Hades pegou a cabeça do irmão e virou para o lado. Por entre as folhas. Onde dois titãs servos de Gaia conversavam.

Autora ~ Narradora

Héstia cruzou o corredor,até onde Ártemis e Afrodite tentavam a todo custo tirar Atena de seu quarto. As palavras era jogadas ao vento,pois a resposta era apenas o silêncio.

Héstia se aproximou.

—A lareira está acesa lá dentro.

—Acha que consegue entrar? —Afrodite

—Com certeza. Enquanto converso com ela,preparem um chá,sim? —Héstia

As duas assentiram. Descendo o corredor e desaparecendo. Héstia se concentrou. Pensou no fogo,no seu poder,Na magia que a cercava e que ela controlava.

Não demorou muito.

Uma luz reluzente e dourada a cercou. Chamas incendiaram seu corpo,e a brisa suave tornou-se mais forte. Por fim,ela fora desintegrada,aparecendo e formando-se novamente sobre as chamas do fogo. Já dentro do quarto. Junto com a tele-transportação, suas roupas mudaram: Agora vestia um vestido escuro como vinho. Até os joelhos,com uma capa negra por cima,e o capuz sobre sua cabeça. Estava descalça.

E teve a pior visão que poderia imaginar.

Atena estava na sacada. Sentada,encolhida,sobre uma cadeira trançada. Ela observava o mar,agarrada a um travesseiro. O rosto estava inchado e vermelho

—Não queria que ninguém me visse assim. —Choramingou

—Parece até Afrodite,falando assim. —Héstia se aproximou— Posso?

Atena assentiu. Héstia sentou-se ao seu lado.

Elas ficaram um curto espaço em silêncio.

—Atena?

—Sim.

—Ora. Vamos. Não vou prometer que Poseidon volte,mas você não pode ficar nessa depressão a vida inteira,certo?

—Eu não sei eu..

—Atena, Você é a estrategista mais habilidosa que eu conheço. Mas agora precisa armar uma estratégia para você mesma não afundar nesse mar depressivo.

Héstia se castigou mentalmente por falar “mar”.

Porém,Atena ignorou. Olhando mais além,no horizonte.

—Eu devia ir atrás deles.

—Não. Não devia. Olhe bem: Se você ir,Hera vai se preocupar,e querer ir atrás. E cá entre nós,acho que ela está grávida. —Héstia abriu um sorriso. Atena logo em seguida.

—Tudo bem. —Suspirou— Me sinto tão culpada.

—Por o que,propriamente dizendo?

—Poseidon. Vivemos sempre discutindo,implicando um com o outro. E agora,estou mais confusa do que nunca. Não sei se eu estou com medo de perder sua amizade,ou de o perder. Perder para sempre. Medo de pelo meu próprio medo sobre o que os outros olimpianos fossem achar,não ter ficado com ele. —Ela fechou os olhos— Estou incerta. Não encontro fontes seguras para me basear..em mim mesma.

Héstia sorriu.

—Tem certas coisas que a única fonte que precisamos procurar,é na nossa confiança.—Neste momento,os olhos de Héstia tomaram uma cor diferente:Um lilás escuro. Sua voz tornou-se sombria.— Atena,vai chegar a hora em que essa sua indecisão vai quase te levar a morte. Um misero segundo de pensamentos confusos,podem te elevar a outro mundo.

Atena olhou para a deusa. Que flutuará um pouco,caindo logo em seguida bruscamente no chão.

—Minhas parcas...—Atena ajoelhou-se ao lado de Héstia— Acorda,Héstia,héstia...Meu Zeus!

Ela saiu correndo,chegando na porta e a destrancando. Gritando no corredor:

—Héstia! Gente! Héstia está inconsciente!

Não demorou muito. Ares chegou como um raio. Apolo e Hefesto logo atrás. Ártemis e Afrodite em seguida. Hermes e Hera,logo depois.

—Não..não..não...Isso não é bom...—Apolo estava pasmo. Com procedimentos médicos. Mas quem falou,foi Hera.

—O que é que ela tem?

O médico suspirou. Olhando para Hera,depois para Atena,parando em Ares.

Na cozinha...

Ártemis e Afrodite chegaram. Deméter andava de um lado para o outro,picando cenouras,fervendo a água,descascando cebolas.

—Dona cozinheira,chá por favor. —Afrodite

—Camomila?

—É para tranqüilizar Atena. Então acho que sim. —Ártemis

Deméter colocou um vaso de terra próximo a janela. Levantou a mão. Em meros segundos,várias mudinhas da planta cresceram. E delas,as folhas de chá se formando. Deméter as colheu,jogando em um recipiente,e os colocando no fogo.

—Vontade de comer bolo de berinjela. —Ártemis

—Ta grávida...—Afrodite,rindo.

