Não é mais Um Romance Literário escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 6
Capítulo 6




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Três dias sem vê-lo. A única vez que ouvi o nome Edward Cullen fora para noticiar que este provavelmente estava tendo um caso com uma modelo famosa, notícia de um programa de fofocas. Só agora percebi que Edward é noticiado por esse tipo de programa quase que diariamente, escândalos envolvendo mulheres. Se soubesse que tinha esta fama de cafajeste teria impedido o beijo. Teria? Outra coisa que não me saia da cabeça. Edward tomou meus lábios, retirou toda e qualquer pureza que ali havia. E eu estava sentindo-me desnorteada. Desejosa pelo calor que senti ao estar tão próxima a ele, ao leve cheiro de tabaco, as roupas finas e sorriso matreiro. Quando me tornei tão viciada em Edward? Tudo por culpa de um simples beijo? Não... Não foi um simples beijo. Deus queira que nunca Edward saiba disso!

-Então Bella, você terminou de ler o livro de Edward que havia começado? Eu já comecei a ler o sétimo. –Comentou Angela.

-EU? MAMÃE TEM SORTE DE TER PEGADO SEUS LIVROS ANTES QUE EU OS QUEIMASSE!

-Nossa Bella quanta agressividade! O que o Edward fez a você para odiá-lo assim? Matou um familiar seu?

-Antes fosse isso Angela.

-Então o que seria? Conte-me! –Contei. Precisava desabafar. A cada palavra proferida por mim via um olhar assustado de Angela. Ao termino da história ela gritou tanto que senti meus tímpanos a ponto de estourar.

-AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

-PÁRA COM ISSO ANGELA!

-Por Deus! Bella, eu não acredito! Como você é sortuda!

-Pode ser.

-Bella... Você acaba de me dizer que beijou um dos rapazes mais belos dos Estados Unidos e fala como se tivesse sido um castigo? Não acredito!

-Para ele fui apenas uma brincadeira, um passatempo. Que espécie de garota seria se ficasse feliz por ser usada?

-O tipo que sabe curtir a vida!

-Angela... Vamos mudar de assunto?

Falar com Angela melhorou meu estado de espírito, mas sei que isso não bastaria. Precisava de algo e, embora não quisesse admitir, precisava vê-lo novamente, ver Edward. E esses dias, apenas vendo-o por noticiários, estavam se tornando uma angustia crescente. Mas eu sabia isso iria passar, tinha que passar! Afinal eu não o veria mais. Pela menos era isso que achava.

-Minha filha comeu tão pouco hoje!

-Não estou com muita fome, mãe.

-Cuidado para não adoecer Bella.

-Eu sei, pai. Vou para o meu quarto. –Segui para lá. Depois de pentear meus cabelos e escovar meus dentes fui para a cama. Novamente peguei o livro escrito por Edward que havia começado a ler. Não fazia isso por ele, gostei da estória. Apenas por isso. Somente por isso? Meu celular toca. Levanto-me apanhando o aparelho que estava dentro de minha mochila, não conhecia o número, mas bem que poderia ser Jacob.

-Alô? –Esperei. Tão logo o desconhecido de mobilizou a responder.

-Aposto que há essa hora está vestindo pijama, não é mesmo? –E um riso sarcástico do outro lado da linha. Não tive duvidas.

-Edward?

-Exatamente. Olá Bella.

-COMO VOCÊ TEM O MEU NÚMERO?

-Peguei o numero do seu celular no dia em que a levei para o hospital. –Lembro-me agora que quando acordei o meu celular estava com ele.

-Então eu... O que você...

-Arrume-se e saia de casa. Estou em frente a sua casa.

-O QUÊ? COMO ASSIM ME ARRUMAR? SABE QUE HORAS SÃO?

-Eu sei sim senhorita Bella. Não me diga que acha esse horário tardio? Depois não fique aborrecida quando a chamar de criança! –Aquela palavra fora como combustível.

