Não é mais Um Romance Literário escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 29
Capítulo 29




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-Edward Cullen. –Meu primo deu um sorriso matreiro para Edward.

-Jacob Black. –Edward agiu da mesma forma que Jacob. Fiquei anormalmente tensa.

-Se me permite estou levando minha prima Bella para casa. –Jacob deu seus primeiros passos, levando-me desnorteada. Eu queria ir e sair daquela situação. Rezei para que Edward nada dissesse.

-Pelo que vejo Bella não deseja ir com você. Sendo assim... Solte-a. - Edward falou altivo. Jacob parou quase que bruscamente. Pude ver um olhar feroz nos olhos de Jacob pela primeira vez. Aquilo verdadeiramente me surpreendeu. Jacob e Edward se olharam.

-Com que autoridade você se impõe assim Cullen? –A impaciência tomando Jacob de forma arrebatadora.

-Com a autoridade de ser o NAMORADO de Bella. Sendo assim apenas duas pessoas tem poder de decidir se Bella vai ou não para casa, eu e a própria Bella, é claro. –Jacob crispou os olhos e apertou sua mão entorno do meu braço. Olhei atordoada para Edward.

-Edward, está tudo bem. Eu vou para casa com Jake e nós nos falamos depois. –Sorri nervosamente.

-Quer mesmo que eu acredite que você quer ir Bella? Não dá para acreditar com esse ai apertando o seu braço.

-“Esse ai”? –Jacob murmurou. Ele olhou para os dois seguranças atrás de nós. Estes tomaram uma posição defensiva em frente a nós dois.

-Ah! Então trouxe seguranças com você. Não imaginei que o GRANDE Jacob Black era tão covarde. Com medo de levar um soco e perder seu comercial para creme dental? –Edward se divertia com suas próprias palavras. Jacob parecia plácido, mas eu sentia pela firmeza da mão de Jacob ainda em meu braço que cada palavra de Edward o estava enervando ainda mais.

-Não preciso de seguranças para acabar com um romancista barato. –Jacob retrucou ácido. Edward mudou radicalmente sua expressão facial. Os seguranças olharam para Jacob recuando um pouco. Jacob largou meu braço caminhando até Edward. Minhas mãos estavam tão tremulas que parecia que qualquer coisa ao meu redor também entraria em ressonância. Dei alguns passos alcançando o braço de Jacob.

-Jake, vamos embora. –Eu disse mais do que apreensiva. –Edward depois nós conversamos. –Jacob olhou-me, mas se resignou.

-Vamos Bella. –Ele murmurou com um sorriso. Acenei para Edward sorrindo. Edward deu seu meio sorriso enquanto nos afastávamos.

-Nos veremos MUITO em breve, Bella. –Edward falou alto, Jacob se enrijeceu para logo voltar a caminhar. Em poucos minutos estávamos apenas nós dois no carro de Jacob. Ficamos em silencio absoluto. Eu olhava para a paisagem fora da janela.

-Para onde quer ir Bella? –Jacob em fim quebrou o gelo falando de uma forma insuportavelmente gentil, não me incomodei.

-Pensei que estava levando-me para casa. –Falei debochada.

-Se você quiser posso levá-la, mas eu gostaria de conversar com você antes de deixá-la em casa. –Suspirei.

-Tudo bem Jacob leve-me para qualquer lugar. –E logo Jacob seguiu com o carro para o parque próximo a minha casa, o parque onde encontrei Edward pela primeira vez. Perfeito! Saímos silenciosos do carro, caminhei a frente de Jacob. Sentamos em um banco de praça qualquer, já devia ser perto do meio dia, mas o calor não incomodou.

-Você deve me odiar certamente. –Ele murmurou com os olhos fechados. Sorria, mas seus olhos não sorriam.

-Não. –Ele olhou-me assombrado.

-Sério?

-Sim. Eu entendo você Jake. Sei que faz isso para me proteger. Fico feliz que não tenha envolvido meus pais nesse assunto, se fizesse isso eu não o perdoaria.

-Fico feliz. –Jacob silenciou. Olhamos para frente, minha atenção voltada para um casal de pássaros no topo de uma árvore. -Bella eu...

-Jacob, ouça-me. Eu só direi uma vez. Eu... Eu estou apaixonada por Edward. Eu não irei abdicar dele por nada.

-Está cometendo um erro Bella.

-Pode ser, mas serei eu a pagar pelos meus erros. Eu vou me arriscar com Edward porque sinto que valerá a pena.

-Ele não é para você Bella. Ele só está se divertindo.

-Pode ser, mas acho que quem deve julgar Edward sou eu. Eu... Eu acredito que pode dar certo.

-Se realmente acreditasse nisso diria a seus pais que está com ele. Você ainda não contou.

-Eu preciso de tempo. Não é fácil.

-Não é fácil por que você sabe que meus tios não vão aprovar.

-Jacob eu amo você, tá legal, mas eu quero Edward. Eu estou disposta a arriscar. Se eu tiver que errar eu irei errar. Pode entender o que eu digo? –Coloquei minhas mãos em seu rosto e Jacob olhou-me aturdido. Ele afastou-se pesaroso.

