Os olhos meus, que são tão seus escrita por La-Fenix


Capítulo 6
Consequência


Notas iniciais do capítulo

Vocês acharam que eu tinha morrido, aposto^^.
Nota: Opmet é tempo, escrito de trás pra frente. É um feitiço da Zatana que faz o tempo ir mais devagar.



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Opmet! –Zatana gritou o feitiço assim que Dick foi atingido, mas raio neutralizante ainda teve a velocidade diminuída por tempo o suficiente para eu poder ver o feixe azul acertar o peito da morena,ela sequer teve tempo de imaginar o que era aquilo e estava caída no chão se contorcendo em espasmos doentios.

Um humano mascarado estava carregando a arma que havia derrubado os dois heróis. Eu só pude ver seus olhos vermelhos mirarem em mim.

Como uma covarde não deixei que eu me acertasse, corri como uma demente sendo perseguida por uma alucinação. Fui para a direção de onde eu havia vindo enquanto tentava alçar vôo, e o máximo que eu conseguia era me erguer a alguns centímetros do chão e cair enquanto corria.

De algum modo ele estava no meu encalço. Ouvi quando a arma disparou, senti quando atingiu minha perna, mas o pânico impediu que eu parasse de correr. Não entendo o milagre, pois minha perna ficou espasmando e da minha coxa pra baixo eu só sentia um formigamento aflitivo.

A força tamaraniana começou a esvanecer de mim, ele havia me acertado mais uma vez só que nas costas.

Não foi abrupto, foi como se eu estivesse gradualmente perdendo a energia, ficando tão cansada que sequer conseguia me lembrar de colocar o pé na frente do outro. Caí no chão áspero do telhado.

Me virei para ver onde estava o perseguidor, e para meu ‘deleite’ ele estava em cima de mim já me virando e apertando meu rosto com sua mão, me analisando, e o girando para os lados com brutalidade. Eu não conseguia revidar.

Lágrimas se misturavam com um nó na garganta, raiva começava a brotar em mim com o absurdo de tudo aquilo.

Ele me largou e tirava da jaqueta uma coleira de contenção, um colar de metal com uma agulha na parte de dentro, essa agulha seria espetada em mim. Tive medo. Nas outras vezes que colocaram aquela coleira em mim eu perdia a consciência. Ele me colocou a coleira, eu não conseguia me mover, apesar de estar consciente, eu senti a agulha penetrar na minha pele e se alojar entre as vértebras do meu pescoço.

“De novo não…”

[...]

Vi sangue nas minhas mãos, um corpo carbonizado ao lado. Minhas mãos estão quentes e ardendo, meus olhos estão ardendo também.

[...]

Sou forçada a atirar orbes verdes em um homem que está fugindo de mim, erro duas e uma explode nas costas dele. Vejo a queimadura se formar no lugar do impacto, o osso aparecendo em meio à carne queimada.



–Não! -Meus olhos ardem, e minha visão fica com uma película verde, disparo um raio entre os olhos do humano, sua cabeça vai pra trás e ele cai morto. -Não…

Viro pro lado e vomito tudo o que havia no meu estômago, um nojo de mim mesma se espalha por entre todo o meu ser. O cadáver me encarava com os olhos arregalados, meus olhos verteram lágrimas ao me dar conta que eu terminara novamente com a vida de uma pessoa, por acidente.




Cinco dias após o incidente

Minha visão estava embaçada ao abrir os olhos, minha cabeça doía como se o diabo tivesse me atacado durante o sono. Ao meu lado havia uma mesinha com uma bandeja prateada e um frasco de vidro com um líquido transparente dentro.

Minha máscara havia sido retirada por alguma razão, e uma agulha estava espetada na minha mão para me fornecer medicação na veia. Ela coçava bastante e no mesmo instante a tirei para poder sair dali.

Fiquei meio zonzo ao sentar, eu devia ter apagado por algum tempo…

“Kory!”

Alguém havia me nocauteado, enquanto eu estava distraído. Os accel’s costumavam marcar seus prisioneiros com um chip na nuca, não havia me dado conta disso, de que Kory poderia estar marcada sem nem saber. Meu coração se apertou só de imaginar…

Levantei da cama e apoiei na mesinha com o frasco em cima, para não cair. O frasco continha um anti-inflamatório, percebi que minha nuca doía e ao tocá-la senti que ali havia um pequeno corte. Eu era um humano afinal, minha resistência não era a mesma de meus amigos meta-humanos, minha pele não repelia balas, muito menos foi feita para um neutralizador ajustado a uma tamaraniana.

