Dear Gringo escrita por Gaby Molina


Capítulo 16
Capítulo 16 - Cafofo da Allison


Notas iniciais do capítulo

Recomendo que todo mundo ouça Matanza para entrar no clima.



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Allison

Eu estava realmente fazendo aquilo? É, eu estava. Era uma ideia extraordinária, ou uma ideia muito ruim. Talvez uma ideia extraordinariamente ruim.

O fato é que deixamos os outros (Pedro e Marina não se falavam direito desde o beijo, só ficavam se olhando numa coisa meio melancólica, então não sentiram muito nossa falta) e começamos a caminhar pelo Parque Villa Lobos. Eu tinha de andar mais rápido para acompanhar os passos de Isaac, que andava depressa com suas pernas longas quando estava distraído. Distraído o suficiente para não notar que eu o observava.

Ele era um cara bonito de um jeito que chamava atenção, porque não tinha feições comuns no Brasil. A pele clara, o cabelo louro, os olhos acizentados, mas principalmente o formato do rosto fino, os traços em si. Eu desconfiava que o nome Geymer era alemão, o que explicaria as feições europeias.

E, é claro, eu não era a única que notava isso. Quando Isaac percebeu um grupo de garotas o observando, ele fez a coisa que mais me surpreendeu: ele segurou minha mão.

Eu a soltei depois de dois segundos. Ele ergueu uma sobrancelha e soltou um riso baixo.

— Não entendo você. Fica brava se eu dou atenção às garotas, fica brava se eu não dou.

— É diferente, você sabe disso.

Seu olhar era malicioso, mas parecia tão natural nele que eu nem sabia se ele havia notado.

— É?

— Vem, pra esse lado — puxei-o pela bifurcação, tomando a direita.

Estávamos quase chegando ao estacionamento da parte de trás, que era acessível por uma rampa longa que eu descera de bicicleta em alta velocidade muitas vezes, apesar dos protestos de meu pai. Lembrei-me de que ali costumava haver um centro de adestramento para cães, mas fora fechado há pelo menos oito anos. Agora, o mais próximo que há disso é um espaço do outro lado do parque onde as pessoas levam seus cachorros, perto de onde vão construir uma biblioteca*.

Mas não descemos a rampa, paramos um pouco antes, no meio da ciclovia. À direita havia muitos arbustos altos que eu encarei por um momento.

— É aqui — falei, finalmente.

Isaac

— Aqui? — repeti, cético.

Allison voltou um pouco e desceu um pequeno declínio de grama consideravelmente íngreme, e eu posso ter gritado um pouco quando fui descer atrás dela, quase dando de cara com a grade que dividia o parque e os prédios residenciais ao lado. Andando pela esquerda num espaço mínimo rente à grade, acabamos em um pequeno campo aberto.

Era incrível. Bem atrás dos arbustos, totalmente invisível para todos que passavam, mas bastava olhar para cima que nós conseguíamos ver todo e qualquer transeunte. O lugar era vazio, exceto por algumas árvores e pedras grandes, inclusive uma na qual Allison se sentou.

— Podemos observar aquelas pessoas e elas nem se dão conta de que existimos — falei, finalmente.

Ela assentiu.

— Tem muitas coisas das quais as pessoas não se dão conta.

Ficamos em silêncio por um minuto, até que eu o quebrei:

— Acho injusto que você não se ache bonita.

Ela ergueu uma sobrancelha.

— Quê?

Corei um pouco, mas desviei o olhar.

— Não me leve a mal, não vou começar um daqueles discursos de romances tentando te convencer da sua beleza nem cantar Bruno Mars para você, mas uma coisa vou dizer — Os olhos castanhos grandes dela continuavam cravados em mim, curiosos. — Não nos vemos quando estamos realmente bonitos. Você não vê o seu sorriso verdadeiro, ou o jeito que olha para o céu, ou para qualquer coisa que a atraia, que é sempre algo que passa despercebido para as outras pessoas. E acho que você mesma passa despercebida para muita gente, porque tende a ver o mundo tão além que esquece de si mesma. Então, não me venha com essa merda de advogada, porque você é uma artista e sabe disso. — tomei coragem para fitá-la. — Tem gente que nos vê de um jeito diferente. A escrita é imprecisa, you see, porque tem coisas que não são expressas em palavras. Então algumas pessoas se tornam poemas que nunca foram escritos em cartas que nunca foram lidas. — franzi o cenho. — Minha intenção com isso era te fazer enxergar o que tem que escrever naquele projeto idiota, mas acho que me desviei um pouco.

