Os olhos meus, que são tão seus escrita por La-Fenix


Capítulo 1
Prólogo




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O jovem adulto olhou nos olhos do invasor e lhe dirigiu a palavra, de maneira fria e pouco acolhedora. Ele tentava arrancar informações por meio de interrogatório, eram informações valiosissímas e ele precisava tê-las em questão de poucos minutos, se quisesse encontrar a bomba implantada na ilha.

-Eu vou lhe perguntar mais uma vez. -O alienígena se encolheu na cadeira onde estava amarrado, era um ser humanóide delgado, sem qualquer pelo no corpo, com a pele diáfana. - Onde você implantou o detonador?

Asa Noturna beliscou a ponte do nariz, estava ficando sem tempo, segundo as poucas informações que obtivera, do parceiro de seu prisioneiro, restavam apenas vinte minutos para a detonação da bomba.

-Você não pode impedir a queima de arquivo! -Asa se irritou com a declaração e retrucou na voz mais neutra que conseguiu no momento.

-Estamos numa ilha isolada no norte do pacífico, vão destruir o que? Meia dúzia de gaivotas? -O alien se aquietou e por fim se calou.

O jovem sabia que não conseguiria mais nenhuma informação, Accel’s -a raça do alienígena capturado- eram misteriosos, e difícilmente revelavam o que planejavam, ele só tivera conhecimento da bomba quando interceptou por acaso a comunicação dos Accel’s.

O jovem teorizava que a queima de arquivo poderia não ser a ilha, mas algo que eles simplesmente não conseguissem exterminar de maneira sigilosa no continente, algo resistente que necessitasse de uma bomba de nêutrons para se eliminado por completo.

O moreno saiu da bio-nave e olhou o terreno pedregoso ao redor. Não era um lugar tão difícil para se esconder uma bomba, se movimentassem algumas pedras ocultariam facilmente, até mesmo, uma nave do Batman. As pedras também prejudicavam seus sensores, elas deveriam possuir alguma propriedade magnética que bagunçava seus equipamentos.

O que restou a ele foi vasculhar a área no entorno da nave, sem se importar com o prisioneiro ficar sozinho, a raça dele não era forte o suficiente para romper as amarras. Mesmo assim se ele não conseguisse desativar a bomba teria que retornar à nave e sair dali o quanto antes. O máximo que aconteceria seria a perda de um amontoado de pedras no pacífico e talvez a perda do objeto de que os Accel’s queriam se livrar, uma informação que ele perderia.

Socorro

Asa Noturna parou de subto, enquanto subia numa pedra. Ele não tinha ouvidos aprimorados, muito menos poderes telepáticos que lhe permitissem contato com mentes. Escorregando pelas pedras ele se aproximou da direção do pedido, entre algumas pedras o Asa pode ver um metal acinzentado, no mesmo tom das pedras ao redor.

Sem muito tempo para a detonação da bomba Asa Noturna remove as pedras que encobriam o metal, para descobrir, não uma bomba, mas sim uma capsula.

Lhe restavam apenas oito minutos para desarmar a bomba e parar o contador.

Asa Noturna abriu o painel elétrico do mecanismo da bomba, ele teria que invadir o sistema e desativar o firewall. Lhe restavam quatro minutos agora. Ele entrou na central de energia da bomba, agora lhe faltava apenas três minutos, logo a bomba seria desativada.

Porem algo lhe fez virar a cabeça, um chamado silencioso, um pedido a alma, uma fita conectando ele a mais alguém. Lá estava ela, os olhos brilhantes de lágrimas, melancólicos e desesperados, olhos verdes de esmeralda, mas não tão duros quanto, olhos que hipnotizavam e encantavam o ser, aprisionando a alma.

O alarme em seu contador na cintura começou a fazer o bipe de contagem regressiva, tomado pelo susto Asa Noturna rapidamente interrompeu o fluxo da central de energia da bomba e parou o timer.

-Meu Deus… -O jovem moreno ofegou de nervosismo, e enxugou o suor da testa. Ele se sentia preso na roupa de super-herói, ainda mais no meio de tanta tensão, e de tanto… Sentimento, por assim dizer. -Você está bem? -Asa Noturna retomou sua compostura, mesmo não esperando resgatar ninguém naquele dia havia uma mulher que precisava de sua ajuda.

A prisioneira inha a pele alaranjada,mas de uma maneira sutil como um bronzeado. Seus braços estavam presos no que parecia ser um vestido ‘camisa de força’, ou algo muito próximo disso.

-O mecanismo para te tirar daí não deve ter muitas complicações. -Com um simples apertar de botões, a pressão da capsula foi removida e ela se abriu, deixando cair a jovem prisioneira. -Opa! Peguei. -Asa Noturna envolveu a garota nos braços, percebendo o quão magra ela estava provavelmente estava sendo refém havia meses.

Sem se pronunciar mais ele a pegou no colo, e a carregou para dentro da nave, ela se recostou no ombro do herói onde ficou até ser colocada na maca da bio-nave.

-Eu acho que você não fala a minha língua… -Deduziu o detetive.-Mas fique calma, eu tenho que tirar essas amarras de você, não vou te machucar.

Asa tirou um cortador a laser de uma maleta de enfermagem e foi cortar as amarras do vestido, a mulher recuou mas não muito, devido a vestimenta que usava. Ele percebeu que o cabelo dela fora cortado rente e estava crescendo desigual, os loucos em manicômios recebiam o mesmo corte para o cuidado capilar ser mais fácil. Mas ela não era humana, só de olhar em sua estatura anormalmente alta para uma mulher e para seu cabelo vermelho podia-se constatar a verdade. Ela era cobaia de algum experimento.

O moreno começou a cortar o tecido que prendia os braços da ruiva e tentou não encarar muito seu corpo de escultura, em toda sua vida nunca encontrara um ser tão belo e exótico.

Os fios que compunham a trama do vestido eram resistentes, ele teve que ficar um bom tempo com o laser num ponto só para o tecido se abrir. Isso era algo interessante já que o bisturi a laser estava na nave para incisões no SuperBoy, e ele tinha a resistência bem elevada.

Alguns minutos mais tarde as mangas que prendiam seus braços estavam caídas no chão e a ruiva alongava os membros. Asa Noturna desconfiava que ela entendia que ele queria ajudá-la pelo fato dela ter ficado imóvel durante todo o procedimento.

-Muito bom, agora eu vou nos levar até o monte da justiça, acho que a Miss Marte vai poder te ajudar.-Asa Noturna foi para os controles de navegação da bio-nave e planejou a rota para a sua casa que no momento era o Monte da Justiça.


A moça o seguiu relutante e ficou observando ele mexer nos controles da nave. Em toda sua vida nunca encontrara um jovem tão belo, e misterioso. A máscara que escondia seus olhos lhe dava um ar rígido e pouco amigável, até mesmo assustador, mas sua voz era confiante e tranquilizadora, mesmo que ela não entendesse lhufas do que ele dizia, Kory tinha agora a esperança de ser salva.


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Notas finais do capítulo

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