Não é mais Um Romance Literário escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 47
Capítulo 47




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Eu tinha tido um sonho bom. No meu sonho, Edward dizia que me amava, ficávamos juntos. Eu estava despertando do meu sonho e fiquei apavorada com isso. Se abrisse meus olhos, eu me veria dentro de um avião a caminho de Londres. Não aconteceu. Eu estava em um quarto escuro, apenas uma pequena luz oriunda de um abajur iluminava o aposento, precariamente devo dizer. Estava deitada em uma cama confortável, quente, perfumava...

-Bella? –Senti uma mão macia acariciar minha face. Eu olhei para o lado e então o vi. Era Edward. Eu não tinha sonhado afinal. Suspirei aliviada.

-Estamos em seu quarto?

-Sim. Eu a trouxe para cá. Lembra-se do que aconteceu? –Edward estava bem próximo do meu rosto. Ele estava sentado na cama diante de mim, seu corpo curvado para poder manter nossos rostos próximos, sua mão acariciando minha face.

-Eu estava no parque onde nos conhecemos e... –Era difícil ser coerente quando o homem que eu amava estava com sua face de serafim próxima do meu rosto e uma de suas mãos acariciando o mesmo. –E aí...

-Você desmaiou. Fiquei muito preocupado. Eu a trouxe para cá, troquei suas roupas e vesti uma roupa minha em você, seca. Consegui um médico aqui no hotel, ele disse que você desmaiou devido a sua condição. –Eu não entendia metade do que Edward estava dizendo. Eu estava atenta demais ao calor que emanava de seu corpo, ao seu olhar sobre mim, as suas mãos...

-Deve ser fraqueza. Eu só comi pela manhã.

-Então vamos providenciar algo bem nutritivo para você comer. Eu não quero de jeito nenhum que adoeça. –Ele afastou-se sorrindo. Foi para a sala, possivelmente falaria com a recepção do hotel para que providenciassem comida para mim. Consegui me sentar, ainda estava um pouco zonza. Pude ver minhas malas a alguns metros de mim. Certamente Edward soube que havia me hospedado no hotel e recuperou minha bagagem, trazendo-a para seu quarto. Eu estava nua. Bem, não totalmente nua, Edward havia vestido em mim uma camisa de algodão dele, com o seu perfume. Fui até a minha mala e peguei um short rosa de algodão um pouco curto O vesti. Estranhei a demora dele. Pensei que ele apenas iria ligar para a recepção e, feito o pedido, retornaria para o quarto. Ao invés disso o encontrei na cozinha, aparentemente fazendo minha comida. Juro que se tivesse uma câmera eu registraria esse momento! É meio estranho dizer isso, mas naquele momento, vendo-o cortar desajeitadamente os legumes, eu me tornei hiper consciente de que Edward Cullen estava ali comigo. Edward Cullen, o romancista mais popular e belo dos Estados Unidos, estava em sua cozinha fazendo uma gororoba para mim. Aproximei-me e sentei na pequena mesa. Edward virou-se, olhou para mim, sorriu aparentemente constrangido e continuou seu serviço.

-Vai cozinhar para mim? –Perguntei divertida.

-Vou. Quer provar da minha comida?

-Eu já provei antes. Mas é a primeira vez que vejo você em ação.

-Não sou muito bom em preparar comidas nutritivas. Não sei se ficará bom.

-Ficará sim. –Eu sorri incentivando-o. Mesmo que ele me desse alfafa, eu não reclamaria. Seria como comer o prato mais saboroso do mundo. -Você pegou minhas coisas?

-Soube que você havia pegado um quarto e peguei suas malas cancelando seu pedido. Paguei o restante da conta. –Ele continuou com sua ocupação. O olhei. Edward vestia uma calça de algodão preta, uma camisa de mangas compridas brancas e gola V. Estava impecável. Olhando-o tão belo, cozinhando para mim, eu fiquei excitada. Não tinha como não ficar. Eu queria agarrá-lo naquele instante, mas tínhamos coisas muito mais importantes para resolver.

-Edward... –Eu comecei.

-Sim? –Ele continuou preparando a comida.

