Não é mais Um Romance Literário escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 28
Capítulo 28




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Não conseguia raciocinar, talvez o oxigênio não estivesse chegando corretamente a minha cabeça. Em um surto de adrenalina consegui me mover.

-Edward... VEM! –Peguei sua mão impaciente, guiando-o para meu quarto. Edward não se opôs o que me encheu de alívio. Entrei rapidamente em meu quarto e trancando a porta atrás de mim.

-Você fica aqui e em seguida pode sair pela janela. –Eu disse.

-Por quê? Não acha que já está na hora de acabar com a palhaçada? –Ele parecia aborrecido. Jamais imaginei vê-lo daquele jeito parecendo ansioso para ser apresentado aos meus pais.

-Eu preciso de tempo. Além do que, por que parece tão ansioso para que eu o apresente a meus pais Edward? Logo você que a pouco me chamou de “brinquedo”? –Seu rosto endureceu. Experimentei sentir satisfação pelas minhas palavras, eu não estava errada.

-Faça como quiser. –Ele murmurou indo se deitar em minha cama.

-Só saia quando eu disser que é seguro. –Disse um pouco antes de deixar o quarto. Meu pai já me chamava na sala.

-Oi pai. Oi mãe. –Peguei trêmula o avental, colocando-o, enquanto me encaminhava para o balcão.

-Está cozinhando Bella? –Perguntou minha mãe indo até o meu lado.

-Sim. macarronada. Vocês devem estar famintos depois de um dia exaustivo na universidade. Sentem-se e vamos comer. –Meus pais não esperaram para jantar, pareciam famintos.

-Ora filha, venha comer também. Sua comida está gostosa. –Disse meu pai sorridente. Eu os acompanhei e me forcei a comer, mas meu estômago estava inquieto demais. Queria poder subir para meu quarto e despachar Edward, mas estava apreensiva demais para me mover. Sei que se por um acaso decidisse diante de meus pais, ir para o quarto, meu corpo denunciaria meu nervosismo. Depois de jantar...

-Nossa estou me sentindo um pouco cansada. Vou dormir cedo. Boa noite pai e mãe. –Os beijei na bochecha e sai sem mais delongas. Ao passar pela porta do meu quarto rapidamente a tranquei. Eu o vi deitado em minha cama na mesma posição de outrora. -Edward está tudo bem. Você pode ir agora. –Ele não se moveu. Apreensiva, eu me aproximei sentando na cama. -Hei Edward estou falando com você! –Eu o remexi a fim de acordá-lo, nada. Aparentemente ele estava adormecido. Aproximei-me de seu ouvido.
-Edward... –Eu sussurrei. –Acorda. Você precisa ir antes que... AI! –Edward remexeu-se bruscamente puxando-me para o colchão e em contrapartida abraçando-me. Senti-me compelida em seus braços que, apesar de estar adormecido, possuíam força para me manter imóvel. Eu sei o que deveria fazer. Deveria ser mais enérgica com ele e expulsa-lo do meu quarto o quando antes, mas não consegui. Não vendo-o dormir tão tranqüilo com o rosto similar a um anjo.

Ah como ele era belo! E a sensação de tê-lo próximo era prazerosa. Meu coração palpitava mais forte, minha respiração ofegante. Meu corpo todo demonstrava vida enquanto ele estava aqui em meus braços. Eu o puxei lentamente aconchegando-o melhor, sua cabeça repousava na curva de meu pescoço. Acariciei a face angelical inalando-o o doce aroma que vinha de seu corpo. E então de súbito eu sussurrei em seu ouvido:

-Edward o que é que eu vou fazer? Cometi um grande erro amando você. –Dizer aquela frase foi difícil, meu peito se encheu de dor. Tão logo adormeci ignorando o perigo que Edward representava estando em uma posição tão íntima comigo.

O despertador soou forte, machucando meus ouvidos. Levantei meio débil pegando-o e o silenciando. Olhei o horário e senti perder o fôlego, eram oito da manhã.

