Dear Gringo escrita por Gaby Molina


Capítulo 5
Capítulo 5 - Isaac não tem uma alma




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Allison

— Acho que eu não te agradeci — Isaac correu até mim no dia seguinte. Estava sem os óculos, que haviam se quebrado depois do incidente amigável com Jonah. — por me salvar de acabar no Jornal Nacional por uma morte trágica e precoce.

— Ah, você não é importante assim. Provavelmente acabaria no Datena.

— Onde?

— Você realmente precisa começar a entender minhas piadas, isso já está ficando chato.

— Ah, desculpe, tem algum tipo de dicionário ou guia prático de Piadas da Allison?

— Ainda está em construção.

— Bem, mantenha-me informado.

— Isaac! — chamou uma voz que eu conhecia atrás de mim. — Ah, olá Peluzza.

— Peruzzo — murmurei, soltando um breve suspiro.

Isaac abriu o maior dos sorrisos. Babaca.

— Olá, Clara!

Isaac

Allison saiu andando como se não estivesse conversando comigo. Clara abriu um meio-sorriso e disse:

— Eu sinto muito pelo Jonah. Já falei com ele, não vai acontecer novamente.

— Nem doeu — menti, tentando abrir um sorriso, mas meu lábio começou a latejar e eu desisti.

Ela riu.

— Então tá. Ei, o que houve com seus óculos?

— Quebraram, estão no conserto. Estou com meus óculos reservas na mochila.

Tirei a abominação da mochila. Pareciam óculos da minha vó, com lente fundo de garrafa redonda e até uma daquelas cordinhas de gente velha para pendurar os óculos no pescoço.

— Meu Deus, guarde isso! — ela soou surpreendentemente séria. — Por favor, me diz que até Sábado seus óculos normais estão de volta.

Eu ri.

— Sim.

— Ótimo. Verdadeiramente ótimo. Deveríamos ir para a aula, o sinal já vai bater.

— Posso carregar seus livros?

Ela ergueu uma sobrancelha.

— Está falando sério?

— É claro que não, olhe bem para a minha cara.

Ela sorriu e me arrastou pela mão até a classe.

* * *

Eu estava sentado no pátio no segundo período quando vi uma figura conhecida indo beber água. Ela demorou um minuto para me notar, afastando o cabelo escuro um pouco molhado do rosto. Desastrada que só ela.

— Não deveria estar na aula? — Allison ergueu uma sobrancelha.

— Não enxergo a lousa, começou a me dar dor de cabeça.

— O que você tem? Miopia? — indagou. Assenti. Ela abriu seu típico sorriso presunçoso/diabólico. — Miopia não dá dor de cabeça, Geymer.

— Bem, mas eu sou um caso especial.

— Você não tem óculos reserva? — ela se aproximou, sentando-se ao meu lado.

Hesitei, mas por fim tirei os óculos de vovó do bolso.

— Eles são escrotos, mas... Ei, o que você está fazendo?

Antes que eu pudesse me dar conta, Allison havia tomado os óculos de minha mão, colocado no próprio rosto e pegado meu iPhone para usar de espelho.

— Ai meu Deus, eu amei essa coisa. Fiquei gostosa — ela zombou de si mesma, torcendo o nariz.

Depois ouvi um click.

— Peruzzo, você tirou uma foto?

— Achei que tal momento épico merecia uma foto. Não seja tão cínico, Isaac. Aqui, sua vez — ela colocou os óculos sem nenhuma delicadeza em meu rosto.

Franzi o cenho.

— Posso guardá-los agora?

— Gosto mais deles do que dos seus outros óculos. Esses deixam você menos hipster metidinho.

— Bem, sinto decepcioná-la, mas eu sou um hipster metidinho.

— Algo em que concordamos.

— Você está sorrindo demais hoje, Peruzzo.

Ela riu consigo mesma.

— É o efeito que você causa em mim, Geymer.

