Olhei atordoada para ele, Angela tentou contornar a situação.
-Bella, não fique ai! Entre! –Puxou-me para o interior da sala, meus olhos fixos em Jacob. –Vou pegar as matérias de hoje. Desejam algo para beber?
-Não. –Respondeu ele seco. Apenas neguei com a cabeça. Angela dirigiu-se ao seu quarto e eu fiquei ali.
-O que faz aqui Jake? –Perguntei depois de criar coragem.
-Estava esperando por você na casa de meus tios. Você demorou então resolvi ligar para você, mas não atendeu. Falei com meu tio Charlie e ele disse que costuma ir à casa de uma amiga estudar depois da aula, ele passou-me o endereço da Angela. E você Bella? Onde estava? –Seu olhar duro, estremeci.
-Eu...
-Ah! Voltei. –Angela anunciou. –Aqui está à matéria Bella. –Senti que assim como eu, Angela tremia. Na certa não esperava a vinda de meu primo a sua casa não conseguindo encobrir minha ausência. Sorri segurando sua mão.
-Obrigada Angela. Então... Vai comigo para casa Jake?
-Sim. Desculpe o incomodo Angela.
-Tudo bem senhor... Quero dizer... Tudo bem Jacob. Até amanhã Bella.
-Até! –Acenei. Dirigi-me ao carro de Jacob, este não abriu a porta. Ficou parado atrás de mim, a expressão séria como nunca havia visto. –Você vem Jake? –Só então ele se moveu abrindo minha porta e entrando no carro em seguida. Seguimos silenciosos para casa. Não queria pensar em nada, naquela situação desconcertante. E quando estacionamos em frente de casa cheguei a pensar que Jacob não me questionaria em nada, leve engano. Tentei abrir a porta do carro, mas esta estava travada.
-Jacob você pode liberar a porta para mim? Eu não...
-Estava com Edward Cullen, Bella? –Perguntou sem nem olhar para mim.
-Sim. –Falei secamente.
-Pensei que não estivessem mais juntos pelo que me contou, mas vejo que essa não era a verdade. Então... O relacionamento de vocês deve ser algo deveras profundo para que se encontre em um local escondido a sós.
-Não tire conclusões precipitadas Jake. Não tenho nada com Edward Cullen e nosso relacionamento não é tão intimo como imagina.
-Então por que foi encontrá-lo?
-Edward foi ao meu encontro ontem depois que me deixou em casa. Ele passou mal diante de mim. Fiquei preocupada e fui vê-lo. Como imaginava, ele não estava nada bem. Cuidei dele o dia todo e não há como você desconfiar de minhas palavras, sabe quando minto.
-Talvez você já saiba mentir sem fazer nada, Bella.
-Não diga isso Jake. Machuca-me profundamente.
-Isso te machuca? Você não sabe o que é machucar alguém, mocinha. –Um sorriso melancólico transpassou o rosto de Jacob. Emudeci.
-Entendo sua preocupação primo, mas estou bem.
-Ele vai levá-la a ruína se continuar com esse relacionamento falido, Bella.
-Falando assim Jake, parece que Edward é um mostro.
-De certa forma ele é.
-Jacob... Não quero brigar com você. Deixe-me ir.
-Falarei com seus pais sobre ele Bella.
-NÃO FARIA ISSO!
-Faria sim, pelo seu bem.
-Se fizer isso Jacob Black eu não rei perdoá-lo. –Jacob calou-se, olhou para mim e em seguida para o volante onde repousava suas mãos.
-Você é cruel, Bella. Colocando-me em uma posição delicada dessas como se eu fosse um vilão quando quero apenas seu bem. Diferente do que Edward Cullen quer de você.
-Jake... Por favor... –Supliquei tentando conter as lágrimas. Ele abraçou-me fortemente, quase com violência, não me importei.
-Não prometo permanecer calado caso ele faça mal a você.
-Se ele fizer algo assim Jake, faça o que tiver de fazer. –Correspondi ao abraço.
-Ao menos desejo saber de tudo Bella.
-E saberá, mas não quero que o critique. Apenas seja um ouvinte quando desejar falar sobre ele. Tudo bem?
-Está bem. –Ele beijou-me com ternura na testa. –Boa noite.
-Boa noite primo. –Sai de seu carro e acenei antes de entrar em casa.
Sentado de qualquer jeito na poltrona Kaname olhava para o teto. As palavras de Bella não saiam de sua cabeça. Colocou as mãos em testa em sinal de desespero.
-Ele a tem... Mas nessa disputa eu não serei perdedor. –Murmurou no silêncio de seu aposento.
Estava feliz e foi com grande alegria que assisti às aulas. Angela a princípio quando me viu estava apreensiva acreditando que poderia estar irritada com ela. A tranqüilizei na hora do intervalo para logo contar tudo o que tinha se passado.
-Então seu primo nada dirá?
-Não. Ainda sim temo que ele diga algo quando sentir que meu “relacionamento” está fora de controle.
-Bella... Seu primo agindo assim... Parece até que está apaixonado por você.
-Que isso Angela! Apenas ciúme de primo! O Jake é como um irmão e fomos criados juntos. É natural que seja super protetor. Agora terei de contar a ele tudo o que se passar comigo.
