As férias do Olimpo escrita por Little Dream


Capítulo 69
Batalha Final - Parte 3


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo!



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—Mas se irei morrer,bem...Talvez seja importante você saber que er...talvez...ou..com certeza..Ah,que seja. To a beira da morte mesmo. Apolo eu estou grávida! E o filho é seu!

Narradora~

Tais palavras despertaram em Apolo uma força indescritível. Ele destruiu Órion,esquecendo de um ponto certeiro e arremessando sua própria espada dourada em direção ao coração do gigante.

Depois,correu olhar para Ártemis. Em poucos segundos a garota estaria morta.

Ele só teria uma chance.

Sacou o arco,quanto tempo não o utilizava? Ele ainda tinha prática? Ele necessitava ter.

Pegou a flecha num movimento rápido,posicionou-a. E fechou o olho direito. Apenas com o esquerdo,se colocou como em uma caçada de séculos atrás. Imaginou estar no meio da floresta,Gration era sua presa. Sua fera.

Os dedos seguravam a flecha com uma força precisa. Ele sentia o suor escorrendo pela testa. Procurando o local certo por entre a armadura.

Talvez por isso Ártemis não o tenha matado. O cara parecia um robô com vida.

Então encontrou algo inexplicável. Talvez,as parcas tiveram piedade de sua situação. Mas visualizou um pequeno ponto negro,logo abaixo da cabeça. Na nuca. Desprotegido e escancarado. Quem é que ia tentar atirar em uma pinta?

Apolo.

Com a mira posicionada,teve tempo de observar a espada baixando.

Ele soltou o fio. Soltou a flecha.

E as cenas a seguir,parecerem passar tão lentamente quanto câmera lenta.

Ele viu a pequena flecha de bronze celestial,com fogo grego e esverdeado na ponta voar,quebrar o vento e as pequenas multidões de guerras. Viu a mesma acertando seu alvo,e o gigante,então,se desintegrando. Ártemis estava encolhida,os olhos fechados e cobrindo a barriga.

Ele andou lentamente até ela. Como se a batalha tivesse sido apagada. Na verdade,ele parecia estar em um desfile de moda,já que as mãos estavam na cintura.

—Grávida,não é?

Ela olhou para ele. O esboço de um sorriso se formando.

—Eu jurava que ia morrer.

—E você acha que o paizão dedicado aqui,ia deixar isso acontecer?

—Mas..

—Por que não me contou?

—Ia te atrapalhar. Você vive uma vida de tantos romances...

—Posso ter tido todos os romances que alguém possa querer ter. Mas no fundo,eu sempre e só quis você.

Algumas lágrimas brotaram dos olhos de Ártemis,escorrendo por seu rosto e pingando na armadura. Apolo a abraçou de modo protetor.

Mas logo o momento teve de acabar,Já que cinco ciclopes invadiram o espaço onde estavam,com as mãos musculosas,e alguns,possuíam até canos.

Apolo e Ártemis ficaram de costas um para o outro. O Sol e a Lua,trabalhando juntos,e em perfeita harmonia.

Hera

A mulher tinha acabado de se livrar de uma dúzia de fúrias,e já surgiu uma mulher..hum...diferente.

Os cabelos eram prateados,trajava vestes cinzas e esvoaçantes. Nada grega,tinha até pontos romanos,se reparasse nos detalhes.

Ela era...diferente.

—Quem é você? —A voz de Hera estava firme,parecia que em batalha,ela possuía mais firmeza que presente no Olimpo.

—Desconhecida para as divindades olimpianas. —A voz era rouca— Mas sou aquilo que todos vocês temem.

Hera lembrou-se.

—Filha de Miséria,não é?

Ela grunhiu.

—Por que é que sempre mencionam minha mãe!

—Por que você é o puro esquecimento e a desgraça.

—Exato! E dessa vez os Gregos perdem!

—Ah,não. Não te darei essa alegria.

—E o que a deusinha do casamento poderá fazer para me impedir? Me atacar com vestidos de noivas?

—Não,isso. —A deusa estalou os dedos e sorriu.

A menina olhou ao redor e começou a rir.

—Era para ter acontecido alguma coisa?

Então,foram ouvidos mugidos,e algumas vaquinhas caindo do céu.

—Bom,acho que aconteceu. —A deusa passou por cima do monte de pó sob seus pés.

Ares

Ele ajoelhou-se ao lado da menina de cabelos ruivos. Os olhos estavam cheios d' água. Ele colocou a cabeça dela em seu colo,desacordada,a espada estava logo abaixo de seu braço.

Ela estava tão reluzente que nem parecia estar inconsciente. Os lábios rosados tão perfeitamente natural,a pele tão macia.

Ele sussurrou baixo.

—Oh,Héstia,por que fez isso?

Ela abriu os olhos,e sentou como uma criança em uma cantiga.

—Você precisava de impulso ué.