-Dói-me saber que você vai se machucar e eu não poderei intervir, já que você está atando minhas mãos.

-Não se preocupe comigo Jacob. Eu sei o que estou fazendo.

-Vai contar a meus tios?

-Sim. O quanto antes.

-Eu espero mesmo que faça isso Bella. Antes que ele... Que ele consiga o que quer.

-Jake, eu não quero discutir.

-Está bem. Vamos para sua casa, deve estar cansada.

-Não precisa me levar, eu vou andando. –Levantei, Jacob pareceu surpreso com minha atitude.

-Bella...

-Não estou com raiva. Agradeço por tudo Jake, mas estou bem. Amanhã podemos sair. Até mais. –Segui para casa sem olhar para trás. Eu sabia que Jacob estava ferido pelas minhas atitudes, mas eu também sabia que mais cedo ou mais tarde eu teria que tomar essa decisão.

-Mãe, eu cheguei! –Anunciei logo vendo minha mãe em casa preparando o almoço.

-Pensei que passaria o dia fora. –Ela comentou enquanto voltava para a cozinha.

-O... O Jacob tinha um compromisso e então adiamos nosso encontro para amanhã.

-Que pena, mas sabe sua amiga Angela está aqui.

-Sério?

-Está em seu quarto. Ela veio pedir oficialmente para mim e seu pai para deixá-la viajar com ela e sua família. Claro que eu autorizei.

-Vou até o quarto. –Corri para lá, Angela estava sentada em minha cama olhando um livro qualquer. Joguei-me preguiçosamente na cama chamando sua atenção.

-Angela...

-Oi amiga!

-Estou com problemas!

-Nossa amiga você está encrencada! –Angela murmurou após ouvir toda a história.

-Eu sei.

-Conte logo a seus pais e acaba com esse suspense!

-Não posso Angela. Se fizer isso vou acabar não indo para Camp.

-Isso é uma possibilidade. Você realmente não está brava com seu primo?

-Não. Como disse a ele e repito, eu o compreendo.

-Sorte sua que ele não envolveu seus pais.

-Verdade.

-Ainda sim acho que você deveria contar. De repente seus pais não entrevêem em sua viagem.

-Não é só pelo medo de não viajar com Edward que não quero contar a eles. Entende o que essa viagem significa Angela? Vai ser a chance de conhecê-lo melhor. Saber se vale à pena arriscar por Edward.

-Agora entendi. Então...

-Então o que Angela?

-Acha que nessa viagem você e o Edward... –Minha face ficou escarlate com a insinuação de Angela.

-Angela!

-Ah Bella! Eu sou sua melhor amiga! Vamos, conta!

-Edward sempre ameaça de que algo acontecerá conosco em Camp, mas não tenho certeza. Ele é imprevisível.

-Isso é verdade. Mas você deve estar preparada Bella. Está levando preservativos na sua mala?

-Sabe Angela, não me sinto a vontade tendo esse tipo de conversa. Respondendo a sua pergunta: Não, eu não estou levando nenhuma proteção. Creio que Edward tenha algo. Mas comprei lingeries.

-Sério? Eu posso ver?

-Tudo bem, eu vou pegar. –Uma verdadeira conversa de comadres. A conversa com Angela me livrou um pouco de minhas preocupações. E senti que a partir dali seria a contagem regressiva. Durante os dias seguintes procurei aproveitar meus dias com Angela e Jacob.

Jacob felizmente não tocou mais no assunto, mas eu sentia durante nossos encontros a curiosidade latente. Angela tentava me ajudar, ou me preparar para o que poderia acontecer em Camp. Chegou ao cúmulo de me presentear com um livro do Kama Sutra. Nem ousei tocar no livro incrivelmente ilustrado. A idéia de que eu poderia fazer sexo com Edward começou a verdadeiramente me atormentar. Como eu deveria proceder? Eu era uma virgem sem nenhuma idéia do que fazer e não estava disposta a descobrir. Edward ligou-me duas vezes durante esse intervalo. Dois dias depois daquele incidente com Jacob apenas para saber se meus pais já estavam cientes de algo e na manhã do dia quatorze para avisar que iria mais cedo. Aproveitei para passar o endereço da família de Angela. Ele deveria me buscar. Ninguém parecia desconfiar de nada, mas Jacob me preocupava. Em nosso último encontro, no dia treze ele perguntou se realmente estava namorando com Edward ou aquele era um blefe do mesmo para irritá-lo. Eu confirmei. Talvez não devesse ter confirmado que nosso relacionamento estava mais sério.

E então...

DÉCIMO QUINTO DIA!

-Cuide-se filha. –Meu pai sussurrou beijando minha testa. Mamãe abraçou-me sem falar nada. Acenei quando estava no carro dos pais de Angela com a mesma ao meu lado.

-Então Bella, você vai ficar na casa de uma tia sua? –Perguntou a mãe de Angela.

-Sim. Ela vai me buscar na sua casa. –Falei com a cara mais lavada do mundo. Mentir já estava me incomodando.

-É uma pena que não vá passar as férias conosco. Espero que na próxima vez você possa. –A mãe de Angela sorriu voltando sua atenção para a pista. Angela riu baixinho. Eu tremia como uma vara verde, agora não poderia mais voltar atrás.