-Saio em dez minutos! –Fui até o closet, peguei um vestido azul marinho até os joelhos de alça e calcei sapatilhas pretas. Nervosa, fiquei diante da janela. Era loucura, eu sei. Fechei a porta do quarto com as chaves, desliguei as luzes, fazendo depois volume na cama com os travesseiros. Sai pela janela. Quase cai na tentativa de descer. O carro prata a minha frente e Edward jogando um cigarro antes aceso no chão. O que deveria fazer? Seria um crime ir embora com um desconhecido, mas o maior crime seria deixá-lo esperando por mais tempo. A racionalidade deixando-me. Ele deu um de seus meio sorrisos característicos a me ver já adentrando o veiculo, mostrava uma expressão emburrada apenas para não mostrar a ansiedade que sentia.

-Então vamos logo antes que meus pais percebam a movimentação em frente de casa. –Falei rubra olhando para o outro lado.

-Como imaginei... Saiu às escondidas. Espero não ter problemas com isso.

-ESCUTE AQUI SE É ASSIM EU... EU VOU EMBORA! –Ele inclinou-se perigosamente deixando-me aturdida. Nossos lábios quase se encostando, e ele simplesmente afivelou meu cinto se segurança afastando-se.

-Vamos. –Ligou o carro e seguimos. Só agora reparei em como estava charmoso. Calça social e paletó branco, camisa interna preta. A princípio fiquei nervosa, logo mais fechava os olhos sentindo a brisa noturna.

-Para onde vamos, Edward?

-Você é meu guia. Aonde deseja ir?

-Pensei que você escolheria o lugar visto que me convidou para sair. Hum... Dizem que a noite o cais é muito bonito.

-Então iremos para lá, senhorita Bella. –Ele olhou-me de esguelha para logo voltar seu olhar para frente. Mas eu não consegui fazer o mesmo. Meus olhos ficaram presos àquela figura que deixava meus sentidos apurados. E idéias, sensações que nunca tive tomavam meu corpo. Eu era uma virgem que queria ser desvendada por um desconhecido. Uma idéia tão apavorante quanto sedutora. Ao chegarmos ao cais saímos do veículo, fomos para o parapeito tal como havia dito a noite aquele lugar é belo. Ficamos encostados no parapeito, meus olhos maravilhados diante do brilho mortiço da Lua e das estrelas.

-Tinha razão... Esse lugar é bonito. –Escorou as costas no parapeito retirando uma carteira de cigarros, logo estava fumando um cigarro. Não aprovei seu ato, cigarros fazem mal a saúde afinal.

-Cigarros fazem mal. Por que não faz outra coisa além de fumar, tipo: mascar chicletes? –Pode ter sido um comentário idiota, mas por mais que achasse gracioso Edward fumando o cheiro provavelmente me incomodaria. Ele retirou o cigarro da boca jogando-o no chão.

-Tem razão senhorita Bella. Há outras ocupações que posso dar a minha boca além de fumar... Ocupações mais... Interessantes. –Agora ele prensava-me na grande de proteção, nossas respirações mesclando-se. E então fui tomada pela sensação que havia sentindo dias atrás, os lábios dele macios com um leve sabor de menta, sua língua explorando avidamente o interior de minha boca. Estava enlouquecendo! Agora suas mãos macias... Firmes passeavam pelas minhas costas em uma carícia continua. Eu o envolvi pela nuca e com as mãos acariciava seus cabelos macios. Eu queria me perder naqueles lábios, eu queria sentir mais do que o interior da boca de Edward... Senti sua mão apertar levemente minha nádega e o empurrei assustada.

-O que há?             

-Eu... Eu não sou uma qualquer que você pode ir passando a mão! Meu Deus! O que estou fazendo aqui afinal? –Caminhei para o carro, Edward apenas acompanhou-me com o olhar. –Vamos embora.

-A julgar pela sua atitude... Você é virgem, estou certo? –Sua pergunta a princípio fora interpretada erroneamente por mim como que em tom de ofensa, mas seus olhos cor de ocre diziam algo mais.

-Eu sou. Decepcionado, Edward?

