Amor Real - Peeta e Katniss escrita por MaryG


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, recebi tantos comentários bacanas que escrevi mais um capítulo para vocês. Muito obrigada a todos pelo carinho! *---*
Todos gostaram de ler no ponto de vista do Peeta, então decidi continuar com isso ao longo da fanfic. Realmente, é bom saber o que ele está pensando, né? Saber apenas o que a Katniss está pensando, a meu ver, deixaria a história incompleta.
Enfim, sem mais blá blá blá. Boa leitura. ;)



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Saio da casa de Peeta e rumo para a minha, praticamente correndo. Chego em casa e rumo direto para o meu quarto, jogando-me na cama para chorar à vontade. Lágrimas grossas saem dos meus olhos e aqueles soluços estranhos escapam da minha garganta. O que está acontecendo comigo? Eu nunca agi dessa forma. Nunca deixei que meus sentimentos sobrepusessem a razão. Mas agora estou aqui, agindo como uma ridícula apaixonada que não suporta ver o alvo de sua paixão com outra pessoa, mesmo que essa outra pessoa seja uma amiga de infância a quem ele considera uma irmã.

Mas ela não é irmã dele, por mais que a considere como tal. Ela é muito mais bonita do que eu, e sua companhia é muito mais agradável que a minha. Nada impede Peeta de se apaixonar por ela.

“Você poderia viver cem vidas e ainda assim não merecer aquele garoto”. A frase de Haymitch ecoa na minha mente. Só agora eu consigo entender seu real significado. Peeta é altruísta, bondoso, sensível e sempre teve por mim um sentimento que eu demorei para valorizar e retribuir. Foi necessário que ele pensasse me odiar para eu perceber o que sentia por ele. Ele também tem uma certa beleza.

E eu? Quem eu sou? Uma garota rude, insensível, egoísta e nada atraente. Se eu já não era grande coisa antes, agora, com esses estranhos implantes de pele que ainda não cicatrizaram, é que eu não sou mesmo. O próprio Peeta ficou sem entender por que havia se apaixonado por mim.

De fato, eu não o mereço.

Essa conclusão me faz chorar ainda mais. Após muito choro e autocomiseração, eu pego no sono.

Quando abro os olhos, meu quarto já está iluminado pela luz do sol. Incrivelmente, não tive nenhum pesadelo durante a noite. Levanto-me da cama e rumo para o banheiro. Tomo meu banho matinal, me visto, faço minha costumeira trança e desço para a cozinha. Em poucos minutos, Greasy Sae chega para fazer meu café da manhã, dessa vez sem Peeta.

– Bom dia, Katniss – ela me diz enquanto entra na cozinha.

– Bom dia, Greasy – digo, desanimada. – Por que Peeta não veio?

– Eu bati na porta dele, mas ele não atendeu. Você vai ter que se contentar com panquecas hoje.

– Ah, tudo bem – digo, e Greasy percebe meu desânimo.

– Não fique assim, minha filha. Vai ver ele foi dormir tarde e ainda está dormindo – ela me consola.

– É, vai ver foi isso mesmo – digo. Sei que deve ter sido isso mesmo, mas não estou com vontade nenhuma de contar a ela o que ocorreu na noite anterior.

Greasy prepara para mim panquecas com queijo e mel e suco de laranja. Ela me deixa comendo e vai embora, pois tem outros afazeres. Descobri há alguns dias que ela está sendo paga pelo governo para vir me alimentar duas vezes ao dia; café da manhã e jantar. Decidi dar um dinheiro a mais a ela para que ela também fizesse meu almoço, pois não sou nada boa na cozinha.

Sento-me no sofá para assistir ao noticiário matinal, “Bom dia, Panem”. Tento traçar um plano do que farei durante o dia, pois o doutor Aurelius me disse que é importante eu ter algo com o que me ocupar. Minha vontade é ir à casa de Peeta e dizer a ele o que sinto, mas não posso. Simplesmente não posso invadir assim o espaço dele. Nem sei mais quais são seus sentimentos por mim. Decido, por fim, fazer uma arrumação em meu quarto, fazer mais algumas anotações no livro e dar um passeio pelo distrito, para ver como andam as obras de reconstrução.

O dia transcorre normalmente. Após realizar todas as atividades programadas, tomo um banho, janto e me sento no sofá para assistir ao noticiário noturno. Tento não pensar em Peeta, mas é inevitável. Gostaria que ele estivesse aqui, me fazendo companhia. Por um momento, penso mais uma vez em ir à casa dele, mas desisto em seguida.

Estou entretida vendo a reportagem sobre a construção do hospital no distrito 4 quando ouço a campainha tocar. “Deve ser Peeta”, penso. Meu coração já começa a acelerar.

Quando abro a porta, vejo Peeta acompanhado de um Haymitch que, incrivelmente, parece sóbrio.

– Boa noite, docinho – diz Haymitch enquanto adentra a minha sala.

– Boa noite, Katniss – diz Peeta, parecendo um pouco desconfortável.

