As férias do Olimpo escrita por Little Dream


Capítulo 67
Batalha Final - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

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—O que? —Ele correu até elas. A sabedoria lhe entregou a carta. Os olhos a percorreram de forma lenta e dolorosa. Ele levantou o rosto. Falando na maior certeza jamais vista.— Eu vou a ilha de Gaia.

Narradora~

Deméter estava no jardim leste.

Era encantador. As flores,incontáveis,cobriam os morros. Uma cachoeira descia suavemente. A grama era fofa ao tocar seus pés descalços. Havia um banco de madeira a baixo de um velho carvalho,plantas trepadeiras e rosas subiam pelas pedras do castelo. O vento brandia fraco,típica brisa de primavera. O sol soltava poucos e suaves raios solares. Que aquecia devagar. Deveria ser umas três horas. Por ai.

Deméter sentia-se sonolenta.

No primeiro dia,ficou com receio das refeições no palácio de Gaia. Mas a fome acabou por lhe entregar. O tempero era bom,gostoso. Do jeito que ela sempre gostou. Porém,sempre no fim,terminava por se sentir com sono. Dormia longas horas.

Horas,notará que por aqui não havia relógios,e localizar-se pelo sol era ainda mais complicado.

Ela suspirou,borboletas de todas as cores voavam de lá para cá.

O oceano,a sua direita,brandia tão fraco.

Que Deméter franziu as sobrancelhas. Indo até lá.

Durante sua estadia no palácio,suas opções de Gaia,eram túnicas. —Sempre limpas— Mas parecia que a primária,queria sempre ver a deusa em sua forma grega. E a elogiava por resplandecer beleza.

Chegando a beira-mar, a água estava fria. Que todos seus pelos se arrepiaram.

Voltou,caminhando pelas árvores. Abaixo de uma cerejeira florida,teve uma sensação estranha.

Ao fechar os olhos,estranhou ver imagens que nunca antes tinha vivido. Lembranças?

Ela estava com Hermes,ele a girava com uma mão só. Dançavam de lá para cá,riam e sorriam apaixonados.

Mas Hermes nunca estaria apaixonado por ela. Essa era uma certeza. Mas a "lembrança" não terminava ai.

Isso tudo era em uma calçada. A beira da praia. A noite,ele pagou um sorvete. Ela lambuzou o nariz dele com o creme de morango. Ele gargalhava.

Uma tontura forte a atingiu. Empurrando-se contra a árvore para evitar cair.

Outra lembrança. Ainda mais forte.

Dessa vez,ela se via dançando. Deveria ser uma casa, Os quadros na parede,a lareira apagada,os sofás arrastados. Muitas pessoas dançando. Ela estava novamente com Hermes.

Juntos.

Ele mantinha as mãos em sua cintura,os corpos próximos um do outro. A música era eletrônica,agitada. Mas eles não ligavam. Deméter podia sentir que naquela espécie de memória,só haviam os dois. Então eles se beijaram,tão doce,delicado...Parecia real.

Mas como ela poderia lembrar de algo que não viveu?

Ele foi a arrastando para um dos vários quartos. Entre beijos e carinhos.

Deméter enfim,caiu. A "lembrança" teve fim. Sentia-se exausta. Cansada.

Como se algo roubado a anos,retomasse com muita força.

Ela fechou os olhos. Mas só via a escuridão. Os abriu novamente. Ainda mais exausta.

Como meras lembranças poderiam acabar assim com ela?

Se fosse névoa,ainda. Ouvirá dizer que quando a névoa é desfeita a dor é de vinte espadas perfurando a pele. Era quase o que ela sentirá.

Mas era ela à quem a névoa escondia. Não tinha o que a própria nuvem ocultar da deusa.

Resolveu subir ao seu quarto. Encontrou-se na escada com Gaia. Parecia tensa.

—Oi Deméter,tudo bem? você parece..bem,sem cor.

Deméter respirou fundo.

—Tudo,só irei para meu quarto.

—Claro minha cara. É hoje a noite.

Deméter já havia passado de Gaia na escada,quando voltou alguns passos para trás.

—O que é hoje a noite?

—A passagem de poderes. Hoje,a meia noite,você terá mais influencia sobre a terra do que pode imaginar. 70% De meus encantos. Se prepare.

—Sim..claro.

Ela suspirou.

Então era por isso que deveria estar sendo vestida assim. Simbolizar a Grécia. O poder grego.

Ao chegar em seu quarto,pela primeira vez foi para a sacada. Observará,que no jardim oeste,havia um altar de mármore negro sob terra batida. Algumas tochas eram erguidas. Atrás do altar,mas para a frente do castelo. Um grande centro de batalha. Pisos que se alternavam do branco para o preto.