Eu não sei exatamente como ela conseguia transformar todas as minhas perguntas em piadas. Devia ter um curso especial no centro de São Paulo que eu desconhecia. Mas eu não precisava de nenhum curso especial quando se tratava de Allison.

— Como está o Will, Allison?

— Bem. Bem.

— Sabe o que quis dizer.

Ela apertou os lábios rosados, hesitando.

— Ok. Tá. Assim. Eu encontrei com ele no corredor hoje e ele me perguntou se eu ia à festa sábado. Na verdade, eu não ia, mas falei que ia. Aí ele abriu aquele sorriso dele e disse "Legal. Vejo você lá, então".

Ela contou isso do mesmo jeito que me diria que ele a pediu em casamento e eles cavalgaram num cavalo branco até o por-do-sol. Exatamente do mesmo jeito.

— Allison... Você está criando expectativas demais, não acha?

— Não, não. Estou completamente pé no chão com tudo isso. É.

Allison

Isaac riu. Eu não estava com saudade daquela risada presunçosa.

— Vá em frente, eu mereço isso por ter te contado — murmurei.

Ele tirou os óculos e me fitou, dando de ombros.

— Não seja tão sentimental, Peruzzo.

— Sr. Geymer, onde está o seu uniforme? — a coordenadora nos encarou. Comprimi um riso. Ela não ligava para o fato de estarmos matando aula, mas o uniforme era importante?

Isaac abriu o zíper de seu moletom da Gap — hipster maldito — e mostrou a camiseta do uniforme.

— Tire esse casaco! — ordenou ela.

Isaac franziu o cenho.

What?

— Tire o casaco!

Ele coçou o queixo, fingindo estar confuso.

— Eu não entender o que você dizer.

Comprimi outro riso ao perceber o que ele estava fazendo. Sacana!

A sra. Calixto começou a fazer mímicas e apontar para o casaco.

— O seu casaco! Off!

— Não entender!

Por fim, ela bufou e foi embora. Arregalei os olhos.

— Você não presta, gringo!

— Não precisa parecer tão chocada — ele abriu um sorriso satisfeito. — Eu odeio esse uniforme. Ele é basicamente um ato de opressão contra a individualidade.

— Como diabos você aprendeu a falar a minha língua assim?

Opressão é a palavra do dia.

— O que quer dizer?

Isaac hesitou. Depois suspirou e saiu andando. Voltou depois de um minuto com um livro em mãos. Pequeno em comprimento, porém enorme em largura.

— Tem umas mil páginas, uma palavra por página. Uma palavra por dia, mostrando o significado, a origem e um exemplo de como usá-la. É meu desafio diário, conseguir utilizar a palavra do dia em um diálogo.

— Então é assim que aprende palavras... Hum... Excêntricas.

— Essa foi a palavra de quinta passada — comentou ele. — Bem, sim.

Era um pequeno esforço, um ritual para Isaac. Fiquei um pouco impressionada, mas não deveria ter ficado. Afinal, ele aprendera Português. E aprendera direito, por sinal. Aprender uma palavra por dia era provavelmente apenas o começo.

— Por que veio para o Brasil, afinal? Por que se importou em aprender Português tão bem?

Ele abriu um leve sorriso misterioso.

— Não conheço você tão bem para admitir isso.

— Mas me conhece bem o suficiente para me falar sobre o seu livro secreto?

Ele franziu o cenho, surpreso.

— Por que acha que é meu livro secreto?

— Você é previsível, Isaac.

Ele riu. E não foi comigo. Foi de mim, mesmo. Na cara dura.

— Olha quem fala! A garota estranha, que sabe etimologia mas fica matando aula, que está apaixonada pelo capitão do time de futebol. E eu é que sou previsível?

— Pare com isso. Pare de me chamar de "garota estranha", você faz isso o tempo todo, e não é educado.

— A loucura é uma benção, Allison. Qual a graça de ser normal?

— Qual o problema de ser normal? As pessoas gostam mais de gente normal.