A viagem de Camp Pendleton North foi tranqüila, tranqüila para os outros ocupantes do carro. Eu tinha apenas dezesseis anos, mas me sentia tão esgotada psicologicamente que um infarto ou um AVC não me surpreenderiam. Coloquei meu MP4 no ouvido tentando pensar em qualquer outra coisa, foi em vão.

“Vamos Bella ele não vai atacá-la! Você só tem que fazer o que quer.” - Aquele pensamento foi como um mantra. Confesso ter conseguido a proeza de me acalmar. Além disso, eu teria um quarto só para mim na casa. Certamente havia mais de um aposento na casa. Se eu não me sentisse preparada me trancaria no quarto, um pensamento nada edificante. Depois de um súbito pânico ao chegar a Camp e me lembrar de respirar em fim pude avistar a casa de Angela. Meu celular em mãos para ligar para Edward. Devia ser o horário do almoço, presumi pela posição do Sol. O pai de Angela estacionou o veiculo em frente à pequena casa.

-Chegamos! –Anunciou a mãe de Angela saindo do carro. Num gesto puramente mecânico deixei o veículo ficando em frente ao porta-malas para pegar minha bagagem.

-Por que você não fica para almoçar conosco, Angela? –O pai sugeriu. –Depois você poderá ir com sua tia. Creio que Angela ficaria feliz que nos fizesse um pouco de companhia. –Angela sorriu em concordância, eu apenas assenti.

-O que achou da comida? –Perguntou-me Angela enquanto estávamos em seu quarto, eu a ajudava a arrumar seus pertences.

-Muito gostosa. Sua mãe cozinha bem. –Apesar de sorrir e tentar me distrair. Eu não estava bem.

-Então... Ligue logo para o Edward. –Edward murmurou. Suspirei. Eu não poderia mais fugir disso, poderia? Se bem que eu até poderia inventar uma desculpa para Edward e assim ficar com Angela e sua família. Certamente eles não iriam se importar.

-Bella, eu comprei umas coisinhas para você.

-Que tipo de coisinhas? –Angela sorriu matreira. Correu até a mala quase desfeita pegando um saco preto, o jogou para mim. Ao abrir o saco congelei.

-O que é isso Angela?

-Coisas que você vai precisar. –E então investigando um pouco mais o saco pude ver nitidamente os presentes ofertados: Um lingerie azul marinho e outro lingerie verde claro e uma caixa com preservativos.

-ANGELA!

-Você vai precisar disso. Acredite. Você não vai querer parar quando estiver com Edward para que o mesmo compre preservativos em uma drogaria, vai?

-Angela, isso realmente não é necessário. Não sei ao certo se eu vou... Bem...

-Por via das duvidas é melhor levar.

-Mas os lingeries...

-Bella, você vai passar quinze dias com Edward. Se por um acaso dormirem juntos você precisa de mais lingeries, não acha? Eu nem escolhi algo muito sexy para você. Agora você tem quatro lingeries, mas de todas eu prefiro a vermelha com cinta liga.

-Quer saber Angela eu vou ligar para o Edward. A companhia dele deve ser menos desconcertante que a sua. –Disquei os números lentamente, não demorou a alguém atender.

-Alô? Edward?     

-Está em Camp?

-Sim, eu estou na casa dos pais da Angela e... Alô? Alô? –Edward desligara. Bem típico dele.

-E então, Bella?

-Acho que ele está vindo.

-Melhor você aguardá-lo na porta. Não seria muito bom se meus pais vissem você sair com um homem. Eles poderiam desconfiar.

-Angela, nem pensei nisso! Se o Edward vier no Volvo e seus pais verem...

-Então vamos logo para lá. –Peguei minhas duas malas, uma média e uma pequena. Os pais de Angela estavam ocupados no quarto arrumando seus pertences no armário.

Fiquei prostrada apenas durante dez minutos em frente à casa, Angela ao meu lado. Edward chegou com janelas fechadas, senti alívio. Edward abaixou um pouco os vidros, jogou o resto do cigarro tragado para fora da janela. Ele deu seu meio sorriso e eu paralisei. Foi Angela que pegou minha bagagem e colocou no banco traseiro.

-Depois nos falamos, Bella.

-Ah claro. Qualquer coisa eu te ligo e ligue-me quando quiser. Obrigada por tudo Angela. Agradeça aos seus pais por tudo.

-Claro. –Entrei no carro de Edward, ele permaneceu mudo. Seguimos para a direção contraria. Quando estávamos um pouco afastados Edward abaixou os vidros. Aspirei o ar marítimo que me envolvia.

-Nossa o clima está ótimo! –Comentei olhando diretamente para ele.

-É. –Ele voltou sua atenção para a pista.

-Sua casa é longe daqui?

-Não.

-Então... Vai responder as minhas perguntas apenas com monossílabos? Isso não é muito típico de um escritor. –Critiquei com um sorriso de zombaria.

-Trabalhei durante a noite inteira no nono livro, acordei alguns minutos depois que você ligou. –Só então havia percebido que a aparência de Edward estava um pouco cansada.

-Pensei que você não quisesse dar continuidade ao seu livro enquanto estivesse aqui.

