outra “Nós somos irmãs... Eu nunca te deixaria.”

Elsa sorriu, o gelo já subindo por seu pescoço.

“Obrigada, Anna...” disse ela “Eu... Te amo...”

Finalmente, o corpo de Elsa foi completamente tomado pelo gelo. Mesmo assim, Anna a abraçou fortemente, até que pequenos cristais de gelo começaram a se desprender dali, espalhando-se pelo vento, até que o corpo de Elsa desaparecesse por completo de seus braços.

“Eu também te amo.”

Anna levou as duas mãos ao rosto, começando a chorar. Kristoff se sentou ao seu lado, e sem dizer nada, passou o braço ao redor de seus ombros, trazendo-a para perto de si. Anna apoiou seu rosto contra o peito do maior, e passou a soluçar alto.

E ela não poderia saber, mas diante deles, outra pessoa dividia a mesma dor. Jack estava de joelhos sobre o chão, apoiado apenas em seu cajado, lágrimas correndo livremente por seu rosto.

“Elsa...” ele repetia o nome dela, como se não soubesse o que mais deveria fazer “Elsa...”

Ele não queria acreditar naquilo: tudo que ele queria era proteger aquela garota, e agora ela... Ela havia...

Ele baixou o rosto, e teria desejado desaparecer junto com ela, caso algo extremamente incomum não tivesse acontecido logo em seguida.

A lua havia falado com ele.

Aquilo não podia ser considerado exatamente “falar”, mas palavras silenciosas pareceram penetrar sua mente e seu coração, tentando confortá-lo. Jack levantou o rosto, e então pôde ver que, através da janela, a luz da lua iluminava o abrigo de uma forma incomum, focando-se principalmente em uma área um pouco distante de onde os outros estavam. Jack arregalou os olhos: cristais de gelo espiralaram rapidamente, brilhando sob a luz da lua, unindo-se uns aos outros como que por mágica, até tomarem uma forma humana: a forma de uma garota. Ela tinha os olhos fechados, e assim que a luz da lua diminuiu, seu corpo oscilou para frente.

“Elsa!”

Jack correu até ela, conseguindo segurá-la em seus braços. Ela estava fria, mais do que ele estava acostumado. Ele se afastou apenas o suficiente para que pudesse ver o rosto da garota, e quase não acreditou quando a viu abrindo seus olhos.

“Jack...” foi a primeira coisa que ela disse.

Jack sorriu: nunca imaginou que poderia se sentir tão feliz por ouvir alguém chamar seu nome.

“Você está bem?” ele perguntou.

“Eu...” com um pouco de dificuldade, ela conseguiu se manter de pé, passando a olhar ao redor, confusa “O que aconteceu?” seu olhar pousou sobre Anna, que ainda chorava “Eu estou... Eu estou morta...?”

Aquelas palavras fizeram com que algo se encaixasse na mente de Jack: ele se lembrou das imagens que a lua lhe mostrara pouco antes, percebendo que o sacrifício de Elsa ao proteger Anna não havia sido muito diferente do dele próprio, ao salvar sua pequena irmã.

“Não.” disse ele, em tom baixo “Ao menos não como a maioria das pessoas... Você agora é igual a mim.”

Ela olhou para ele, tentando compreender o significado daquilo.

“Igual a... você?” ela olhou para as próprias mãos, como se esperasse ver algo diferente nelas “Então, eu também sou um espírito da neve...?”

Jack baixou os olhos, sentindo algo doloroso em seu peito: isso significava que Elsa não seria mais vista pelas outras pessoas? Que ela não poderia mais viver sua vida normalmente? Agora, ele reconhecia aquele doloroso sentimento – culpa.

“Me desculpe...” ele disse “Eu queria te ajudar, eu tentei te proteger, mas eu não consegui... Me desculpe, Elsa... Eu realmente queria ter te salvado...”

Elsa observou longamente o rosto daquele garoto, e a expressão dele era o suficiente para que ela compreendesse tudo aquilo que ele sentia. Um leve sorriso se formou nos lábios da loira, e ela levou ambas as mãos ao rosto do outro, fazendo com que ele olhasse para ela.

