Os olhos meus, que são tão seus escrita por La-Fenix


Capítulo 2
Você estará segura


Notas iniciais do capítulo

Eu não vou seguir o roteiro da série, mas para os entendedores há uma frase que eu tirei de um episódio dos Jovens Titãs, isso não quer dizer que a fic é uma cópia da série, eu me baseei nela.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/462028/chapter/2

Fiquei em frente do meu salvador, enquanto ele pilotava a nave marciana -O único povo com quem eu tivera contato daquele sistema. Eu tinha curiosidade de entendê-lo, em saber o que ele tanto falava pra mim, ou talvez para onde estaríamos indo, meus poderes não estava restaurados o suficiente para uma batalha se ele decidisse se tornar hostil -ou mesmo que eu entendesse que ele estava sendo hostil- precisava melhorar nossa comunicação rapidamente.

Comecei a encará-lo para obter sua atenção, o que aconteceu rapidamente, com ele virando seu rosto na minha direção e erguendo as sombramcelhas. Ele falou algo em seu idioma, que eu não pude entender, e digitou alguns comandos nos controles da nave, vindo em minha direção alguns instantes depois.

O tom de sua voz parecia conciliador, como se ele tentasse me convencer de algo ou mesmo me acalmar. Segurei seu rosto com as mãos e encostei meus lábios nos dele, não foi algo difícil já que ele tinha praticamente a mesmo altura que a minha, mas o que me surpreendeu foi que eu vi o rosto dele ficar vermelho. Repentinamente a pele de suas bochecha saiu de uma cor creme para esquentar e ficar vermelha, temi que fosse algo relacionado ao contato labial Tamaraniano, que possibilitava assimilação linguística. Nenhuma raça que eu conhecia tinha reações adversas a essa habilidade.

–Tudo bem com você?-Perguntei, em sua língua, ficando preocupada com seu bem estar. -Você está vermelho, e quente.

O rapaz piscou longamente e disse, por fim:

–Nossa… -Ele voltou a realidade e me respondeu. -Eu estou bem, sim. -Ele piscou novamente,um pouco atordoado. -Posso saber porque você me beijou?

–Eu assimilo línguas por contato labial, todo tamaraniano faz isso. -Ele mexeu no cabelo preto e despenteado um pouco e resmungou.

–Se é assim você pode me explicar o que estava fazendo dentro de uma bomba? -Me abracei antes de respondê-lo.

Será que se eu contasse a verdade a ele, ele me devolveria aos Accel’s? Aquela raça imunda me tratava como uma cobaia, e havia me comprado de mercenários escravistas. Quem poderia me garantir que ao saber disso aquele humano não me devolveria aos meus ‘donos’? Ou que fosse pior que eles?

–Não me lembro. -Desviei dos olhos dele, pelas habilidades dele dava pra ver que ele percebera minha mentira, mas ele era diplomático demais para me questionar, ou pelo menos para me questionar no momento.

–Tudo bem. Meu nome é Asa Noturna, pode me dizer o seu? -Que nome peculiar.

–Koryander, mas costumam me chamar de Kory. -Tentei olhar em seus olhos, mas como a máscara os protegia dei de cara numa parede.

–É um nome bonito, não conheço muitos nomes Tamaranianos, mas eu acho bonito. -Fui me sentar num canto e me encolhi.

Passamos o resto da viagem trocando olhares furtivos. O que eu queria no momento era colocar uma roupa mais confortável, e comer. Principalmente comer, eu devia estar em jejum a alguns dias. Pousamos um pouco depois dentro de uma montanha, eu achei que era só parte do cenário terráqueo, mas uma porta se abriu para a nave.

Asa Noturna se levantou e fez um gesto para eu seguí-lo.

–Você deve estra faminta, temos uma cozinha aqui no monte, tem preferência por alguma coisa? -Franzi o cenho e estranhei o ato.

–Com que propósito você me libertou?

Chegamos numa sala ampla, com várias ilhas de balcões e armários. Aquela devia ser a cozinha.

–Só tentei ser gentil, não queria que você explodisse.-Peguei seu ombro e o fiz olhar para mim.

–Gentil. Nós não temos essa palavra no meu planeta. O mais próximo é rutha, fraco. -O moreno afastou minha mão de si, e pegou uma panela.

–Tudo bem. Mas você está na minha jurisdição e até onde eu saiba não temos uma embaixada tamaraniana na Terra. Até eu saber o que fazer, preciso cuidar de você. -Asa Noturna foi até uma câmara de ar frio e tirou de lá formas brancas ovaladas. -Isso inclui te alimentar. Enquanto você come eu vou cuidar do meu prisioneiro.