Em algum momento ela parara de olhar para mim, não sei bem quando. Allison se levantou em silêncio, caminhando pelo gramado, fitando as que pessoas que passavam. E eu queria que ela dissesse alguma coisa, qualquer coisa que me impedisse de correr até ela e beijá-la. Eu ainda sentia o que dissera a ela no Monumento À Bandeira. Metade do tempo eu queria abraçá-la, protegê-la como a uma irmã mais nova, mas na outra metade eu queria o corpo dela o mais grudado no meu possível, eu queria o cabelo dela em minhas mãos, e seu olhar colado no meu numa conexão inquebrável, eu queria tê-la de um jeito que me desse uma desculpa para socar o maldito Will Klein Einstein e qualquer outro babaca que a deixasse mal, mas pensar nisso apenas me lembrava de que eu era um desses babacas.

Eu me levantei e parei em frente a ela. Ela mordeu a própria língua, um costume idiota que tinha quando queria se impedir de dizer algo.

— Não sei ser seu amigo — admiti, corando um pouco.

— Não vamos fazer isso — ela não conseguia nem olhar para mim.

Damn it, Peruzzo — Ela apertou os lábios, e então notei que eu dissera exatamente aquilo depois de nosso primeiro beijo. — Ninguém pode nos ver aqui. Não podemos nem ter certeza de que algo disso aqui é real.

— Parece bem real para mim.

— Exatamente — e então a beijei, dando a ela a chance de se afastar, o que ela fez.

— Geymer.

— Podemos esquecer tudo? Eu só... — suspirei. — Só preciso disso uma vez. Por apenas um casal de minutos. O que acontece no Cafofo da Allison fica no Cafofo da Allison.

O semblante dela denunciava que ela achava que era uma ideia terrível, e eu também achava, mas eu a beijei mesmo assim e ela correspondeu mesmo assim.

Ela foi a primeira a se afastar, depois de algum tempo.

— Ideia ruim.

— Verdade. Mas eu faria de novo.

— Só gosta de mim porque não pode me ter.

Aquilo me ofendeu, se eu for ser sincero.

— Vou fingir que você não disse isso.

Ela suspirou.

— Estou falando sério, Isaac. Está fascinado porque sabe que nunca vai dar em nada. Você mesmo disse. É como se continuasse criando momentos icônicos para que seja uma história boa de contar, mas o enredo em si nunca vai para frente. Não quero gostar de você e vê-lo partir, principalmente porque você nunca vai se sentir daquele jeito.

— Eu estava errado. Quando disse isso, eu estava errado.

Ela me encarou por um minuto, atônita, talvez pela minha confissão ou talvez simplesmente porque eu admitira um defeito. Mas, de qualquer forma, isso calou a boca dela.

—... Quero dizer, não é como se eu já... Você sabe... Mas, eventualmente, eu poderia...

— Não.

— Amar você. Eu poderia amar você. Se...

O olhar dela era tão frio que foi minha vez de calar a boca.

— Não, Isaac! Não é assim que funciona! Não é "ah, eu acho que um dia talvez eu possa amar você". Você vai embora em quanto, três meses? Não dá, caramba! Você não entende? Eu quero amarrar você numa corda e nunca mais largar. Eu odeio me sentir como se não estivesse no controle de nada, e, com você, eu nunca estou. Eu queria que as garotas bonitas não pudessem te ver, e que tudo o que eu falasse soasse certo. Eu queria dizer sim, e também queria dizer não. Eu preferiria que você fosse cruel, que cortasse a corda e fugisse de uma só vez — apertei os lábios. — Mas, por favor, não quebre meu coração assim, devagar.

Allison

Ele ficou perplexo, talvez imaginando o que havia desencadeado, e eu mordi minha língua tarde demais.

— Allison... — meu nome saiu num gaguejo.

— Isso fica aqui também — murmurei, e então corri para longe.

* * *

Ele ligou cinco vezes até a noite, até me fazendo enjoar do meu toque de celular (Cool Kids, do Echosmith. Pareceu-me apropriado). Eu repassava o que dissera de novo e de novo, pensando em como conseguia ser um clichê idiota de tantas maneiras diferentes. As pessoas dão pouco crédito aos clichês. Eles não são um modelo só, eles são uma teia alimentar cheia de variações e graus de complexidade.

Mas isso não os tornava mais aceitáveis, eu achava. Era apenas o tipo de coisa que clichês como eu diziam para se sentirem melhor.

Era idiota, mas eu sentia o gosto dele ainda. Eu sentia a região entre meu nariz e meus lábios sensível por causa dos pêlos curtos do bigode que Isaac não fazia há alguns dias. Às vezes, sem explicação, algo me lembrava de seu cheiro, que eu sequer conseguia identificar.

Já teve essa sensação? Subitamente sentir um cheiro que te lembre alguém ou algum lugar. O nome simplesmente pula para a sua cabeça e é inexplicável. Está simplesmente lá.

Então fiz algo que não fazia há pelo menos dois meses: eu me sentei e escrevi.