-Não. É a primeira virgem com que tenho um encontro. –Ele sorria, caminhou até mim pegando minha mão. –Não sou muito bom em sair com mulheres virgens visto que você e a primeira então... Pergunto... O que quer fazer? –Agora não sabia o que fazer.

-Eu não sei. –Eu tremia, insegurança talvez. Creio que meu estado de espírito não passou despercebido por Edward. Senti sua mão apertar mais a minha. Seguimos para o final do cais, havia um restaurante pomposo.

-Nossa... Eu não tenho dinheiro para comer ai! –Ele riu.

-Eu pago. –Entramos de mãos dadas. Por deus agora estava de mãos dadas com um dos homens mais belos dos Estados Unidos! Idéia tentadora, idéia perturbadora. E só agora o nervosismo começava tomar conta de mim.

-Então o que vai querer? –Certamente aquele restaurante não era ambiente para uma garota de apenas dezesseis anos. Sentia-me desconfortável.

-É... Edward? Podemos ir para outro lugar? Conheço uma sorveteria aqui perto. –Sorri nervosamente, ele padeceu de minha condição e logo seguíamos para a sorveteria. Um lugar freqüentado por mim quando criança agora nas mãos de outro proprietário. Achei divertido vê-lo comendo sorvete como uma pessoa comum, mas ainda sim num ato tão simples mantinha aquele ar de mistério que me fascinava.

-Então... Por que me convidou para sair com você, Edward?

-Tédio. –Falou simplesmente ainda tomando sorvete.

-ME CHAMOU POR TÉDIO? ORA SEU IDIOTA!

-Por que está irritada? Por que outro motivo seria? –Emudeci.

-Poderia ter chamado uma das mulheres com quem tem um caso. –Murmurei aborrecida. Ele sorriu.

-Mas é que estou apreciando mais a companhia do meu novo brinquedo. –Segurou levemente meu queixo e não consegui recriminá-lo pelo modo como me chamou. Tomamos nosso sorvete, olhos fixos de Edward no farol, meus olhos fixos na figura masculina.

-Mas eu como seu novo “brinquedo” certamente não sou tão disponível com as outras. Então se achou que conseguiria algo mais do que beijos, quebrou a cara, Cullen! –Sorri satisfeita, precisava desabafar.

-Sou uma pessoa paciente. –Ele falou terminando o sorvete para pegar a carteira de cigarros.

-Fala como se um dia fosse me levar para a cama. Até parece! –Não estava me sentindo irritada com o conteúdo da conversa, mas sim envergonhada. –Eu sou uma idiota! Estou agindo como uma criança, fugindo com um desconhecido!

-Se acha que é a única a tomar atitudes infantis saiba que somos dois. Não é de o meu feitio sair com garotinhas como você. –Procurei ignorar suas palavras, me aproximei novamente do parapeito. Minha pele arrepiada pela brisa marítima. Estava frio e não havia trazido nada para me cobrir. Foi quando senti o paletó de Edward em meu ombro, o cheiro do perfume masculino inebriando-me.

-Está melhor?

-Estou. Obrigada. Então... Ainda não entendi por que você quis... –Ele calou-me, com seus lábios. Mas o beijo fora muito mais calmo do que outrora, talvez fosse por saber que sou virgem. Ah... Aqueles braços fortes envolvendo-me, aqueles lábios macios e sua língua explorando o interior de minha boca... Eu estava caindo... Caindo em um precipício chamado paixão e bendisse aquela queda! E quando dei por mim, perdida naqueles lábios suculentos, já era uma da manhã.

-POR DEUS! EU PRECISO VOLTAR!

-Que seja. –Ele saiu puxando-me pela mão e logo estava em casa. No carro eu o olhei querendo saber o que significaria aquilo.

-Então...         

-Em outra oportunidade, devolva meu paletó. –Ele deu seu meio sorriso característico e então eu saí. Eram duas horas quando cheguei em casa, troquei de roupa e adormeci abraçada aquele paletó.


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Notas finais do capítulo

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