Antagônicos escrita por Runway Ing


Capítulo 2
Maldita festa!




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Como eu imaginei. Adolescentes de dezoito anos para menos com uma lata de cerveja na mão, fingindo estar bêbados, uns caindo na piscina, outros jogando moedas nos copos, alguns nas preliminares e eu. Sim, só estava eu. Porque todos os meus amigos tinham arranjado algo para fazer. Jane e Violet estavam beijando uns garotos com cinco anos de idade a menos que elas, Ringo estava no jogo das moedas e meu irmão babaca estava no karaokê, isso porque ele tinha uma voz linda e cinco garotas o rodeavam com cara de “me coma, lindo”.

— Não vai querer nada? — questionou o garçom com uma bandeja cheia de doses de vodca.

Neguei com a cabeça e me sentei na mureta. Quando... NÃO! — gritei mentalmente, com vontade de jogar oito cadeiras e dezenove pessoas em cima daquele ser que eu tinha acabado de ver. Só podia ter sido Friedrich, ele a chamou. Não há dúvidas, filho da...

— Moço! — chamei o garçom e virei três doses.

Rosemary. Era ela. A dita cuja que tinha roubado meu namorado de mim. Eu precisava matar ela. Abaixei a cabeça e coloquei meus cabelos como uma cortina nos ombros para que ela passasse por mim sem ver e eu a apunhalaria pelas costas.

— Querida Charlize. — miou. Respirei fundo, muito fundo. Meu coração acelerou. Ela estava ali sem Will? E se ele estivesse lá? Quantos minutos de vida eu ainda tinha?

Calma, mantenha a calma, Charlize, pensei. Eu podia chorar de raiva, ou simplesmente explodir em pedacinhos, que seriam servidos como petiscos.

— Oi querida! — escancarei o sorriso e coloquei a mão no ombro dela. — Quase não vi que usava alguma peça de roupa. — falei e ouvi um “ha ha” escandalosamente falso sair da minha boca.

— Você emagreceu, o que aconteceu?

Sorri falsamente e dei as costas. Fui atrás do garçom e virei mais duas doses, que desceram queimando minha garganta, me fazendo querer vomitar. Eu estava entupida de doces, nada de comida no estômago e havia virado cinco doses puras de vodca; minha vista estava embaçada e eu estava tonta. Comecei a piscar freqüentemente os olhos, passei pela piscina e quando vi, já estava sentada em uma rede.

Como eu odiava meu passado (não mais do que odiava Friedrich), odiava Will, Rose, Rose & Will como um casal. Álcool, eu precisava de álcool. Olhei para o lado e vi um litro de vodca e eu juro que ela me chamou para pegá-la. Bebi tão rápido quanto um maratonista quando corre quilômetros e acha uma garrafa d’água, bebe-a num gole só. Meu olho ardeu e uma lágrima escorreu pelo meu rosto. Era daquilo que eu precisava e...

“Dor de cabeça. O que eu fiz e onde eu estou?” Tirei o braço do rosto e olhei para o teto, era um carro. Orei mentalmente para que fosse o meu carro...

— Lize? — era Violet. Eu estava salva! — Vou morrer de ressaca.

— Eu também...

Ela estava sentada no banco da frente, com uns óculos escuros e uma bolsa de gelo na cabeça. Levantei a cabeça devagar, pesava oitocentos quilos —, estava na porta de casa, Ringo estava deitado na grama, de bruços. Jane estava em cima dela, a barriga virada pra o céu, nada do Waxler.

— Cadê o Wax?

— Está fazendo café.

— Pra quem?

— Uma loira com cara de prostituta mal-comida.

Sentei-me. “O que é isso?”, pensei levantando o vestido. Eu estava sem calcinha. Mas por que eu tinha tirado minha calcinha? Não. É. Possível.

— Violet, eu acho que fiz sexo com alguém.

— E você fez mesmo. — ela riu baixo e abafado. — Ai.

— Como... Você viu? Você permitiu?

— Eu estava bêbada, Lize. Eu vi os movimentos, você estava em cima.

— Que nojo! Você me viu tendo relações sexuais com... Com quem?

— Não vi!

Ou seja, fui estuprada. NÃO, eu estava no comando, fui eu quem estuprou. Mas, se eu não sabia o que estava fazendo, sou considerada culpada mesmo assim? O que eu fiz? Eu merecia a morte. E se foi com uma garota? Eu sabia que essa festa iria dar em merda e olha só, deu!

Só me restava descobrir quem havia sido meu parceiro sexual. Mas como eu faria isso? Se eu não lembrava absolutamente nada.


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