-Droga! Jacob! –Levantei-me apressada. Ás nove, Jacob viria para me buscar, teríamos um dia para nós dois. Uma espécie de agradecimento por ter cuidado dele. Apesar da pressa me consumindo, consegui me arrumar rapidamente e com esmero. Uma saia azul de pregas, uma camisa branca de botões, um casaco leve por cima da cor da saia. Presilhas prateadas enfeitavam meu cabeço preso em um pequeno rabo de cavalo. Estava bonita. Calcei meus sapatos brancos fechados e, após pegar minha bolsa, segui para a cozinha.

-Agora é só comer algo e... AHHHHHHHHHHHHHH! –Cai para trás.

-Nossa, desse jeito vai acabar morrendo. –Ele falou zombeteiro. Era Edward, preparando algo na cozinha. Levantei-me rapidamente.

-EDWARD! O QUE ESTÁ FAZENDO AQUI? –Minha voz rouca, olhava para todos os lados sem, felizmente, encontrar meus pais.

-Não se preocupe Bella. Eles já saíram. Estou fazendo seu café. Panquecas. Gosta? –Agora arrumava a mesa para um café a dois, preparado por ele mesmo. Eu o olhei, estarrecida. –Não vai se sentar? –Perguntou enquanto tirava o avental sentando em uma das cadeiras da pequena mesa. Sentei-me lançando um olhar desconfiado para ele. O que afinal ele estava pretendendo fazer?

-Pensei que tivesse ido embora quando acordei.

-Resolvi esperar você acordar. E então vai comer ou não? –Ele olhava-me com impaciência. Peguei a panqueca retalhando-a com a faca e comecei a comer os primeiros pedaços.

-Isso aqui está bom. Não sabia que você cozinhava.

-Perdi meus pais muito cedo. Tive que me virar. –Ele falou casualmente enquanto sorvia suco preparado por ele mesmo. Definitivamente Edward era uma caixinha de surpresas para mim. Senti a curiosidade pulsando em meu corpo. Havia tantas coisas sobre Edward que desejava saber, mas me contive.

-Por que está arrumada Bella? Pretendendo sair?

Havia me esquecido: não tinha contado a Edward que pretendia passar o dia com Jacob. Puxei fortemente o ar para meus pulmões.

-Jacob, como forma de me agradecer por ter cuidado dele, convidou-me para passar o dia com ele hoje e eu aceitei. –Falei rapidamente, mas acredito que Edward ouviu cada palavra. O observei atentamente vendo seus dedos se flexionarem com mais força entorno dos talheres ainda em suas mãos.

-Entendo. Divirta-se. –Talvez eu tenha notado certo cinismo em suas palavras, mas ignorei tal fato.

-Não está chateado?

-Você faz da sua vida o que quiser, não me importo. –Novamente sendo frio comigo, suspirei. Eu não sabia que Edward poderia ser tão infantil, mas estranhamente gostei de seu comportamento. Seria isso ciúme? Uma onde de contentamento atingiu-me.

-Tudo bem então. Eu passarei o dia com o Jacob. Então é melhor você ir. Eu também já estou de saída.

-Eu levo você.

-Quê?

-Levo você até a casa do seu primo. Passamos rapidamente no hotel para que eu me troque. Eu vou ter de ir até a editora hoje. –Olhei abismada para Edward.

-Tudo bem. Avisarei a ele que irei para lá. –Peguei meu celular em minha bolsa, liguei para Jacob. Ele pareceu não aprovar muito a idéia de ir até a casa dele, achou desnecessário. Consegui convencê-lo. Só quando já estava no carro de Edward me arrependi. E se Edward tentasse algo como, por exemplo, ser visto por Jacob? Seria algo muito desagradável para mim e para meu primo. Agora era tarde. Nós já estávamos no hotel.

-Fique aqui. Eu vou tomar um banho rápido e me arrumar.

-Não demore Edward. –O alertei sentando no sofá e pegando uma revista qualquer afim de distração.