-Sim, mas não posso evitar em trabalhar quando estou sozinho. Agora que você veio tenho certeza que terei muito entretenimento. –Edward lançou um sorriso malicioso de gelar a minha espinha. Rubra, eu me virei olhando para a paisagem.

-E o seu primo? Causou muitos problemas?

-Não. Ele não contou aos meus pais nem nada do tipo.

-Que pena.

-Você quer mesmo me arruinar, não é Edward?

-Não exatamente.

-Eu pensei no assunto. Se ainda estivermos juntos depois daqui, conto tudo.

-Você fala com um pessimismo! Pensei que eu fosse o cara problemático e pessimista aqui.

-Eu não estou sendo pessimista e sim realista!

-Vamos mudar de assunto, ok?

Bufei.

-Tudo bem.

-E o seu primo? O que ele disse a meu respeito? Ele pode não ter falado nada para os seus pais, mas certamente falou horrores de mim.

-Ele... Ele me deu uns conselhos. Só isso.

-Deixe-me ver... “Deixe Edward Cullen antes que ele a engravide e fuja do país”?

-É por ai. –Edward deu um meio sorriso, mas algo em seus olhos mostrou irritação. Tentei ignorar, eu não estava acostumada com o modo como Edward agia, como se estivesse com ciúme de mim ou algo do tipo. Eu não queria me iludir achando que poderia ser isso. Não quando Edward havia me classificado como “sua propriedade” diante de Jacob.

Chegamos há poucos minutos. A casa de Edward era estupenda, grande, com uma vista incrível para a praia, visto que fora construída em um precipício, e branca. Simplesmente linda! O tipo de casa de praia que você vê apenas em filmes. E a decoração de tão bom gosto que fiquei prostrada em frente à sala durante um tempo.

-Se ficar muito tempo parada criará raízes ai! –Disse Edward zombeteiro. Comecei a caminhar.

-Sua casa é bem bonita, mas é...

-Anormalmente grande, eu suponho.

-Sim. –Repliquei. Ele se aproximou pegando minhas malas.

-Eu irei colocá-las no quarto. Você já almoçou?

-Sim com a Angela e seus pais. Você estava me esperando para almoçar?

-Eu já comi. Venha eu irei mostrar o quarto. –Segui Edward pela grande sala iluminada graças à parede de vidro com vista para o mar. Seguimos por um corredor igualmente branco como a casa, os móveis brancos também. Paramos em frente a uma porta. Edward abriu sem pestanejar. Um quarto relativamente grande. A cama grande, colchas negras, uma decoração simples, porém requintada. Um típico quarto de um homem. Edward adentrou o cômodo colocando minhas malas em frente ao closet.

-Arranjei um espaço no closet para você. Arrume suas coisas aqui se quiser. –Me aproximei de Edward vendo o espaço que o mesmo havia disponibilizado no closet, comprimi meus dentes. Haviam roupas masculinas lá, provavelmente dele.

-Edward, por que suas roupas estão aqui?

-Por que esse é meu quarto. Qual a surpresa?

-ESPERA AÍ! EU NÃO VOU FICAR NO SEU QUARTO!

-Se não ficar no meu quarto... Onde pretende dormir, Bella?

-EM OUTRO QUARTO ORA ESSA! –Estava brava. Não queria que as coisas fossem impostas desse jeito para mim. Eu precisava de preparação e a atitude de Edward guiando-me diretamente para o seu quarto não estava ajudando.

-Bella, eu lamento informá-la, deveria ter dito antes, mas apenas esse quarto possui mobília. Os outros quartos estão vazios. –Será que vi um sorriso malicioso em seus lábios? Verdadeiramente eu ignorei.

-Oh droga! –Agora o nervosismo me dominava.

-Qual é o problema? Já dormimos duas vezes juntos.

-Mas foram circunstâncias diferentes e eu devo acrescentar que foram acidentais. Sabe disso Edward.

-Tudo bem eu não vou forçar a barra. Eu posso dormir na sala então...

-NÃO! –Eu nem sei por que gritei tão alto assim o que havia pensado. Edward sorriu.

-Eu não vou atacá-la se é isso que está pensando. Pode ficar sossegada. Aposto todas as minhas fichas que quem vai me atacar é você. –Ele deixou o quarto. –Tome um banho e se arrume. Vamos sair. –E eu ali, parada, de boca aberta. Estava mais desnorteada do que nunca.

“CARA CONVENCIDO!” - Pensei enquanto desarrumava minha mala. Arrumei meus pertences no espaço que Edward havia arrumado para mim, deixei as peças de lingerie e a caixa de preservativos dentro da mala rezando para que Edward não encontrasse. Peguei tudo o que iria precisar a fui ao banheiro, foi fácil encontrar. E enquanto estava imersa no chuveiro de água morna meu pensamento vagou para um território desconhecido. Eu imaginei... Eu adentrando o aposento, Edward nu deitado na cama, esperando-me. Suas mãos, seus lábios em meu corpo e... AHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! EU QUERO VOLTAR PARA CASA!

