Acordei aborrecida. Uma péssima noite de sono. Edward não saia de meus pensamentos. Afinal, eu havia errado com ele? Tudo bem que a mensagem sugeriu algo comprometedor, mas ainda sim Edward deveria me ouvir antes de julgar algo. Arrumei-me rapidamente e fui para a escola. Não poderia faltar afinal começariam minhas provas. Fui abatida para a escola e abatida fiquei durante todo o exame. Felizmente, graças ao conhecimento que adquiri de Edward, fiz tranquilamente os testes.
Ao final do exame conversei com Angela relatando tudo o que havia acontecido que ainda não havia dito a ela.
-Acho melhor você resolver essa situação com Edward o quanto antes.
-Disso eu sei Angela. Estava pensando em ir ao apartamento dele. Me encobre?
-Não precisa pedir. Vá e se resolva com ele. –E assim, após ligar para meus pais inventando uma desculpa qualquer pelo meu atraso, segui de ônibus para o Hotel. Nem ao menos me apresentei ao recepcionista, fui imediatamente bater na sua porta.
“-Tomara que esteja em casa...” - Bati a porta durante pouco tempo. Fiquei prostrada enquanto o discurso que havia preparado no decorrer da viagem era novamente formulado em minha cabeça. Logo a porta se abriu, meu sorriso se alargou, mas morreu em meus lábios ao ver quem abria a porta não era Edward.
-Sim? –Uma mulher jovem, bonita e que usava apenas uma camisa de Edward sobre o corpo. Fiquei parada olhando para ela por alguns instantes. –Menina?
-Ah eu... Eu... Eu to procurando o senhor Cullen.
-Ele não está. Saiu, mas logo volta. Quer deixar recado?
-Bem eu... –Minhas mãos tremulas, eu queria gritar! –Eu acho que vou esperar por ele. Posso?
-Ah, claro. Entre. A propósito meu nome é Jessica Stanley, sou... Pode se dizer que namorada dele. E você? –Adentrei o cômodo sentando no sofá.
-Sou Isabella.
-O que você é dele, menina? –Ela me olhou com desconfiança.
-O senhor Cullen é meu professor particular.
-Seu professor? Nem sabia que Edward lecionava! –Ela sentou-se.
-É ele me devia um favor então pedi para me ensinar literatura e inglês.
-Ah! Edward deve ser bom nisso visto que é escritor. Que sorte a sua hein? Quantas garotinhas como você adorariam tal privilégio! –Ela olhava-me divertida. Senti o aperto no peito aumentar, não suportando mais essa situação sai sem nada falar. Ainda ouvi a voz da mulher chamando-me, mas não retornei. Doía tanto meu peito que me sentia cambalear. Segui rapidamente para casa.
-Bella? –Minha mãe em casa, só então reparei que ainda era cedo.
-Oi mãe. –Tentei conter toda a frustração que estava sentindo. –Papai está aqui?
-Não, mas logo estará aqui.
-Então vou para o quarto. –Segui para lá e ao fechar a porta cai na cama e não demorou as lágrimas tomarem meu rosto. Eu não queria chorar, mas era impossível.
-Edward... SEU IDIOTA!
-Ed, até que em fim chegou!
-Jessica? O que está fazendo aqui? Pensei que já havia ido embora.
-Estava esperando você. Não queria sair sem me despedir. –Aproximou-se o beijando, mas sendo tratada com certa frieza. Não se importou. Jessica conhecia muito bem o comportamento de Edward. –Pois bem... Não precisa me olhar assim meu amor. Já estou de saída. –Jessica se encaminhou para a porta. –Ah! Uma tal de Isabella, sua aluna, veio vê-lo. –Saiu em seguida. Edward ficou ali, em pé, olhando para um canto qualquer do cômodo. Colocou uma das mãos sobre a testa. Suspirou.
-Onde está a Bella?
-No quarto.
-Ela não vai descer para comer?
-Querido, ela não parece bem. Disse que não queria comer então eu a deixei dormir.
-O que será que ela tem Renée?
-Não sei Charlie.
-O quê... –Era manhã. Mal conseguia focalizar algo, minha vista turva. Tentei me levantar sem sucesso, estava me sentindo indisposta. –Estou febril. –Constatei. Ignorei arrumando-me para ir para a escola. Meus pais pareceram não ter percebido que não estava bem. Não queria preocupá-los por isso fingi estar bem.
Fui para a escola, temendo desmaiar na rua. Começava a me arrepender de ter saído da cama. O que poderia estar provocando meu mal estar? Apesar de não ter jantado, não acreditava ter sido isso, minha desconfiança é que Edward era o culpado. Estava sofrendo de esgotamento nervoso desde a situação com aquela mulher.
-Oi Bella. Vamos sente-se que a prova vai começar! –Só então havia percebido que demorei demais a chegar. Sentei-me colocando as mãos na cabeça.
-Bella, tudo bem? –Assenti com a cabeça forçando um sorriso, claro que Angela não se enganaria com isso. Logo recebi a prova e a olhei fixamente. Anotei meu nome e outros dados para tentar em seguida resolver as questões. Primeiro não consegui ouvir mais nada, estranhei. Em seguida minha visão gradativamente escurecendo. Logo mais não senti mais nada.
-Oi sobrinho! –Renée cumprimentou Jacob. –O que faz aqui na universidade?