– Boa noite – digo aos dois, tentando parecer o mais natural possível.

– O garoto me falou que você está escrevendo um livro com memórias dos que morreram na revolução e nos jogos e eu tive uma boa ideia – diz Haymitch.

– Na verdade, é um livro com memórias dos nossos parentes e amigos que morreram – digo.

– Sim, mas eu tive a ideia de acrescentarmos memórias dos outros tributos que fui forçado a orientar nos últimos 20 anos. O que você acha?

– Ah, eu acho uma ótima ideia – digo com sinceridade. – Eu não pensei nisso porque não tenho registros dessas pessoas, mas você tem.

– Podemos começar a trabalhar no livro, então? – pergunta Peeta. – Eu achei uma foto do casamento dos meus pais nas ruínas da padaria. Podemos usá-la.

– Sim, vamos começar – digo.

Nós nos encaminhamos para o escritório e começamos a trabalhar no livro. Peeta faz desenhos, Haymitch coloca informações sobre os outros tributos e eu ajudo numa coisa ou outra.

Olho para Peeta fazendo os desenhos. Há uma leve ruga de concentração em sua testa. Gosto de observá-lo, por mais que isso seja indiscreto. Ele sente que há alguém o olhando e levanta seu olhar para me ver observando-o como uma tola apaixonada. Sinto vergonha e mudo a direção do meu olhar, voltando a me concentrar no livro.

Após mais de uma hora, Haymitch fala:

– Acho que já chega por hoje, docinhos. Já estou cansado. Continuamos amanhã, no mesmo horário?

– Claro – digo. – Não quero demorar a terminar esse livro.

– Então nós vamos indo – diz Peeta enquanto se levanta da cadeira.

Gostaria de lhe pedir que ficasse comigo, que me abraçasse quando os pesadelos chegassem, mas não tenho coragem.

– Sim, vamos – diz Haymitch.

Ele e Peeta saem do escritório e eu os sigo até chegar à porta de entrada. Abro-a para que eles possam sair.

– Então, até amanhã, docinho – diz Haymitch.

– Até – digo em resposta.

– Tchau, Katniss – diz Peeta.

– Tchau – digo, infeliz com a frieza com a qual ele está me tratando.

– Brrr! Que tanta formalidade é essa, docinhos? – indaga Haymitch. – Nem parece que vocês já passaram por tantas coisas juntos.

Fico constrangida com o comentário de Haymitch, e Peeta também parece ficar. Ele dá um sorriso sem graça e se aproxima de mim para depositar um beijo em minha bochecha. Por mais simples que seja o ato, um arrepio estranho perpassa meu corpo. Resolvo retribuir, beijando-o na bochecha em seguida.

– Agora sim! Melhorou bastante – comenta Haymitch. – Podemos ir agora.

Ele e Peeta saem, cada um rumando para sua casa. Após andar alguns metros, Peeta olha para trás e dá um leve sorriso. Não posso impedir que um sorriso bobo brote nos meus lábios. Ele se vira e segue seu caminho, deixando-me com o mesmo sorriso bobo estampado no rosto.

Ponto de vista de Peeta:

Entro em casa e rumo diretamente para o banheiro. Enquanto a água morna do chuveiro cai sobre meu corpo, fico tentando entender certas coisas que ocorreram nos últimos minutos. Por que Katniss estava me olhando daquela forma enquanto eu desenhava? Por que ela sorriu daquela forma para mim quando eu estava indo embora?

“Katniss está com ciúmes de você, Peeta.” “Ela gosta de você. Só você não enxerga isso.”

As palavras de Delly ecoam na minha mente. Será que ela está mesmo certa? Será que Katniss está gostando de mim?

“Eu preciso de você.” “Não deixe que ele o tire de mim.” “Fique comigo.”

“Todo mundo diz que sim.”

Suas supostas declarações de amor ecoam na minha mente. Quase me deixo levar, mas então me lembro de tudo o que ela me disse na primeira arena. Foi tudo um fingimento para nos manter vivos. Não posso mais me iludir. Ela nunca me viu com outros olhos, e nunca me verá. Não posso, simplesmente não posso deixar que esses pensamentos de que meu amor é correspondido tomem conta da minha mente. Uma desilusão amorosa atrapalharia e muito a minha recuperação.

Desligo o chuveiro, enxugo-me com a toalha, visto meu pijama e rumo para a cama. Tento dormir, fazendo o máximo de esforço possível para que aqueles pensamentos ilusórios não voltem.


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Notas finais do capítulo

Então, pessoal, é isso. Talvez alguns de vocês estejam impacientes com a demora para Peeta e Katniss ficarem juntos, mas o foco da história é justamente o processo de reaproximação deles. Tenham paciência, pois a cada capítulo eles ficarão mais próximos um do outro. Há muita coisa boa por vir. ;)

Lembrem-se de dizer o que estão achando da fanfic. Para mim, a opinião de vocês é essencial. Se estiverem realmente gostando da história, RECOMENDEM! Isso ajuda e muito a divulgar.