Demorei tempo demais no banho, ainda mais tempo arrumando-me. Vesti roupas básicas, mas que eu acreditava que me deixavam bela. Eu o procurei pela casa depois disso, fiquei vislumbrada com o tamanho da mesma. Como Edward havia dito, o único quarto com mobília era o dele. Eu o encontrei deitado no sofá, seus olhos fechados. Só agora havia percebido o quanto ele parecia cansado. Por que sua expressão facial denotava cansaço? O que ele teria feito? Eu me aproximei, mas não cheguei a tocá-lo a fim de acordá-lo. Ele abriu os olhos pondo-se de pé rapidamente.

-Está pronta?

-Estou, mas...

-Mas? O que foi?

-Edward, eu estou um pouco cansada. Eu não consegui dormir no carro enquanto vinha para cá. Poderíamos descansar hoje e a partir de amanhã sairíamos por Camp. O que você acha? E você me parece cansado.

-Eu acabei trabalhando até tarde no meu nono livro. Eu não queria, mas minha distração não estava aqui. –Ele olhou-me. - A propósito eu não a beijei desde que chegou, não é? –Eu corei. Ele puxou-me para seus braços e caímos juntos no sofá grande e confortável. Tentei me ajeitar, mas Edward praticamente me manteve presa com seus braços fortes. Eu o olhei a fim de repreendê-lo, mas o que encontrei foram olhos parecendo famintos.

-Você está... Muito perfumada. –Ele aproximou-se inalando o perfume proveniente do meu pescoço, fiquei paralisada. Eu não sabia como reagir. Mesmo quando seus lábios tocaram fortemente os meus não consegui corresponder. Eu percebi então algo que não queria perceber: eu não estava preparada para um contato mais íntimo com Edward. Ele virou-me deitando em cima de mim, meus pulmões se esvaziaram com seu peso. Ele beijou-me avidamente e, passado o choque, consegui corresponder as suas caricias. Depositei meus braços envolta de seu pescoço, o beijei avidamente. Nossas línguas dançando, explorando o interior da boca um do outro, algo surreal. Suas mãos mantinham-se em minha cintura, ele pareceu se controlar. Talvez não quisesse me assustar. Eu tremia, mas não sabia o porquê. Seria ânsia ou resignação? Eu não sabia. Com Edward ao meu lado tudo era às avessas. Separamo-nos apenas alguns centímetros para recuperar o fôlego.

-Esta tremendo. –Ele disse plácido, olhando fixamente para meus olhos. –Está com medo? –Suas mãos ainda em minha cintura, meus braços envolta de seu pescoço e seu corpo taciturno comprimindo-me no confortável sofá.

-Não é nada. –Falei tentando ser o mais convincente possível. Mais cedo ou mais tarde esse dia chegaria, eu não iria mais me acovardar. Edward sorriu.

-Você é uma péssima mentirosa Bella. Ai está você, com medo de que eu a toque. –Ele sentou-se no sofá deixando-me ali sem saber o que fazer. Eu me sentei ao seu lado, profundamente rubra.

-Edward... –Murmurei tentando pensar em algo coerente para dizer. Como iria explicar meus anseios a ele, meus temores se eu nem mesmo os conhecia?

-Tudo bem. Eu nunca lhe dei com uma virgem, tenho que aprender. Tudo há seu tempo Bella. Ainda temos praticamente quinze dias. Só espero poder me controlar. –Segurou moderadamente meu queixo para depois levantar-se. –Vou tomar um banho e descansar. À noite podemos jantar em algum lugar. Deveria descansar também. –Ele moveu sua mão até mim. –Vamos dormir um pouco. –Eu me encolhi com suas palavras como a covarde que sou.

-Ah Edward não precisa se incomodar! Eu estou cansada, mas não quero dormir. Vá descansar. Eu vou assistir televisão para me distrair. –Sorri. Edward mostrou aborrecimento.

-Você que sabe. –Mostrou descaso enquanto seguia para o quarto. Suspirei. Eu não conseguia ser tão corajosa como pensava.

Adentrei timidamente o quarto. Edward havia tomado um banho, estava deitado em sua cama usando apenas uma calça moletom cinza. Enrubesci. Mesmo fazendo certo barulho para entrar, ele não se moveu. Não tinha dúvidas que estava dormindo. Aproximei-me cautelosa. Não resisti. Não resisti a deitar ao lado dele, daquele homem incrivelmente belo e adormecido. Seu rosto tão sereno como de uma criança. Eu me deitei ao seu lado tomando cuidado para não acordá-lo. A janela aberta, estava frio. Edward estava parcialmente embrulhado com o peito desnudo. Como era bom estar próxima, o suficiente para ouvir as batidas altas de seu coração, sentir seu cheiro, seu calor. E as idéias que tentei afastar tomaram-me. Edward dormindo. Eu retiro a roupa e o acordo para um mundo de prazeres... Como eu queria ser a Bella de minha imaginação!

Tive de me contentar, como a covarde que estava sendo, a apenas ficar próxima a ele olhando a face de querubim. O desejo de tocá-lo fora contigo. Eu apenas fitei seu rosto durante longos minutos. Perdi-me em sua formosura. Eu não percebi a passagem do tempo. Só percebi o quão tarde era quando Edward fez menção de acordar. Levantei bruscamente da cama. Tentei passar pela porta.

-Aonde vai... Bella?

