Amor Real - Peeta e Katniss escrita por MaryG


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Por favor, não me matem! Haha! Sei que estou em falta com vocês. Passei duas semanas sem postar, o que é muito tempo, já que eu normalmente posto duas vezes na semana. Esses dias eu fiquei sem poder sentar com calma para escrever, e eu não quis escrever qualquer coisa, sabem? Pra piorar, deixei o capítulo pronto ontem e excluí sem querer. Tive que escrever tudo de novo. ¬¬ Mas, enfim, estou aqui de novo, e vou voltar a postar com mais frequência. ;)

Boa leitura!



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Percebo que o movimento da padaria acalmou um pouco e decido entrar. Assim que entro, vejo Peeta conversando com uma moça. Ela lhe toca o rosto e ele sorri para ela, parecendo encantado com sua beleza. Não posso impedir que sentimentos de raiva e decepção formem um nó na minha garganta e comprimam o meu peito.

Quando ela se aproxima do rosto de Peeta e deposita um beijo em sua bochecha, o peso em meu peito atinge seu nível máximo. É aí que percebo que não tenho mais condições de assistir a essa cena e vou embora da padaria, andando com pressa.

Do lado de fora da padaria, posso ver as pessoas apontando para mim dizendo “É Katniss Everdeen!” ou “É o tordo, a líder da revolução!”, mas não paro para cumprimentar ninguém. Rumo às pressas para minha casa na Aldeia dos Vitoriosos. Assim que chego lá, visto minha roupa de caça, pego o arco e a aljava e rumo para a floresta. Lá é o único local onde poderei me acalmar e colocar meus pensamentos e sentimentos em ordem.

Atravesso a cerca e adentro a floresta. Encaminho-me para o local onde eu costumava me encontrar com Gale. Sento-me na pedra e observo o céu. O sol está se pondo, dando-lhe uma leve coloração alaranjada. É a cor preferida de Peeta.

Peeta.

Se vim para cá com a intenção de não pensar nele, fracassei miseravelmente. É como se tudo, de uma forma ou de outra, me fizesse lembrar dele, e, no momento, lembrar dele é o mesmo que lembrar da cena que acabei de ver.

Por mais que eu e Peeta sejamos apenas amigos – que se beijam de vez em quando, devo admitir –, eu não posso evitar ter a sensação de que ele me pertence, e é ao vê-lo com outras moças que eu percebo o quanto estou enganada. As coisas não são mais como antes da rebelião. Ele não está mais totalmente disponível para mim. Agora, tenho que disputar a atenção dele com outras moças, e isso me faz sentir raiva dele.

Antes que eu faça de novo algo tolo como chorar, penso em fazer algo para afastar esses pensamentos de minha mente. Não é uma boa hora para caçar, e eu já tenho carne o suficiente em casa. Na verdade, eu nem vim com esse intento. Trouxe o arco e a aljava mais por proteção do que por qualquer outra coisa. Decido, por fim, sair da floresta antes que o céu escureça por completo.

Quando chego à Aldeia dos Vitoriosos, o céu já está escuro. O calor do verão aliado à roupa de caça me deixa empapada de suor, e o que eu mais quero nesse momento é entrar embaixo do chuveiro.

Quando chego à frente da minha casa, vejo através da janela que a luz da sala está acesa. “Droga, esqueci de trancar a porta!”, penso. Peeta provavelmente ainda está na padaria, então não sei quem pode ser.

Assim que giro a maçaneta, minha dúvida se esvai.

– Katniss! – exclama Peeta. – Onde você estava? Me disseram que você saiu correndo da padaria. Fiquei preocupado!

– É meio óbvio onde eu estava, não? – digo apontando para o arco.

– Mas por que você saiu correndo? O que aconteceu? – Peeta pergunta enquanto eu coloco o arco e a aljava no chão. – As comidas acabaram em uma hora. Quando eu terminei de servir os clientes, procurei por você e não te achei. Me disseram que você saiu de lá correndo e eu fiquei muito preocupado.

– Quando eu estava lá na padaria, você parecia ocupado demais para se preocupar comigo – digo.

