Não é mais Um Romance Literário escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 11
Capítulo 11




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-E esse é o estilo literário predominante. Entendeu Bella? –Ele olhou-me entediado. Assenti enquanto começava a recolher as apostilas que estavam espalhadas pela pequena mesa localizada na sala do quarto de Edward naquele hotel.

-Nossa Edward... Se você não se desse bem como escritor certamente seria um ótimo professor!

-Não. Eu não seria.

-Por que diz isso?

-Porque eu seria assediado pelas alunas e não resistiria às ninfetas tentando chamar minha atenção. –Falou com descaso levantando-se da cadeira.

-Sei. –Murmurei aborrecida. –Tenho que ir. Se meus pais ligam para a casa da Angela e descobrem que não fui para lá depois da aula como havia dito, terei problemas. –Ele, que até então acendia um cigarro colocando-o na boca emudeceu. Quando peguei minha mochila caminhando para a porta fui retida. Edward puxou-me para o sofá.

-Ai!

-Acha mesmo que pode me usar como seu professor particular e não me dar nada em troca, Bella? –Eu estava embaixo daquele corpanzil musculoso, o peso daquele peitoral não me incomodou. Edward deixou o cigarro de lado roçando seus lábios aos meus. Arfava com o contato incapaz de rejeitá-lo. E sentia vergonha por desejar cada centímetro daquele homem, um desejo que nem mesmo o pudor que sentia por nunca ter sido tocada conseguia aplacar. Enquanto Edward mordia levemente meu lábio inferior suas mãos tateavam a lateral de meu corpo. Mantive-me imóvel durante alguns minutos e quando iria envolvê-lo com meus braços um barulho nos interrompe, era o celular dele.

-Droga! –Ele praguejou levantando e pegando o celular em cima da pequena mesa. Levantei-me. Edward pareceu um pouco tenso ao ver no visor quem ligava.

-Quem é Edward?

-Um conhecido. –Eu sabia... Era uma mulher. Levantei pegando minha mochila.

-Tenho que ir. –Falei pesadamente enquanto passava por ele.

-Até amanhã. –Ele disse enquanto fechava a porta atrás de mim. Fiquei prostrada diante da porta fechada apenas para ouvir um pouco da conversa que Zero estava tendo. Grande erro o meu.

-Sim nós podemos nos ver... Jessica... Também estou com saudades suas, Boneca. –Não ouvi mais nada. Sai apressadamente do hotel. O que pensei ser meu se perdeu. Era só nisso que conseguia pensar. Ou talvez não tenha perdido o Edward. Não se perde aquilo que você nunca teve. E com este pensamento, as primeiras lágrimas vieram a cair do meu rosto. Mais uma vez sofria por Edward.

-Cheguei. –Teria ido diretamente para o meu quarto se a voz de minha mãe não tivesse me retido.

-Bella, filha, veja quem veio nos visitar! –Ela apontou para a figura sentada no sofá, meu pai servia um chá. Era Jacob. Sorri.

-Oi primo. Que bom vê-lo. –Forcei ainda mais um sorriso.

-Olá Bella.

-Veio jantar aqui?

-Sim. Meus tios me convidaram e não consegui recusar. –Falou Jacob.

-Eu vou tomar um banho e logo eu descerei. –Falei já caminhando para a escada.

-Bem eu tenho que adiantar o jantar. Ajuda-me meu amor? –Perguntou minha mãe a papai, este assentiu seguindo-a para a cozinha.

Ao adentrar o escuro quarto que me pertencia, minha vontade era de me debruçar sobre a cama e derrubar incontáveis lagrimas. Eu estava arrasada. Tomei um longo e relaxante banho, mas verdade seja dita, não consegui relaxar. Logo estava pronta vestindo algo simples e confortável para jantar na companhia de meus pais e Jacob. Em meu intimo queria apenas ficar só, mas agindo assim poderia levantar suspeitas não de meus pais, mas de Jacob. Jantei silenciosamente. Minha mãe volta e meia puxava assunto ou com Jacob ou com meu pai. E eu ali, comendo por comer, olhando apenas para o prato ou para o copo com suco. Queria desaparecer. Ou queria desabafar? Falaria com Angela no dia seguinte.

-Bem eu... Eu estou cansada e irei me recolher. –Falei e simplesmente me recolhi dando um “boa noite” a todos. Adentrei meu quarto escovando meus dentes em meu banheiro. Em seguida joguei-me na cama incapaz de trocar de roupa. As palavras de Edward, sua imagem... Queria poder fugir de tudo isso. Maldito o dia em que o encontrei no parque, maldito o dia em que fui atropelada pelo mesmo. Antes que me entregasse à tristeza, alguém bate minha porta. Sentei rapidamente na cama tentando manter a tristeza enclausurada.

-Entre. –E foi à figura de Jacob que vi passar pela porta e logo fechá-la. –Jacob?

-O que há com você Bells? –Ele perguntou com brandura.

-Jake, eu pensei que já havia ido para casa.

-Não mude de assunto. –Ele estava sério. Emudeci. Ele se aproximou pegando a cadeira de minha escrivaninha e sentando próximo a mim. Senti-me acuada.

-Sei que algo está acontecendo a você Bella. Gostaria que me contasse. Estou preocupado com você.

-Estou bem Jake. Só preocupada com as provas que ando fazendo e...

-Está mentindo para mim. Diga-me o que tem? Sinto que sofre por algo. –Ah como eu queria desabafar! Como queria abrir meu coração para Jacob e abraçá-lo a fim de extinguir a dor que sentia por não ter importância para Edward, mas eu não poderia. Não para o homem que um dia quis que fosse meu. Envergonhada abaixei a cabeça e permaneci em silêncio.

-Entendo. Não vai me contar. Uma pena Bella. Só quero ajudá-la. Não suporto vê-la sofrer.

-Eu sei. –murmurei ainda cabisbaixa.

-Bem, eu não posso obrigá-la a contar. Sinta-se a vontade para me dizer quando quiser. –Ele levantou. Meu peito dói.

-Perdão... Jake. –Ele virou-se. Ergueu meu rosto para fitá-lo com expressão cândida. Sentou-se na cama a minha frente e abraçou-me apertado. Aquele calor conseguiu me reconfortar. Fechei meus olhos e me entreguei a toda aquela compaixão que Jacob mostrava.

-Sabe que pode sempre contar comigo, não é? –Assenti com a cabeça, deixei uma lágrima solitária escorrer pela minha face. Jacob colheu aquela lágrima com um de seus dedos, parecia padecer da minha condição. E o tempo pareceu simplesmente inexistir. O que mais esperava ou mais temia ocorreu. E nada pude fazer para impedir que Jacob me beijasse. Ele estava me beijando, não com a luxúria dos beijos de Edward, mas com a calma e o amor de um pai. Seria assim? Apesar de ser apenas um leve toque de seus lábios aos meus eu não consegui, por mais que quisesse, associar aquele beijo a um ato fraternal. Fiquei estática enquanto Jacob saiu do quarto. Antes desejando para mim boa noite.


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Notas finais do capítulo

Deixem muitos reviews para me incentivar a prosseguir :-(