-Edward, eu... Você acordou? –Ele sentou-se na cama. Olhou o relógio digital em cima da cabeceira da cama.

-Eu dormi. Você conseguiu descansar?

-Eu não dormi. Como disse a você não estava com vontade de dormir. Então... Eu vou me arrumar para sair. Aonde vamos? Eu devo alertá-lo que não tenho roupa para ir a um lugar muito caro.

-Não se preocupe. Vamos a um lugar bem jovial, portanto não há necessidade sequer de mudar de roupa.

-Eu posso não mudar de roupa Edward, mas eu tenho que domar um banho e desamassar minha cara. Você também vai fazer o mesmo, não é?

-Sim. –Peguei meus pertences e sai rapidamente para o banheiro. Demorei menos tempo para tomar um banho e estar pronta. Edward entrou depois de mim. Fiquei na sala vendo televisão enquanto o esperava.

A visão de Edward fora de tirar o fôlego. Uma calça jeans branca e uma camisa colada ao corpo azul marinha. Esqueci como respirar.

-Bella? –Ele olhava-me a princípio curioso, mas depois com uma expressão divertida.

-Ah é mesmo vamos! –Segui para a porta. Edward a abriu fechando a porta assim que passei. E como Edward havia dito fomos a um restaurante na beira da praia bem simples. Suspirei aliviada. Só depois que o nervosismo voltou. Eu pensei: e depois que sairmos daqui?

“Acalme-se Bella!” - Eu gritei para mim mesma. Fizemos os pedidos, estava tão absorva que não notei algo que me desagradou: a garçonete estava olhando com malicia para Edward. A fim de manter minha sanidade mental tentei ignorar... Apenas... TENTEI!

-O que foi? –Era Edward. O olhei raivosa. –Com raiva de algo?

-CLARO QUE NÃO! –Cara, eu estava queimando! Será que aquela desqualificada não me via a frente de Edward? Tentei conter a animosidade que faiscava pelos meus olhos. Não queria que ele percebesse o quanto estava me consumindo de ciúme. Recompus-me.

-E então o que vamos beber?

-Refrigerante para você e vinho pra mim. –Ele entregou o cardápio. –A não ser que você queira beber. –Ele olhou-me.

-Não seria má idéia. –Eu disse. Não seria má idéia me embriagar e fazer amor com ele. Eu nem saberia o que estaria fazendo. Talvez fosse até me ajudar a ficar mais solta.

-Você é menor para beber. Além do mais, eu a quero bem disposta hoje. –O que Edward quis dizer com aquilo? E aquele sorriso travesso no rosto? Comecei a suar. Nem senti a comida entendo em meu organismo quando os pedidos chegaram. O que eu faria? O que diria a ele? Será que ele me acharia ridícula usando um lingerie? Eu estava pirando! Meu estômago embrulhou, ainda sim eu consegui comer. Edward parecia alheio a tudo. Bem... A atendente estava nas proximidades, secando-o. Aquilo estava me enojando! Será que Edward me daria um beijo agora se eu pedisse? Queria ver a vadia olhar.

-Então... Nenhum problema com seus pais?

-Não. Eles confiam muito em mim. É uma pena que estou traindo essa confiança. –Tentei conter meu aborrecimento quanto a isso.

-Se tivesse dito a verdade a eles não precisaria passar por isso.

-Como se meus pais fossem me deixar vir para cá com você! Edward, eu tenho dezesseis e não vinte e um. Eles podem me impedir.

-Bem... Como eu perdi meus pais cedo não sei ao certo como é ser controlado.

-Não teve ninguém para frear você?

-Ben sempre teve uma mentalidade séria. Ele segurou as pontas enquanto pôde.

-Mas... Não teve ninguém mais velho para olhar por vocês?

-Teve Calisle, grande amigo de meus pais e nosso tutor. Ele era muito ocupado, mas se fazia presente. Ele disse que não iria intervir em nossa vida, mas ficaria vigiando.

Eu analisei suas palavras. Era a primeira vez que Edward falava tão abertamente sobre si, mas sabia que ele nunca saciaria completamente minha curiosidade. E quando me dei conta já havíamos jantado. Estávamos saindo do restaurante. Senti alivio por não ver a garçonete novamente, aquela que queria comer o MEU Edward com os olhos! “Meu Edward”? Por Deus, estou ficando psicótica!

-Algum lugar que queira ir antes de retornarmos? –Edward perguntou enquanto pegava minha mão. Aqui, em Camp, nenhum de nós temia ser pego por alguém conhecido, especialmente eu. Olhei abobadamente nossas mãos entrelaçadas. –Bella, eu estou falando com você.

-Ah, desculpe, eu... Estava distraída.

-Quer ir para algum lugar?

Então pensei: indo para algum lugar adiaria o inevitável. Só precisava de mais tempo para me preparar.

-Tudo bem. –Sorri. –Mas você não está cansado?

-Não se preocupe Bella, minhas energias foram completamente recarregadas por ter dormido à tarde. –Edward falava calmamente, mas mantinha um meio sorriso nos lábios. Então eu pensei o que Edward disse e o que Edward verdadeiramente queria dizer. O que ele disse:

“Não se preocupe Bella, minhas energias foram completamente recarregadas por ter dormido à tarde.”.