Quando, depois de alguns minutos, Edward veio até mim meu pulmão ficou temporariamente sem ar. Ele sempre foi belo, mas era a primeira vez que via-o usando vestes não tão formais. Usava uma camisa de botões azul celeste dobrada até o cotovelo, jeans azul escuro e sapatênis branco. Uma visão aterradora. Ele estava tão jovial! Agora podia ver algo que até então eu não havia percebido, ele tinha uma tatuagem com formas tribais no pescoço. Nunca havia percebido isso até então. Não que a tatuagem não estivesse visível, acho que apenas não consegui tirar meus olhos de outra parte que não fosse seu rosto. Edward deu um meio sorriso ao ver-me fitando-o abobalhada.

-O que foi?

-Você... Você fica bem com essa roupa. –Falei quase aos sussurros.

-Você acha? Não faz meu estilo, mas é bom mudar um pouco em ocasiões especiais.

-Ocasiões especiais? Para onde você vai Edward? Você disse que iria até a editora.

-Eu menti. –Ele veio até mim pegando minha mão. Fomos silenciosos até o estacionamento. Eu fiquei tensa, para não dizer furiosa. Edward escondia algo de mim e isso não me agradava. Em fim eu abri a boca quando já estávamos saindo do hotel.

-Para onde você vai Edward?

-Também terei um encontro.

-Sério? Com quem? –Agora a irritação estava presente em minha voz, foi algo que não consegui controlar. Edward deu um sorriso discreto.

-Não precisa ficar com ciúme. Eu sairei com a minha namorada.

-Sua namorada? HEI! SEU IDIOTA QUEM É ESSA QUE VOCE CHAMA DE NAMORADA? –Ele pegou meu rosto movendo-o para o espelho retrovisor entre nós.

-É você. –Fiquei pasma. Edward soltou delicadamente meu rosto voltando sua mão para o volante.

-Edward, que palhaçada é essa que você falou?

-Nós ainda não tivemos um típico encontro entediante que namorados tem. Achei que hoje seria um dia perfeito.

Então eu havia entendido tudo. A irritação tomando-me de forma ameaçadora.

-Edward Cullen pare AGORA MESMO esse carro.

-Por que deveria? Eu sou seu “namorado”. Tenho direitos sobre você. Isso inclui tê-la como companhia sempre que eu desejar.

-ABRA A PORCARIA DA PORTA! –Tentei abrir a porta, nada. Apenas Edward estava próximo do comando para abri-la.

-Lamento Bella, mas isso não será possível. Você tem permissão para ligar para seu primo e avisá-lo que não estará disponível hoje se quiser.

Minhas mãos tremendo pelo ódio que sentia e pela prepotência que Edward agia diante de mim. Peguei o celular.

-Eu vou ligar para a polícia isso sim!

-Você me ameaçou ontem e não ligou.

-Agora é diferente. E eu posso acusá-lo de aliciamento de menores sabia? Eu tenho dezesseis e você tem vinte e três. –Sorri diabolicamente. Sim, eu era capaz de um ato tão estremado como esse. Edward foi rápido, logo meu celular estava em sua mão.

-ME DEVOLVE ISSO!

-Nem pensar. Sou novo e bonito demais para ser preso. Sabe quantos homens carentes habitam a prisão?

-TÔ POUCO ME LIXANDO! DEVOLVA-ME! –Meu celular toca, Edward o atende.

-Alô? –Eu o ouço falar, desnorteada. –Ah, olá Jacob! Lamento, mas Bella não está disponível hoje. Marque outro dia com ela. –Ele falou zombeteiro. Estremeci. Estava simplesmente atônica.

-ME DÁ O MEU CELULAR SEU IDIOTA! –Consegui arrancá-lo das mãos de Edward que ria quase sadicamente. –Alô?

-Bella, onde você está nesse momento? –A voz de Jacob era dura.

-Eu não sei para onde ele está me levando. Acho que para o parque. –Olhei para Edward ameaçadoramente.

-Escute Bella: Quando você estiver no parque ligue-me dizendo exatamente onde está. –Jacob desliga. Ele devia estar furioso. Nunca tinha ouvido sua voz alterada daquele jeito. Guardei o celular e cruzei os braços a frente do meu corpo bufando. Definitivamente eu queria matar alguém.