Ares quase caiu para trás.

—Você ta viva?!

—Você está chorando?!

—Héstia! O que você fez? a...a lança!

Ela retirou do braço. A espada estava solta. Não havia um pingo de sangue. Ela sorria como criança travessa.

—As vezes meu poder consegue tipo,manter a paz no local onde estou.

Por isso ela não foi atacada enquanto vinha para cá. Por isso,ao nosso redor agora,fúrias e ciclopes dançavam juntos.

—E poderia ter me contado!

Ela deu os ombros.

—Se não forjasse minha morte você não ficaria bem consigo mesmo. Já estava distraído lá,fazer o que se sou o raio de sol da sua vida....

Ele revirou os olhos,seguido de um sorriso.

Ambos levantaram.

—Meio convencida você...mas bem..Talvez seja verdade.

Ela sorriu,ele a puxou pela cintura.

—O que você queria me contar?

Os olhos pareciam brincar um com o outro,ela ficou levemente corada.

—Bem..que eu pulei do navio em alto mar. Enfrentei dezenas de ciclopes e fúrias..

—Você é louca. —Ele riu suavemente,ainda estavam próximos o bastante para Héstia sentir o aroma de menta em sua boca.

—Louca por você. —Ela complementou,completamente vermelha.

Ares a olhou. Um sorriso tão profundo quanto verdadeiro surgiu em seus lábios.

—Bom,depois de tudo o que aconteceu,só tenho a dizer que eu também.

Ele a puxou ainda mais perto,iniciando um beijo sereno e romântico. Em perfeita sincronia. Como se os dois tivessem sido feitos um para o outro,ou,como se o destino os tivesse trilhado a caminho um doutro.

E como tudo dura pouco,logo os dois ouviram a voz de Hefesto.

—Eu sei que ai deve estar tudo bem e tals...mas será que a dona paz e amor pode vir da uma mãozinha?

Ela deu os ombros,desgrudando de Ares. Sorriu,e saiu.

Depois voltou correndo,lhe dando um selinho rápido.

—Boa sorte meu menino da guerra.

E saiu,dessa vez,mesmo.

Ares riu,colocando a mão na cabeça. Mas foi Héstia sair,que o encanto acabou,e as fúrias e ciclopes terminaram suas respectivas danças,fazendo um círculo a seu redor.

Ele riu irônico.

—Podem vir doçuras.

Hermes estava ajudando Zeus com Porfírion,lhe atacava do alto com suas famosas sandálias aladas. Enquanto o rei do Olimpo,disparava raio sobre raio no gigante.

Foi numa das "voadas" dele,que ele a viu.

Seu opositor —Hipólito— A levou em seus braços,a pousando em um altar negro.

Hipólito era alto,tinha a pele amarelada e escamosa. Os olhos alternavam de cor,vestia uma armadura verde musgo,e o rosto,tão redondo quanto escamoso,recheado de crateras.

Levava Deméter sem nenhuma delicadeza. Tanto que os braços da deusa,ao longo da cabeça,balançavam em uma dança sem ritmo. Ela estava impecavelmente linda.

Ela trajava uma túnica grega branca,com uma alça solta que caía atrás de suas costas,o comprimento ia até seus tornozelos,os pés descalços.

Ela estava tão serena...e desacordada. Inconsciente.

A jogou lá como se ela fosse uma vítima de assassinato,mas ao mesmo tempo,seus longos cabelos castanhos,formados e contornados por cachos,faziam desenhos no mármore negro.

Ele perdeu a voz,a fala. O equilíbrio. Teria caído.

Mas se segurou em Hades,que havia terminado de desintegrar Alcioneu.

O deus das trevas olhou firme nos olhos do sobrinho.

— Vá!

Hermes assentiu.

Correu por entre Ártemis e Apolo,Correu por entre Héstia e Afrodite,Atena e...Poseidon?

Balançou a cabeça. Deveria estar vendo coisas.

Por fim,chegou a escadaria de pedra.

Hipólito olhou para ele.

— Até que ela é bonita. — Ele riu— Agora entendi a sua preocupação. Sua ira e obsessão.

— Largue-a.

— Ui! Ciumento! Então não posso...fazer isso?

Ele levou a mão até o seio direito da deusa. Mesmo por cima da túnica,Hermes sentiu o sangue ferver.

— Tire as patas de cima dela!

— Ou o mensageirinho vai fazer o que?

Hermes sacou a espada.

— Isso!

E o encontro de metais.

Deram o inicio da luta árdua.

Ambos Desviavam e atacavam vorazmente,causando leves ferimentos. Hermes tinha uma vantagem sobre ele novamente,Estava dominado pelo ódio e pelo rancor. O atacando com bravura e lealdade.

Por fim,Hermes passou o pé sobre as pernas do gigante. O que o fez cair,então,fincou a própria espada em Hipólito.

Que caiu em um monte imprestável de pó.