E o que ele verdadeiramente queria dizer é:

“Tenho muita energia então nem pense que vai me cansar se me fizer dirigir a noite inteira! De hoje você não escapa! MUAHAHAHAHAHAHA!”.

Tudo bem a risada maléfica ele não faria, tudo obra de minha mente mais do que perturbada. Fomos para uma pequena praça em frente à praia, o local estava lotado. Edward olhou com desgosto toda aquela movimentação.

-Não gosta de locais cheios de gente, eu suponho.

-Não.

-Mas você costumava ir para lugares agitados com suas antigas companhias. Por que isso agora? –Então olhei para sua expressão sentindo a curiosidade me queimar como carvão em brasa.

-Eu não queria dizer a elas para ficarmos em um local completamente isolado. Elas pensariam isso como algo ultra-romântico e se iludiriam. –Pensei atentamente nas palavras de Edward. Seus gostos ele deixava transparecer para mim sem problemas. Talvez isso fosse um forte indício de que eu não era pouca coisa em sua vida. Senti uma enorme satisfação com as conclusões que encontrei. Ficamos sentados em um banco um pouco afastado da multidão. Olhávamos, ou melhor, ouvíamos o mar. Naquela escuridão não dava para ver nada. Apesar de usar um casaco relativamente grosso feito com lã senti calafrios. Edward puxou-me e me abraçou, seus olhos fixos no mar. Eu não me permiti pensar em nada. A sensação de que estava no paraíso me assaltou de tal forma que pensei em sugerir para irmos o quanto antes para casa.

-Então fale um pouco sobre você, Edward.

-Sobre mim? Por quê?

-Ora por que eu sou sua namorada e não o conheço tão bem!

-Não tem nada sobre mim de tão importante. Fale-me sobre você.

-A minha vida é o mais completo tédio. Não vai querer escutar coisas típicas de adolescente, vai? – Edward sorriu.

-Acho que não falará nada sobre você deliberadamente. Então me permita fazer uma pergunta.

-Pergunta? -Definitivamente não sabia se iria gostar da situação a seguir. Edward olhou-me e atirou a pergunta antes que eu sequer decidisse se seria prudente responde-la.

-Seu primo Jacob gosta de você, não é? –Ele não olhava mais para mim e sim para o mar, ou para a escuridão que nos cercava.

-Sim.

-Está feliz com isso, Bella?

-Não.

-Por que não? Pensei que qualquer garota se sentiria envaidecida.

-Eu não posso corresponder aos sentimentos de Edward. Eu quero que ele seja feliz e não que... Que ele espere por um erro.

-E que erro seria esse? Que eu a largue e ele venha consolá-la?

-Sim.

-Entendo. E você?

-Eu o que, Edward?

-Corresponde aos sentimentos dele? –Definitivamente eu estava me arrependendo de ter aceitado que Edward fizesse alguma pergunta.

-Por que isso agora Edward?

-Curiosidade. Então... Vai responder ou não?

-Eu já gostei de Jake, mas eu não achava que tinha chances então eu enterrei esse sentimento.

-Se ele tivesse dito algo antes de estarmos juntos... Você estaria com ele.

-Sim. Muito provavelmente. E você ? Já se apaixonou perdidamente por alguém? –Em fim a pergunta de um milhão de ienes!

-Sim. –Meu coração tripudiou. –E minha mãe soube disso antes de morrer. –MÃE? Tá, tudo bem eu admito que eu queria que ele dissesse meu nome.

-Entendo. Eu gostaria muito de ver a cena. Você sem essa carranca ou essa cara maliciosa olhando com amor para alguém. –Ri ironicamente. Edward virou-se e me olhou. Nunca havia visto tanta intensidade em seu olhar como agora. Ele claramente queria dizer algo para mim, mas apenas o olhar dizia e eu não era boa em interpretações oculares.

-O que? –Eu perguntei sentindo o coração saltar em meu peito.

-Vamos para casa. –Ele disse se levantando e erguendo a mão para pegar a minha. Prontamente capturei sua mão enquanto caminhávamos silenciosos. Experimentei durante um curto tempo não sentir nada, nem nervosismo, nem euforia. Apenas apreciei a brisa marítima e a companhia sem igual de Edward. Desliguei-me de meu corpo. Mas voltei à realidade quando estávamos em frente à porta da sala.

-Chegamos rápido, né? –Já estava hiperventilando. E meu comentário pareceu fazer com que Edward prestasse mais atenção em mim e em como estava nervosa.

-E então? Gostou do jantar?

-Sim. Temi que você me levasse em um restaurante chique. Eu não gosto de ambientes muito requintados.

-Eu percebi. –Ele sorriu. –Tomarei um banho. Você...

-Ah, Edward eu tenho que ligar para meus pais! Tomo banho depois de você, tá? –Sorri nervosamente. Edward pareceu suprimir uma gargalhada.

-Tudo bem Bella, mas se você mudar de idéia e quiser me fazer companhia... –Ele deu seu estonteante meio sorriso e seguiu para o banheiro. Estremeci fortemente. Ouvi o barulho de Edward adentrando o banheiro. Segui rapidamente para o quarto, tinha pouco tempo para separar tudo o que iria utilizar.