Eu não gosto de gente normal.

— Mas mesmo assim está correndo atrás da Clara?

Ele abriu a boca, mas depois fechou. Tarde demais, Geymer, pensei. Já encontrei a fenda na armadura, não adianta fugir.

— É diferente.

— Por quê? Porque ela é gostosa?

Ele pensou por um minuto.

— Sim. Exatamente.

Bufei, tentando conter a surpresa. Isaac percebeu que eu não esperava que ele admitisse. Quando eu estava começando a achar que havia uma alma dentro daquele garoto, ele me soltou uma dessas!

— Bem, boa sorte. Preciso ir para a aula — murmurei, me levantando.

Isaac

Seu Flávio me emprestou o carro dele no sábado. Eu não sei direito por que, mas quem era eu para recusar?

Claro, tinha o fato de que eu tecnicamente só ia fazer dezoito anos dali a um mês, e minha carteira de motorista tecnicamente não era válida no Brasil, mas... Ei, YOLO.

Porém havia um problema um pouco mais grave: eu estava acostumado com carros automáticos nos Estados Unidos. E o câmbio do Fiesta de Seu Flávio era mecânico. Quão difícil pode ser?, pensei.

Em resumo: câmbios mecânicos não são de Deus.

O que importa é que eu consegui chegar ao colégio a tempo da festa à noite. Eu era um dos poucos alunos que tinha uma carteira de motorista — ér, quase isso —, então foi tipo um daqueles momentos em câmera lenta do protagonista saindo da Ferrari dele com óculos escuro Armani e afastando o cabelo do rosto com o vento batendo diretamente nele.

Ér, quase isso. Mas tinha um grupo de garotas do primeiro ano me fitando. Pisquei para elas, que arregalaram os olhos, e entrei no ginásio.

Hum, quando Clara disse música ruim... Eu não achei que ela estava falando tão sério assim.

Poeira...

Poeira...

Poeira...

Levantou poeira!

E eu que me achava poeta. A quadra estava quente e cheia, então logo meu cabelo foi grudando na testa e meus óculos foram embaçando.

Sim, nesse nível mesmo. Eu não via Clara em lugar algum, mas senti uma mão pequena segurar meu pulso. Em vez dela, me deparei com Allison de vestido.

É bom ressaltar a última parte. Allison Peruzzo de vestido era um daqueles acontecimentos marcantes na história da humanidade. Era um vestido preto marcado na cintura, meio grunge, e é claro que ela o estava usando com All Star. Claro.

E depois eu que era o hipster, underground, metido a cult ou sei lá o quê.

— Viu a Bianca por aí? — foi o cumprimento dela, me fitando com os olhos contornados com lápis de olho preto. Ela estava usando rímel, o que me fez perceber que seus cílios praticamente faziam vento quando ela piscava (mas de um jeito bom, não de um jeito estranho).

— Quem?

— Bianca. Minha amiga.

— Sua única amiga?

Ela me encarou.

— Rá, Geymer. Engraçadíssimo — ela revirou os olhos. Ergui uma sobrancelha. Ela suspirou. — É, essa mesmo. Viu ou não?

— Não, cheguei há pouco tempo. Viu a Clara?

— Acho que ela saiu para tomar um pouco de ar.

— Valeu. Então... Te vejo por aí.

— Se eu estiver com tanto azar assim.

Eu ri.

Your eyes don't lie. (Seus olhos não mentem)

You wish! (Você sonha!) — ela abriu um sorriso presunçoso. — E já disse para não ficar falando em Inglês comigo.

— É uma música do David Archuleta, Your Eyes Don't Lie.

— Gosta de Archuleta? — ela ergueu uma sobrancelha.

— Não. Na verdade, eu basicamente o odeio. Anyway, até mais tarde. Ou nunca, se Deus nos abençoar.

— Ele não abençoa garotos maus.

Allison

Isaac me lançou aquele sorriso de pedaço de mau caminho que fazia a maioria das garotas se esquecer de respirar.