– Katniss, hoje foi a inauguração da padaria. Eu tinha que servir os clientes e...

– E dar uma atenção especial ao público feminino – complemento, irônica.

– Quê? – ele exclama, e então parece se lembrar. – Calma aí! Você está falando da moça que veio me cumprimentar?

– Com um beijo no rosto – complemento mais uma vez.

– Não! – ele parece indignado. – Não é nada do que você está pensando. Ela veio apenas me agradecer pelo que fiz na rebelião. Ou melhor, NOS – ele enfatiza a palavra – agradecer. Ela só não cumprimentou você por que você não estava por perto.

– Pode até ser, mas você parecia bem satisfeito...

– Eu estava apenas sendo gentil com a moça – diz ele. – Mas se eu estivesse satisfeito, não haveria problema. Pelo que sei, eu sou livre.

Essas palavras dele colocam o meu ciúme em combustão, mas não pretendo transparecer isso.

– Não é nada disso, Peeta! – digo. – Eu apenas não acho uma boa ideia você se engraçar com uma cliente em plena inauguração da padaria. Não fica bom para a imagem da padaria.

Peeta morde o lábio inferior, como se estivesse contendo uma risada. Isso me irrita.

– O que foi? – pergunto rispidamente.

– Katniss, você está com ciúmes? – pergunta ele, com ar de riso.

– Não, eu não estou com ciúmes – minto. – Eu apenas me preocupo com a imagem da padaria.

Ele então dá um sorrisinho triunfante, me irritando mais ainda.

– Katniss, você mente tão mal... – diz ele.

Inspiro profundamente para tentar ficar calma e digo:

– E por que eu teria ciúmes de você? Nós somos apenas amigos.

Uma expressão séria se forma no rosto de Peeta.

– Isso é você que tem que saber.

– O que você está querendo dizer com isso? – pergunto.

– Que é você que tem que entender os seus sentimentos, e não eu – responde ele.

Bufo irritada. Peeta está, de forma sutil, jogando na minha cara que não sei lidar com meus sentimentos. Ele percebeu o que está acontecendo aqui, mas se ele pensa que eu vou admitir, está enganado.

Peeta se encaminhando para a porta é que me tira de meus pensamentos.

– Ué, você vai embora? – pergunto.

– Vou em casa, tomar um banho – responde ele.

– Mas você volta para jantar?

– Você quer? Você só me disse grosserias, desde que chegou aqui.

A irritação em mim atinge seu nível máximo. Ainda não consegui me acostumar com o novo Peeta e sua mania de questionar os meus comportamentos.

– Se você não quer ficar, não fique – digo rispidamente.

– Eu não disse que não quero ficar – diz ele, na defensiva. – Eu apenas perguntei se VOCÊ – ele aponta para mim – quer.

– Se você espera que eu fique implorando para que você fique, está perdendo o seu tempo.

– Eu não espero – diz ele, parecendo ofendido. – Eu jamais esperaria uma demonstração de afeto como essa de alguém como você.

As palavras de Peeta atravessam o meu coração como uma faca gelada. Fico parada no meio da sala, estática, apenas sentindo a pressão das lágrimas nos meus olhos. Só percebo que ele foi embora quando ouço a porta bater.

Deixo-me, então, cair no sofá para chorar à vontade. As lágrimas escorrem em cascatas pelos meus olhos e aqueles sons estranhos de quem está engasgando escapam da minha garganta.

Peeta tem razão. Sou uma pessoa fria, rude, incapaz de demonstrar sentimentos. Mas saber que ele tem razão não muda a dor que sinto nesse momento. Para mim, é duro ouvir esse tipo de coisa de Peeta, que sempre foi a pessoa que mais buscou ver o melhor em mim. Depois de ser telessequestrado, ele não só passou a me ver como eu realmente sou como também passou a prestar uma incrível atenção aos meus defeitos.

A insegurança me atinge com força. Se ele pode finalmente me ver como realmente sou, como ele pode me amar? Delly está errada. Ele não sente por mim o mesmo que sentia antes.

O telefone tocando é que me tira das minhas lamentações. Levanto do sofá, enxugo os olhos e o atendo.