Ele correu até Deméter. Quando iria tocar-lá,uma voz estridente ecoou em seus ouvidos.

—Nem ganhou o jogo,e já quer ganhar o troféu?

Ele virou-se. Depois,arrependeu-se até a morte por isso.

Gaia estava com os cabelos em folhas. Os olhos,como rios cristalinos. O corpo,de estrelas,o vestido,de pedras. Os dedos,como pequenos galhos. A boca,como um buraco.

Seus movimentos eram em câmera lenta. Mas ela estava acordada. Consciente de tudo o que fazia.

— Ga...Gaia?

Ela revirou os olhos.

— Entregador insignificante. Trouxe sua família para a morte.

— O que você fez com ela?

Gaia correu até Deméter. Hermes pensou o quanto a coroa de flores rosas lhe caia bem.

— Estava tendo lembranças do que você teve com ela,achou estar ficando louca,então...lhe dei um chazinho.

A boca demoníaca sorriu.

—Vamos..vamos deter-la!

— É claro...Que não!

Gaia gargalhou e levantou a mão. Hermes foi jogado longe por uma onda de terra.

Literalmente.

Olhou ao redor,toda sua familia estava sendo aprisionada em celas de grama,com grades de barro. Ele viu Ártemis encolher-se sob a barriga,a protegendo? Viu Apolo gritando para ela,Viu Ares com a mão estendida,tentando alcançar a de Héstia,ambos estavam a metros longe um do outro. Viu Atena,estratégicamente,usando a ponta de sua lança para cortar o barro. Viu Zeus jogar raios onde estava,Hera chorar baixo. Viu Afrodite retocar a maquiagem,como se nada estivesse acontecendo,e Hefesto,arrumando alguma coisa com sucata velha. Perséfone se salvaria. — Pensou,sozinho— Havia ficado no navio.

Percebeu que aos poucos a terra o engolia.

Utilizou suas forças.

— O que Deméter tem?

Gaia sorriu.

— Ela já estava sonolenta antes,talvez por que ela já tenha recebido 50% de todo meu poder. Assim que o sangue dela escorrer por esse altar. Sangue divino e olimpiano,todos vocês estaram mortos,todos meus filhos que por terra cairam,por terra se levantariam,e ela,dormirá para um bom tempo. E sabe,todos vocês estão presos e impedidos de fazer qualquer coisa. Desistam,eu venci.

Ela ergueu uma adaga,de ouro imperial,ou bronze celestial. A luz fraca da lua,parecia ainda mais assassina.

Quando estava prestes a acertar-lá no peito. Uma mulher surgiu por trás dela.

— Lady Gaia.

MARTA?

Era Marta. Com vestes simples,como uma ninfa. Mas ela era mortal. Até Gaia se assustou.

—Eu disse que viria senhora,cumpra o que você disse. — A mulher caminhou até frente a ela. Ao lado do altar,onde Deméter dormia calmamente. Ela era a parte racional.

— É claro que cumprirei humana tola! Toda a riqueza que um mortal pode querer ter!

Marta ajoelhou-se.

— Posso observar-la ir para a vitória?

Gaia sorriu.

— É claro. Levante-se.

Ela olhou a deusa deitada. Continuava inexpressiva.

Hermes calculou quantas vezes já tinha imaginado estar matando a mortal.

— O sangue divino vai deixar ela dormindo,e ressuscitar os seus filhos?

— Exato.

— E o sangue mortal?

— Sangue pecador. Não os ressuscita.

Marta suspirou.

— Desculpe Hermes. Por tudo o que eu te fiz. Me perdoe,essa é minha tentativa de repor tudo o que lhe fiz,se sair dessa,desejo que seja feliz.

Hermes a olhou,sem entender.

Gaia revirou os olhos e baixou a adaga.

Marta atirou-se na hora,empurrando Deméter para a grama fria,e recebendo o gélido ferimento em seu lugar. Sentiu o sangue percorrer as veias pela última vez,ouviu a voz raivosa de Gaia praguejar uma última vez,e o pensamento e a mente escurecer, e os olhos,por fim,fechar.

O sangue humano da mulher começou a borbulhar até desaparecer.

O clima estava tenso,e nenhum dos olimpianos acreditava no que tinha visto.

A deusa bufou,empurrando o corpo sem vida da mortal para longe. A grama cresceu a ponto de empurrar Deméter de volta para onde estava.

Já na fria pedra. A deusa continuava com a expressão serena e noturna. Não sabia que estava prestes a dormir por séculos.

Gaia,com a adaga — Que igualmente havia ficado limpa — Sorriu e olhou para os deuses.

— Sem surpresinhas dessa vez.

E a adaga desceu.


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Notas finais do capítulo

Ta tudo perdido :X A menos,é claro,que o Chapolin Colorado salve o dia! UHEUEHEUH zueiras a parte,está tudo perdido mesmo. .-.



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