Caso você esteja se perguntando, meus pulmões estavam funcionando normalmente.

— Então acho que temos um problema.

E então ele apenas saiu andando, fazendo sua pose de Eu Sou Legal Demais Para Socializar Com Vocês. Revirei os olhos e peguei uma Coca, ainda procurando pela Bianca.

Isaac

Fui até o pátio, esperando encontrar Clara tomando um ar, o que não envolvia presenciar a cena de Will Klein Einstein engolindo a tal amiga da Allison, Bianca.

Eu descreveria a cena, mas acredite quando digo que você não quer saber. Apenas digamos que a única coisa impedindo que eles fizessem um bebê no meio do pátio eram as roupas — não que Bianca estivesse usando muita roupa, na verdade, mas eu é que não ia reclamar disso.

Saí dali antes que eles me vissem, ou antes que eu vomitasse. Corri pelo corredor até que algo impediu que eu continuasse correndo.

Não, não algo. Alguém.

— Ah, olá Isaac — Clara sorriu. — Achei que não fosse vir.

— Eu, hum, estava procurando por você.

— É, a Alice me disse.

Depois de um minuto me dei conta de que Alice provavelmente era Allison.

— Eu te convidaria para dançar, mas essas músicas são uma bosta. O DJ aceita pedidos?

— Acho que não.

— Nem se eu pedir por favor por favor por favor?

Ela riu.

— Bem, você pode tentar.

* * *

O DJ não aceitava pedidos se você pedisse por favor por favor por favor, mas as coisas mudavam se você desse dez pratas a ele. Então foi o que eu fiz.

O ritmo desacelerou e eu caminhei até Clara, que me esperava no ginásio. Coloquei minhas mãos em sua cintura e ela passou os braços em torno de meu pescoço.

— Não é uma música um pouco depressiva para uma dança? — indagou ela.

— Só se você não conseguir compreendê-la — abri um leve sorriso. — É uma de minhas favoritas.

Good times for a change

See, this luck I've had

Could make a good man turn bad...

So please, please, please

Let me, let me, let me

Let me

Get what I want

This time

Talvez tenha sido o jeito que eu olhei para ela, ou talvez a forma como cantarolei o refrão, mas ela me beijou antes da metade da música.

Quando tive certeza de que Jonah Chinelo não viria me bater, aprofundei o beijo. No momento em que nos afastamos, abri um leve sorriso, sem conseguir evitar. Clara me fitou por um momento e sorriu também.

— Caham — uma voz ao nosso lado pigarreou.

Tinha que ser brincadeira.

— Clara, o que é isso? — uma garota com cabelos volumosos cor de fogo, cujo nome eu não sabia, franziu o cenho, encarando Clara.

— Esse é o Isaac — ela me apresentou. — Isaac, esta é Rebeca, minha amiga.

— Amiga — Rebeca repetiu. — Certo. Claro. É um prazer, Isaac.

Mas eu podia ver em seu olhar que não era. Sorri mesmo assim.

— O mesmo — voltei minha atenção para Clara, mas Rebeca continuava nos encarando. Encarei-a de volta. — Perdão, está com algum problema?

— Não sei. Estou, Clara? — Rebeca cravou os olhos escuros na outra garota.

— Não que eu saiba — Clara sorriu. Depois suspirou. — Isaac, me dê um minuto, está bem?

Soltei-a de má vontade.

— Claro — abri o sorriso mais amarelo que consegui.

Elas se afastaram. Não consegui ouvir a conversa, mas tinha um tom meio "Você não manda em mim" ou sei lá o que, como mãe e filha conversando. Se aquela era a melhor amiga de Clara, tínhamos um sério problema.

Depois de uns dez minutos de discussão, Rebeca puxou Clara para fora do ginásio. Suspirei e comecei a olhar em volta, procurando algo para fazer. Encontrei uma figura conhecida sentada na ponta da arquibancada, fora das luzes coloridas que enfeitavam a quadra, ouvindo música em seu celular com fone de ouvido enquanto lia um livro.

