Amor Real - Peeta e Katniss escrita por MaryG


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Vim postar mais um capítulo para vocês. Recebi mais duas recomendações e fiquei muito feliz (obrigada, Clara Gallucci Ana Clara Mellark!)! Vocês nem imaginam o quanto eu fico honrada quando vocês dizem que têm a sensação de estar lendo o livro quando leem a minha fanfic. Eu realmente me esforço ao máximo para que a história seja fiel, e ver que vocês captam isso é muito gratificante. :D

Esse capítulo é um pouco maior que os anteriores, mas acho que vocês vão gostar.

Boa leitura!



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Ele diz isso e sai da minha casa às pressas.

O nervosismo acumulado faz com que lágrimas caiam dos meus olhos. Logo estou soluçando baixinho. Peeta me aconchega em seus braços.

– Vai ficar tudo bem – ele diz. – Lembre que o bebê é filho de ninguém mais ninguém menos que Finnick Odair.

Esse comentário arranca um leve sorriso dos meus lábios.

– Você tem razão – digo. – Eu não sei o que seria da minha vida... sem você.

– Digo o mesmo. Eu não estava mentindo quando te disse na praia da segunda arena que você é toda a minha vida.

Meu coração acelera quando ele diz isso. Eu saio de seus braços e fico de frente para ele. Me aproximo dele, minha mão direita acariciando de leve seu rosto. Nossos lábios estão a centímetros de se tocarem, até que ele se afasta de mim abruptamente.

– Katniss, por favor, saia daqui! – ele pede, e eu logo entendo o que está acontecendo.

– Mas, Peeta...

– Saia! – ele ordena enquanto agarra as costas de uma das cadeiras da sala.

Penso em relutar, mas me lembro da promessa que o fez aceitar dormir comigo e me afasto. Com o coração apertado, subo para o meu quarto e tranco a porta. Colo o ouvido na madeira para tentar ouvir algo, mas não ouço nada.

Fico andando de um lado para o outro, a ansiedade corroendo como ácido cada pedaço do meu ser. Os minutos vão se arrastando lentamente, e quando eu já estou pensando em mandar minha promessa ao inferno e descer para ficar com Peeta, ouço batidas na porta. Abro-a rapidamente e vejo um Peeta suado e ofegante, mas que já parece ter voltado ao seu estado normal de consciência.

– Como você está? – pergunto.

– Estou melhor – ele responde. – Dessa vez, os flashes foram um pouco mais fortes que da última vez. Gostaria de tirar uma dúvida com você.

– Venha, sente aqui – digo, puxando-o para a cama.

– Não! Aqui está bom. Vai ser rápido.

– Mas, Peeta...

– Antes do Massacre Quaternário – ele me interrompe –, você beijou Gale na minha frente. Real ou não real?

– Não! – exclamo. – Não real! Eu nunca beijei Gale na sua frente!

– Bem que eu achei a lembrança turva... – ele diz.

– Eles usaram imagens minhas com Gale para torturar você? – pergunto, e posso ver constrangimento nos olhos de Peeta.

– Bem, sim... Usaram todas as armas possíveis para fazer com que eu te odiasse.

Esse comentário realmente mexe comigo. Imagino a dor que ele, na época apaixonado por mim, deve ter sentido ao ver cenas minhas beijando Gale.

– Mas você não me odeia mais, não é? – essa pergunta irracional sai da minha boca antes que eu possa contê-la.

– Claro que não, Katniss! – ele responde, indignado. – Eu não estava no meu juízo perfeito. Hoje eu estou aqui, sendo seu amigo novamente, não estou?

A palavra “amigo” me dá uma sensação desagradável na boca do estômago, mas contenho minha decepção e assinto com a cabeça, sorrindo.

– Então, vamos dormir? – digo.

– Bom, creio que não seja uma boa ideia dormir aqui hoje.

– Mas por quê?! – exclamo.

– A crise de hoje foi mais forte que a anterior. Tenho medo de te machucar.

– Peeta, por favor, fique.

– Hoje não, Katniss – ele insiste. – Se ficar tudo bem, amanhã eu venho.

Ele se vira para ir embora e eu agarro seu braço.

– Não faz isso, Peeta... – suplico.

– Isso não está mais em questão. Eu vou – ele se aproxima de mim, beija minha testa e sai do quarto, deixando-me sozinha.

***

Após uma noite terrível de pesadelos com crianças que se perdiam de seus pais na rebelião, acordo-me exausta. Peeta não vem trazer pão para mim, mas me telefona para explicar que passará o dia na padaria, organizando os últimos detalhes para enfim poder inaugurá-la.

