Amor Real - Peeta e Katniss escrita por MaryG


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, eu resolvi postar para vocês mais um capítulo porque escrevi bastante coisa ontem e sobrou uma quantidade legal. Com o que vou postar agora, o estoque ficará vazio e o próximo post dependerá da minha inspiração, e minha inspiração depende dos comentários (que têm sido muito bacanas. Obrigada pelo incentivo, pessoal!), recomendações, reviews e favoritos de vocês. Haha.

Antes de começar o capítulo, gostaria de agradecer ao leitor AFilho. Ele comentou que eu estava misturando os tempos verbais da história. Eu confesso que nem tinha percebido isso, pois sempre escrevi tudo em 3ª pessoa no tempo passado. Fui me aventurar a escrever uma história em 1ª pessoa do presente e nem me dei conta que estava misturando tudo. Haha! Obrigada, AFilho. Já ajeitei os capítulos anteriores. ;)

Enfim, chega de blá blá blá. Boa leitura. ;)



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Decido ir caçar. Coloco as botas e a jaqueta habituais, pego o arco e a aljava de flechas e saio de casa, rumo à Campina. Chegando lá, não consigo evitar que a lembrança do meu último sonho tome conta da minha mente. Atravesso a cerca, tentando redirecionar meu pensamento para o que vim fazer aqui. Não posso permitir que meus pesadelos afetem minhas atividades diárias.

Adentro a floresta e ando bastante, chegando ao local onde eu costumava ficar com Gale. Gale. Como uma pessoa que fez parte da minha vida de uma forma tão intensa pode ter se tornado um estranho para mim? Sinto falta dele, falta do amigo que ele um dia foi para mim, mas tudo nele eu associo à morte da minha irmãzinha. A simples possibilidade de a bomba que a atingiu ter sido a dele me faz associar sua morte a ele. Eu não conseguiria conviver com ele novamente depois disso, então foi bom ele ter ido morar no distrito 2. Contudo, sei que não poderei conviver com essa mágoa para sempre. Um dia, terei que conversar com Gale, para deixar tudo em pratos limpos. Não sinto por ele o mesmo carinho de antes, mas ele foi meu melhor amigo. Não posso ignorar tudo o que ele já representou para mim um dia.

Afasto esses pensamentos de minha mente e vou procurar presas. Por fim, abato dois perus selvagens. Eu poderia abater mais animais, se quisesse, mas não há necessidade. Moro sozinha agora, e não preciso mais trocar carne por comida e outras coisas mais no Prego. Continuo ganhando do governo uma quantia de dinheiro mais que suficiente para me manter. Ganhar os Jogos Vorazes serviu para isso, pelo menos.

Posiciono a aljava de flechas nas minhas costas, pego o arco e os perus recém-abatidos e caminho rumo à cerca. Depois de um tempo, eu a atravesso e rumo para minha casa na Aldeia dos Vitoriosos. Já está entardecendo quando chego em casa.

Depois de tratar os perus e tomar um banho relaxante, sento-me no sofá para assistir a um programa de televisão qualquer. Pego no sono e me acordo sobressaltada com a campainha tocando. “Deve ser Peeta”, penso. Me encaminho para abri-la e vejo que é Greasy Sae trazendo meu jantar. Não esperava que fosse ela, pois ela sempre entra pela porta dos fundos. Uma desagradável sensação de decepção se forma na boca do meu estômago. Greasy percebe.

– Não gostou de me ver, Katniss? – ela me pergunta enquanto adentra a sala e coloca a panela em cima da mesa. Ela não parece nem um pouco chateada. Pelo contrário, ela parece estar segurando o riso.

– Não, não é isso. Eu apenas não esperava que fosse você. Você sempre entra pela porta dos fundos – digo.

– É que eu vi da janela que a luz da sala estava acesa e imaginei que você estivesse aqui. Se eu batesse a porta dos fundos, talvez você não me escutasse – ela diz.

– Ah, tudo bem.

– Mas não foi exatamente por isso que você ficou com aquela carinha de desapontamento, não foi? – Greasy questiona. Sinto uma onda de nervosismo perpassar meu corpo. Não estou gostando do rumo dessa conversa.

– Eu não fiquei desapontada, Greasy – minto. – Eu só fiquei surpresa, porque você bateu em uma porta diferente e...

– Katniss, quem você está querendo enganar? – ela questiona. – Essas rugas que tenho serviram para alguma coisa. Para mim, é mais do que claro o que você sente pelo Peeta.

– Greasy, tudo o que nós tivemos foi uma armação da Capital. Eu já te expliquei isso – digo, tentando me esquivar.