– Alô?

– Olá, Katniss.

É a voz de Haymitch.

– Olá, Haymitch. Como estão Annie e o bebê?

– É sobre isso mesmo que quero falar.

– Haymitch, seja o que for, diga logo.

– Então, Annie está perdendo líquido amniótico e os médicos decidiram fazer uma cesariana.

Meu coração dá um salto.

– Oh, meu Deus...

– Ela já está pronta para entrar no centro cirúrgico. Eu estou aqui no hospital, juntamente com uma moça que foi encarregada de cuidar dela. Não posso mais falar muito. Avise ao garoto.

A ligação é cortada antes que eu possa falar algo.

Ponto de vista de Peeta:

Chego em casa e vou direto para o chuveiro. Enquanto a água fria me refresca, penso em minha discussão com Katniss. Por que ela, mesmo depois de tudo pelo que passou, continua com esse jeito grosseiro e insensível? Tento entender, mas não consigo.

Pelo menos, uma certeza eu tive hoje: Ela sente ciúmes de mim. Delly estava certa, afinal. Porém, não sei se ela sente ciúmes de mim por amor ou por sentimento de posse. Tenho a sensação de que ela espera que eu volte a agir como eu agia antes da rebelião, estando à disposição dela para tudo, dedicando-lhe todo o meu amor sem esperar nada em troca.

Não me arrependo de todo o amor e proteção que lhe dediquei, mas hoje só amar para mim não basta. Quero ser amado, também. Passei por coisas horríveis, e hoje sinto que tenho esse direito. Ninguém pode me julgar por isso.

Quando acabo o banho, me visto e desço para a cozinha. Preparo um risoto, pois é algo rápido. Após comer, sento no sofá para assistir ao noticiário noturno. Após cochilar várias vezes, decido que é melhor eu subir para o meu quarto para dormir. Será estranho dormir sem Katniss, mas provavelmente o cansaço falará mais alto.

Ponto de vista de Katniss:

Já se passaram duas horas desde que Haymitch me ligou. Já tomei banho e já jantei. Agora estou aqui na sala andando de um lado para o outro, morrendo de ansiedade.

Ele me disse para avisar a Peeta. Cheguei a pensar em ir à casa dele, mas depois da discussão que tivemos, não acho que seja uma boa ideia. Eu não conseguiria agir naturalmente, tampouco.

O telefone toca e eu corro para atendê-lo.

– Alô?

– Nasceu, Katniss! É um garoto lindo, forte e saudável!

Lágrimas escorrem instantaneamente pelos meus olhos.

– Isso é maravilhoso, Haymitch! – digo, com a voz embargada.

– Os médicos demoraram a dar notícias porque precisaram fazer uns exames no bebê, mas deu tudo bem. Annie está ótima, e o bebê, apesar de prematuro, é muito saudável. Eu o vi através do vidro. Ele é a cara do Finnick!

Um sorriso bobo se forma nos meus lábios.

– Ele vai ficar internado?

– Ele passará alguns dias em observação, pois nasceu antes do tempo. Mas ele está muito bem.

– Oh! Mal posso esperar para ver a carinha dele.

– Eu vou mandar uma foto dele para vocês assim que der, já que ele ainda passará um tempo aqui.

– Certo.

– Katniss, tenho que desligar agora. Avise aí ao Peeta. Tchau.

Antes que eu possa dar “tchau”, a ligação é cortada.

Estou tão eufórica e feliz com a novidade que provavelmente nem conseguirei dormir. É como se uma parte de meu amigo estivesse voltando à vida, agora que seu filho nasceu. Penso em Peeta e no quanto ele ficaria feliz ao saber disso. Não é justo que eu o prive de saber disso por causa de nossa discussão. Preciso ir à casa dele.


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Notas finais do capítulo

Enfim, pessoal, é isso. Quero muitos reviews e recomendações. Isso me anima muito, então colaborem, rs (isso também vale para vocês, fantasminhas).

Ps: Está tãão perto de Katniss e Peeta se acertarem... Vocês nem fazem ideia. Rs.