-Então... Qual lingerie eu uso? –Tinha quatro opções: a lilás, a azul-marinho, a verde-água e a vermelha. –Eu não gosto de verde-água, a azul-marinho está muito simples, a lilás está legal, mas... É, vai ser a vermelha. –Suspirei. Peguei todos os produtos que precisaria: gloss labial, hidratante, perfume, etc. Peguei um hobby de seda branca para me cobrir e revelar apenas em última hora. Ouvi o barulho na porta do banheiro.

-DROGA! –Peguei apressadamente meu celular e as coisas que tinha separado. Deixei escondido na sala todos os meus pertences. Vi apenas a silhueta de Edward vestido com um roupão azul marinho.

-Bella? –Ele chamou.

-Eu estou tentando ligar para meus pais. –Murmurei.

-Estou aguardando você no quarto. –Choques elétricos percorrendo meu corpo. Estou perdida! Aproveitei para fazer uma ligação. Não demorou para meus pais atenderem.

-Alô? Mãe?

-Oi minha filha! Liguei para você, sabia?

-Desculpe por não atender. Como a senhora e o papai estão?

-Estamos bem tendo nossa trigésima lua-de-mel ou algo assim. Papai disse que te ama e que está com saudades.

-Eu também o amo e sinto saudades, de vocês dois.

-Como foi seu dia minha filha?

-Divertido, mas nós só saímos para jantar. Vamos sair amanhã de manhã.

-Ligue-me todos os dias está bem?

-Pode deixar mãe. Bem eu vou ter que desligar. Está tudo bem aqui, tá?

-Tudo bem. Beijos meu amor, amo você. –Eu poderia ter descrito com detalhes, tirando a parte que Edward era minha companhia, para minha mãe, mas eu sabia que só estaria adiando o inevitável. Rumei para o banheiro levando as coisas que havia separado. Meu banho fora demorado, claro. Um ritual cuidadosamente planejado.

Cheguei a cogitar a possibilidade de dormir na banheira onde meu corpo estava, assim não precisaria fazer nada com Edward, mas não queria acordar com a pele como um maracujá de gaveta e resfriada. A água morna com a qual me banhei não aplacou em nada meu nervosismo.

“Ora vamos logo Bella! Você é uma mulher ou um rato?” - Pensei. –“Eu não sou um rato, SOU UMA RATAZANA! AHHHHHHHHH!” - O stress atingindo níveis catastróficos. Sai lentamente da banheira recomeçando meu ritual, havia muito a fazer. Nem sei quanto tempo foi preciso para me perfumar adequadamente, ou o tempo que levei para perceber o quão ridícula ficaria com aquele lingerie.

-Aposto que Edward está acostumado a encontrar mulheres vulgares que usam este tipo de lingerie. Talvez seja melhor não usar nada, cobrindo-me apenas com o hobby. Em fim optei pela utilização apenas do hobby, assim os preliminares que Edward certamente faria não seriam tão lentas e tudo ocorreria mais rápido. Sai do banheiro e parei em frente à porta do quarto, ouvi um ruído, Edward poderia estar usando seu laptop. Suspirei pesadamente até correr para a sala.

-Só preciso de mais um tempinho. –Murmurei já sentindo o cansaço do dia que tive se abater sobre mim. Peguei uma revista, ler poderia aplacar um pouco o nervosismo que me dominava mais e mais. E como um aviso de que minha tentativa de fuga mental não daria certo, sempre que eu pegava uma revista no porta-revista de Edward eu lia uma matéria sobre sexo. Que coisa! Onde estão as matérias políticas ou sociais? Nunca havia parado para ler tais matérias, mas agora sentia falta disso. Joguei as revistas, cinco no total que folheei, para o lado.

“Será que eu deveria ter lido algo naquele livro Kama Sutra que a Angela comprou pra mim? Acho que me lembro de uma ou duas posições nas figuras.” - Balancei pesadamente a cabeça. Do jeito que estava nervosa seria capaz de quebrar uma vértebra tentando copiar alguma posição do livro Kama Sutra. Recostei-me ainda mais no sofá tentando pensar coerentemente, planejar o que faria.

Os dedos deslizavam suavemente pelo teclado do laptop. Edward acabou por visualizar o horário, onze e quarenta e sete da noite.

-Bella? –Murmurou. Desligou rapidamente seu notebook, saiu a passos lentos do quarto. A principio, verificou o banheiro, mas este estava vazio. Fora em direção a sala estranhando o silêncio sepulcral do lugar. Foi lá que a encontrou, adormecida no sofá. Sorriu. Bella estava encolhida devido ao frio, as bochechas levemente rosadas, um perfume inebriante a envolvia. Aproximou-se da jovem tomando cuidado para não despertá-la. Pegou-a delicadamente nos braços, Bella murmurou algo, mas não acordou. Seguiu para o quarto, onde a depositou na cama, embrulhando-a com o grosso cobertor. Olhou-a durante longos minutos a face serena e bela. Aconchegou Bella melhor em seus braços e não demorou a adormecer junto a ela.


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Notas finais do capítulo

Deixem revies o/
aumentem minha popularidade o/
me amem o/
hehehehe sacanagem XD