-Não fique aborrecida. Considere isso uma honra. E não teremos outra chance assim por que estarei muito ocupado com alguns trabalhos. É bem provável que nos vejamos apenas hoje para depois nos vermos em Camp.

-Isso se eu for para Camp com você babaca! –Falei áspera, ele apenas ria.

-Ah! Você vai sim senhorita Swan! Aposto tudo o que tenho por essa afirmação! Vamos, faça uma cara melhor, vai ser divertido. Vamos ao parque ou a outro lugar se desejar. Particularmente não sei bem o que casais estúpidos fazem em encontros normais. –Eu o ignorei. Estava consumida pela raiva. E agora o que aconteceria? E se Jacob ficasse em pânico pelo meu sumiço e acionasse a polícia? Edward parecia alheio a tudo. Então enquanto este dirigia despreocupado eu o observei de esguelha. Ele estava inegavelmente belo, muito mais jovial. E seu semblante parecia mais suave, mais relaxado. Dei um pequeno sorriso. Já havia fantasiado com coisas assim. Eu e Edward em um encontro típico de namorados idiotas como ele mesmo diria. Edward mostrando-me ao seu lado sem pudor. E então eu pensei em algo: Edward mostrava-me sem demonstrar preocupação, mas eu o escondia de todos. Isso devia machucá-lo de certa forma. Um mal estar me atingiu. Percebi que estava sendo injusta com ele. Se eu estivesse em seu lugar odiaria que ele não me revelasse aos familiares e amigos. E enquanto estava perdida em pensamentos sufocantes havíamos chegado ao parque de diversões.

-Chegamos. Espero que não tente nada idiota como fugir de mim como se eu fosse um monstro. –Ele deu aquele meio sorriso adorável e eu só conseguia pensar em como tinha falhado com ele.

-Vou me comportar. –Eu sorri. Edward pareceu surpreso com meu ato. Saímos do carro e ele, como era de se esperar, pegou minha mão.

-Então... Em qual brinquedo deseja ir?

-Ah Edward, escolha você! –Comentário errado para se dizer. Edward sorriu diabolicamente. Agora havia percebido o grave erro que cometi ao dizer a ele para escolher os brinquedos.

-Respire Bella. –Havíamos acabado de sair da montanha-russa. Era o quinto brinquedo enjoativo que entrei. Minha cabeça girava mais do que qualquer coisa ao meu redor. –Você está bem? –Suas mãos em minhas costas. Eu estava curvada tentando espantar o enjôo.

-Eu vou sobreviver, mas sem brinquedos giratórios, por favor. –Minha voz nunca soou tão implorativa. Ele sorriu.

-Tudo bem. –Ergui meu corpo e tentei dar um passo, não consegui. Teria caído no chão se Edward não fosse rápido o suficiente e me agarrado. Agora eu estava em seu colo sendo levada para um lugar. Estava tão desorientada que nem consegui abrir os olhos ou perguntar para onde estava sendo conduzida. Então ouvi vozes, havíamos subido em algo e logo Edward estava sentado comigo em seu colo. Abri os olhos.

-Melhorou?

-Mais ou menos. Onde estamos?

-Na roda gigante.

-EDWARD! EU VOU ACABAR VOMITANDO! –Disparei de seu colo, mas Edward puxou-me para o mesmo lugar.

-Esse brinquedo quase não se move Bella. Não precisa se preocupar. Agora fique parada, o mal estar vai cessar. –Então me aconcheguei melhor nos braços quentes e fortes de Edward. Suas mãos, entorno de mim, comprimindo-me em eu corpo, sua cabeça um pouco acima da minha. Sentia-me como um bebê. Suspirei de contentamento. Aquela era uma sensação incrível! Aproximei meu rosto da curva de seu pescoço aspirando lentamente o perfume que Edward exalava, um perfume inebriante eu devo dizer. Senti o corpo de Edward um pouco rígido, acho que ele estava incomodado com minha respiração quente em seu pescoço, mas como ele não protestou permaneci ali.

-Por sua culpa terei muito que explicar para Jacob. –Murmurei com os olhos fechados.

-Se você me assumisse, não teríamos esse problema.

