Amor Real - Peeta e Katniss escrita por MaryG


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, em um dia de fanfic já recebi uma quantidade legal de reviews e acessos. Isso me animou para postar mais um capítulo para vocês. Espero que gostem. ^^



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Eu e Peeta arrumamos a cozinha e de lá partimos para o escritório. Ao entrar lá, lembro-me imediatamente de minha conversa com o presidente Snow. Há mais de um ano, naquele mesmo lugar, ele me forçou a continuar o fingimento dos amantes desafortunados, sob a ameaça de matar todos que eu amo. Infelizmente, meu fingimento não foi o bastante para protegê-los. Prim se foi, levando consigo o pouco de coragem de viver que minha mãe tinha. Finnick, Boggs e tantos outros amigos queridos também se foram. Gale, apesar de vivo e bem, tornou-se um estranho para mim. Só me restou Haymitch, que está bebendo mais do que nunca, e Peeta, em quem eu ainda não sei se posso confiar como antes.

Peeta parece notar que estou num conflito interno quando me pergunta:

– Está tudo bem, Katniss? Você ficou séria de repente.

– Está tudo bem, sim – minto. – Estava só distraída.

Não posso abrir meus sentimentos a Peeta. Sinto medo de perturbá-lo mentalmente, de provocar nele aqueles malditos flashbacks.

– Bem, então vamos começar – ele diz enquanto se senta numa poltrona. – Como você pretende fazer esse livro?

– Eu quero colocar fotos dos nossos parentes e amigos que se foram. Meu pai, Prim, Rue, sua família, Cinna, Boggs, Finnick... E aí escrevemos detalhes sobre eles, para que nunca esqueçamos, para que a morte de nenhum deles tenha sido em vão.

Ao dizer isso, lágrimas brotam dos meus olhos. Peeta percebe minha emoção e se levanta, vindo até mim para me abraçar. Como é bom sentir novamente o aconchego de seus braços! Coloco minha cabeça em seu ombro e me ponho a chorar. Uma de suas mãos vai até meu cabelo e começa a acariciá-lo.

Não sei quanto tempo ficamos assim, abraçados, sentindo o calor um do outro. Ali eu me sinto extremamente segura, como se nada de ruim pudesse me acontecer. Isso a Capital não foi capaz de tirar de mim. Eu sei que não serei a primeira a romper o abraço, e estou certa. É Peeta quem rompe.

– Você está se sentindo melhor? – ele me pergunta enquanto sua mão enxuga meus olhos, tirando os resquícios de lágrimas.

– Sim. Bem melhor – “Porque você me abraçou”, penso, mas não admito isso a ele.

– Então que tal começarmos o livro? Não temos fotos de todas essas pessoas, mas eu posso desenhar algumas delas. Só preciso passar em casa primeiro, para pegar meu estojo de lápis para desenho.

– Certo. Vamos começar então pelas pessoas das quais temos fotos – eu digo e em seguida começo a procurar fotografias de meu pai e de Prim, que eu sei que devem estar em algum lugar do escritório. Peeta provavelmente pensou que eu havia feito isso apenas por praticidade, mas não. Eu não quero que ele saia de perto de mim, mesmo que seja apenas para ir em casa buscar um estojo de lápis para desenho. Acho as fotografias e as colo no pergaminho. Entre elas, há uma de Prim com Lady, sua cabra. Minha patinha. Quanta saudade eu sinto dela. É inevitável chorar, mas Peeta está aqui para me apoiar. Reúno forças e começo a escrever detalhes dela e do meu pai.

Em dado momento, Peeta decide ir em casa para buscar o estojo de lápis e não há nada que eu possa fazer para impedi-lo. Felizmente, ele volta rápido, trazendo consigo o estojo e uma prímula noturna que ele colheu no meu jardim, a qual colamos no pergaminho.

Passamos horas trabalhando no livro. Peeta faz desenhos perfeitos de alguns de nossos entes queridos dos quais não temos fotos. Eu faço anotações e mais anotações sobre todos eles, colocando os detalhes que jamais poderemos esquecer.