Greasy Sae vem fazer meu café da manhã e me dá a boa notícia de que conseguiu uma casinha na cidade e que finalmente deixará de morar “de favor” (palavras dela) na Aldeia dos Vitoriosos. Ela não conseguirá mais vir todo dia preparar minhas refeições, mas eu não me importo. Tenho Peeta e estou aprendendo a cozinhar.

Quando saio de casa para ir à casa de Haymitch, percebo que a Aldeia dos Vitoriosos está cada vez mais vazia. Houve um tempo em que quase todas as casas estavam ocupadas, uma vez que a vila foi o único local que ficou intacto após o bombardeio. A presidente Paylor permitiu que as famílias se instalassem aqui enquanto novas casas iam sendo construídas no distrito. À medida que as casas iam ficando prontas, as pessoas iam embora da aldeia. Outras chegavam no lugar delas, mas iam embora logo em seguida. Agora, há apenas cinco casas ocupadas, contando com a minha, a de Haymitch e a de Peeta.

Delly foi uma das poucas pessoas que voltou ao distrito 12 após já haver algumas pequenas casinhas prontas. Com o pouco dinheiro que ganhou trabalhando no distrito 13, ela conseguiu colaborar com a obra e ter direito a uma das casinhas. É bem simples, mas garante privacidade.

A fábrica de medicamentos também está quase pronta. Não é possível vê-la daqui da vila, mas eu a vejo sempre que vou à cidade. A presidente Paylor também nos prometeu um posto médico para breve. Alguns médicos da Capital aceitaram vir morar aqui, mas só quando o distrito estiver totalmente reconstruído, claro.

Aos poucos, vamos voltando a ter uma vida normal, e dessa vez muito melhor. Forço-me a pensar isso sempre que me sinto culpada por todas as mortes da rebelião.

Chego à casa de Haymitch, toco a campainha e ele, incrivelmente, me atende limpo, arrumado e sóbrio. Pelo visto, a bronca que Peeta deu nele surtiu efeito.

– Bom dia, docinho – diz ele.

– Bom dia, Haymitch.

Eu adentro a sala e então vejo que há uma mala no chão.

– Plutarch conseguiu para você o aerodeslizador? – pergunto.

– Sim – ele responde. – Vai chegar daqui a pouco. Estou indo pra Capital.

– Por favor, Haymitch, me prometa que irá se manter sóbrio. Você precisa estar bem para ajudar Annie. Nós temos grandes dívidas com Finnick, e você sabe disso.

– Sim, eu sei – ele diz. – Eu vou fazer tudo como deve ser. Não se preocupe.

– Bom saber. Mas então, você já tomou café?

– Sim. Comi qualquer coisa que achei na cozinha.

– Certo. Boa viagem.

– Obrigado.

Eu o abraço e ele me dá leves palmadinhas nas costas.

– Diga a Annie que estou torcendo para que tudo dê certo com ela e com o bebê – peço.

– Pode deixar, docinho.

Depois que Haymitch parte para a Capital, o dia passa rapidamente. Passeio pelo distrito, caço e à noite volto para casa, para esperar Peeta. Após perceber que ele vai demorar, decido preparar o jantar sozinha (dispensei Greasy Sae hoje à noite para já ir me acostumando com a futura ausência dela). Quando já está quase pronto, ele chega.

Não sei se foi apenas para ser educado, mas ele disse que o jantar estava bom. Após comermos, sentamos no sofá para assistir ao noticiário noturno. Peeta puxa assunto:

– A inauguração da padaria será amanhã – diz ele, com um grande sorriso no rosto.

– Que ótimo!

– Irei oferecer várias comidas de graça à tarde, para que as pessoas possam conhecer. Haverá bolos, pães de queijo, rolinhos de canela e muito mais, tudo de graça. Darei uma espécie de lanche.

– Não vou perder isso por nada – digo.

– Finalmente vou poder dar a você os bolos que você admirava quando era criança – ele diz, e eu sinto pesar em sua voz.

Ele provavelmente está sentindo pena da minha situação na infância.

– Sim... Bem, mas quem está trabalhando lá com você? – mudo de assunto.

– Por enquanto, apenas três pessoas. Dois rapazes, Henry e Logan, que estão colocando a mão na massa, e Rachel, uma moça que fica no caixa. Henry e Logan são irmãos e têm a nossa idade. Já Rachel é um pouco mais velha.

– Fico feliz por você. Mal posso esperar para ver a inauguração.

– Sei que sim – ele sorri. – Mas então, vamos dormir? Vou ter que acordar bem cedo amanhã, para organizar a inauguração à tarde.

– Então você não venderá pães de manhã?

