Não é mais Um Romance Literário escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 34
Capítulo 34




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Amanhecera. Depois de esperar inutilmente por uma ligação ou até mesmo a visita de Edward, nada aconteceu. Ainda que desobedecer a ordem de meus pais de me afastar dele me custasse caro, eu não iria deixar tudo acabar sem ao menos ser comunicada. Levantei-me apressadamente rezando para que meus pais tivessem saído. Tomei um banho rápido sem me preocupar em me arrumar com esmero. Quando desci as escadas após me preparar lá estava ele. Sentado no sofá, os olhos fixos em mim. Deu seu singelo sorriso que me deixou perturbada. Parecia fingir que nada havia ocorrido entre nós.

-Bom dia, Bella. –Precisei de alguns minutos atônita para crer no que via.

-O que está fazendo aqui, Black? –Disse acidamente. Jacob desfez seu sorriso com o modo que o tratei apenas por alguns segundos até retornar com o sorriso.

-Eu vim conversar com você. Vejo que está de saída? Para onde pretendia ir?

-Não vejo como isso pode interessar a você! –Andei rapidamente até a porta, mas Jacob fora mais rápido.

-Vai vê-lo?

-O que você acha?

-Eu não permitirei, Bella.

-QUEM VOCÊ ACHA QUE É PARA ME IMPEDIR?

-Eu sou seu primo.

-Isso não faz diferença pra mim Black! Vejo que também não fez diferença para você quando me traiu.

-Foi para o eu próprio bem. Você estava trilhando perigosamente para a ruína.

-AH CALA A BOCA! Se eu estivesse no caminho da ruína, o que você tem haver com isso? Você estragou tudo! Você me destruiu!

-Bella, não faça assim! Foi para o seu próprio bem. Você estava agindo errado e sabe disso. Seus pais tinham o direito de saber.

-E eles saberiam. Eu contaria assim que retornasse.

-Não, você não faria Bella. Você continuaria com este jogo a pedido de Edward até que aparecesse...

-“Aparecesse” o que Jacob? –Minha paciência já não existia em meu corpo.

-Grávida... E duvido muito que Cullen iria assumir. Ele parece ser expert em escapar de responsabilidades.

-NÃO FALE MAL DE EDWARD! EU NÃO PERMITO!

-Estou falando mal Bella? Então me diga: Onde ele se encontra agora? –Eu tive que me calar. Sempre fui péssima em mentiras simplesmente por que eu não conseguia ser rápida para pensar em uma. Precisava de tempo. Jacob sorriu, vitorioso.

-Foi o que eu pensei.

-Eu vou vê-lo Jacob. Quer você queira ou não!

-Lamento Bella. Tia Renée pediu-me para disponibilizar alguns de meus seguranças para assegurar que não tentará nenhuma sandice. –Olhei mortificada para Jacob. Eu não poderia acreditar que chegariam a me tornar prisioneira para me afastarem de Edward. Corri para a janela da sala vendo um carro com quatro homens, seguranças de Jacob.

-Você... Você é louco!

-Não Bella, eu não sou. –Afastei-me dele horrorizada. Aquele que sempre amei ora como um homem ora como um irmão me apunhalava certeiramente no peito.

-SAIA DA MINHA CASA SEU IDIOTA! –Conseguir gritar estas palavras antes de me refugiar em meu quarto.

Enquanto tinha um cigarro perdido em sua boca, Edward dedilhava nas teclas de seu laptop. Capitulo após capitulo, suas idéias fluindo para o nono livro. Começara desde a noite anterior e não conseguia parar. Cessou quando sentiu a dor em seus dedos. Olhou o trabalho feito no laptop que descansava em sua perna. Tragou o cigarro.

“NÃO CHARLIE! Eu não ficarei quieta enquanto esse miserável destrói a vida de minha filha! Vá embora, vá se divertir com gente tão podre quanto você. Afaste-se de Bella! Você já causou danos demais a ela.” - Lembrou-se. Olhou para o laptop com os olhos crispados. Num súbito jogou o laptop para longe, deitou-se melhor no sofá colocando um braço sob o rosto. Deu um meio sorriso.

-Eu sou desprezível... –Balbuciou pegando o cigarro da boca e jogando-o no chão.

-Sinto muito por tudo Bella. –Desculpou-se Angela pela quadragésima vez enquanto conversávamos. –Mas não imaginei que seus pais fariam tudo isso.

-Eu também não imaginei.

-Edward não ligou?

-Não. Eu não estou conseguindo mais ligar para o meu celular. Tenho a impressão de que meus pais o cancelaram. Angela... Se eu der o número do Edward você pode ligar para ele?

-Claro! Pode dizer! –Poderia ser uma idéia estúpida ou uma idéia brilhante. Não pensei muito sobre isso enquanto dava o número do celular de Edward e até o número do hotel onde até então ele estava. Eu precisava vê-lo e a única que poderia ser minha porta-voz era Angela. Logo Angela desligou com a promessa de ligar rapidamente para ele. Rezei aos céus para poder encontrá-lo, eu precisava dele. Sentia-me como um belo pássaro em uma gaiola que olhava para aquele que poderia libertá-la. Edward era essa pessoa. Olhei para fora de minha janela, os homens ainda estavam lá. Homens contratados por Jacob para me vigiar. Um pouco mais disso e eu enlouqueceria.