Depois de muito tempo, ficamos cansados e resolvemos parar. Já é hora do almoço quando saímos do escritório e rumamos para a cozinha. Tento achar algo, mas não há nada pronto para nós dois comermos. Antes que eu possa me desculpar com Peeta pela falta de comida, Greasy Sae bate na porta dos fundos, trazendo o almoço.

– Acharam que eu ia deixar vocês com fome? Nada disso – ela diz com um estranho sorriso no rosto enquanto olha para mim e para Peeta. – Trouxe cozido de carneiro com arroz selvagem para vocês.

Ela coloca as panelinhas com a comida em cima da mesa da cozinha e tira as tampas, revelando um cheiro maravilhoso que faz meu estômago reagir.

– Vocês... Greasy, como você sabia que eu ia estar aqui? – Peeta pergunta.

– Ah, eu imaginei que hoje vocês seriam obrigados a parar de ignorar um ao outro, já que eu não vim hoje de manhã – ela diz, e eu e Peeta coramos. – Pelo visto, eu estava certa.

Eu e Peeta nos entreolhamos, morrendo de vergonha.

– Bom, o almoço está entregue. Comam, meus queridos. Vocês estão precisando – ela diz isso e sai em seguida.

Eu e Peeta pegamos os pratos e os talheres, sentamo-nos à mesa e nos servimos do almoço. Comemos em silêncio, sem sequer nos olharmos nos olhos. Greasy havia dito uma verdade incômoda para mim, e, pelo visto, para ele também. Não é agradável saber que nosso distanciamento não passou despercebido, por mais que eu não fizesse lá muita questão de disfarçar.

Peeta termina de comer e quebra o silêncio:

– Bem, eu terminei. Quando você acabar, a gente arruma a cozinha e depois eu vou embora. Tenho umas coisas para resolver.

– Tipo o quê? – pergunto. Quero que haja um motivo realmente muito bom para ele me deixar.

– Eu não comentei nada com você, porque nós estávamos, bem, afastados, mas eu vou reconstruir a padaria do meu pai.

– Peeta, isso é ótimo! – exclamo. – Vai ser muito bom para você.

– É, o Dr. Aurelius achou uma boa ideia – ele diz com um leve sorriso nos lábios. – E muita gente tem me pedido pães para o café da manhã. Eu tenho um forno à lenha em minha casa, mas é muito pequeno. Não está dando conta.

– É, é realmente uma ótima ideia. Já começaram as obras?

– Ainda não. Greasy conseguiu para mim uns pedreiros que moram na casa junto à dela. Conversei com eles e eles me disseram o que vão precisar para a obra. Eu entendo de padaria, mas não entendo de construção – ele diz e lança um sorriso para mim, e eu vejo nesse sorriso o antigo Peeta. Não consigo evitar sorrir também. É como se ele, aos poucos, voltasse a ser quem era.

Termino de comer e coloco os pratos na pia. Eu e Peeta lavamos tudo e depois ele diz:

– Bem, acho que agora devo ir. Preciso fazer o orçamento dos materiais da obra. Bom te ver, Katniss – ele já vai se encaminhando para a porta, mas eu, mais uma vez, agarro seu braço.

– Peeta, você vem à noite? – ele me lança um olhar confuso. – Digo, para continuarmos trabalhando no livro.

– Ah, sim – ele me parece meio desapontado. – Tudo bem. Acho que posso vir. Vou aproveitar para ver se acho fotos da minha família numas caixas que achei nas ruínas da padaria.

– Tudo bem. Até mais tarde, então – aproximo-me de Peeta e lhe dou um beijo na bochecha. O que eu realmente gostaria de fazer era beijar-lhe os lábios, mas sei que não é o certo a se fazer. Não sei mais o que ele sente por mim.

Ele parece confuso com a minha ação, mas esboça um sorriso e sai pela porta dos fundos.


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Notas finais do capítulo

Enfim, pessoal, é isso. Gostaria de ter recomendações para me animar para postar o próximo capítulo. Espero que vocês colaborem, rs. Um abraço e até a próxima.



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