Ela franziu o rosto,e voltou para dentro.

Entrou na banheira de ouro e pétalas de rosas,e tomou um longo banho.

Atena~

A deusa sentia o vento levar seus cabelos. Estava de armadura,e o barco —Que Hefesto consertará em três minutos!— Estava em perfeito estado. Todos estavam prontos para a batalha. As armaduras e estratégias formadas.

A deusa realmente se surpreendeu com a verdade dita por Dionísio. E ainda mais,com Marta insistindo para vir. Até conseguir. Seria suicídio,na certa.

A deusa se aproximou de Hermes. Ele estava na beira. Pensativo.

—Oi..

Ele olhou para ela. Os olhos vermelhos.

—Oi Atena.

—Como você está? Depois de tudo..

—Me sentindo idiota. Otário. Nunca teve juramento nenhum! Nunca estive com Marta! Nunca! Troquei alguém,que realmente me amava,por alguém que só queria ser rica e imortal,eu fui tão idiota!

—Não,não foi. Você não sabia,a névoa cobria sua memória. Falando nisso...como elas estão?

—Vindo. Uma atrás da outra. Uma melhor do que a outra. Nunca estive tão feliz.

—Eu estava pensando,e se Deméter estiver recebendo as mesmas lembranças que você? achará estar pirando. Ela não sabe a verdade.

—Só espero não ser tarde demais...o que você disse sobre Gaia?

—Eu espero muito estar errada. Mas a meia noite de hoje,Gaia irá passar os poderes para Deméter,e depois,matar-lá. Para que o encanto e magia caia sobre a terra sagrada da qual um olimpiano morreu. De fato,Gaia não teria todo seu poder,mas,poderia utiliza-lo quando quiser invocando a deusa que deu a vida.

Hermes suspirou.

—É tudo culpa minha.

—Não,não é. Ninguém poderia prever,ninguém poderia sentir,notar que isso realmente iria acontecer.

Ele suspirou,e os dois sentiram o embalo do barco na areia. Depois a voz de Ares,anunciando que chegaram.

Ninguém esperava que Perséfone pudesse se localizar tão bem quanto a mãe,quando se tratava de vegetação.

Mas chegaram a ilha de um castelo lindo e belo. Os portões estranhamente abertos. Zeus sorriu.

—Acho que aguardavam nossa visita.

Hades virou-se para Perséfone.

—Você fica.

—O que? Não! É minha mãe!

Hades pousou a mão sobre a enorme barriga da esposa.

—E você,será mãe em poucos dias.

Ela bufou.

—Ta.

Então o restante entrou. Marta,foi escondida,por entre as árvores,para evitar ser vista pelos deuses.

Eles entraram,a calçada era extensa. E as enormes portas,foram abertas assim que entraram.

Gaia estava parada,no primeiro degrau da escada.

—Olimpianos? Que bela visita!

Hermes grunhiu.

—Cadê Deméter?

—No quarto dela. Não se preocupe galãzinho. Ficando mais grega do que nunca.

Atena colocou o cérebro pra funcionar.

—Então é hoje a noite a transferência?

Gaia olhou para ela. Os lábios se abriam um pouco. A corrente,estava sendo quebrada.

—Atena,soube sobre Poseidon,você está bem minha cara.

—Isso não interessa. —Hades

—Claro,a família está de luto..entendo.

—O que você vai fazer com Deméter? —Afrodite

A deusa do amor estava de armadura —Era rosa pink,mas ainda era uma armadura— O olhar determinado encantava Hefesto

Um ciclope passava apressado com um carrinho de mão. Gaia o chamou com a mão.

—Está na hora,faça como lhe disse. Ela tem que estar perfeitamente grega.

—Me responde. —Exigiu a deusa

—Passar parte de meus poderes para ela. E usar seu sangue. Para a deixar adormecida..como eu.

—Eu odeio estar sempre certa. —Bufou Atena

—Queremos que você nos devolva a deusa.

Gaia sorriu diabólica.

—Então vocês querem uma guerra?

Zeus abriu um sorriso ainda mais sombrio.

—Então vamos lutar.

****

Atena se perguntou como,em um segundo estavam na sala de Gaia,e noutro,numa arena de combate. Com todos os gigantes opositores —Exceto Polibotes,por ironia.— dos Olimpianos na linha de frente. Eles correram e se encontraram lá no meio. Zeus e Porfírion Deram o primeiro tilintar da batalha que começou a se seguir. Órion e Apolo —Que a décadas apresentavam desavenças,não só Pela caça,por Ártemis também— Trocavam flechas com uma intensidade incrível. Alcioneu,lutava com Hades. Gration,com Ártemis. Hipólito e Hermes mostravam sua fúria a toda velocidade,mas nesta,em especial,O gigante levava a culpa por toda raiva e ressentimento de Hermes. Damasen sofria nas mãos de Ares.