— Impressionante, conseguir se concentrar em duas coisas com essa barulheira — disse eu, sentando-me ao lado dela.

Allison me encarou.

— Cadê a Clara?

— Uma tal de Rebeca interrompeu a nossa dança e elas foram discutir lá no pátio. Até estou pensando em ir lá.

— Eu não faria isso, se fosse você.

— Por que não?

— Acredite, você não quer se meter no meio dessas duas.

— Está ouvindo o quê?

— John Mayer.

Soltei um riso.

— Está brincando, não está? — ergui uma sobrancelha. — E depois eu sou o hipster de merda. Você é tão previsível!

— Achava o quê? Que eu secretamente era obcecada por Metallica?

— Eu não teria essa sorte.

— Que bom que pensa assim, porque eu não sei citar nem três músicas do Metallica.

— Duvido. Tente.

Ela tirou os fones e suspirou.

— Hmmm... Back In Black.

— AC/DC — corrigi.

— Droga! Sei lá, Lonely Day.

— System Of A Down.

— Desisto. Pode ficar decepcionado agora.

— Bem, decepção envolveria a ideia que eu esperava que você conseguisse.

— Você não tem mais ninguém para atazanar?

— Provavelmente, mas escolhi você.

Ela bufou.

— Que sorte a minha.

— O que está lendo?

— As Vantagens de Ser Invisível. — Lendo isso numa festa. Que conveniente.

— Você já leu?

— Não, mas vi o filme. Basicamente a mesma coisa.

Allison me encarou como se eu tivesse acabado de dizer que era a favor da escravidão.

— Tenho vergonha de admitir que conheço você. Falando nisso, viu a Bianca? Ela é minha carona para casa.

Abri a boca, mas depois fechei. Senti uma quase dorzinha no fundo do meu peito, bem bem bem no fundo.

— Hum, acho que eu a vi indo embora.

Com o garoto pelo qual você está apaixonada, eu podia ter completado, mas não o fiz. Allison soltou um palavrão.

—... Seus pais não podem vir te buscar?

— Não é tão fácil assim. O jeito é andar trinta e cinco minutos até o ponto de ônibus mais próximo.

— Soa como um ótimo jeito de ser estuprada.

Ela inspirou fundo.

— Suponho que tenha uma ideia melhor?

Eu ia fazer aquilo? Merda, eu ia fazer aquilo.

— Posso te dar uma carona.

Não sei qual foi a do súbito momento de compaixão. Provavelmente porque a melhor — e única — amiga dela era uma filha da mãe, porque São Paulo era uma cidade perigosa para andar por aí sozinha à noite, mas também porque isso me daria uma desculpa para dar o fora daquele lugar.

— E por que faria isso?

— Porque eu sou legal. Vamos, Peruzzo.

Ignorando as objeções dela, eu a arrastei até o carro. Ela sentou-se no banco do passageiro ainda um pouco carrancuda.

Allison

— De quem é esse carro?

— Eu roubei de uma velhinha no caminho para cá — disse ele. Revirei os olhos. — É da família com quem estou morando.

— Falando nisso, cadê a sua irmã?

— Disse que vinha com umas amigas, mas não a vi. Sei lá, realmente não me importo.

— Ótimo irmão mais velho você é.

Isaac soltou uma risada, dando partida no carro. Ele baixou os óculos e cravou os olhos acizentados em mim.

— Ainda não percebeu que eu não faço o tipo cuidadoso?

Ele pisou fundo no acelerador, saindo rapidamente do estacionamento.

— Hum, Isaac?

— Sim?

— Você tem carteira?

— Isso depende.

— De quê?

— Vale a minha estadounidense?

— Isaac, você pode ser preso.

— Jura? — ele soltou um riso maníaco e eu me arrependi de não ter andado a porcaria dos trinta e cinco minutos.


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