Reprimi minha vontade de aniquilar o Accel que deveria estar à bordo da nave marciana. Eu estava fraca por causa dos sedativos que haviam me dado e estava faminta, em vez disso preferi assistir o humano acender o fogo e jogar a gosma branca que estava dentro das esferas dentro da panela.

–Como vocês chamam isso? -Ele usava uma espátula para mexer a comida, era bem peculiar.

–Ovos. -Ele pegou um prato e um garfo,pra mim, e despejou os ovos mexidos no prato. -Fique aqui um pouco, eu volto já.

Dito isso ele saiu, numa postura rígida, e em passos firmes. O uniforme dele era bonito, até, preto com uma ave azul no peito. Ainda que não era no uniforme que eu estava interessada,mas sim no homem debaixo dele. Ele tinha a minha altura, e possuía cabelos bagunçados com cor de ébano, além de músculos bem definidos e ombros largos -que a propósito eram bem reconfortantes.

Comi a comida preparada por ele, e estava prestes a me perguntar se éramos os únicos naquele lugar quando um ruivo apareceu na cozinha, chamando por um tal de ‘Dick’.

Minha primeira reação foi atirar o prato na cabeça do intruso para ferí-lo gravemente, mas ele se moveu numa velocidade assustadora, e quando eu me dei conta ele estava atrás de mim com a mão no meu ombro.

–Hey, gatinha sem estresse! Fic...-Peguei seu braço e lhe atirei por cima do ombro, o ruivo acabou caindo atrás da bancada de onde eu estava comendo. Não quis esperar ele revidar ou se mover como antes para ir atrás dele, entretanto ele realmente usou novamente sua habilidade de velocista para e atacar por trás e me pressionar contra a bancada.

–Me solta seu rogoskof! –Se eu estivesse com a força total de meus poderes poderia ter quebrado o crânio daquele maldito.

Foi quando ele subtamente me largou. Eu me virei para ver o que tinha acontecido, e vi Asa Noturna acabando de socar o rosto do meu agressor.

–Wally, não faça isso novamente! -Ele parecia bem alterado, mas falava como se estivesse somente irritado. -Ela é nossa hóspede por enquanto.

O ruivo se levantou um pouco atordoado, e respondeu:

–Diga isso pra ela!-Ele apontou para o canto de onde eu estava observando os dois. -Além do mais não precisava ser tão violento, bastava dizer “Solta ela”.

–Eu preferi não arriscar, já tive que cuidar de um prisioneiro violento hoje e não quero cuidar mais. -Ele então nos apresentou. - Wally, essa é a Kory. Kory esse é o Wally. Agora apertem as mãos e sejam amigos.

Fiz o que Asa pediu, só garanti acrescentar um pouco mais de força no aperto.Wally se afastou de mim, massageando a mão e voltou a falar com o moreno.

–Pode me dizer da onde ela saiu?

–Eu estava no monte, quando sem querer interceptei uma comunicação dos Accel’s, eles iam detonar uma bomba, mas quando eu fui desarmá-la -O moreno apontou pra mim- Ela estava lá dentro.

–Você não pode mantê-la aqui, é contra as regras, o Tornado ficaria uma fera com você.

–Ela é alienígena, não tem pra onde ir, não existe embaixada pra ela.

–Piorou, e se ela for de uma raça hostil?

–Ela é. Os Tamaranianos são um povo guerreiro, segundo o que eu soube pelo Batman.

–Então o que eu você está fazendo com ela aqui?

Dependendo da resposta do Asa Noturna eu iria atacá-los e fugir dali o quanto antes. Se fosse para ser presa novamente eu preferiria ter explodido junto daquela bomba, já havia aguentado muita humilhação para uma vida só.

–Os Accel’s estavam mantendo ela prisioneira, isso quer dizer que ela é inimiga deles.

–Tá, o que isso quer dizer?

–O inimigo do meu inimigo é meu amigo. -Asa Noturna deu um sorriso felino. -Se Kory tem problemas com os Accel’s e a gente também, nós podemos nos ajudar.

Intervi na conversa, para lembrar aos humanos que eu estava ouvindo.

–Onde eu vou ficar, então?

O moreno olhou nos meus olhos e falou com a maior calma e confiança do mundo.

–No meu apartamento. Lá você estará segura.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Comentem!
(Nota: Rogoskof, é um xingo que eu criei. Se vocês souberem os xingos que a Kory usa normalmente, me avisem ^^)