Eu me pergunto se os professores sabem que alguns de seus alunos têm distúrbios sérios e estão entrando em colapso por causa da pressão que é colocada neles. Vocês acham que todos os nossos valores estão errados, e querem saber? Estão. Mas os de vocês também. Forçar-me a escolher uma carreira não vai me fazer mais feliz. Quando empregos deixaram de ser hereditários aqui, foi para que houvesse liberdade. Temos um conceito errâneo de liberdade, todos nós. Uns confundem com libertinagem, e outros apenas se focam na ilusão de poder que de fato é apenas isso: uma ilusão. Tenho dezesseis anos. Estou me conhecendo. Amanhã, me conhecerei mais do que me conheço hoje. A cada dia um pouco mais. Às vezes me surpreendo, às vezes me desaponto, mas continuo. Assim, qual o aproveitamento real de estabelecer uma data para que eu saiba o que quero fazer? Se eu decidir hoje, amanhã posso descobrir algo sobre mim mesma que vai me fazer repensar para sempre essa decisão.

E querem saber? Esse é o melhor da vida. Podemos olhar para trás. Podemos nos reinventar. Quem disse que eu não posso desistir? Eu desisto quando eu quiser, e tento outra coisa se achar conveniente também. Não há nenhuma serventia em continuar me agarrando a uma batalha perdida, ou que já perdeu seu sentido, apenas porque dizem que não posso desistir. Posso ir para o aeroporto amanhã e comprar uma passagem para o primeiro voo do dia, posso pintar meu cabelo todo de roxo. Posso dizer a alguém que o amo ou posso dizer adeus. Posso abandonar a escola de medicina ou posso me apaixonar por ela. Porque uma coisa eu digo com certeza: qualquer dia que comece com uma promessa de que será o dia mais importante jamais terminará sendo, realmente, o mais importante. Os melhores e os piores dias são os que começaram absurdamente ordinários, como hoje.

E, por fim, tenho algo a dizer: estou escrevendo isto há quinze minutos e me parecem segundos. E sabem por quê? Porque é real. Porque não é uma historinha contada para ganhar uma nota medíocre. Então, querem saber? Eu gosto de escrever. É algo que eu poderia fazer para o resto da minha vida. Talvez amanhã eu mude de ideia e decida ser instrutora de bungee jumping, quem sabe? Mas essa é a melhor parte: eu posso mudar de ideia se eu quiser.

Tem algo que uma pessoa muito importante para mim me disse uma vez, apesar de eu ter certeza que ele não saberia me dizer de quem é essa frase: os que criticam nossa geração se esquecem de quem a criou.

Tampei a caneta e fui dormir.

* * *

— Você vai ao acampamento, certo? — foi o bom dia de Marina no dia seguinte. Seus olhos escuros me observavam com expectativa.

— Vou, sim.

— Legal — ela sorriu. — Porque, sabe, eu não sou tão próxima da Clara... Sempre fui mais próxima do Giorno no grupo, mas, hum, você sabe... E Isaac não hesitaria em ficar do lado do Giorno, é claro... Mas que bom que você vai, porque sinto que desenvolvemos uma amizade legal, certo?

O que saiu da minha boca logo depois pode ter colocado dúvidas na última frase dela:

— Espere... O Geymer vai?! Mas... A escola está parcelando isso desde ano passado!

— É, mas a sala do terceiro tá pequena esse ano, deve ter sobrado lugar e ele pagou agora.

— Eles aceitam devolução?

Ela ergueu uma sobrancelha.

— Maturidade te define.

— Ei, falou a que fica observando o Giorno de longe com um olhar melancólico em vez de falar com ele — Ela me fulminou com o olhar, fazendo uma cara de "Não é da sua conta". — O quê? Achei que fôssemos super BFFs agora. Ou é só quando se trata da minha vida?

— É. Achei que fosse óbvio.

— Ah, sim.

Ela sorriu.

— O piercing dele machuca? Incomoda?

Franzi o cenho.

— Essa conversa acabou. Agora.

E então apertei o passo até minha primeira aula do dia.

* * *

Acho que existem dois tipos de pessoa na hora de arrumar uma mala: o tipo que leva a casa inteira, afinal, quem sabe quando se pode precisar de uma torradeira queimada?, e o tipo que leva uma mochila minúscula pensando "Para que eu precisaria de duas bermudas? Uma tá ótimo".

Eu acreditava estar mais perto do primeiro tipo, apesar de levar coisas inúteis e acabar me esquecendo de coisas realmente essenciais... até precisar delas. Tarde demais.

Arrastei minha mala de cinco dias escada abaixo, sem me importar muito, e encontrei meus pais no pé da escada, observando-me para não terem que se comunicar.

Era um sábado ensolarado, e eu apenas rezava para que continuasse assim no resto da semana.

— Vamos? — Michael ergueu uma sobrancelha.

