Antagônicos escrita por Runway Ing


Capítulo 12
"Eu sempre soube"




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Fiquei sem notícia dele pelo resto do dia. Mandei oito mensagens pedindo para ele me telefonar, ou ir a minha casa e não tive um sinal dele sequer. Will tinha que estragar tudo.

Olhei no relógio e ainda eram seis horas. Peguei o celular e enviei uma mensagem, espera, por que aquele energúmeno não mandou uma mensagem ao invés de uma carta? Desgraçado. Tinha o dom de fazer coisa errada.

Estou indo. Charlize

Pausa para Lei de Murphy, explicação breve do meu amigo Wikipédia:

“É um adágio ou epigrama da cultura ocidental que normalmente é citada como: "Qualquer coisa que possa correr mal, então vai correr mal".”.

Ou seja. Eu ia me encontrar com Will numa cafeteria próxima e tinha muita probabilidade de Friedrich sair de casa e me encontrar lá, o que levaria as coisas de ruim para péssimas. Não era uma boa ideia me encontrar com ele, eu não queria que desandasse mais do que já estava desandando. E desandaria se eu fosse burra o suficiente para marcar um encontro num lugar onde todos os viciados em café estariam e... Friedrich era o cara mais viciado em café do universo.

No Pumped.

Eu odiava Keebab. Mas ninguém odiava keebab tanto quando Friedrich. O que diabos ele poderia fazer em um lugar onde só vende kebbab e refrigerante diet? Ele não pisaria ali, era seguro.

Vesti o casaco, coloquei uma boina preta e fui. Estava toda encasacada, não tinha como me reconhecer. Coloquei óculos escuros para completar o disfarce.

Will estava lá. Tomando um refrigerante diet. O cabelo castanho claro bem penteado para o lado, como um almofadinha esquisito, de camisa com mangas longas e calça de risca de giz. Trouxa. Entrei rápido e sentei na frente dele, o sorriso dele cresceu. Rolei os olhos impaciente e bufei.

— Escuta aqui — apontei o indicador pra ele —, se me procurar de novo, esqueça que quer ter filhos! Eu não quero mais saber de você. — peguei a bolsa, me levantei, dei um passo e voltei. — Ah! E eu estou grávida. Adeus.

Ele esta boquiaberto. Todo o sempre achando que podia me ter quando queria e ele podia, passado. Agora minha vida girava em torno do meu filho e de Friedrich, mesmo que eu não quisesse.

Estacionei na porta de Friedrich e contei até dez. 1 ele me odeia. 2 ele vai fechar a porta na minha cara. 3 ele vai me empurrar. 4 ele vai me dar um soco na barriga. 5 ele vai gritar comigo. 6 ele vai me chacoalhar até eu desmaiar. 6 ele vai arrancar meus olhos com as mãos. 7 ele não vai me atender. 8 a Andy vai dizer que ele não está em casa e mandar eu voltar daqui há sessenta anos. 9 ele vai quebrar um jarro na minha testa. 10 lá vou eu...

— Toc toc. — gritei dando socos na porta.

Andy abriu. Meu pensamento no oitavo segundo viria a calhar naquele momento. Ele apareceu por trás.

— O que você quer?

— Não fale assim com ela. — advertiu Andy dando um soco no ombro dele. Ele sorriu e passou a mão na cabeça dela, bagunçando o cabelo dela.

— Sai.

Ela saiu e ele olhou pra mim. Coloquei as mãos no bolso do casaco e expirei.

— Fala o que você quer.

— Calma! — falei alto. — Eu sei que você viu a carta. — ele olhou para os pés e soltou a porta, andando um passo para frente. — Eu fui vê-lo.

Ele me olhou nos olhos rapidamente, balançou a cabeça negativamente e entrou, coloquei o pé para que ele não conseguisse fechar a porta.

— E falei pra ele que não me procure mais. Porque agora eu tenho uma família formada por mim e por você! E eu tenho em mente que, depois de todas aquelas brigas que quase resultaram em algo muito grave, tinham finalidade e agora eu vejo... Somos nós três agora. Quem imaginaria? Ninguém, porque a vida é assim, cheia de surpresas, incógnitas e não devemos tentar entendê-las, só... Aproveitar e manter a calma.

Ele abriu a porta devagar e me olhou com a carinha do gato de botas do Shrek, ri baixinho.

— Esta frio aí fora, entra...

Ele me empurrou pra dentro e sentamos no sofá da sala com Andy, Rebeca, a mãe e Eric, o pai. Quando eu entrei, eles me olharam assustados. O que eu estaria fazendo na casa dele? Com certeza ficariam sem teto, pois eu e Friedrich destruiríamos tudo.

— Olá Char. — disseram.

— Mamãe, papai, Andy, tenho uma notícia. — engasguei com a saliva e comecei a tossir. Ele deu uma tapa de leve nas minhas costas e prosseguiu. — Vou ser pai. E Charlize é a mãe.

Uma onda de risos invadiu a sala. Continuamos sérios.

— É sério? — perguntou o pai desmanchando o riso.

— Sim, pai. É sério.

Beca desmaiou. Eric levantou-se e me deu um abraço;

— Eu sempre soube, querida. — ele sussurrou.

Fácil. Diferentemente de como seria daqui há um dia.


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Notas finais do capítulo

Desculpa os dois dias sem postar, viajei :( hoje ainda posto outro



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