-Sabe Bella... Você tem sorte!
-Não me considero sortuda Angela e lembre-se que eu e Edward não estamos propriamente juntos.
-Mas depois das atitudes dele ontem, creio que logo ele cederá a seus encantos.
-Não seja sonhadora amiga. Eu não tenho encantos.
-Ah você tem sim Isabella Maria Swan! E vai vê-lo hoje?
-Depois da aula. Preciso saber se está bem. Encubra-me com relação aos meus pais Angela.
-Tudo bem, mas... O seu primo...
-Não se preocupe com ele. Deixa que de Jacob cuido eu.
Ao término da aula me despedi de Angela e logo liguei para meus pais avisando que demoraria por estar com ela. Não me agradava nada mentir, mas contar a verdade me privaria de estar próxima de Edward e disso não estava disposta a abrir mão. Não precisei chegar à parada de ônibus para me dirigir ao hotel. Em frente à escola, encostado em seu Volvo prateado estava ele com um... COM UM CIGARRO NA BOCA?
-EDWARD! –Corri atacando-o e retirando com certa violência o cigarro. –SEU IDIOTA! COMO SE ATREVE A FUMAR?
-Acalme-se garota. Olhe direito. –Ao olhar corei de tão envergonhada. Não era um cigarro, mas tratava-se de um chocolate em formato de cigarro. Edward sorria pela minha confusão e comecei a considerar que havia feito isso de propósito.
-Ainda sim deveria estar convalescendo em seu quarto. –Murmurei aborrecida.
-Estou melhor. Segui as suas recomendações doutora Swan por isso eu estou bem melhor.
-Ouviu-me na hora em que disse o que teria de fazer para melhorar?
-Parar de fumar, beber e comer coisas saudáveis. Pediu-me isso antes de partir não é?
-De fato eu pedi.
-Também me lembro do beijo. –Ele sussurrou em meu ouvido, logo se afastou. –Poderia acusá-la de assédio por ter me beijado enquanto eu praticamente dormia.
-ORA SEU... –Ele abriu a porta do carro.
-Entre.
-Mas Edward...
-Não aceitarei um “não”! –Adentrei com uma expressão de falsa contrariedade, vibrava de alegria em meu íntimo. Seguimos sabe-se lá para onde. Estranhei quando paramos em frente a uma boutique.
-O que viemos fazer aqui Edward?
-Compensá-la por ter cuidado de mim.
-E o que tem em mente? –Ele nada disse. Desci do carro adentrando a loja. Ao entramos as atendentes logo nos cercaram. Parece até que nos esperavam. No entanto devo ressaltar que não gostei nada dos olhares lascivos delas dirigidos a ele.
-Bem vindos!
-Quero que encontre algo bem bonito para essa mocinha vestir. –Falou Edward, sentando em uma poltrona.
-Claro senhor Cullen. Venha jovem, nós iremos lhe ajudar.
-Hei espera... –Elas me arrastaram para o provador e nada pude fazer para impedi-las de fazer o que Edward queria.
-Esse não. –Disse Edward quando sai do vestuário.
-Não gostei dessa cor. –Falou Edward para mim, logo a atendente me levou ao vestuário novamente.
-Muito decotado. –Quase gritei! Era a décima vez que ele reprovava um vestido usado por mim.
“-Mais uma recusa e mato esse desgraçado!” - Pensei raivosa.
-Esse ficou perfeito! O vestido que a deixa como eu quero, virginal. –Corei violentamente com a colocação dele. Olhando-me no espelho percebi que aquele vestido era muito parecido com o que tinha usado na noite em que fui a um evento com Jacob. Só depois que havia retirado o vestido e vestido meu uniforme eu o questionei.
-Edward, aquele vestido é parecido com o vestido que Jacob me deu e que usei naquele evento em que nos encontramos.
-Eu sei Bella. Por isso é perfeito.
-Não estou entendendo aonde quer chegar com isso.
-Vamos a um evento literário essa noite do qual fui convidado a participar e você irá como minha acompanhante.
-ENLOUQUECEU? NÃO POSSO!
-Ah você pode sim Bella. Invente algo. Diga aos seus pais que dormirá com sua amiga Angela. Eles acreditarão.
-O que pretende com tudo isso? Se for para me levar para a sua cama desista Edward Cullen!
-Pare de pensar bobagens! Eu preciso de companhia e não gostaria de recorrer a uma profissional do sexo. –Queria esmurrá-lo pelas suas palavras, mas logo a roupa fora entregue devidamente embalada e Edward efetuou o pagamento. Comprou-me sapatos também em uma loja ao lado e acessórios. Tentei negar o presente, mas Edward não me dava ouvidos. Paramos em uma sorveteria nas proximidades de casa.
-Então... Prefere passar na sua casa antes? –Perguntou-me.
-Se passar meus pais estranharão.
-Então se arrume no meu hotel.
-Edward, isso é loucura. Num evento assim é bem provável que a imprensa esteja lá. Se meus pais...
-Nada acontecerá. –Ele parecia despreocupado. Louco ele era pelo plano elaborado, mas eu era mais louca de ter aceitado. Depois de avisar devidamente meus pais e ter o consentimento dos mesmos fui para o hotel onde Edward estava hospedado.