Tamaran era um lugar tão hostil para seus habitantes que eles tiveram de se adaptar a sua hostilidade permanente sendo ainda mais hostis. POr isso um simples neutralizador me nocauteara.

–Já deu pra ver que você está melhor, super-herói. -Zatanna estava parada na porta do quarto (que a propósito era na enfermaria do Monte da Justiça), e estava com um sorriso no rosto. -Se não fosse pela minha resistência mágica teria acontecido o mesmo comigo.

–Isso não é justo, era pra você ficar do mesmo jeito que eu, você é humana também.-Depois perguntei preocupado. -O que aconteceu com a Kory? Onde ela está?

A morena veio até mim e colocou a mão no meu ombro.

–Ela se descontrolou durante o ataque… Olha, fizeram alguma coisa com ela quando ela estava presa, ela… Soltou um feixe de raio que carbonizou o batedor, foi horrível de se ver.

–Não creio que ela tenha feito isso… Kory deve estar com medo e assustada depois disso tudo.-Tentei ordenar os pensamentos e ajustar minhas hipóteses.-Ele devia estar tentando capturá-la.

–Tem mais. Parece que esse sequestrador colocou uma coleira nela, depois de conseguirmos acalmá-la o suficiente para conseguirmos tirar aquilo dela descobrimos que é um neurotransmissor acoplado.

–Espera… Você está dizendo que eles controlam a Kory remotamete? Ela não contou nada disso pra mim. -Fiquei exaltado imaginando aquela ruiva meiga sendo usada como uma boneca.

–Acho que nem ela sabia. A carga neural que a coleira inflinge é muito alta, foi feita para que o usuário não exerça nenhum tipo de resistência ao controle, o cérebro dela só deve ter conseguido guardar alguns flashes das experiências, foi algo muito traumático.

–Porque eles fariam isso? Porque dar à Kory essa habilidade com raios e usar ela como uma marionete?

“Os Tamaranianos são um povo durão… Ela deve ter sido usada por sua resistência superior, como uma base para eles adicionarem os poderes que eles queriam e por fim usarem em algum outro projeto.”

–Dick, ela é uma arma. E no momento é uma arma instável. Eles a usaram pra matar gente importante e agora o sistema nervoso dela está sobrecarregado.

–O que?... Por quanto tempo eu fiquei aqui? Me diga onde a Kory está.

Zatanna se encolheu com o meu tom e fez uma expressão abatida.

–O raio foi tão forte que te apagou por cinco dias. -Me preocupei com o quanto eu havia perdido nos últimos dias, e o que estaria acontecendo.-A tamaraniana acordou na enfermaria também, mas estava tão agitada que quase destruiu a enfermaria. Miss Marte a acalmou, mas ela só ficou feliz quando a deixamos ficar no seu apartamento, isso foi a uns três dias, espero que não se importe de termos deixado ela ficar na sua casa.

–Se ela está na inha casa… Porque você diz que o sistema nervoso dela está sobrecarregado? -Eu verdadeiramente não me importava que ela estivesse lá, até preferia.

–O bloqueio mental que a impedia de usar os poderes sem a coleira se desfez, toda vez que ela se sente ameaçada ou assustada sofre o risco de disparar raios pelas mãos ou pelos olhos. Estamos receosos de que se essa condição se agravar ela possa colapsar e…

–Entendi, entendi… Vou voltar pra casa agora mesmo… Preciso ver como vou arrumar essa situação..-Tive pressa em ir logo pra casa, quase havia me esquecido da máscara.-Onde colocaram as minhas coisas?

–Tem vergonha dos seus lindos olhos azuis?-A morena falou na brincadeira.

–Não gosto que me vejam sem ela, só isso.

E foi aí que eu me dei conta de que a ruiva nunca me vira sem a máscara. Eu deveria mostrar meu verdadeiro rosto a ela? O que significava o fato dela querer ficar na minha casa ao invés de ficar no Monte? Simplesmente o fato de já me conhecer ou era algo mais profundo?


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Notas finais do capítulo

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