E assim era por todo lado. Do alto Atena viu Gaia sorrindo.

O sol estava se pondo,então,eram seis horas. Apenas quatro horas até Deméter morrer.

Estava faltando alguém..

Ela olhou ao redor..Todos os olimpianos e seus opositores..menos...

—Procurando por mim?

Atena virou-se. Falando com a voz grave.

—Encelado.

—Atena,quanto tempo. Tsc,tsc.

—Vamos logo para a luta.

—Ah,não. Quero falar um pouco contigo.

As mãos dele estavam ao longo do enorme corpo. A espada guardada no suporte da cintura. Ele sequer mantinha a postura.

—O que você quer?

—Primeiro te dar os pêsames. Por tudo o que houve com Poseidon,vocês tinham um caso..

—Nunca tivemos nada.

Ele riu. Aos redores,a batalha se seguia violentamente.

Atena viu Hera arrancar parte do braço de Toas,opositor as parcas.

—Isso é uma das coisas que eu mais admiro em ser seu opositor.

—O que? Você nem me conhece!

—Ah,minha cara. Desde que nasci,minha missão é destruir você. Então,talvez eu te conheça mais que você mesma. Quer dizer,eu conheço você mais que você mesma. Afinal,você pode saber de tudo. Mas eu,conheço tudo. É diferente.

As engrenagens da cabeça de Atena iam a toda velocidade.

—Pare de palavreado. Vamos logo para o confronto.

—Deixe essa carapaça forte cair Atena! É disso que estou falando! Eu sou seu opositor.

Opositor..opositor..É isso.

Os pensamentos dela clarearam,falando confiante.

—Eu sou a razão. Então você..é a emoção.

—Finalmente deusinha. Usando seus sentimentos,contra você.

—Neste jogo,podem jogar dois.

Ele riu.

—Se você me conhecesse bem,talvez. Mas deixe-me começar. Você sempre foi afim de Poseidon. Mas nunca teve certeza disso,não é? Até entrou naquela competição besta de Atenas.

—Ai,você se engana. Eu amo vencer.

—Mas na época,isso pouco te importava. Era só para ver se o bronzeado do Olimpo notava você. Ai você venceu,isso não estava nos planos,certo? Então começaram as intrigas...você nunca soube dizer se o gostava,ou odiava. Mas o amor e ódio andam lado a lado,né? Afrodite percebeu isso. Quantas vezes ela falou?

Alcioneu começou a rodear a deusa. Que seguia os passos dele,contornando o próprio eixo. Ele continuava.

—Mas você,ah você. Negou,negava até a morte. Preferia se jogar no tártaro à ficar numa sala com ele. Mas bem no fundo,algo pulsava de desejo de o abraçar. Algo,chamado coração. Abaixo de toda essa rocha fria. O ódio dos dois,era atração.

Ele parou. Ela também. Ela em silêncio,ele prosseguiu.

—Mas a dúvida sempre te rodeava. E sabe,é exatamente por isso que eu sou o seu opositor. A razão sempre tem seus diversos caminhos,diversas teorias. Exatas,não exatas. Fatos,incompreensões. Você pode saber de toda ciência,matemática,história do mundo. Mas quando se trata de sentimentos. Ai você é pega não é? Nunca sabe se explicar,nunca sabe dizer como se expressar. Você não tem fontes sobre você mesma. Você é o segundo,terceiro,primeiro caminho,quando se trata em lógica. Não no sentir.

—Isso não é verdade. —Mas a voz dela,saia num sussurro.

—Você sabe que é. Quando eu opor à você,as pessoas seguiram o que sentem,não a razão.

—É obrigatório haver os interesses...os fatos...

—Sabe Atena,aquele menino,Perqueu,Perzeu...

—Perseu. —Falou ela,confusa.

—É,Perseu Jackson. Ele salvou sua filha trilhões de vezes. Por que ele a amava.

Essa foi a frase que tirou Atena da realidade. A deusa lembrou-se de quando saíram da ilha,e Poseidon á defendeu no barco,depois,que enfrentou os cinco desafios de Gaia,por causa dela..

Tão perdida em seus pensamentos,não percebeu que Alcioneu sacou devagar a espada.

Ele estava prestes a acertar-lá em cheio,quando uma voz rouca,grave,e forte ecoou em seus ouvidos.Tirando-a de seus próprios pensamentos.

—Bom,eu sou Poseidon,e salvarei Atena,Pelo mesmo motivo.


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Notas finais do capítulo

Podem me amar agora u-u