-Que... Onde eu...
-Acordou? –Levantei-me sentado na cama daquele local desconhecido e então eu o vi. Recostado próximo à janela, cigarro na boca, usava uma camisa interna vermelha desabotoada até a metade, paletó preto sobre a mesma. Era o rapaz dono do guarda chuva que andou junto a mim durante sete dias, o rapaz que estive procurando.
-Onde estou?
-Hospital.
-Que? Por quê?
-Por que eu a atropelei. –Ele disse sem um pingo de remorso. –E a trouxe para cá. Se não prestasse o devido atendimento seria severamente punido pela lei. –Continuava fumando. A imagem de príncipe encantado formulada em minha mente desaparecia a cada palavra proferida por ele. –Aliás, menina. Por que se jogou na frente do meu carro? Sua vida é tão infeliz para tentar o suicídio?
-Eu não tentei o suicídio! Eu... Eu só queria pegar o ônibus. Eu estava desatenta e não vi seu carro saindo da garagem. –Já estava depreciando aquele rosto plácido de expressão labial sarcástica.
-Melhor tomar cuidado garota. Sorte sua que sou habilidoso no volante caso o contrário estaria morta há essa hora. –Fumava tranquilamente. –Sorte sua que meu carro está intacto, caso contrário faria seus pais pagarem o prejuízo!
-MEUS PAIS! –Peguei a bolsa ao meu lado, não encontrei meu celular. –Preciso falar com eles! Que horas são?
-Nove horas.
-QUÊ? MEU DEUS! CADE MEU CELULAR?
-Aqui. –Ele retirou o meu celular do bolso jogando-o para mim.
-O que faz com o meu celular? –Perguntei exasperada.
-Ele tocou e achei prudente atender. Acredito que era sua mãe. Ela foi avisada do ocorrido. Creio estar vindo para cá.
-Que ótimo! Agora ouvirei uma super bronca deles! –Olhei para o homem.
-Nem olhe para mim dessa forma eu tinha que avisá-los até por que não posso passar o resto da vida aqui velando pelo seu sono! –Eu o vi se levantar e pegar sua sobrecasaca vestindo-a.
-Aonde vai? –Perguntei.
-Não quero estar aqui quando seus pais chegarem. Eu disse a eles que eu a ajudei, mas certamente desconfiarão que eu esteja ligado ao acidente. Não querendo ouvir impropérios, me retiro. –O olhei já se preparar para se retirar, o guarda chuva ao meu lado em uma cadeira.
-ESPERE!
-O que foi?
Peguei o guarda chuva, levantei e estendi para ele.
-Seu guarda-chuva. Lembra-se dele? Você me emprestou semana passada.
-Não me diga que quase morreu por baixo do meu carro para me entregar isso! –Ele quase sorria.
-Eu estive procurando por você para devolver isso e para agradecer. Eu o vi entrar naquele prédio e fiquei esperando você sair. –Ele pegou o guarda-chuva.
-Podia ficar com ele menina. –Falou olhando para o guarda-chuva, em seguida para mim. Aqueles olhos fitando-me...
-Eu tenho um nome e é Bella!
-Bella?
-Qual seu nome? –Ele apenas me olhava como se estivesse cometendo um crime por perguntar isso.
-Edward Cullen. –Falou simplesmente apagando o cigarro que já era inexistente em sua boca. Segurou levemente meu queixo erguendo minha face para encará-lo. Um sorriso enigmático em sua face que me entorpeceu. –Até algum dia boneca! –E saiu.