– Ainda não. Conquistarei meus clientes à tarde – ele diz, rindo.

Subimos para o quarto e deitamos na cama Ele fica um pouco relutante em me abraçar no começo, como se estivesse com medo, mas logo se rende. E assim, abraçados, nos rendemos a um sono tranquilo.

Acordo no dia seguinte e vejo que Peeta não está do meu lado. Rapidamente, percebo que há um bilhete em cima da mesa de cabeceira. Pego-o e logo vejo a fina caligrafia de Peeta:

Katniss, você demorou muito a acordar e eu não pude te esperar. Fiz torradas e chocolate quente para você. Você só precisa esquentar. Vejo você às 4:00h PM, na inauguração da minha padaria. Peeta.

Um sorriso bobo se forma nos meus lábios. Mesmo apressado, ele se preocupou em preparar o meu café da manhã. Peeta não existe.

As horas se passam rapidamente, e quando me dou conta já são 3:30hs PM. Tomo um banho e coloco um vestido laranja, pois sei que Peeta gosta. Deixo meus cabelos – que agora estão num comprimento normal – soltos, me perfumo e passo nos lábios um batom coral que estava esquecido há meses em cima da pia de mármore do banheiro. Minha equipe de preparação o deixou comigo numa das vezes em que veio me arrumar.

Coloco um par de sapatilhas nos pés e saio de casa, rumando para a padaria de Peeta. Quando chego lá, fico impressionada. A padaria ficou muito bonita. Do lado de fora, posso ver a aglomeração de pessoas ansiosas para se deliciar com os bolos que podem ser vistos pela vitrine.

Com dificuldade, consigo entrar. Por dentro, a padaria está linda. A decoração em tons pastel deu um leve toque de sofisticação. Apesar de haver muita gente, consigo ver comidas e mais comidas expostas, o que faz meu estômago dar sinal de vida. Não vejo Peeta, vejo apenas uma moça morena com seus 20 e poucos anos no caixa. “Rachel”, penso.

Uma porta se abre e Peeta aparece, juntamente com dois rapazes fortes que devem ser Henry e Logan. Eles logo começam a servir as pessoas com bolos, pãezinhos, rolinhos de canela e mais comidas deliciosas. Tento me aproximar do local onde Peeta está, mas o aglomerado de pessoas não permite. Decido, por fim, sair de lá e esperar as coisas se acalmarem do lado de fora.

Estou distraída olhando para a confusão de gente na padaria quando sinto alguém tocar levemente no meu braço. Olho para ver quem é e me deparo com Delly.

– Olá, Katniss! – diz ela, com seu jeito simpático de sempre.

– Olá, Delly – respondo.

Sinto que agora é a hora de finalmente me desculpar pelo meu ataque de ciúmes. Encho-me de coragem e digo:

– Delly, eu gostaria de me desculpar com você pela forma como te tratei na última vez em que nos vimos. Eu não sei o que deu em mim e...

– Você pode até não saber o que deu em você – ela me interrompe –, mas eu sei perfeitamente. Mas sim, é claro que eu te desculpo. Eu entendo seus motivos.

– Como assim, Delly? – pergunto, assustada com o rumo da conversa.

– É visível que você gosta de Peeta, Katniss. Só quem não percebe é ele.

– Como assim? Ele comentou algo com você? – as borboletas começam a bater as asas freneticamente no meu estômago.

– Ele nem entendeu que você agiu daquela forma por ciúmes. Após todas as desilusões que teve com você, ele não acredita que você possa estar apaixonada por ele.

– Então ele... ele ainda me ama?

– Vai dizer que não sabia? – diz ela, sorrindo.

Alguém chama Delly e ela me pede licença, rumando para dentro da padaria e me deixando com os meus pensamentos.

Peeta ainda me ama. Como eu pude duvidar disso? Poderíamos estar juntos há muito tempo, se eu não tivesse sido tão insegura, se eu tivesse demonstrado mais meus sentimentos. Mas ainda dá tempo de agir como eu deveria ter agido e enfim ficar com Peeta. Não sei exatamente como irei demonstrar a ele o que sinto por ele, mas sei que começarei a tentar fazer isso ainda hoje.

Percebo que o movimento da padaria acalmou um pouco e decido entrar. Assim que entro, vejo Peeta conversando com uma moça. Ela lhe toca o rosto e ele sorri para ela, parecendo encantado com sua beleza. Não posso impedir que sentimentos de raiva e decepção formem um nó na minha garganta e comprimam o meu peito.


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Notas finais do capítulo

É isso, pessoal. Quero muitos comentários, hein? Fantasminhas, deixem de preguiça e me digam o que estão achando, rs.

Beijos e até o próximo.