“Mas você me salvou, Jack.” disse ela, gentilmente “Quando meu coração estava congelado pelo medo e a solidão, eu ouvi a sua voz... E você me fez lembrar como é amar alguém.”

Ele fez menção de dizer algo, mas antes que pudesse, Elsa o abraçou fortemente.

“Obrigada, Jack.” disse ela “Foi graças a isso que eu fui capaz de proteger a minha irmã.”

O sorriso de Elsa se apagou um pouco em seguida, e ela olhou na direção da garota mais nova.

“Mas no fim, eu a fiz chorar de qualquer maneira...” disse a loira, tristemente.

Jack olhou de Elsa para Anna, odiando ter que vê-las sofrer novamente. Ele baixou os olhos para o chão, notando que o local ao redor dos pés de Elsa estava sendo tomado por cristais de gelo, resultantes das emoções da loira.

“Eu tive uma ideia.” disse ele, sorrindo.

~*~

Anna não queria aceitar que nunca mais veria sua irmã mais velha novamente. Tudo aquilo havia sido sua culpa! Se ao menos ela não tivesse acreditado naquele falso do Hans... Se ela tivesse ouvido as palavras de Elsa, sua irmã não teria...

“Anna...” ela ouviu a voz de Kristoff, e levantou o rosto para ele “Veja!”

Ela seguiu o olhar do loiro, e surpreendeu-se a ver que, diante deles, cristais de gelo começavam a tomar forma de palavras sobre o chão.

Minha irmã.

Não chore.

Estou com você.

Sempre estarei.

Anna arregalou os olhos ao ler aquilo.

“Elsa...?” ela murmurou, levando seus dedos àquelas palavras, e quase pôde ouvir a voz de sua irmã naquele momento.

Ou melhor, ela realmente pôde ouvir sua irmã, e alguma outra pessoa, falando atrás de si.

“Você acha que deu certo?” perguntou Elsa.

“Claro que sim, olhe pra ela!” respondeu uma voz masculina e animada.

“Será que ela vai saber que fui eu?” a loira parecia um tanto incerta “Talvez eu deva escrever meu nome, só pra garantir...”

“Elsa, ela não tem outras irmãs pra confundir.” respondeu o outro, como se estivesse contendo o riso.

“Estou ouvindo coisas...?” Anna sussurrou para Kristoff.

“Se está, então somos dois...” respondeu o maior.

Quase que simultaneamente, ambos olharam para trás, e o coração de Anna quase parou com o que viu.

“Elsa...!”

Ao mesmo tempo, Elsa e Jack pararam de discutir entre si, e pousaram seus olhos sobre os outros dois. Um breve silêncio se estendeu entre eles por alguns segundos, até que Elsa pareceu voltar a si.

“Você está... me vendo?”

A resposta de Anna foi um largo sorriso. Imediatamente, ela se colocou de pé, jogando-se sobre a irmã em um abraço absurdamente forte. Elsa pareceu surpresa de início, mas logo o alívio de poder estar perto de Anna novamente a preencheu, e ela retribuiu aquele abraço.

Kristoff sorriu levemente, e se sentou no chão a alguns metros das duas, disposto a dar a elas o tempo que fosse necessário. Jack fez o mesmo, sentando-se ao lado do outro, mesmo sabendo que não poderia ser visto.

“Elas parecem felizes...” disse o garoto de cabelos brancos, animadamente.

“É, você está certo.” respondeu o maior.

No mesmo momento, Jack o encarou o outro com uma expressão que beirava o puro choque.

“Você... Você está me ouvindo?” questionou, com as sobrancelhas arqueadas “E... me vendo?”

“Eu estou...?” respondeu Kristoff, que agora, após todas aquelas reviravoltas, se perguntava o que diabos estava acontecendo ali.

Jack não se encontrava menos confuso: pelo visto, muitas coisas haviam mudado aquela noite.

Nunca se deve subestimar os planos da lua.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

A parte principal da historia termina aqui. Agora, só falta escrever o último capítulo e o epílogo, e a fic estará terminada.
E aí, o que acharam? Gostaram? Amaram? Odiaram? Querem me lançar uma maldição eterna? Seja qual for o caso, por favor, me digam. :)