-Você sabe que eu estou grávida, não é? –Ele abruptamente parou. Eu não sabia se aquilo era bom ou ruim. Ele virou-se e me mostrou o sorriso mais belo que já vi em toda a minha vida. -Então... O que você acha disso? Você quer... Quer esta criança? –Não consegui fitá-lo. Então eu o vi ajoelhar-se diante de mim enquanto eu ainda estava sentada. Seus olhos eram tão intensos que me senti sendo queimada por eles.

-Quer mesmo que eu responda essa pergunta?

-Claro que quero Edward!

-Eu estou tentando decidir...

-Decidir sobre o quê? –Já estava ficando desesperada.

-Se quero mais essa criança ou a mãe dela. Então eu percebi que quero igualmente os dois e que não conseguiria ficar com apenas um deles. –Ele tinha me pegado com a guarda baixa. Logo eu senti meus olhos úmidos. Edward ficou alarmado. -Hei! Não quero fazê-la chorar! –Ele se aproximou puxando-me para seus braços. Esfregava suas mãos em minhas costas. –Você não pode ficar nervosa.

-Eu estou bem. –Minha voz não passava de um murmúrio rouco.

-Você vai comer agora e depois dormir. Precisa repor as energias. Tudo tem sido muito estressante para você. –Ele afastou-se acariciando meu rosto com uma das mãos. Beijou minha testa e se afastou voltando para sua tarefa de fazer algo nutritivo para eu comer.

-Então, qual é a história? –Eu perguntei.

-Sobre o quê?

-O que aconteceu com você nesses dois meses em que estivemos separados? Quero saber de tudo, até de seu relacionamento com a Rosalie. –Nem quis olhá-lo. Só de me lembrar daquela mulher no apartamento de Edward eu sentia náuseas que nada tinham a ver com a gravidez.

-Antes de mais nada saiba Bella, que aquela maluca invadiu meu apartamento. Eu jamais teria algo com ela. Jamais!

-Eu já deveria saber. Ainda sim foi impactante para mim vê-la ali, usando uma peça de roupa que pertencia a você.

-Você deveria ter um pouco mais de fé em mim, sabe Bella? Deveria imaginar que nada do mundo me faria encostar nela. Você sabe o quanto aquela mulher me prejudicou.

-Eu não parei para pensar muito. Então, já que a história da Rosalie está resolvida, me conte o resto. –Edward já havia botado os ingredientes na panela, estava fazendo uma sopa. Retirou o avental e veio até mim. Puxou uma cadeira e sentou de frente para mim, pegou minhas mãos.

-Eu... –Edward olhou para mim, mas logo abaixou o rosto. –No primeiro mês eu estava desnorteado por que... Bem eu queria ficar com você, mas o mundo inteiro parecia dizer que eu não prestava. Que você merecia melhor.

-Por isso você terminou. –Eu disse. Edward assentiu com a cabeça.

-Eu saia todos os dias, bebia, fumava, me encontrava com mulheres... –Ele ficou um pouco tenso a princípio, na certa temendo minha reação.

-Continue. –Eu disse apertando um pouco suas mãos.

-Eu estava tendo uma vida promíscua. Achava que estava fazendo isso por diversão, mas a verdade é que eu tentava esquecê-la. Uma semana antes de me acidentar de carro, eu ia para sua casa sempre depois de uma farra.

-Sério?

-Sim. Olhava para frente de sua casa. Às vezes via você. Parecia que a dor que me consumia diminuía quando estava próximo a você. Então no hospital, eu soube que você esteve lá e Ben me contou que você havia dito que me amava. Não tem idéia de como eu fiquei feliz. Decidi que eu tinha forças para lutar por você. Eu tentei ser uma pessoa melhor no mês seguinte. Eu só estava me dedicando ao meu trabalho. –Edward acariciava minhas mãos com as dele enquanto conversávamos. –Eu iria ter você de volta, ou pelo menos iria tentar. Então, aconteceu tudo isso.

-Ben contou a você que eu estava grávida. Deve ter sido um choque!

-Fiquei chocado a principio, mas depois senti uma imensa felicidade.

-Sério?