-Só preciso de tempo Edward. Acho que vou assumi-lo depois de Camp Pendleton North.

-Você ACHA? –Ele me pareceu irritado.

-Convivendo um pouco com você saberei se vale à pena ter algo sério com um romancista playboy como você. –Sorri.

-Pessoas mudam Bella. –Ele falou em um tom de repreensão.

-E você mudou Edward?

-Ainda não. –Nos olhamos e sorrimos. Os olhos de Edward, tão brilhantes, fixos nos meus. Ele aproximou-se de meu rosto.

-Ainda com raiva pelo que fiz?

-Eu não deveria estar com raiva e sim furiosa. Você não tem idéia dos problemas que me arranjou.

-Eu confio na sua capacidade de sair dos problemas Bella. Tem sido sempre assim desde que nos conhecemos, não é? –Ele falava e senti um clima nostálgico nos envolver.

-Verdade. E você como sempre agindo impulsivamente. Por Deus Edward! Você ainda vai morrer fazendo essas tolices!

-Eu sobrevivo. –E então nossas respirações começaram a mesclar-se. E logo os lábios de Edward cobriam os meus com urgência. Meus braços o envolveram pelo pescoço e suas mãos puxavam-me possessivamente de encontro ao seu peitoral definido escondido pela camisa. Quando senti a necessidade de ar nos afastamos.

-A roda gigante parou. –Eu balbuciei ainda confusa pela falta de ar.

-Vamos. Consegue andar? –Ele perguntou colocando-me no chão.

-Sim. –E passamos a caminhar saindo da roda gigante. As mãos de Edward, tão quentes, seguravam as minhas. Foi então que ouvi um barulho em minhas costas.

“Meu celular.” - Pensei largando de súbito as mãos de Edward.

-O que foi?

-Edward, eu vou ao banheiro. Espere-me aqui, ta?

-Vai logo. –Sai às pressas. Eu sabia que deveria ser Jacob. Entrei no banheiro, estava vazio. Peguei o telefone, só notando agora que havia varias chamadas dele. Eu o atendi.

-Alô?

-Onde você está Bella?

-No parque, mas logo irei embora daqui.

-Diga ao Cullen para irem ao cinema. Quando eu der um toque para o eu celular você vai até o hall onde compramos os ingressos. Está me ouvindo?

-Jacob, olha... Eu estou bem. Marcamos para sair outro dia, ta? Está tudo bem, eu não fui seqüestrada nem nada do tipo como pareceu e...

-Isabella, quando eu lhe der um toque faça o que estou dizendo. Caso o contrário ativo a polícia, ou ligo para seus pais. Você escolhe. –Estremeci. Não queria ver Edward envolvido em nenhum tipo de escândalo, embora eu o tenha ameaçado. Antes que pudesse protestar Jacob desligou. Fiquei parada olhando para minha cara de horror no grande espelho do banheiro.

-O mal estar passou? –Vi Edward ao meu lado.

-SEU LOUCO! ISSO AQUI É UM BANHEIRO FEMININO!

-Não tem ninguém aqui Bella. Deixe de drama. Vamos logo. –Ele pegou minha mão e saímos em direção ao estacionamento.

-Quer ir a outro brinquedo?

-Isso é uma piada Edward?

-Não. –Ele sorriu. –Aonde quer ir?

-Cinema. –Eu não tinha certeza de como agir. A princípio, pensei em contar a Edward as prevenções de Jacob, mas se bem que no conheço, Edward ignoraria e até ficaria feliz com as atitudes de meu primo. Permaneci calada alheia a tudo a minha volta. O que eu faria? Não queria ver Edward e Jacob se digladiando. O desespero tomando conta de mim enquanto os minutos iam passando.

-Bella? Que filme você quer ver? –Só então acordei de meu devaneio notando que estávamos na fila para comprar os ingressos do filme.

-Escolhe você.

-Melhor não. Você disse isso no parque e por culpa dos brinquedos que escolhi quase vomitou. Escolha você o filme. Serve um de comedia romântica? Mulheres gostam disso não é?

-Sim. –Balbuciei. Edward comprou os ingressos.