Um banho não aplacou os sentimentos que me dominavam. Eu queria gritar, eu queria chorar com a certeza de que minha dor não diminuiria com estas resoluções. A noite já havia chegado. Enquanto vegetava em meu quarto esperava por um sinal de Edward, qualquer sinal. E então eu esperei. Esperei até ouvir meus pais se recolherem para o seu quarto, esperei até o sono atingir-me ferozmente, esperei até minhas pálpebras ficarem pesadas e acabei por adormecer.

Era um sonho bom. Eu ouvia claramente a voz daquele que amo aos sussurros enquanto chamava por mim.

-Bella... Acorde...

A voz melodiosa dizia. Era Edward. Era a primeira vez que sonhava com ele.

-Bella? Está me ouvindo? –Eu não só podia ouvir sua voz como também sua respiração próxima ao meu rosto. Que sonho maravilhoso este! Mesmo temendo abrir os olhos e me ver sozinha em meu quarto instintivamente eu os abri. Lá estava ele, seu rosto angelical a centímetros do meu. Usava um moletom azul marinho contrastando magnificamente com sua pele cor de porcelana.

-Acordou dorminhoca? –Seu meio sorriso. Ergui minha mão tateando seu rosto, ele era real.

-EDWARD VOCÊ... –Ele calou-me com um dedo em meus lábios.

-Shhhh! Vai acordar seus pais. Foi um sacrifício entrar aqui sem ser notado, sabia? Tem um carro em frente a sua casa.

-Devem ser os seguranças que Jacob disponibilizou para meus pais para me vigiarem. Não imaginei que permaneceriam comigo até a noite. –Suspirei frustrada. Edward sentou-se mais adequadamente na cama enquanto fiz o mesmo. Olhamo-nos. Não demorou a eu me jogar em seus braços.

-Ah Edward eu... Eu liguei para você! Ninguém atendeu. Depois não consegui ligar, meus pais cancelaram meu telefone. Estou praticamente incomunicável. O que aconteceu com você? Disse que viria conversar com meus pais, mas não veio. Por quê? –Eu tentei controlar a frustração e o desapontamento por Edward ter quebrado sua promessa. Este me olhava, mais seus pensamentos pareciam ir para outro lugar. Então esperei.

-Eu vim falar com seus pais, mas não pude argumentar muito. Sua mãe acha que você é apenas um experimento para mim.

-Experimento? Eu não compreendo Edward, eu... –Senti seus lábios em meus lábios, incapaz de lhe falar o que planejei. Edward puxou-me possessivamente para seus braços e inclinou seu corpo para colocá-lo em cima do meu. Os lábios de Edward eram magníficos! Apesar de estar quase sem fôlego eu não conseguia me afastar daqueles lábios, daquela língua. As mãos de Edward acariciavam meu corpo, minha pele arrepiada. Quando seus lábios deixaram os meus e percorreram meu pescoço, minha garganta, meus ombros. Eu arfei violentamente.

-Ed... Edward... –Enquanto os lábios de Edward percorriam meu corpo e suas mãos hábeis me despiam experimentei não pensar em nada. Nada de preocupações. Apenas eu e ele em meu quarto. Apenas seus lábios e suas mãos macias. Pude ser assim a garota mais feliz da face da Terra por tê-lo aqui comigo. Abri meus olhos e vi quando Edward afastou-se para se despir com certa urgência. Fiquei hipnotizada com aquele corpo, aqueles olhos que não se desgrudavam dos meus. Impaciente, eu o puxei envolvendo meus braços em seu pescoço. Agora estávamos nus, nossos corpos tão colados, quase como se fossem um só. Enquanto nos beijávamos Edward acariciava meu corpo com suas mãos provocando arrepios, quase espasmos em mim. E quando achei que ele me faria sua novamente... Edward parou.

-Eu... Eu não deveria fazer isso. –Ele murmurou afastando-se de mim. Eu fiquei atônita enquanto o via vestir-se rapidamente.

-O que houve?

-Ela tem razão. Eu não posso continuar com isso.

-Continuar com o que Edward? Fale-me!

-Sua mãe me disse que eu não gostava de você, que eu gostava da... Da inspiração que tenho com você ao meu lado. Ela tem razão.

-Edward, eu não estou entendendo. –Edward retirou algo de seu casaco que estava na cadeira de minha escrivaninha, um CD. Colocou em cima de minha cabeceira. –O que é isso?

-A prova de que sua mãe estava correta. –Ele não me olhou. Segurei o CD e de repente entendi tudo.

-Então... Você só estava comigo pelas idéias que gerei? Para o seu nono livro? –Meus olhos não conseguiam enxergá-lo devido às lágrimas, eu não conseguia dizer nada enquanto o via se preparar para partir.

-Talvez. –Ele já vestia seu casaco. Empalideci.

-Então é isso. Eu... Eu pensei que você pudesse ser diferente, Edward. Diferente do que a mídia dizia. Eu pensei que o conhecia, mas me enganei. A mídia o conhecia melhor. –Eu não o olhei, não queria ver mais nada.

-Você não foi à única que se enganou nessa historia, Bella. Eu também me enganei. –Edward abriu a janela, olhou para mim. Não ousei encará-lo.

-Vá logo embora, Edward. E... –Peguei o CD-ROM jogando-o para ele. –Leve essa porcaria com você. –Edward olhou o CD-ROM pegando-o e partiu. Pensei que quando ele saísse, eu iria chorar, mas não aconteceu. Ao invés disso eu apenas vesti meu pijama e voltei a dormir. Uma noite sem sonhos.


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Notas finais do capítulo

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