-Porque eu queria me aproximar de você e achei que, você estando grávida de mim, seria mais fácil. Nós tínhamos um laço poderoso nos unindo... –Ele tocou gentilmente meu ventre. Tive que me conter para não chorar. -... Essa criança. Fiquei tão feliz que você nem imagina! Minha felicidade desabou quando eu soube que você tinha ido essa manhã para Londres com Jacob. Eu me esforcei para impedir isso, mas quando cheguei você “supostamente” já havia embarcado. Foi como se a terra tivesse me tragado.

-Jake me falou que você foi me procurar na casa dele.

-Assim que soube que você estava grávida e de todo o mal entendido com Rosalie, eu a procurei. Quando cheguei lá, Jacob jogou tudo o que tinha feito a você na minha cara. Eu não poderia contestar, ele estava certo. Eu o deixei me bater.

-Jacob apareceu com o rosto ferido.

-Eu não ia deixar ele me bater e ir embora. Eu também estava com raiva. Estava claro que ele queria me afastar de você! –Edward mostrou profunda irritação.

-Eu não o odeio por isso. Penso que, se eu estivesse na mesma situação, poderia fazer o mesmo. –Edward pareceu não gostar muito de minha afirmação.

-Então eu contei tudo. Agora é a sua vez. O que tem feito nesses dois meses? O que a fez não embarcar para Londres. –Edward olhou-me atento. Eu suspirei. Não queria contar tudo o que aconteceu, não queria me lembrar.

-Isso é preciso?

-Para mim é, Bella. –Ele deu um meio sorriso. Não resisti.

-Eu agi como sempre, mas fazia a tudo mecanicamente. Quando descobri que estava grávida, eu fiquei apavorada. Não por ser jovem demais para ser mãe, mas por que eu tinha medo de que você rejeitasse essa criança. Quando vi a Rosalie aqui, foi como se eu tivesse a certeza de que eu nunca mais o teria, que você não iria me querer ou a essa criança. Depois disso fui para casa e meus pais já sabiam da verdade. Minha mãe quis que eu abortasse, mas eu saí de casa. Eu não iria abortar. –Tentei a todo custo esconder a dor em minhas palavras, eu sabia que seria difícil para Edward ouvir. Ele estava com um rosto composto, mas eu podia sentir algo em seus olhos, algo como tristeza.

-E então você foi até o prédio de seu primo, é isso?

-Eu não tinha a quem recorrer. Jacob soube pelos meus pais minha situação. Ele me ofereceu uma vida nova, se ofereceu para ser o pai do meu filho e eu aceitei. Eu não tinha muita escolha.

-Então Jacob Black iria assumir meu filho. –Ele pareceu absorvo em pensamentos. –Agora, o que fez com que você não embarcasse?

-Lembra do CD com o rascunho do nono livro que você deixou comigo?

-Lembro. Eu joguei próxima a sua janela quando você recusou.

-Eu imprimi o rascunho e li. Juro Edward! Quando li as primeiras partes tive vontade de matá-lo!

-Eu já esperava essa sua reação, Bella. –Ele sorriu divertido finalmente me olhando. –E então? –Ele perguntou-me.

-Eu joguei quase tudo fora antes mesmo de ler a metade, mas fiquei com a última pagina. Não sei por que agi assim. Eu a li no aeroporto, um pouco antes de embarcar. Eu não consegui seguir, não depois de ler através de Sebastian o que você pensava. Eu me despedi de Jacob e segui para o seu hotel. Como você não apareceu, eu saí com Ben e Angela para onde você estava. Tive vontade de ir aonde tínhamos nos conhecido. –Sorri.

-Perceptiva. –Ele disse. O cheiro de comida tomou o lugar. Edward se afastou e logo nós dois estávamos comendo sopa. Até que estava gostosa. Não deixávamos de nos olhar. Tudo estava perfeito! Quero dizer, quase tudo. Edward lavava a louça suja, eu o abracei por trás.

-Vou ter que falar com meus pais amanhã.

-Eu sei. Não precisa se preocupar. Você é minha e espera um filho meu. A partir de hoje você é minha responsabilidade.

-O que quer dizer com isso? –Edward se virou e me olhou. Sorriu.

-Preciso pegar uma coisa. Fique aqui. –Antes que pudesse protestar, Edward saiu da cozinha. Eu o acompanhei. Fiquei parada no corredor que dava acesso ao quarto. Edward voltou rapidamente, escondia algo atrás do corpo. Ele se ajoelhou diante de mim. Pegou uma de minhas mãos e a beijou.