– Será mesmo que foi tudo apenas armação? – ela questiona mais uma vez, mas não há censura em seu olhar. Ela me olha como uma mãe, como alguém que só quer o meu bem. – Se foi, foi uma armação tão bem feita que o presidente Snow não só acreditou no seu amor pelo Peeta como o telessequestrou só para te quebrar.

Não há por que continuar mentindo. Eu vou explodir se não conversar com alguém, se não abrir meus sentimentos para alguém. Não poderia haver oportunidade e pessoa melhores.

– Não, não foi só uma armação – digo. As lágrimas começam a correr livremente pelo meu rosto – Mas do que adianta ter sentimentos por ele se ele nunca poderá estar ao meu lado? A Capital destruiu o amor que ele sentia por mim. Hoje estamos como dois estranhos. Em alguns momentos, sinto que ele está voltando a ser o que era, mas aí me lembro dele tentando me matar, dele me chamando de bestante nojenta... Me afastei dele para tentar esquecê-lo, mas foi inútil.

Aqueles soluços engasgados e estranhos começam a escapar da minha garganta. Greasy vem até mim e me abraça. Ficamos assim por um bom tempo, até que eu começo a me acalmar. Ela se separa de mim e diz:

– Minha filha, tudo há de se acertar com o tempo. Peeta já está bem melhor do que estava. Você precisa ter paciência com ele.

– Mas ele não me ama mais, Greasy. Eu tentei me reaproximar dele hoje, mas ele estava o tempo todo resistente. Eu me tornei uma estranha para ele – digo enquanto enxugo os olhos com a mão.

– Um amor como o que ele sentia por você não se acaba assim, Katniss. Mas mesmo que ele não te amasse mais, você iria ficar assim, parada, em vez de lutar para reconquistá-lo?

– Eu nunca lidei muito bem com questões sentimentais. Não sei o que fazer – admito.

– Você precisa seguir o seu coração. Só ele pode nos guiar quando o assunto é amor – ela me diz com ar de sabedoria.

– Uma vez eu ouvi uma conversa entre Peeta e Gale, quando estávamos nos escondendo numa loja na Capital. Eles estavam discutindo sobre qual dos dois eu escolheria após o fim da rebelião.

– E então?

– Gale disse que eu escolheria aquele sem o qual eu não conseguisse sobreviver. Fiquei meio chateada na época, porque Gale falou de um jeito como se eu fosse uma pessoa fria e calculista, uma pessoa desprovida de sentimentos. Mas, apesar disso, aquela conversa me fez pensar que Peeta ainda gostava de mim. Ele parecia ansioso para descobrir se eu escolheria ficar com ele. Mas aí depois que a rebelião acabou, ele passou a me tratar como uma estranha.

– Você já parou para pensar na possibilidade de ele achar que você não sente nada por ele? – a pergunta dela cai como uma bomba sobre mim. – Você mesma disse que tentou se afastar dele. O fato de você ter voltado a se aproximar dele hoje não muda todos os dias em que você se manteve afastada.

– E-eu não tinha pensado nisso... – digo. Agora é como se tudo começasse a fazer algum sentido.

– Se com todo o amor que ele sempre demonstrou sentir por você, você se sente insegura, imagine como ele se sente com relação a você. Ainda mais agora, após ter sofrido um telessequestro. Como acha que ele se sente, sabendo que tentou matar você? É natural ele achar que você nunca mais irá querer saber dele.

– Você tem razão, Greasy – digo. Realmente, não entendo nada quando o assunto é sentimento. Fui incapaz de enxergar o óbvio.

– Mostre a ele que o ama, Katniss. Faça-o se sentir amado, seguro, apoiado. Ele não vai entender que você o quer ao lado dele enquanto você não fizer isso.

– Eu não sei lidar muito bem com essas coisas, mas eu vou tentar, prometo – digo, e ela sorri para mim.

– É isso aí, minha menina. Bom, agora eu preciso ir. Coma direitinho, e não esqueça que pode contar comigo sempre que precisar.

– Não vou esquecer.

Greasy me abraça, eu abro a porta e ela vai embora, deixando-me com meus pensamentos. Eu nunca soube lidar bem com sentimentos, mas essa conversa serviu para me abrir os olhos. Não posso perder Peeta para o meu medo, para o meu orgulho. Preciso mostrar a ele que o quero ao meu lado, e é isso que vou fazer.


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Notas finais do capítulo

Enfim, pessoal, é isso. Como eu já disse, não tenho mais nada escrito aqui. Minha inspiração dependerá de vocês. Se acham que a história está realmente boa, recomendem. É sempre bom ter mais leitores, rs. Abraço e até a próxima.



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