Assenti e arrastei a mala até o carro.

Isaac

—... Okay, what about a rope? (Certo, e uma corda?) — Emily berrou para mim.

Why the fuck would you need a rope? (Por que caralhos você precisaria de uma corda?) — revirei os olhos.

Do you think I should take the brown belt? (Você acha que eu deveria levar o cinto marrom?)

You're already taking three belts! That's a no! (Você já está levando três cintos! Então não!)

— Queridos, estamos atrasados — disse Dona Cláudia, nos apressando escada abaixo. — Já fecharam as malas?

Fechei a minha, que tinha camisetas demais e provavelmente cuecas de menos. Mas era tarde demais para mudar.

— Cláudia, me explique de novo por que eles levam os três colegiais juntos. Digo, olhe para ela — apontei para Emily, erguendo uma sobrancelha.

— Sei lá, para pagar mais barato no ônibus e poder cobrar mais dos pais.

Considerei a resposta.

— Faz sentido. Estamos prontos, sim.

Seu Flávio buzinou de novo e nos apressamos para dentro do carro, nos espremendo com as malas (o porta-malas estava cheio de papelada do trabalho).

Allison

— Isaac Geymer — a professora de História, Helena, chamou no ônibus. Silêncio. — Isaac? Peruzzo, sabe se ele vem?

— Eu não, não sou mãe dele — resmunguei, e Marina, sentada ao meu lado, riu.

Estou aqui! — ouvi passos pesados subindo os degraus do ônibus.

Ele estava ali. A camiseta com dizeres idiotas ("E, apesar da expressão no meu rosto, você continua falando"), os jeans justos, o cabelo dourado bagunçado e os óculos tortos pela correria. Os olhos acinzentados cravados em mim.

Seria uma longa semana. Isaac caminhou pelo corredor e sentou-se com Pedro atrás de nós.

— Qual é a música mais alta que você tem no seu celular? — indaguei.

— Hmmm... Back In Black? — sugeriu ela, me entregando um fone de ouvido.

E assim passei a viagem ouvindo AC/DC.

Isaac

— Ela roubou meu caminhão... EEEELA ROUBOU MEU CAMINHÃO! ELA ME ESCREVEU DIZENDO QUE NÃO ME AGUENTAVA MAIS E FOI EMBORA COM MEU CAMINHÃO!

— Giorno.

— Sim?

— Que porra de música é essa?

— É Matanza, seu tapado. Fucking Matanza. Você não viveu até escutar Matanza.

Ele me entregou um fone de ouvido e continuou cantando. Devo dizer, aquele era o tipo de música completamente gritável, que te fazia esquecer de tudo na vida.

Então logo eu estava cantando o refrão com ele.

EU QUE TINHA ATÉ TATUADO O NOME DELA! — gritamos, eu fazendo um microfone com a embalagem de Pringles e Pedro tocando sua guitarra de ar. — EU PENSAVA NELA TODA NOITE NESSES DEZ ANOS — engrossamos a voz. — QUE EU PASSEI TRANCADO NAQUELA PRISÃO!

— ESSA FOI DEMAIS! — ele cantou.

— ISSO NÃO SE FAZ! — acompanhei.

— NINGUÉM VAI ACREDITAR...

ELA ROUBOU MEU CAMINHÃO!

— Calem a boca, seus viados — Clara resmungou. Nós a ignoramos. — Soleil, faz alguma coisa, você tem mais moral.

— Eu estou de boa com Highway To Hell — respondeu Marina, sem se virar para trás. — Considero apropriado.

— ELA JÁ DEVE ESTAR BEM LONGE DAQUI... DAQUI PODE TER PEGO QUALQUER RODOVIA FEDERAL E FOI INDO NA RETA ATÉ S...

— CALEM A BOCA, PORRA! NINGUÉM É OBRIGADO A SOFRER PELAS MERDAS INTERNAS DE VOCÊS! — Felipe gritou, irritado. Silêncio mortal. — Valeu, caras.

Pedro pegou o iPod e trocou para alguma música depressiva sobre o fim do mundo.

Sonho que eu tenho por noites seguidas

Do mundo acabando num belo dia

Sem choro nem despedida

Mesmo porque ninguém se conhecia

Chame de misantropia ou como quiser

Mas você não me engana

Não perde quem desconfia

Culpa da nossa tão odiosa natureza humana.

Gostei pra caramba dessa música, apesar de não ter muita certeza do que "misantropia" significava. Imaginei que Allison, sendo a Rainha da Etimologia, saberia, mas não perguntei.


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Notas finais do capítulo

*Nem gritei quando me falaram que vão fazer uma biblioteca, magina.
P.S.: O cafofo existe mesmo. Se alguém aí for de Sampa ou resolver fazer uma visita, procure ;) recomendo.