—Tô nada. —Ártemis.

—Bem,está barrigudinha. —Deméter,tirando as folhas cozidas,e as peneirando com água quente em uma xícara branca adorável.

—Está grávidaaaa...—Cantarolou Afrodite.

Ártemis bufou.

—Alguém falou em gravidez? —Marta. De hobby vermelho,surgindo na porta da cozinha.

—Tinha que aparecer né coisa feia? —Afrodite.

—Blábláblá. —Ártemis.

—Ô Deméter. Faz uma janta reforçada que eu estou com fome.

—Posso te servir uma dinamite se quiser.

Afrodite riu.

Ártemis iria falar alguma coisa,se Atena não tivesse gritado lá em cima,e ela e a deusa do amor não tivessem saído correndo.

Deixando Marta e Deméter sozinhas na cozinha.

—Estou sentindo meu filhinho ou filhinha chutar. —Marta

—Bom para você.

—Eu e Hermes estamos planejando os nomes..

Deméter apertou com mais força a faca.

—Ótimo.

—Deméter,você anda tão estressada ultimamente...Precisa relaxar.

Essa palavra. O som soado quando Marta as pronunciou. Trouxe a Deméter uma lembrança antiga,e nebulosa. Com certeza era do passado. Ela fazia força mas não conseguia lembrar. Era quase como se tivessem roubado sua memória. Mas essa palavra...ela...Marta...Sua cabeça começou a doer. Ela forçava para lembrar de algo que não deveria ser lembrado. Por fim. Virou-se para a mortal. A encarando friamente.

—Marta,já nos vimos antes?

A mortal perdeu a cor.

Na floresta..

—Devagar... —Sussurrou Hades.

Eles andavam lentamente atrás dos monstros.

—Até porque sair correndo e gritando é difícil. —Poseidon

—Da para levar alguma coisa a sério uma vez na eternidade? —Zeus

—Shi...

Os três estavam atrás de um arbusto. Os titãs haviam feito uma fogueira,e cozinhavam algum animal que aparentava ser um urso. Atrás deles,estava a ponte velha de madeira.Frágil. Precisavam passar por ali.

—Crio e Hiperião. —Zeus

—Que? —Poseidon

—Crio, Filho de Urano e de Gaia, Crio representa o inverno, o frio, os seres marítimos, os rebanhos e seu poder destrutivo envolve as criaturas até hoje desconhecidas do mar abissal. —Hades— E Hiperião, foi o primeiro a estudar o movimento do Sol, da Lua e das estrelas, e foi, por isto, chamado de pai destes astros.

Crio tinha uma cor azulada clara. Os cabelos eram brancos como a neve. Tinha escamas pelo corpo,que pelas lendas,continha veneno. Era enorme,e seus olhos eram duas bolas grandes e azuladas. Vestia uma armadura negra.

Hiperião, Já tinha uma cor branca. E reluzente. Os olhos eram como duas estrelas. E seu corpo era grande e alto. Seus cabelos (ou aparentavam ser os cabelos) eram raios de luz como o sol.

—Como sabe disso? —Poseidon

—Eles estão no Tártaro ué. Ou estavam.

—Olhem,tenho uma idéia. Vamos nos dividir: Hades você vai pelas sombras,e fica perto de Hiperião. Poseidon, você fica entre os gigantes,caso eles nos vejam uma tempestade pode ser útil. Eu ficarei perto do abismo. Não sabemos se lá tem água ou o que,e como sei voar,pode ser uma vantagem. A idéia, é passar despercebido. Em ultimo caso,começaremos uma luta,certo?

Os dois restantes assentiram. E os deuses se separaram,o silêncio era interrompido apenas pelo canto dos pássaros. Os titãs conversavam sobre pizza. Quando um ruído,de um passo em falso chamou sua atenção.

Poseidon e Zeus correram o olhar até Hades.

As trevas havia pisado em um galho seco. Ecoando um “Clec” Alto para o silêncio da floresta.

Os titãs se levantaram,devagar. Abrindo as duas árvores. E revelando Hades.

Os titãs se olharam. E sorriram.

—Um sobrinho perdido por aqui? Que surpresa hehe. —Hiperão.

Um raio ecoou atrás deles.

—Errado. —Zeus apareceu.— Dois sobrinhos por aqui.

—Mais comida e oferenda a mãe Gaia. —Crio

—Haha. Se vai querer o frango a passarinho,vai precisa do peixe também.

Poseidon,saindo de trás de uma pedra. Ele já possuía seu tridente em mãos. O raio de Zeus reluzia eletricidade. O elmo de Hades brilhava em reflexo a luz.

—Não querem a comida? —Poseidon

—Vem pegar ué. —Zeus

Os titãs se olharam. E atacaram.