-Edward, o que você está fazendo?

-Isabella Marie Swan... Isso é para você. –Ele me entregou uma caixinha ricamente decorada. Eu a abri, curiosa. Quando vi o par de alianças quase tive um ataque epilético. Não sei ao certo porque não desmaiei.

-Isso é o que eu to pensando? –Eu disse rapidamente e fiquei surpresa por não ter gaguejado. –Me diz que esse anel é um daqueles que vêem em chiclete! –Ele sorriu.

-Não é um anel de chiclete e... Exato! Você vai ser minha esposa.

-Isso deveria ser uma pergunta, não é? –Falei zombeteira.

-Não perguntarei isso a você. Corro o risco de receber um “não” como resposta e isso está fora de cogitação! –Ele se levantou e colocou a aliança em meu dedo. Em seguida pôs a aliança em seu dedo. –Estamos noivos agora e daqui a um mês estaremos casados. –Eu estava boquiaberta. Edward sorria cheio de deboche.

-Isso é uma piada?

-Não Bella.

-Você não existe mesmo Edward Cullen!

-Eu sei, senhora Isabella Marie Swan Cullen.

-Eu sou nova demais para casar Edward. –Admiti.

-Ah então você não é nova demais para ser mãe, mas é nova demais para se casar? Você é bem estranha Bella. –Ele pegou minha mão guiando-me para o quarto. –Vamos dormir. Já está tarde. Amanhã teremos que nos acordar cedo.

-A idéia pode até não ser ruim, mas precisa ser daqui a um mês? É pouco tempo!

-Por mim eu casaria com você hoje mesmo, mas as passagens para Las Vegas esgotaram. –Seguimos para o quarto. Confesso ter ficado rubra ao olhar a cama. Edward me conduziu até a cama fazendo-me deitar. Ele se deitou ao meu lado, cobrindo-me com o edredom. Eu estranhei. Ele por um acaso não ia me tocar? O olhei desnorteada, Edward pareceu entender o que se passava comigo.

-Quero que descanse. –Ele disse acariciando minha face. –O médico disse que precisa de repouso.

-Não estou cansada, Edward. –Falei aborrecida. Ele sorriu. Embrulhou-me com o edredom e deitou de lado, fitando-me. Suas mãos acariciando meus cabelos.

-Tente. –Ele aproximou-se beijando meu pescoço.

-Eu passei muito tempo longe de você para não me aproveitar desse momento. –Falei como a típica criança birrenta com cinco anos. Edward segurava uma gargalhada, eu podia ver.

-Você está fogosa hoje! Então, será que posso pedir uma coisa?

-O quê? –O que Edward pediria? Uma posição nova? Onde eu havia deixado o livro Kama Sutra que Angela me deu? Ele me surpreendeu. Puxou-me para seus braços e me deixou repousando em seu peito.

-Quero dormir com você assim em meus braços. Sem fazer nada, além disso. –Fiquei tão surpresa com seu pedido que nem me manifestei. O cansaço realmente me atingiu e ao que tudo indicava atingiu Edward também. Tinha sido um dia exaustivo para ambos. Repousei minha cabeça na curva do seu pescoço, depositei um beijo naquele local.

-Bella?                        

-Hmmm...

-Diz que me ama?

-Eu já falei isso duas vezes, Edward. –Meus olhos fechados.

-Mas eu não ouvi. Provavelmente não estava consciente.

-Eu amo você. –Sussurrei em seu ouvido. Edward sorria de olhos fechados mergulhado em satisfação.

-Eu também amo você, meu brinquedinho.

-ORA SEU! –Dei um tapinha no seu ombro. Edward sorriu. Não sei bem quando o cansaço me abateu, mas logo eu estava em um mundo de sonhos, mas não estava só. Edward estava comigo.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pelos reviews anteriores agora quero que deixem mais reviews. ^-^/
Nhá voces viram o video da kristen com ciumes do rob? Eu não vi ainda, vou ver. E a fã que tirou a roupa por que ele pediu? He he he acho que eu pensaria na possibilidade de tiar se o Rob pedisse (brincadeira, eu não sou doida eu). XD