-Vim apresentar um seminário tia. Onde está meu tio Charlie?
-Dando aula. Jacob, não o vejo mais depois daquele incidente infeliz. Sinto muito pelo que aconteceu.
-Tudo bem tia, não precisa se justificar. –Jacob deu seu belo sorriso conciliador, Renée parou sentindo algo vibrar dentro de sua bolsa, era seu celular. –Alô? –Atendeu enquanto Jacob a observava vendo a expressão antes tranqüila da tia mudar radicalmente. –O QUÊ? TUDO BEM! ESTOU INDO AI!
-Tia o que houve?
-Bella passou mal durante uma prova e agora está na enfermaria. Eu vou até lá!
-Eu vou com você tia!
-Mas Jacob você tem um seminário para fazer e...
-Nada é mais importante que Bella. Eu vou com você tia!
Estava deitada em algo macio. Abri os olhos reconhecendo o rosto da médica que trabalhava na enfermaria. Não precisei perguntar nada.
-Eu passei mal?
-Sim senhorita Swan. Liguei para sua mãe, ela está vindo.
-Mas minha prova...
-Não se preocupe. Sua prova será remarcada. –A mulher sorriu docemente. –Eu não a mediquei por não saber o que tem. Eu tenho que ver mais um aluno aqui na enfermaria. Fique aqui e descanse, por favor. –Ela saiu e fiquei lá. Minha cabeça doía e meu corpo inteiro pesava como chumbo. Fechei os olhos. Agora sabia que não estava suportando tudo o que estava acontecendo comigo. Este mal estar era a prova. Suspirei. Estava cansada, a vida agitada que queria... Bem... Eu não queria mais.
-Bella? –Olhei e lá estava minha mãe, os olhos marejados. Sorri fracamente.
-Mãe... –Ela correu até mim me abraçando.
-Minha filha, tudo bem?
-Eu... Eu to bem. –Respondi fracamente. Logo mais, vi Jacob na porta. Ele veio em minha direção sentando-se na cama. Tocou minha face.
-Meu Deus! Você está queimando em febre!
-Estou bem Jacob. –Tentei me levantar de tão fraca fui ao chão. Jacob segurou-me em seus braços e me deixei levar sentindo minhas pálpebras pesadas demais para manter os olhos abertos. Fui levada nos braços de Jacob sendo acompanhada pela minha mãe.
-Ela não está na sala de aula?
-Não senhor. Ela passou muito mal e foi levada a enfermaria. –Respondeu um funcionário do colégio.
-Onde fica a enfermaria?
-Só seguir esse corredor senhor. –Disse o funcionário. Edward seguiu o corredor, mas parou escondendo-se dentro do banheiro feminino aparentemente vazio. Viu Bella sendo carregada por Jacob e uma mãe aflita seguindo-os ao lado.
-Bella? –Murmurou Edward logo em seguida percebendo duas mulheres olhando-o de forma assassina por estar no banheiro feminino. As meninas já mostravam sinais de que iriam gritar.
-Podem ficar tranqüilas já estou acostumado a ver mulheres nuas. –Falou saindo tranqüilo do local enquanto as meninas o olhavam, espantadas.
Estava deitada em minha cama. Minha mãe fizera uma compressa em minha testa. O banho que tomei havia diminuído a febre, mas minha febre parecia aumentar novamente. Logo vi Jacob adentrar meu quarto, trazia uma sopa.
-Sua mãe teve de sair. Ficarei cuidando de você.
-Jacob, você não tem nenhum compromisso?
-Não se preocupe. –Sentou-se a minha frente colocando a bandeja com sopa. –Sua mãe que fez. Você deve comer. Eu ajudo você.
E lá estava Jacob cuidando de mim. Vendo-o verdadeiramente queria sentir algo, queria sentir o afeto que Jacob transmitia por um ato tão simples, mas eu só pensava em como queria que Edward fizesse o mesmo comigo. Quando dei por mim estava chorando.
-Bella? –Jacob olhou-me com compaixão. –O que houve?
-Nada primo.
-Ele fez algo com você? –Era impressionante como Jacob me conhecia. Não suportei mais, me derrubei em lágrimas nos braços de Jacob recebendo um confortante abraço com isso.
-Me perdoa... –Murmurei baixinho entre soluços. – Por sempre te envolver.
-Não diga nada Bells. Nada.
Como Bella não atendia o celular arriscou penetrar em seu quarto. Subiu a árvore nas proximidades, alcançando a janela. Abriu-a lentamente, vendo a figura adormecida na cama. Os olhos ainda marejados, com certeza choraram durante um bom tempo. Sentou-se na cama, aproximou seu rosto ao de Bella constatando que estava febril.
-Não acredito que está assim por minha causa. Não imaginei que era tão sensível. –Deu um meio sorriso, afagando os cabelos cor chocolate. Deitou parte de seu corpo sobre o corpo frágil da menina e aproximou os lábios do ouvido da mesma.
-Perdão. –Ele disse simplesmente. Ao olhar para a face antes sofrida viu um sorriso brotar dos lábios de Bella que ainda dormia. Ele aproximou seu rosto a beijando delicadamente.
“-Edward...” – A mente de Bella já reconhecia o calor e a maciez dos lábios que gentilmente tocavam os seus.
-Boa noite... Minha menina. Vemo-nos amanhã. –E assim Edward deixou o local.