-Bom dia senhor Cullen! Que filme deseja ver? –Falou a simpática atendente. A mulher estava quase babando por ele.

-Aquele. –Edward apontou para o filme, nem consegui ver o titulo, mas pelo cartaz devia ser romântico. A mulher olhou-me atentamente enquanto Edward pagava os ingressos. Quando saímos pude ouvir a moça que havia nos atendido comentando com a outra ao lado.

-Nossa, Edward é mesmo lindo! Mas quem era aquela ao lado dele?

-Deve ser a prima ou a irmã mais nova. –Elas riam entre si com deboche. Eu virei lançando a elas um olhar fulminante, mas elas me ignoraram.

-ORA ESSA!

-O que foi Bella?

-Aquelas moças que vendem ingressos estão zombando de mim! Eu não me acho pouca coisa para não ter um namorado como Edward Cullen! –Mentira, na verdade eu me achava pouca coisa. Edward olhou as duas que agora o olhavam curiosas.

-Quer provar a elas que estão erradas?

-Como assim Edward? –Foi rápido. Logo Edward comprimia seus lábios aos meus. Tecnicamente eu não fui beijada e sim levei um soco na boca. Ainda sim foi bom. Enquanto Edward beijava-me olhei para as duas funcionarias que pareciam atônicas. Sem duvida essa era uma vantagem de assumir meu relacionamento com ele.

-Vamos. –Edward disse depois que nos separamos. Eu sorri segurando fortemente sua mão.

-Obrigada. –Murmurei.

-De nada. –Ele olhou dando-me aquele meio sorriso adorável enquanto entravamos na sala parcialmente escura para assistirmos o filme.

Escolhemos duas poltronas na parte mais remota da sala, não haviam muitas pessoas devido ao horário. Sentamos ao lado do outro e logo os trailers começaram. Minhas mãos tremiam.

-Está com frio? –Edward perguntou, apenas assenti com a cabeça. Ele puxou-me de encontro aos seus braços me abraçando. Olhei fixamente para a grande tela. “O que eu farei?” - Eu pensava. Sempre consegui escapar de situações desagradáveis, mas agora não sabia como. Minha mente estava caótica de tal forma que mesmo diante de uma boa idéia eu não conseguiria vê-la.

“Vamos Bella. Acalme-se!” - Pensei comigo mesma. Consegui controlar minha respiração e minhas palpitações. Edward parecia ignorar meu estado, isso era bom. Quando consegui afastar o terror e começar a pensar em como sairia daquela situação meu celular toca. Edward pareceu não notar. Eu não o culpo, o toque estava bem baixo e eu só conseguia perceber algo por causa do vibracall.

-Edward, eu vou ao banheiro.

-Quer que eu vá com você?

-Claro que não! Guarde nossos lugares.

-Não demore Bella. Se não irei buscá-la. –Eu ignorei o comentário e segui para fora da sala. Não demorei a vê-lo. Lá estava Jacob com a expressão fechada e dois homens atrás dele. Pareciam ser seguranças. Estremeci compulsivamente.

-Bella.

-O que significa tudo isso Jake?

-Uma garantia de que sairemos daqui sem problemas. –A voz de Jacob sombria.

-Jacob está tudo bem. Eu estou tendo um encontro com o Zero. Volto ao anoitecer para casa e se você quiser amanhã mesmo nós saímos.

-Não Bella. –Ele pegou meu braço. O olhei abismada. –Irei levá-la para casa, mas se você quiser sair comigo eu não irei me opor. No entanto... Não a deixarei com Edward Cullen! –Um frio pela minha espinha. Eu não reconhecia aquele Jacob. Ele começou a me puxar para a saída e eu o segui, estática. Parei apenas quando ouvi uma voz familiar atrás de mim.

-Não deveria pegar a propriedade alheia, Black. –Edward falou zombeteiro. Jacob virou-se enquanto eu olhava a cena. Eu fiquei simplesmente parada ainda digerindo a situação enquanto os dois se olhavam com um ódio sem precedentes. A disputa que nunca quis presenciar começava diante de meus olhos.


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